domingo, 1 de junho de 2014

Israel vs Palestina: História de um conflito LV ter - Guerra do Líbano 2 (7/8 2006)



Israel e os Estados Unidos passaram meses concertando o plano de ataque ao Líbano na dita Segunda Guerra de 2006, embora a investida propriamente dita tenha sido súbita no tocante à infantaria.
O Pentágono propôs sua técnica preferida do Shock and Awe tão familiar à IDF que a pratica há anos na Palestina com o nome de Blitzkrieg, estratégia alemã utilizada com sucesso na Segunda Guerra Mundial.
Os nomes são em línguas diferentes, mas o método de padrinho e afilhado é o mesmo. E no Oriente Médio agem e no final da Copa do Mundo puseram em prática o processo de matracagem com bombas que visam pontos estratégicos do campo inimigo a fim de desconcertá-lo e ao mesmo tempo destroçar suas bases militares mais potentes.
Para os Estados Unidos tratava-se de apoiar seu afilhado e ao mesmo tempo provar uma teoria que experimentava desde a década de 30 raramente com o sucesso desejado. Quando a presa estava despreparada e pouco mobilizada a tal teoria funcionava. Sua super-potência aérea invadia subitamente seu espaço e bastava um delúgio de bombas lançadas de caças que iam e vinham nos ares além do alcance de anti-mísseis para conseguirem mergulhar o arredio Estado em inércia pasma que poupasse a preciosa vida dos soldados da USForce ou da IDF; vulneráveis em investidas terrestres sempre incertas.
Porém, quando o agredido não era marinheiro de primeira viagem, a estratégia dava com os burros n'água. Foi o caso no Líbano versão 2006. Mas os agressores poderosos nem imaginavam o que os esperava.
Após terem pouco tempo antes forçado este remédio venenoso pela goela dos afegãos e dos iraquianos, George W. Bush achava que desta vez daria certo. Que o Hizbollah, boquiaberto, cairia na goela do lobo com a maior facilidade.
A ideia era que a destruição sistemática e completa de todas as cidades do sul do Líbano levaria os libaneses a revoltar-se contra a "ditadura do Hizbollah" e a aclamar a família Hariri - sempre pronta a vender a alma para o diabo israelo-estadunidense mediante lucros pessoais.
No primeiro dia de bombardeio, a IDF, que executou o plano sozinha com toda a potência bélica já fornecida pelos Estados Unidos, cortou toda a comunicação entre o Norte e o Sul do país, danificou o aeroporto de Beirute ao ponto de torná-lo inutilisável, destruiu as reservas de gasolina, bloqueou os principais portos e impôs um embargo aéreo e marítimo para que o país ficasse ilhado. Ou melhor, só deixou uma rota aberta, a da Síria, logo cheia de famílias de refugiados.
Os libaneses ficaram sim em um sufoco danado. Mas o Hizbollah não foi sufocado e seus militantes estavam só esperando a hora do contra-ataque em seus bunkers sofisticados.
Quando os generais adversários se deram conta do erro de julgamento sobre o Hizbollah, "grupo terrorista que se impunha por intimidação e força", era tarde demais. Ehud Olmert ficou pasmado. (Seu padrinho gringo, George W. Bush, já vivia nesse estado...).
O bombardeio surtiu o efeito de desalojar um milhão de civis em poucos dias.
Milhares de libaneses foram buscar refúgio em países ocidentais e árabes onde tinham familiares, outros milhares foram para a Síria, e os demais milhares migraram para o norte do país onde esperavam ficar a salvo.
Estes refugiados internos que perderam moradias e familiares não receberam nenhum socorro do governo libanês - outro erro crasso dos agressores que queriam alienar o Hizbollah com a cumplicidade do dirigente nacional.
Na falta de auxílio público, dois líderes não-governamentais forneceram a ajuda urgente necessária com os magros meios dos quais dispunham - o general cristão da Corrente Patriótica Michel Aoun e o chefe do Hizbollah, Hassan Nasrallah.
(Esta substituição compulsória de meios privados a recursos públicos definiria o futuro político do Líbano.)
No desespero que reinava os refugiados palestinos eram quem estava psicologicamente mais bem preparado. Já fazia 58 anos que haviam sido banidos de sua terra, eram refugiados bem mais antigos e continuavam firmes com seus magros meios improvisados. Acolheram de braços abertos as novas vítimas - os libaneses que os toleravam bem que mal. Dividiram com elhes seus recursos e residências precárias até que fossem por sua vez bombardeadas.
Nessa os libaneses que estavam ao Deus dará em vez de considerar o Hizbollah responsável por seu infortúnio, como o plano israelo-estadunidense almejava, culparam a IDF que lhes despejava bombas, os Estados Unidos que armava a mão do agressor e o governo de Siniora que colaborava com o inimigo.
Erro de julgamento dos agressores que não entendem que o Hizbollah não é composto de terroristas estrangeiros e sim de cidadãos libaneses empurrados às armas por contingência regional. E mesmo sendo de religiões diferentes, no final das contas, na hora de um conflito externo, é o sentimento nacionalista que fala mais alto. Na classe popular, pois a elite, de maneira geral, pensa mesmo é como lucrar.

Outro erro no plano "infalível" gringo foi que os libaneses bombardeados durante 33 dias no sul por uma tempestade de bombas correspondentes à lançada sobre Hiroshima (sem o componete nuclear, mas com armas proibidas como a química - o fósforo branco, e a fragmentação que "paria" bombinhas que até hoje estouram perninhas e mãozinhas de crianças libanesas desprevenidas) além de não se virarem contra o Hizbollah e sim contra quem os agredia, não ficaram no estado de choque "em que deveriam" e sim em estado de alerta e ativos.
O Pentágono e Tel Aviv não contavam com as experiências anteriores de guerra, de bombardeios, que os libaneses haviam vivido intermitentemente nas décadas de 80 e 90 graças à ganância territorial do vizinho. Todo libanês com mais de 15 anos conhecia o barulho de bombardeios, o cheiro de pólvora e muitos, o gosto de chumbo e do fósforo queimando sua pele em uma chuva escaldante de pó branco que devora a pele e a carne.
Os de mais de 30 anos tinham seis anos no massacre de Sabrah e Shatila e se lembravam apenas vagamente dos horrores de 1982. O que não era caso dos ataques da década de 90. Já eram adolescentes e se lembravam bem dos corpos mutilados de seus compatriotas e quem sabe até de amigos e familiares. Portanto, não pretendiam cruzar os braços e esperar o repeteco do drama da ocupação que deixara o povo e o país exangue durante anos.
Em vez de perder as esperanças, velhos e jovens se prepararam a uma guerra longa e sem simpatia internacional, já que Israel consegue sempre convencer a grande mídia que é a vítima e não o algoz mesmo quando os fatos mostram o óbvio.
O Hizbollah resistiu com a ajuda dos compatriotas com garra e tecnologia inesperadas, mas ninguém achava que a vitória seria libanesa. Quando ganharam a guerra em pouco mais de um mês, a surpresa foi grande até para eles.
Ganhar é maneira de dizer, pois o Líbano estava em ruínas novamente, como na década de 80, e uma presa fácil para os 1% do planeta acostumados a vampirizar a desgraça alheia.

