domingo, 25 de maio de 2014

A Índia e o galope do extremismo


Esta semana foi de campanhas e eleições por todo lado. A principal, que tem influência direta sobre os destinos de todo um continente, é a europeia. O Parlamento tende a guinar para a direita direita, se não for exrema. Perigo à vista. Os fascistas estão ativos em seu discurso populista e prontos pra dar o bote nas liberdades alheias.
A eleição na Ucrânia também é importante, bastante. Entretanto a garantia de Putin respeitar o resultado é um balde de água fria na fogueira gringa de briga. Portanto, o problema internacional tende a se normalizar, contanto que a União Europeia e os Estados Unidos respeitem a vontade das províncias de Luhansk e Donetsk e a independência já consumada da Crimeia. Depois o presidente eleito terá de administrar a crise, mas deve ser interna, como deveria ter sido desde o início; e não geopolítica.
No mesmo assunto, mas em outra frente de batalha entre Barack Obama e Vladimir Putin, houve a moção relativamente absurda apresentada ao Conselho de Segurança da ONU contra o governo da Síria e a óbvia reprovação da Rússia e da China. Questão relevante no absoluto, mas apenas no absoluto do xadrez geopolítico entre o Kremlin e a Casa Branca. Era claro que Obama usaria a Síria para atingir Putin e ele fez o previsível. Depois condenou o apoio do Presidente da Rússia aos crimes de Bashar el-Assad e a mídia caiu como um patinho no poço habitual dos dois pesos e duas medidas - Se não fossem os vetos sistemáticos dos EUA a todas as Resoluções da ONU contra os crimes de Israel na Palestina, o problema já estaria resolvido há décadas em vez da IDF (forças israelenses de ocupaçã) continuar a matar impunemente como acabou de acontecer durante as manifestações pacíficas no 66° aniversário da Naqba no dia 15 de maio. Pois é, 66 anos, já! E os abusos e a colonização prosseguem sem nenhuma intervenção contundente das Nações Unidas.
A Líbia, o Yêmen e o Egito também mereceriam consideração especial esta semana por causa de eleição e do ditador Sissi que vai se eleger com as cadeias cheias de presos políticos e de jornalistas.
Estou ocupada com o Papa em sua viagem menos diplomática e mais engajada do que a do Bento pelo Oriente Médio. Da Jordânia direto para a Palestina sem passar pelo aeroporto Ben Gurion de Tel Aviv! Jamais visto. De Amman para Belém e o reconhecimento do Estado da Palestina pelo Vaticano é feito em uma travessia de fronteira.
Estou preocupada com a Índia e o fascismo que anda à espreita na Europa e que acabou de sair vitorioso no maior paí da Ásia.

Um dos meus livros de cabeceira é o Der Mann ohne Eigenschaften - O Homem sem Qualidades, de Robert Musil. Livro que explica as circunstâncias em que o nazismo nasceu em 1865 páginas sem explicação didática e sim através de descrição das ocupações e preocupações da elite socio-intelectual europeia após a Primeira Guerra Mundial.
A obra magistral de Musil se distingue pela inteligência. Uma inteligência intrínseca, como na obra prima Der Zauberberg - A Montanha Mágica de Thomas Mann - que por sinal, já famoso com a Morte em Veneza e outros livros de sucesso recomendou por escrito o do colega austríaco quando soube que o editor não queria publicar o segundo volume do Homem sem Qualidades apesar dos elogios da crítica especializada. Ora, o público alemão que leu o primeiro volume de 818 páginas ficara chocado com o cinismo, a crueldade e a lucidez intelectual que emerge de página a página e fastidiado com a reflexão que exige cada parágrafo. Ainda bem que a editora acabou publicando a obra prima sem cortar nem uma linha.
O homem sem qualidades é Ulrich, alter-ego de Musil que é encarregado de pensar e pensa, pensa, pensa sem parar no contexto da época e na inteligência propriamente dita, da vida, da Áustria, do mundo e dos fatos, constatando com amargura que tanta elucubração mental sem ação só pode levar ao desastre, que no caso, foi Hitler.
(Em linguagem contemporânea, mudar o mundo em mesa de boteco em vez de agir para melhorá-lo com ações concretas individuais e coletivas só faz piorar).
A estória se desenrola entre 1913 e meados da década de 30, quando Viena reunia os maiores cérebros da Europa. Um dos assuntos discutidos e dissecados nas rodas sociais é um homem, Moosbrugger. Um prisioneiro que cometeu vários crimes atrozes e que mesmo assim suscita sentimentos ambíguos nesta elite intelectual estranhamente condescendente.
Tenho sentido na Europa e alhures uma alienação parecida quando não uma atração pelo extremismo de direita e suas teorias. Cá, de rigor incorruptível (Hitler vivia como nababo e também Mussolini!); acolá de ultra-nacionalismo exclusivista (que deu no genocídio fascho-nazista de milhões de ciganos, deficientes, judeus, oposicionistas).
E é aqui é que entra a Índia e seu novo Primeiro Ministro.