No segundo dia de ataque, a IDF bombardeou o que supunha ser a TV Al-Manar e a sede nacional do Hizbollah. Ambos situados em um bairro popular de Beirute. Porém, nem um nem outro foram aniquilados como os agressores esperavam. Al-Manar só interrompeu a programação por dois minutos e os membros do Hizbollah estavam refugiados em um bunker alhures, não lá.
Ao dar-se conta que a TV voltava a emitir em seguida e que nenhuma morte do Hizbollah fora anunciada, a IDF ficou atônita mas logo voltou à carga. Bombardeou o local, a rua residencial, durante seis dias ininterruptos a fim de destruir as supostas instalações subterrâneas que seu serviço de Inteligência havia assinalado.
Quando os assaltantes enxergaram o engano o sul de Beirute já virara um monte de escombros, a TV continuava transmitindo normalmente de local seguro e Nasrallah continuava firme no comando.
O resultado desta persistência no erro beneficiou psicologicamente o Hizbollah que saiu desta com fama de invencível contra uma das cinco Forças Armadas mais potentes e mais bem equipadas do planeta.
Fato indiscutível. Quero dizer a potência díspar dos beligerantes.
A IDF carpetou o Líbano de bombas jogadas dos seus F-15 ultra-modernos dia após dia destroçando as cidades sulistas como se fosse jogo eletrônico. Uma ofensiva sem precedente na história contemporânea de conflitos internacionais. Desde  a destruição de Hanoi em 1972 pela Força Aérea dos Estados Unidos, nenhum país e nenhum governante ousara recorrer a este tipo de bombardeio inclemente em zona urbana.
Aliás, este ato desalmado foi um sinal de fraqueza como foi o estadunidense no Vietnã. Embora a grande mídia se admirava com a "eficiência" da IDF, quem lê nas entrelinhas via outra coisa. O mau presságio para os atacantes - nenhum país do "primeiro mundo" sofrera tamanha derrota por uma guerrilha como os EUA foram derrotados pelos vietcongs na década de 70.
Mas Ehud Olmert e George W. Bush fizeram de conta que estavam ganhando. Presságio, aviso é para quem olha e enxerga além do próprio umbigo. O orgulho ferido leva a atos irracionais que parecem absurdos quando relatados a posteriori.
Quanto ao Hizbollah, por razões humanitárias e também por preocupação com sua imagem, restringiu-se a alvos militares no território inimigo. Conseguiu destruir um aeroporto da Força Aérea, o principal centro de transmissões eletrônicas, o quartel-general do Comando do Norte da IDF e causou bastante estrago em dois navios de guerra.
Civis foram atingidos e mortos nesses lugares. Sobretudo palestinos, pois a IDF teve e tem o cuidado de montar suas bases e estocagem de arsenal pertinho de cidades e bairros palestinos na Galileia e no norte de Israel.
Este "escudo humano" é de praxe. Usado constantemente na Cisjordânia e na Faixa de Gaza onde os ocupantes põem meninos palestinos em cima dos tanques que atacam suas comunidades para que a Resistência não reaja à investida insidiosa.

[​IMG]Na hora em que a ONU declarou o fim da guerra, os libaneses desalojados se puseram em marcha de volta para suas cidades de origem e para as ruínas de suas moradias.
Em meia hora as estradas que levavam ao sul estavam engarrafadas.
Ao chegarem, acampavam nos estulhos de tijolos e pedras se recusando simbolicamente a ceder um milímetro da terra de seus antepassados. Esta onda humana forçou a infantaria israelense a acelerar a retirada.
O Exército israelense afirma ter destruído em 72 horas todas as rampas Sahar que o Irã fornecera ao Hizbollah. Alegação logo desmentida. Nasrallah afirmou e afirma que se quiser pode atingir Tel Aviv com a maior facilidade.
O que deve ser o caso, pois quando mais tarde a IDF ameaçou retomar os bombardeios e Nasrallah contra-ameaçou jogar um míssil em Tel Aviv, Israel recuou e deu o assunto de bombardeio (temporariamente) por encerrado.
Aliás, segundo Nasrallah, o Hizbollah só usou 1/9 de seu arsenal e é capaz de sustentar uma guerra idêntica durante onze meses. Um nono me parece um pouco de exagero, mas 3 ou 4/9 parece provável. Várias testemunhas comprovaram que muitas unidades anti-tanques não participaram dos combates - foram deixadas de reserva para a próxima vezes que o Líbano fosse atacado.
A moral da história de mais esta guerra amoral foi que a potência aérea dominante da IDF não serviu seus objetivos megalomaníacos e a infantaria foi um fiasco total.
Desde o começo a tentativa de penetração dos blindados fracassou e em muitos lugares teve de bater em retirada logo de cara. Embora uma das características militares que dão vantagem à IDF é sua capacidade de progressão rápida.
Na época, este fracasso foi definido pelos porta-vozes de Tel Aviv como uma tentativa prematura.
O certo é que o estratagema de bombardear o terreno para as tropas no solo poderem varrer um a um os focos de resistência foi um grave erro tático que definiu de cara o fim da guerra, embora a IDF tenha continuado a fazer estrados durante muitos dias mais.
Quanto aos soldados, acreditavam na propaganda de seus instrutores e superiores hierárquicos. Achavam que o Hizbollah fosse o que lhes fora apresentado - um grupinho terrorista de 250 a 500 gatos pingados carregados de armas sofisticadas. Coitados, pagaram caro para descobrir o contrário.
Hizbollah era realmente o que Hassan Nasrallah anunciara, 15 mil combatentes bem treinados.
Não precisava nem de serviços de Inteligência sofisticados como os da CIA e do Mossad para saber que as afirmações de Nasrallah não eram fanfarronadas. Fazia anos que ele organizava visitas da imprensa internacional a suas instalações com propósito dissuasivo. Queria alertar o inimigo e mostrar que era melhor não mexer com eles porque o Líbano do centro para baixo era uma caixa de marimbondos prontíssimos para picar. Enfim, que Israel ficasse dentro de seu próprio território já generosamente auto-traçado, dentro da fronteira de 1967, longe do Líbano e de preferência longe também dos Golã sírio e da Faixa de Gaza.
Israel tem problemas nessa região porque roubou território de todos os outros países em volta. Cobiça e expansão são incompatíveis com boa vizinhança e consequentemente com a paz.

No entanto, a retórica fantasiosa do terrorismo que assimila, sem nenhum critério objetivo, todo movimento patriótico a bandos fanáticos sempre convenceu os estadunidenses e os israelenses mais do que a realidade no terreno e a História.
Neste caso de 2006 no Líbano a contra-informação que engana os mal-intencionados e os incautos voltou a falar mais alto do que os fatos. Foi por isso que os soldados da IDF penetraram no Líbano defasados da realidade e sem saber muito bem porquê lutavam.
Nos ares, o domínio do invasor foi total do começo ao fim com seus caças estadunidenses e suas bombas implacáveis.
No solo, a guerra foi distante da descrepância do alto.
Os 60 mil reservistas que a IDF convocou às pressas entraram no Líbano pensando que estivessem em mais uma incursão assimétrica na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Lá seus cruéis, tanques e carterpillars armados dão cabo de casas e de resistentes precariamente armados que só conseguem resistir pouco tempo antes de serem enjaulados em um presídio qualquer de Israel onde serão torturados e esperarão anos em vão um julgamento que jamais será agendado.
O Líbano do Hizbollah não tinha nada a ver com a Palestina dos magros recursos da OLP, do Fatah e do Hamas.
O que os reservistas da IDF encontraram lá foi uma guerrilha armada de RPG-29 Vampire, de lança-foguetes modernos, de tropas bem formadas.
Defasagem total entre a expectativa ilusória e a realidade.
Os soldados da IDF estavam (estão) mal-acostumados com o povo palestino que vive sob ocupação há décadas e que eles oprimem como querem, devido à sua força bélica e às humilhações constantes às quais o submetem para subjugá-lo noite e dia sem parar.
O Hizbollah tem outra história. É composto de libaneses independentes que sabem do que Israel é capaz e querem continuar com a independência que prezam e que defendem com armas levadas do Irã com certa facilidade. Já que seu país é soberano e suas fronteiras são bem traçadas e devidamente respeitadas.
Portanto, a técnica do Blitzkrieg (uma das muitas que os governantes de Israel aprenderam com os nazistas) que ajudou os alemães em 1939, neste caso específico só serviu para matar civis indiscriminado-vergonhosamente.
No solo, a investida foi baseada nos tanques Merkava que ficaram logo pesados demais para enfrentar os impactos de uma artilharia cada vez mais sofisticada. (O que levaria a IDF, no futuro, a recorrer a uma nova técnica em novos tanques "testados" na Palestina contra os ocupados - folhá-los em uranium empobrecido para reforçar a blindagem).
No frigir dos ovos, os tanques que invadiram o Líbano foram presas fáceis para os RPG russos que o Hizbollah usava.
(No fim deste conflito, certos especialistas, considerando o malogro dos Merkava, conjeturaram o eventual banimento de tanques em guerra a partir deste fiasco - como a batalha de Azincourt marcou o fim das armaduras nos cavaleiros-soldados. Há alguns meses os israelenses anunciaram o fim da produção do tanque Merkava, considerado um dos melhores do mundo.
Seria o anúncio de uma nova era bélica?).

"Who is winning this war?
On the 15th day of the war, Hizbullah is functioning and fighting. That by itself will go down in the annals of the Arab peoples as as shining victory.
Can Hiizbullah be pusshed out of the border area?
The question is based on a misunderstanding of the essence of Hizbullah.
Not by accident is the organization call Hizb-Allah ("Party of Allah") and not Jeish-Allah ("Army of Allah"). It is a political organization, with deep roots in the Shiite population of South Lebanon. For all practical purposes, it represents this community. The Shiites are 40% of the Lebanese population, and together with the other Muslims they form the majority.
Hizbullah can be "moved" only if the whole Shiite population is moved - an ethnic cleansing that (I hope) no one is thinking about. After the war the population will return to their towns and villages, and Hizbullah will continue to flourish.
...True, Hizbullah was created by us. When the Israeli army invaded Lebanon in 1982, the Shiites received the soldiers with rice and sweets. They hoped that we would evict the PLO forces, who were in control of the area. But when they realized that our army was there to stay, they started a guerilla war that lasted for 18 years. In this war, Hizbullah was born and grew, until it became the strongest organization in all Lebanon.
But this would not have happened without massive Syrian support. Syria wants to get back the Golan heights, which have been officially annexed [unitalerally] to Israel....
...The Lebanese border will not become quiet until we reach an agreement with Syria. That is to say: until we give the Golan back...
How can one evaluate the conduct of the military campaign?
Dan Halutz will not enter the history books as one of the greatest captains of all time.
He pushed the government into this war, partly in order to cover up two embarrassing military failures: the Palestinian commando action in Kerem Shalom and the Hizbullah action on the Lebanese border. No officer has been called to bear responsibility for them. The ultimate responsibility rests, of course, with the chief-of-Staff.
Halutz, the first Chief-of-Staff who rose through the ranks of the Air Force, was convinced that he could finish it off by aerial bombardment, with the assistance of the artillery and navy. He was vastly mistaken. Even after sowing havoc in Lebanon, he did not succeed in vanquishing the opponent. Now he is compelled to do the one thing that everybody was afraid of: sending large land forces into the Lebanese quagmire.
On the 15th day of the war, not one of the aims is any nearer to being achieved. As far as Halutz is concerned, both as a strategist and as a commander, his marks are close to zero.
Have the civilians at the head of the government proved themselves?
After the elections, many people in Israel thought that a civilian era had begun, since both the Prime Minister and the Minister of Defense are complete civilians, without a military background. As it turns out, the opposite is the case.
History shows that political functionaries who succeed strong leaders are capable of doing terrible things. They want to prove that they, too, are strong leaders, that they have guts, that they can wage war. Harry Truman , who replaced Franklin Roosevelt, is responsible for what is perhaps the biggest war crime in history - the dropping of atom bombs on Hiroshima and Nagasaki. Anthony Eden, who succeeded Winston Churchill, started the foolish Suez war, in collusion with France and Israel.
The Olmert government started this war in shocking irresponsibility, without serious debate or deliberation. They were afraid to oppose the demands of the Chief-of-Staff, afraid to be branded as cowards.
Olmert has promised that after the war the situation in the region will be different from what it was before. Is there a chance of this?
Absolutely. But the new situation will be very much worse for us.
One of Hassan Nasrallah's aims is to unite Shiites and Sunnis in a common fight against Israel.
One has to realize that for centuries Sunnis and Shiites were mortal enemies. Many orthodox Sunnis consider the Shiites heretics. By coming to the aid of the Palestinians, who are Sunnis, Nasrallah hopes, among other aims, to forge a new alliance.
In the Middle East, a new axis may be coming into being, one that includes Hizbullah, the Palestinians, Syria, Iraq and Iran. Syria is a Sunni country. Iraq is now controlled by the Shiites, who wholeheartedly support Hizbullah. But the Iraqi Sunnis, who are waging a tough guerilla war against the Americans, also support Hizbullah.
This bloc enjoys a wide popularity among the masses throughout the Arab world, because of their fight against the USA and Israel. The opposite bloc, which includes Saudi Arabia, Egypt and Jordan, is losing popularity by the day. These regimes are considered by the masses as mercenaries of the Americans and agents of Israel. Mahmoud Abbas is strenuously trying to avoid being included in this category.
So what can be done about this?
To put an end to the Israeli-Palestinian conflict, which causes ferment throughout the Middle East.
To draw Hamas out of this hostile front, by negotiating with the elected Palestinian government.
To reach a settlement in Lebanon. For it to last, this settlement must include Hizbullah and Syria. This will oblige us to give the Golan back.
It should be remembered that Ehud Barak had already agreed to that and almost signed a peace treaty, similar to the one signed with Egypt, but unfortunately chickened out at the last moment for fear of public opinion."
Uri Avnery, July 2006.