A filósofa alemã-estadunidense Hannah Arendt disse um dia que Even in the darkest of times we have the right to expect some illumination."  Na Índia está difícil.
A campanha eleitoral que levou Narendra Modi ao cargo de Primeiro Ministro foi a mais vergonhosa que o país viveu desde a primeira eleição nacional organizada em 1951.
Nada a ver com aquela primeira campanha esperançosa e entusiasmada de 1951 que levou ao poder Jawaharlal Nehru, descrita na pérola literária A Suitable Boy de Vikram Seth. O escritor indiano apresenta Nehru como um homem de consenso religioso e social: "The thought of India as a Hindu state, with its minorities treated as second-class citizens, sickened him." O país que Nehru queria construir era homogêneo em sua heterogeneidade socio-religosa. Um país em que todos, dos Dalits (intocáveis) aos muçulmanos aos hindus de classe média e alta tivessem lugar e fossem respeitados.
Mas isto foi a geração que se libertou da colonização britânica após a Segunda Guerra Mundial, recém-dividida e com um futuro nacional. 
A Índia de hoje é a dos arranha-céus, dos negócios milionários e do trem bala. Está classificada em 10° lugar entre as maiores economias do mundo (o Brasil é 7°) e é o segundo país mais populoso do planeta (1 bilhão e 200 milhões de habitantes) depois da China. Por isso era considerada, até a semana passada, a maior democracia per capita do planeta. Digo "era" considerada porque  Narendra Modi não é graça.
Nada a ver com Ghandi, cujo assassino disse que o matou porque ele era bonzinho demais com os compatriotas muçulmanos.
Nada a ver com Nehru que achava seu país flexível o suficiente para acomodar diferenças sem desavenças.
Modi acredita que os hindus são os "arianos" de seu continente.
Seres superiores de nascença e crença. A despeito do atraso de mentalidade que impede que a classe baixa usufrua da riqueza nacional e suba pelo menos um degrau da escada socio-econômica.  
Pois a corrupção que no Brasil nos revolta (embora muitos dos que criticam os políticos participem dela direta ou indiretamente corrompendo sem acharem grave o que fazem e sim uma condição sine qua non para levarem alguma vantagem), mas ela é fichinha perto dos nossos parceiros dos BRICs.
(Deve ser uma das doenças de novo rico, além da ignorância.)
Na Índia a corrupção é endêmica. Um pouco como na China, apesar dos chineses culturalmente já serem propensos a sempre levar vantagem. (Um colega maldoso que cobre a China diz que a primeira frase que os chineses aprendem a falar é "o que eu ganho com isso?" antes de dizer mamãe e papai.)
O indiano é diferente. É amável e prestativo com os turistas. É boa gente. Mas entre eles não se obtém nada sem propina e se entreajudam conforme a região de origem e o clã do qual descendem. As classes sociais são imóveis, portanto, a elite social é a elite econômica, tirando quem faz fortuna no banditismo explícito ou implícito - como por exemplo o de vender água "mineral" tirada direto dos rios imundos, fervida e "engarrafada" em garrafas recolhidas cá e acolá.
O Estado existe em seus poderes executivo, legislativo e judiciário, mas o exercício deste poder é relativo e discriminado. O país é governado em um desgoverno de economia informal e troca de favores.
A violência no país é imensa, com batalhas inter-gangues e inter-religiosas. Tantas que a imprensa internacional prefere falar sobre os narco-traficantes nas nossas favelas e nossos assaltos em vez de falar dos crimes cometidos em Mumbai e Delhi, frequentes demais. E talvez por acontecerem fora do circuito turístico-religioso e dos centros de negócio, devidamente lacrados e policiados para proteger a imagem.