Além da lição de estratégia, de tática e de armamento, a lição mais importante desta Guerra do Líbano foi a reiteração do valor das tropas e a razão intrínseca da luta.
Questão prática e um tanto filosófica.
Em suas operações de guerra/agressões mais violentas de Infantaria na Palestina e no Líbano, a IDF tem o costume de pôr as tropas de reservistas experientes na linha de frente. Os rapazes e moças que estão servindo Exército na hora do ataque são postos atrás, para apoio em caso de necessidade.
Os reservistas, até então, eram tidos como duros na queda e prontos a defender terreno adquirido e a conquistar novos espaços para expandir seu país conforme o sonho sionista.
Mas aí também o julgamento de Tel Aviv e Washington foi errado.
Esta geração de reservistas de 2006 não tinha nada a ver com os "heróis" da Hagannah e da IDF tradicional que lutava por um ideal; contestável, mas inegável.
Esta geração de reservistas das décadas de 90 do século XX e da primeira década do século XXI é uma geração que só conhece o serviço militar da ocupação.
Esta geração só conhece operações de caça em território palestino de presas relativamente fáceis de famílias desarmadas e de resistentes armados precariamente.
Esta geração só conhece a prática de manter a ordem. Sua luta é só de manutenção de um sistema expansionista de apartheid.
Esta geração é a que vem Breaking the Silence para dissuadir os jovens de servir Exército para não se transformarem em vulgares larápios quando não estropiadores de crianças e assassinos in/voluntários nos territórios palestinos ocupados.
Esta geração não sabe porquê luta e não tem nenhuma motivação para defender um sistema que muitos inclusive condenam e do qual cada vez mais israelenses com consciência se envergonham. A tal ponto que é mais que possível que seja através de recrutas israelenses que o Hizbollah obtém as cartilhas internas que traduz para o árabe e distribui aos seus aprendizes de guerrilha.
Era graças às informações adquiridas por meios de Inteligência que o Hizbollah conhecia a hierarquia da IDF e sabia direitinho da hierarquia do inimigo. Eram os chefes que eram visados para os batalhões ficarem acéfalos e os membros do Hizbollah deixarem para trás os soldados desmotivados e desgovernados.
O Hizbollah queria ganhar a guerra causando o mínimo de perdas civis e o mínimo de trauma porque sabe melhor do que ninguém - ou só como os palestinos aprenderam na marra, no íntimo, na carne - o custo emocional da perda e do sentimento de ódio e vingança que esta acarreta a curto, médio e longo prazo. Quanto menos israelenses voltassem para casa com ressentimento, melhor para eles, para os palestinos, para o Oriente Médio inteiro.

Trocando em miúdos, a ofensiva israelense no Líbano falhou em todas as suas pretenções estratégicas.
Para os Estados Unidos, falhou na vontade de remodelar as fronteiras do Oriente Médio. Em benefício próprio imediato, sempre ilusório e drástico, e de Israel (na mesma medida irresponsável) eliminando o Hizbollah antes de partir para a Síria (que estão conseguindo destruir por perigosos meios de terceiros) e depois o Irã.
Para o regime ultra-sionista de Israel o objetivo era expulsar as populações dos sul do Líbano para pouco a pouco anexar áreas e camadas freáticas, expandir sua zona petrolífera, confinar os palestinos em bantoustan no modelo dos da África do Sul da época do apartheid e eliminar a oposição do Hizbollah no governo Siniora.
Para os 1% de magnatas que controlam o mundo, a destruição do Líbano deveria permitir a reedição de uma vasta operação de reconstrução que já havia enriquecido na década de 90 uma patota interna que só pensa em dólar.
Os tiros dos três predadores saíram pela culatra.
Após a "retirada estratégica" de Israel Beirute estava em ruinas, mas as fronteiras do Líbano ficaram intatas.
As populações do sul retornaram e voltaram a tomar posse de sua terra.
O Hizbollah virou o partido mais importante do cenário político do Líbano.
Os libaneses cristãos e muçulmanos se reconciliaram em uma unidade, relativa, mas nacional.
A Síria retomou seu domínio regional até o baque da rebeldia bem orquestrada e bem armada por potências estrangeiras com agenda errada.
O Irã saiu reforçado com a vitória de seu aliado.
O Hizbollah esperou sentado o dinheiro dos organismos internacionais e acabou botando a mão na massa da reconstrução reforçando suas bases e obstaculando a especulação corrente no país após as guerras passadas.
O Líbano saiu bem machucado, cheio de cicatrizes, mas de cabeça alta.