Como se sabe, o próprio Primeiro Ministro recém-empossado é co-responsável por um derramamento de sangue terrível em fevereiro de 2002 em seu estado. Só pra lembrar. Saiu uma notícia que muçulmanos haviam incendiado um trem e matado 58 peregrinos hindus em Gujarat. A caça às bruxas começou em seguida. No estado inteiro hindus saíram pelas ruas à caça de muçulmanos e até o dia 15 de março mataram, estupraram e pilharam famílias apavoradas. As presas foram fáceis; mais de 2000 terminaram enterrados e centenas de famílias ficaram desabrigadas durante o ataque coordenado. Ficou confirmado que pelo menos dois secretários de governo entraram em contato com a polícia para que esta não agisse e o próprio Modi ordenou que os policiais deixassem o caminho dos assassinos livre.
A selvageria foi pública e assumida. Lembrou-me uma outra que havia testemunhado em 2004, em Ruanda, quando os Utus saíram à caça dos Tutsis em um processo de exterminação instigado pela rádio.
A barbárie foi a mesma. Vizinho contra vizinho e até dentro de famílias com casamentos mistos.
Apesar da distância geográfica e histórica, as características do ódio visceral e da represália bestial aproximou bastante os dois povos, o africano e o asiático. No Gujarat, hindus mataram crianças esmagando cabeças contra a parede como se fossem melancias e outras atrocidades captadas por repórteres e câmeras de televisão que chocaram o país inteiro.
Narendra Modi e seu secretariado foram investigados e é claro que negaram qualquer participação no evento macabro. Desde então as ONGs de Direitos Humanos, sentindo o perigo crescente, começaram a marcar Modi sob pressão. Denúncias e denúncias foram feitas e formalizadas judicialmente. Ele nunca foi condenado. Nem depois da revista Tehelka entrevistar políticos, empresários, funcionários públicos que lembraram, com vozes entusiasmadas, como eles mesmos mataram e estupraram muçulmanas com autorização de seus superiores hierárquicos.
Modi seguiu firme e forte. Apesar do programa fascista do RSS (Rashtriya Swayamsevak Sangh), e de Modi ter costume de retirar-se de entrevistas individuais e coletivas quando uma pergunta não lhe agrada, querendo ou não, ele agora é o capitão do navio Índia e pronto, está acabado. Perigo à vista em uma sociedade estratificada e compartimentada.


Por causa do trabalho, aprendi a gostar de filmes de Bollywood - tenho até ator preferido (Shahrukh Khan, que por sinal é muçulmano e não hindu e fez um filme ocidentalizado imperdível até para quem não aprecia a "breguice" bollywoodiana, My name is Khan), e leio com frequência livros indianos e aprecio muitos autores de lá, além do célebre Salman Rushdie.
Ambos prazeres começaram por obrigação.
O primeiro, para estar em fase com a população sobre a qual tinha de escrever e melhor conhecê-la através de suas distrações - indiano com cinema é igual brasileiro com novela das nove...
O segundo, a literatura, para entender o funcionamento da sociedade por uma ótica socio-político-quotidiano-familiar que para um estrangeiro é difícilmente acessível só com contatos pontuais até quando se entra nas casas, se entende as castas e se participa de eventos familiares.
Há vários autores e livros que descrevem bem a Índia e seus costumes, mas aqui só vou citar outro, além do Suitable Boy de Vikram Seth citado acima.
The God of Small Things, da grande Arundhati Roy, é uma jóia literária rara. Destas que já nascem clássicas. Além do esmero em relevar a importância das "coisinhas" que parecem sem importância e que podem mudar o curso da vida, a ativista indiana mostra muito bem o caldeirão de diferenças profundas que emprisionam e limitam os horizontes dos indianos.
A mentalidade dos indianos das grandes cidades evoluiu bastante nos últimos trinta anos, mas a modernidade física e econômica dos grandes centros urbanos empresariais e financeiros não se estende ao território nacional. Cada um conserva sua rixas sociais e religiosas ancestrais e há uma defasagem enorme entre o interior e as capitais. E apesar dos filmes bolywoodianos, não há uma cultura comum como a nossa.
Modi tinha um ano quando Nehru foi eleito. A eleição de 2014 que o levou ao poder é a décima sexta da história da Índia e a juventude que votou nele é desmemoriada, como parte da nossa "saudosista" de um período ditatorial tão letal ao Brasil em aspectos humanos e sociais.
As redes sociais foram preponderantes no voto desta juventude que aposta na teoria desintregrante de ideais fascistas como locomotiva de desenvolvimento e abundância.

Já falei por alto sobre a Índia em um blog sobre hidropolítica (26/09/2010) que aborda suas relações com os países vizinhos. E os jornais já cansaram de falar sobre as facetas negativas (o absolutismo religioso visceral) e positivas (a incorruptibilidade, passada, de Modi, apesar da campanha milionária financiada por... - o futuro dirá se fará a limpeza necessária na sociedade gangrenada).
Mas eu fiz questão de marcar a data deste evento inusitado - um fascista confirmado e declarado, porém escolhido para governar a maior democracia do mundo civilizado - porque acho que de tirando a questão Palestina, a curto, médio e longo prazo, geopoliticamente, a ascensão de Modi é uma bomba relógio que pode explodir a qualquer momento.
Modi começou a se interessar pelo RSS quando tinha 8 anos, quando entrou em um shakhas em Vadnagar. Foi lá que conheceu seu guru Lakshmanrao Inamdar, conhecido como Vakil Saheb. Modi não é fascista improvisado nem cooptado. É um fascista criado no fascismo, literalmente. Ele chegou ao alto da escada porque seu guru, Inamdar, o apresentou a Vasant Gajendragadkar e Nathalal Jaghda do BJP, líderes políticos proeminentes em Gujarat, responsáveis pela União do estado em 1980.
Seu casamento, como é de praxe na Índia, foi combinado cedo, quando ele tinha 13 anos, com uma menina da mesma casta Ghanchi. O casamento durou pouco por causa de seu espírito andarilho. O casal separou-se, mas o casamento não foi desfeito. Sem mulher e sem filhos, não "precisava" corromper-se (pois os corruptos e corruptores da Índia, como alhures, gostam de usar a família para "justificar" sua desonestidade).
Após a guerra com o Paquistão em 1971, a então primeira ministra Indira Ghandi fez um limpa na política em 1975 declarando Estado de Emergência e perseguindo seus oponentes. Aos 25 anos Modi entrou na clandestinidade e expandiu sua rede de relacionamentos.
Apesar de ter "infiltrado" o BGP por determinação do RSS em 1985 e ocupar o cargo de organizador do partido já em 1988, ele só chamou minha atenção mesmo em 1991. É de lá para cá que tenho seguido sua carreira porque vi quão envolvente e perigoso ele era para a Índia e para os países vizinhos.
Isto ficou claro que ele preparou a Ekta yatra (Jornada da Unidade) com uma eficiência meticulosa e tentacular. Daí por diante foi figura de proa na vitória do partido nas eleições estaduais em 1995, quando foi empossado na direção do partido e sua carreira estadual e nacional deslanchou rapidinho por ter sido enviado a Haryana e Himachal Pradesh, onde aumentou seus horizontes regionais e diminuiu ainda mais sua mentalidade.
Daí para virar Secretário Geral do BJP em maio de 1998 foi um pulo.
Eu raramente concordo com os diplomatas estadunidenses, mas sou obrigada a concordar com um deles que descreveu Modi como "insular, distrustful person who reigns by fear and intimidation".
Se tivesse de descrever a carreira de Modi só acrescentaria que ele não tem nada a perder. Nunca teve. E isto faz dele uma pessoa sem freios.
Ele é temerário e temido. Teceu sua rede de influência com linhas de pesca mistas incolores, de filamentos resistentes, firmes, invisíveis, da qual desvencilhar-se é missão quase impossível.
Ele lembra o primeiro ministro israelense Binyamin Netanyahu. A mesma dissimulação. A mesma ideia inabalável de ser de uma religião superior às demais. O mesmo desprezo por quem pensa diferente. O mesmo descaso pela opinião alheira. A mesma certeza de ter razão qualquer que seja seu erro. A mesma arrogância. O mesmo sorriso sarcástico quando os holofotes estão apagados.