O pior é que a derrota, como sempre acontece em conflitos armados, foi não apenas do derrotado e sim de todas as partes.
A guerra terminou do lado libanês com mais de mil civis mortos por bombardeios aéreos, mais um punhado de militantes do Hizbollah. Os feridos libaneses foram contados em milhares.
E do lado israelense com 119 soldados e 43 civis mortos. E dezenas de feridos.
Quando os Estados Unidos e Israel entenderam que não conseguiriam submeter o Hizbollah pela força levaram a ONU a aprovar a Resolução 1701 que colocava forças pacificadoras da UNIFIL no sul do Líbano para imobilizar o Hizbollah e tentar desarmar seus militantes.
Um escândalo diplomático.
Os dois cúmplices conseguiram em minutos o que há anos vêm negando à Palestina. Que a ONU instale tropas ao longo da Linha Verde, fronteira de 1967 reconhecida pelas Nações Unidas, para proteger a expansão israelense e a ocupação civil e militar da Cisjordânia.
Se isso tivesse sido feito quando Yasser Arafat solicitou, a ocupação faria parte da história e não seria um presente cada vez mais insuportável.
É a injusta Des/Ordem mundial dos dois pesos e duas medidas que abalam o equilíbrio e a paz no mundo e que envergonham os seres humanos.

No ano seguinte, vários relatórios de ONGs de Direitos Humanos e de Organismos Internacionais puseram os pingos nos iis e parte da mídia retratou-se após ter publicado comunicados de imprensa israelo-estadunidenses contra-informando sem questionar uma linha.
Na imprensa, o próprio jornal israelense Haaretz diria no ano seguinte que a Guerra do Líbano 2006 fora "a war initiated by Israel against a relatively small guerrilla group."
E na Justiça Internacional, relatórios revelaram que uma das justificativas para a resistência ativa do Hizbollah era pertinente e apoiada pelas Nações Unidas, cujos cartógrafos admitiram com pouca divulgação que o Líbano tinha direito de reclamar soberania na área das Fazendas Sheba'a.
Israel, que não se retirou do território surrupiado, teve o descabimento de retrucar que este não pertencia ao Líbano e sim à Síria... e que seria devolvido aos devidos proprietários em futuras Peace Talks com Damasco, embora o próprio Bashar el-Assad apoiasse a demanda libanesa de propriedade.
Ou seja, Israel admitia o roubo e anunciava que pretendia oferecer inescrupulosamente o produto da pilhagem à Síria (!?) certamente para acalmá-la temporariamente pelo roubo das colinas do Golã.
Isso foi no ano de 2007. E ficaria por isso. Como tudo que envolve as ações lamentáveis dos sucessivos governos de Israel. Se fosse outro país a imprensa e a OTAN teriam caído em cima. Mas Israel...
A grande mídia continuaria pronta a publicar os comunidados oficiais de Tel Aviv e Washington, e continuaria recalcitrante a publicar as denúncias e provas dos crimes cometidos por Israel na Síria, no Líbano e na Palestina.
(Mas isto pode não ser um status quo irreversível como parece e alguns dizem e sim mutável. Graças ao argumento contundente do boicote.

Porta-voz da IDF usa na CNN a tática do great deceiver Mark Regev para justificar o injustificável. 
Usa contra o Hizbollah os mesmos argumentos absurdos que usa contra o Hamas na Faixa de Gaza 
a fim de tentar justificar os massacres que Israel comete.

Outra alegação feita por Israel durante a guerra e divulgada pela grande mídia foi que fizera todos os esforços possíveis para proteger os civis durante os bombardeios. Ora, só de olhar para o número e localização das vítimas era óbvio que os esforços eram opostos do que dizia.
Um dos aspectos mais chocantes desta guerra foi o fato de Israel lançar, segundo um dos comandantes da IDF, 1 milhão e 200 mil bombas a fragmentação. Sendo estas parte de um lote de munição antiga fornecida pelos EUA com 50 por cento de margem de erro.
A ONU fez outro cálculo. Para seus investigadores estas bombas covardes foram cerca de 3 milhões, só nos últimos dias de ataque.
As "bombinhas", que são efetivamanete minas, foram jogadas no sul do Líbano de propósito para continuar a atingir os civis depois da guerra terminada. Como um presente envenenado às milhares de crianças que sobreviveram aos bombardeios. E por tabela, uma punição aos pais, a famílias inteiras, semanas, meses e anos após o fim da guerra.
Uma "lembrancinha" macabra deixada pelos Estados Unidos e Israel acostumados a deixá-las por ondem passam. (Não são os únicos, é claro, mas os que reincidem mais).
Só nos 12 meses seguintes ao cessar-fogo 30 libaneses morreram vítimas das tais bombinhas e 180 sobreviveram às explosões imprevisíveis perdendo "apenas" um ou alguns membros. Prefiro nem falar nos meses seguintes até atualmente.
O certo é que Israel em concertação com os Estados Unidos aproveitaram a oportunidade para tentar tornar o sul do Líbano inabitável para a população civil e para o Hizbollah.
ONGs de Direitos Humanos descreveram este ato frio e calculado como crime de guerra. Mas Dan Halutz, o então chief of staff de Israel, defendeu seu lado declarando que "the bombs should have been used only in open and unpopulated areas".
Desculpa tardia e esfarrapada. Mesmo que tivessem sido usadas desse jeito, nesses lugares, considerando a alta margem de erro do armamento obsoleto, era quase impossível apostar em zero ou poucas vítimas civis no pós-guerra.

Falando em pós-guerra, a IDF encomendou uma de suas investigações costumeiras para acalmar os organismos internacionais e, neste caso específico, acalmar a Casa Branca, já que não conseguiram impedir o vazamento da informação que os Estados Unidos haviam fornecido o armamento "vencido" para ficar livre deste e Israel alcançar seu objetivo.
O resultado preliminar, vazado à mídia israelense e calado na internacional, revelou que as bombas a fragmentação foram jogadas em centros populados em uma violação flagrante das leis internacionais. A ordem teria sido dada pelo comandante do Norte Uri Adam, segundo investigação estadunidense. O bode expiatório ideal, que foi repreendido, sem mais.
Depois do escândalo e do anúncio das investigações necessárias, o resultado destas demorou, demorou, demorou, até ninguém pensar mais nisso. Só os libaneses que até hoje sofrem nas pernas, nos braços, às vezes no corpo inteiro, além das sequelas do trauma, as consequências dessas bombinhas jogadas anos atrás. Como na Faixa de Gaza. Como na Cisjordânia.
Outra contra-informação divulgada pela grande mídia atenta aos comunicados de imprensa de Tel Aviv foi que Israel matou um número tão elevado de civis porque os combatentes do Hizbollah se escondiam entre eles para lançar seus foguetes.
A mesma desculpa indecente que Israel usa para "justificar" o assassinato de civis na Palestina, embora neste caso apoiada momentaneamente por Jan Egeland, um funcionário da ONU mal-informado ou mal-intencionado, que acusou o Hizbollah de "cowardly blending" à população. Informação extensamente divulgada. O desmentido, bem menos.
Quem estava no terreno sabia que como na Palestina este argumento de defesa era falso.
O Hizbollah investira esforço e dinheiro para desenvolver seu elaborado sistema de túneis e bunkers subterrâneos no campo, em zonas inabitadas onde escondia seu arsenal e de onde atacava quando a infantaria israelense avançava.
E se não fosse este fato concreto havia um outro abstrato óbvio para quem tem bom senso.
Os combatentes do Hizbollah têm famílias e os árabes são como nós brasileiros com as nossas. São importantes e presentes. E estas moravam no sul do Líbano. Portanto, como os resistentes palestinos, é improbabilíssimo que arriscassem as vidas dos pais, irmãos, cônjuges, filhos, lançando foguetes de dentro de casa ou em imediações de zonas urbanas vulneráveis.
Só quem acredita em uma coisa dessas é quem pensa como os ultra-sionistas, que palestino não tem alma, não é gente.

Nos meses que seguiram a guerra e sobretudo a Resolução 1701 que os Estados Unidos empurraram pela goela das Nações Unidas, os soldados da UNIFIL varreram o sul do Líbano para desarmar o Hizbollah (para que Israel ficasse tranquilo para voltar a invadir o Líbano e continuar sua limpeza étnica na Palestina sem nenhum empecinho de soldados da UNIFIL).
Nesta varredura localizaram 33 bunkers nos quais descobriram armas, inclusive foguetes e plataformas de lançamento destes, destruídos. O Hizbollah não queria deixar nada para trás. Com certeza levou o que conseguia carregar para esconderijos inacessíveis e para os que construiria mais tarde ao longo do rio Litani.
A imprensa israelense chama estes sítios do Hizbollah "nature reserves", como o jornal Haaretz admitiu no ano seguinte: "Most of the rockets fired against Israel during the war last year were launched from the 'nature reserves.'" Desmentindo assim o argumento da IDF que o Hizbollah teria usado civis como escudo como é costume na IDF. Apesar desta constatação não desmentida, comandantes da IDF repetiram que "will not hesitate to bomb – and even totally destroy – urban areas after it gives Lebanese civilians the chance to flee."
Confissão e ameaça contra civis, crimes de guerra que a ONU deixou de relevar. Por quê, só os EUA e Israel sabem. A falsa acusação de Israel contra o Hizbollah só pode ser atribuída a seu próprio comportamento anti-ético.
Foi Israel que construiu bases militares permanentes em áreas urbanas no Norte do país, na Galileia, em zonas com densidade de população israelo-palestina majoritária.
Bastava dar uma volta pela região para ver inclusive fábricas de armamentos, quartéis, e posições de artilharia montados perto e às vezes até dentro de cidades. Foi por isso que entre os 43 israelenses mortos 18 eram árabes.
Dito isso, em muitos casos é impossível saber com certeza onde os foguetes do Hizbollah aterrizaram. Não há como obter informação da IDF em relação às suas estruturas militares. Só as visíveis, como a usina nuclear que mesmo sendo visível e inegável é negada como se não existisse e que o mundo inteiro fosse idiota e tivesse de shut up.

Durante a guerra, o serviço de comunicação de Israel divulgou com alarde que um dos foguetes do Hizbollah caíra perto de um hospital. A grande mídia publicou em letras garrafais a "impiedade dos terroristas do Hizbollah". O que a mídia omitiu, por má-fé ou porque não sabiada verdade, foi que a IDF montara, de propósito, um quartel pertinho do tal hospital. O Hizbollah visara uma base inimiga militar de ataque e não um centro hospitalar, pois o Hizbollah também tem um Serviço de Inteligência bastante eficiente, considerando a correção dos mapas que encontrados no fim da guerra.
O problema é que o Hizbollah não primava, talvez um dia prime, pela precisão de tiro, devido à dificuldade de treinamento necessário deste tipo de arma ao ar livre. Sua liderança afirmou que as mortes de civis foram todas imprevistas, por erro de pontaria ou por estes estarem próximos demais do alvo militar. A prova é a morte dos 18 palestinos.
Porém, o Human Rights Watch, na época, apoiou a denúncia de Israel e dos Estados Unidos, como às vezes derrapa. Mas se retrara. Mais tarde, seus funcionários em Nazareth descobriram que toda comunidade civil atingida pelos foguetes do Hizbollah se encontrava próxima de uma base militar ou de uma bateria de artilharia israelense. Mas o relatório não podia ser publicado por causa da lei draconiana israelense que proibe a divulgação de informações militares.
O balanço do conflito leva à dedução que o Hizbollah comportou-se muito melhor do que Israel.
E o fato de Israel recusar-se a desocupar as Fazendas de Sheba'a em 2000 e de recusar-se a negociar a troca de prisioneiros proposta pelo Hizbollah, era uma justificação das ações do partido libanês mais válida do que as de Tel Aviv e Washington.
E durante o conflito Israel cometeu flagrantes crimes de guerra jogando bombas a fragmentação em zonas urbanas e bombardeando cidades onde sabia que os combatentes não estavam. Além de ter arriscado deliberadamente a vida de compatriotas com suas instalações militares próximas ou dentro de cidades em vez de protegê-los como devia.
Dito isto, o Hizbollah também tem culpa no cartório. Nasrallah não é nenhum santo, mas é mil vezes menos nefasto do Ehud Olmert, Ehud Barak, Binyamin Netanyahu e a corja de de ultra-sionistas que estão procedendo à limpeza étnica sistemática da Palestina.