Hitler inspira as ações execráveis de Netanyahu na ocupação e limpeza étnica da Palestina.
Hitler é o ídolo de Modi.
Mein Kampf é um livro reverenciado por indianos influentes e por muitos estudantes com futuro brilhante. Um escândalo.
Modi não foi eleito pela massa ignorante majoritária de classe baixa. Enfim, foi em termos. De voto induzido por promessas de investimento em estrutura básica, ensino, enfim, de melhora das condições de vida dos miseráveis que inundam a nação.
Modi foi eleito pelo capital dos 1%. Pela elite empresarial hindu tradicionalista.
Sua eleição substitui no imaginário indiano a figura pacifista humilde de Mahatma Gandhi pela figura altiva de Vivekanand. Hindu do século XIX obcecado em transformar seu país em uma "manly nation". Modi adotou até seu estilo vestimentário, que os ingleses chamam de dandyish pastel waistcoats.
Porte ilustre quando quando está na companhia da elite que o ajudou a chegar ao cime. Diante das massas, muda de pele como os camaleões e representa o papel convincente do comerciante de chá simples que "desafia as dinastias socio-políticas tradicionais que exploram os pobres".
Disfarces. Populismo nacionalista tacanha.
Ele está mais para Vivekanand e a ideologia do super-homem do Nietszche que inspirou Hitler do que para Madre Thereza que na miséria de Calcutta acudiu hindus, muçulmanos e siks indiscriminadamente.
Modi é dissimulado em todos os planos, até em sua relação com a imprensa. Basta ler os jornais indianos para ver o controle dos patrões (do círculo fechado dos 1%) sobre os artigos publicados. Vozes de jornalistas dissidentes têm sido caladas com ameaças de desemprego e coisas mais ou simplesmente removidas de cara. Ora, democracia tem limite! Neste caso de Modi, curtíssimos.
Embora Arun Jaitley, um dos líderes do BJP e ministro potencial de Modi, tenha mandado um recado para Obama "to see his party's anti-Muslim rhetoric as "opportunistic", a mere "talking point" and to take more seriously his own professional and emotional links with the US".
Palaras. Palavras. Os atos já foram comprovados e virar a casaca não é mudá-la.
Pela pirmeira vez na História o Primeiro Ministro do Paquistão estará presente à posse de um Primeiro Ministro da Índia. E depois os dois homens vão conversar de portas fechadas.
Portanto, saber-se-á logo se Modi pretende enfrentar ou conciliar com o vizinho.
Quanto às oligarquias milionárias que controlam as finanças indianas, são todas estreitamente ligadas a Wall Street e consideram Nova York sua segunda  e às vezes primeira casa.
Com o apoio delas Modi já ganhou e só tem a ganhar ainda mais se continuar servindo seus interesses. A Índia, só Deus sabe. As minorias devem ser prejudicadas.
Enquanto a elite hindu estiver de braços dados com Washington, os cristãos vão estar ao abrigo de ataques extremistas, pelo menos os organizados. Mas a caça às bruxas quando começa vira bola de neve, como se sabe.
Resta esperar que Narendra Modi troque de casaca para uma mais tolerante e moderna. Não custa sonhar.


Retrato de Modi por Phoebe Greenwood, The GuardianLink to video: Who is Narendra Modi?

Arundhati Roy define Narendra Modi (6')
Arundhati Roy explains why India is a corporate Hindu State (10')

Documentário indiano de Sanjay Kak
Mati Ke Laal - Red and Dream (1h60') 

Documentário indiano de Rakesh Sharma
Final Solution (2h30)



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