Children of  Conflict

MAIN EVENTS, for the English readers.
July 12: Hizbollah raid into Israel to make prisoners.  According to Hassan Nasrallah, Hizbullah’s charismatic leader, the raid was not designed to provoke a war with Israel.  
First 72 hours after july 12, Hezbollah’s primary arsenals and marshaling points were targeted by the Israeli Air Force (IAF).
July 15, the IAF targeted Hezbollah’s leadership in Beirut. This attack also failed. At no point during the war was any major Hezbollah political figure killed, despite Israel’s constant insistence that the organization’s senior leadership had suffered losses. According to one US official who observed the war closely, the IAF’s air offensive degraded “perhaps only 7%” of the total military resource assets available to Hezbollah’s fighters in the first three days of fighting and added that, in his opinion, Israeli air attacks on the Hezbollah leadership were “absolutely futile”.
July 30, bombing of Qana. According to Lebanese Red Cross and Tyre hospital records, twenty-eight people were recorded killed in the attack on Qana. At least eight people in the homes survived the attack, some of whom were wounded. The dead ranged in age from nine months to 75 years. Hundreds of Lebanese and some international observers marched in the funeral.
August 1st, Under the pressure of US Secretary of State Condoleezza Rice Israel agreed to a 48-hour ceasefire. The ceasefire provided the first evidence that Hizbollah had successfully withstood Israeli air attacks and was planning a sustained and prolonged defense of southern Lebanon.  Hizbollah commanders honored the ceasefire at the orders of their political superiors. Hizbollah’s ability to cease fire meant that Israel’s goal of separating Hizbollah fighters from their command structure had failed.
The IDF’s senior commanders could only come to one conclusion – its prewar information on Hezbollah military assets was, at best, woefully incomplete or, at worst, fatally wrong. Hizbollah senior intelligence officials were able to “feed back” false information on their militia’s most important emplacements to Israel – with the result that Israel target folders identified key emplacements that did not, in fact, exist. On the other hand, Hezbollah’s ability to intercept and “read” Israeli actions had a decisive impact on the coming ground war. 
Israel, which depended on a highly sophisticated set of “frequency hopping” techniques that would allow their commanders to communicate with one another, underestimated Hezbollah’s ability to master counter-signals technology. The result would have a crucial impact on Israel’s calculation that surprise alone would provide the margin of victory for its soldiers. 
The Israeli political establishment was shocked by the failure of its forces to accomplish its first military goals in the war and had done almost nothing to prepare for the worst: the first meeting of the Israeli security cabinet in the wake of the July 12 abduction lasted only three hours. And while Olmert and his security cabinet demanded minute details of the IDF’s plan for the first three days of the war, they failed to articulate clear political goals in the aftermath of the conflict or sketch out a political exit strategy should the offensive fail. Olmert and the security cabinet violated the first principle of war – they showed contempt for their enemy.
In many respects, Olmert and his cabinet were captives of an unquestioned belief in the efficacy of Israeli deterrence. Like the Israeli public, they viewed any questioning of IDF capabilities as sacrilege. The Israeli intelligence failure during the conflict was catastrophic. It meant that, after the failure of Israel’s air campaign to degrade Hizbollah assets significantly in the first 72 hours of the war, Israel’s chance of winning a decisive victory against Hizbollah was increasingly, and highly, unlikely.
At the end, Israel failure was highly understandable.
Israel’s military strategy and planning rested on three assumptions.  The first assumption was that a heavy-handed military operation could both destroy Hizbullah’s military wing and erode popular support for the organization.  
Israel’s second assumption was that it could quickly defeat Hizbullah with limited costs and commitments, as it had done in the past.
Israel’s third assumption during the lead-up to the 2006 Lebanon War was that its military was ready for war with Hizbullah. On the eve of the conflict, Israeli Army personnel had little to no training or experience fighting an enemy as disciplined and capable as Hizbullah.  After the 2000 withdrawal from Lebanon, the IDF focused on combating low-disciplined low-tech Palestinian resistants. These militants, unlike Hizbullah, generally operate in small, lightly armed squads (about a dozen men) and lack formal military training.  A typical Israeli Army unit could easily outgun and outmaneuver most Palestinian militants. Hizbullah fighters, on the other hand, are well equipped and trained in modern infantry and guerilla tactics. By focusing their attention on Palestinian militants, Israeli soldiers became increasingly unprepared for combat against larger more disciplined enemies. Tank crews, for instance, had little or no experience operating their vehicles in open land combat. Many crews had spent more time as snipers on foot patrol sooting after unarmed targets than they did inside their vehicles; and when they did fight inside vehicles, they operated more like pillboxes or armored bulldozers. Without proper training and experience, Israeli tank crews were unprepared for combat inside their tanks while operating in open terrain that required large, complex maneuvers.
The combat effectiveness of Israeli brigade and division level units also suffered from the post-2000 shift in priorities.  Beginning in 2000, the IDF focused its training on small skirmishes and policing and repressing missions, not large combined arms battles.  Because of this shift, few brigade and division commanders had significant training or experience commanding large units in training environments or in the real world. The interwar focus on low intensity conflicts, which was necessary for confronting palestinian Resistance, reduced the IDF from the fighting force that it was in the 20th century to an organization that was best suited for safe stability operations.  The IDF, essentially, had lost its ability to conduct effective war operations.
In terms of equipment, Israel was also unprepared for war against Hizbullah.  During Hizbullah’s insurgency against the IDF in the 1990s, the Israelis had two distinct advantages over the militants: heavy armor and airpower.  Hizbullah understood that withstanding a future Israeli assault meant countering these two advantages.  In the interwar years, Hizbullah addressed its disadvantage by purchasingadvanced anti-tank guided missiles (ATGMs) that were manufactured by Russia (against the United States' wire-guided TOW missiles).  Armed with these advanced weapons, Hizbullah militants gained the ability to destroy any Israeli armored vehicle, including the Merkhava main battle tank (MBT)—the heaviest tank in the Israeli arsenal and, arguably, the best in the world. 
Hizbullah men were, unlike Israel's, highly prepared for war in southern Lebanon.  Onde of them said afterwards: “we were waiting for combat like a man awaits his bride.”
Once in southern Lebanon, the IDF was entering Hizbullah territory, where the militants could inflict tremendous damage on their enemy from prepared defenses, reducing the morale of the Israeli military, as it did in the 1990s. Forcing an Israeli ground incursion had the added benefit of reintroducing Israeli soldiers to southern Lebanon, which could rally public support behind Hizbullah, similar to what it did in the 1990s.
Psychological operations were a central element of Hizbullah’s defense against Israel.  Hizbullah’s psychological operations targeted three audiences: the Israeli people, the Lebanese people, and the international community.
To influence the Israeli people, Hizbullah relied on its rocket campaign. Hizbullah planners anticipated that they could reduce Israeli support for the war by making any Israeli victory a pyrrhic one. To win Lebanese public opinion, which the Israelis were trying to influence through firepower, Hizbullah relied on its extensive social services networks and media outlets. To reach the international community, Hizbullah was able to broadcast images of the death and destruction caused by the Israeli military strikes - generally banned from the media in Israel's operations in Palestine. For the first time, the world saw these images and outraged against Israel.
Western public opinion was beginning to shift, beginning to understand its israeli practices in Palestine and the palestinian ordeal.

Documentário israelense com reservistas da IDF: The Lebanon War 2006 (34')

"Thirty three days of war. The longest of our wars since 1949.
So what has been achieved for this terrible price?
"GLOOMY, HUMBLE, despondent," was how the journalist Yossef Werter described Ehud Olmert, a few hours after the cease-fire had come into effect.
Olmert? Humble? Is this the same Olmert we know? The same Olmert who thumped the table and shouted: "No more!" Who said: "After the war, the situation will be completely different than before!" Who promised a "New Middle East" as a result of the war?
The results of the war are obvious:
The prisoners, who served as casus belli (or pretext) for the war, have not been released. They will come back only as a result of an exchange of prisoners, exactly as Hassan Nasrallah proposed before the war.
Hizbullah has remained as it was. It has not been destroyed, nor disarmed, nor even removed from where it was. Its fighters have proved themselves in battle and have even garnered compliments from Israeli soldiers. Its command and communication stucture has continued to function to the end. Its TV station is still broadcasting.
Hassan Nasrallah is alive and kicking. Persistent attempts to kill him failed. His prestige is sky-high. Everywhere in the Arab world, from Morocco to Iraq, songs are being composed in his honor and his picture adorns the walls.
The Lebanese army will be deployed along the border, side by side with a large international force. That is the only material change that has been achieved.
This will not replace Hizbullah. Hizbullah will remain in the area, in every village and town. The Israeli army has not succeeded in removing it from one single village. That was simply impossible without permanently removing the population to which it belongs.
The Lebanese army and the international force cannot and will not confront Hizbullah. Their very presence there depends on Hizbullah's consent. In practice, a kind of co-existence of the three forces will come into being, each one knowing that it has to come to terms with the other two.
Perhaps the international force will be able to prevent incursions by Hizbullah, such as the one that preceded this war. But it will also have to prevent Israeli actions, such as the reconnaissance flights of our Air Force over Lebanon. That's why the Israeli army objected, at the beginning, so strenuously to the introduction of this force...
...This is how it goes: At long last, two days before the end, the land offensive started to roll. Thanks to our heroic soldiers, the men of the reserves, it was a dazzling success. And then, when we were on the verge of a great victory, the cease-fire came into effect.
There is not a single word of truth in this. This operation, which was planned and which the army spent years training for, was not carried out earlier, because it was clear that it would not bring any meaningful gains but would be costly in lives. The army would, indeed, have occupied wide areas, but without being able to dislodge the Hizbullah fighters from them.
The town of Bint Jbeil, for example, right next to the border, was taken by the army three times, and the Hizbullah fighters remained there to the end. If we had occupied 20 towns and villages like this one, the soldiers and the tanks would have been exposed in twenty places to the mortal attacks of the guerillas with their highly effective anti-tank weapons.
If so, why was it decided, at the last moment, to carry out this operation after all - well after the UN had already called for an end to hostilities? The horrific answer: it was a cynical - not to say vile - exercise of the failed trio. Olmert, Peretz and Halutz wanted to create "a picture of victory", as was openly stated in the media. On this altar the lives of 33 soldiers (including a young woman) were sacrificed.
The aim was to photograph the victorious soldiers on the bank of the Litani. The operation could only last 48 hours, when the cease-fire would come into force. In spite of the fact that the army used helicopters to land the troops, the aim was not attained. At no point did the army reach the Litani.
For comparison: in the first Lebanon war, that of Sharon in 1982, the army crossed the Litani in the first few hours. (The Litani, by the way, is not a real river anymore, but just a shallow creek. Most of its waters are drawn off far from there, in the north. Its last stretch is about 25 km distant from the border, near Metulla the distance is only 4 km.)
This time, when the cease-fire took effect, all the units taking part had reached villages on the way to the river. There they became sitting ducks, surrounded by Hizbullah fighters, without secure supply lines. From that moment on, the army had only one aim: to get them out of there as quickly as possible, regardless of who might take their place...
...Perhaps, in the end, it is logic that will win. Logic says: what has thoroughly been demonstrated is that there is no military solution. That is true in the North. That is also true in the South, where we are confronting a whole people that has nothing to lose anymore. The success of the Lebanese guerilla will encourage the Palestinian guerilla.
For logic to win, we must be honest with ourselves: pinpoint the failures, investigate their deeper causes, draw the proper conclusions.
Some people want to prevent that at any price. President Bush declares vociferously that we have won the war. A glorious victory over the Evil Ones. Like his own victory in Iraq.
When a football team is able to choose the referee, it is no surprise if it is declared the winner."
Uri Avnery, August 2006

Documentário libanês: Lebanon's 33 days war - The victims of the war (54')

Segue abaixo uma reflexão de Uri Avnery sobre a imprensa israelense mas que serve para a mídia dirigida de qualquer país. 
"Yesterday I switched on the TV and saw a person radiating self-assurance and explaining how our victory in Lebanon opens the way for the inevitable war with Iran. The analysis, composed almost entirely of clichés, was worthy of a high-school pupil. I was shocked to learn that the man was a former chief of the Mossad. Anyway, we won this war and we are going to win the next one. So there is no need at all for a commission of inquiry. What is there to inquire into? All we need is a few committees to clear up the minor slips that occurred here and there.
Resignations are absolutely out. Why, what happened? Victors do not resign! Did Napoleon resign after Waterloo? Did Presidents Johnson and Nixon resign after what happened in Vietnam? Did the Zealots resign after the destruction of the Temple?
Joking aside, the parade of Olmert's stooges on TV, on the radio and in the newspapers tells us something. Not about the achievements of Olmert as a statesman and strategist, but about the integrity of the media.
When the war broke out, the media people fell into line and and marched in step as a propaganda battalion. All the media, without exception, became organs of the war effort, fawning on Olmert, Peretz and Halutz, waxing enthusiastic at the sight of the devastation in Lebanon and singing the praises of the "steadfastness of the civilian population" in the north of Israel. The public was exposed to an incessant rain of victory reports, going on (literally) from early in the morning to late at night...
...The chicken-hearted "terrorists" of Hizbullah were hiding behind women and children and operating from within villages, quite unlike our Ministry of Defense and General Staff which are located in the heart of the most densely populated area in Israel. Our soldiers were not captured in a military action, but "abducted" like the victims of gangsters, while our army "arrests" the leaders of Hamas. Hizbullah, as is well known, is "financed" by Iran and Syria, quite unlike Israel, which "receives generous support" from our great friend and ally, the United States.
There was, of course, a difference of night and day between Hizbullah and us. How can one compare? After all, Hizbullah launched rockets at us with the express intent of killing civilians, and did indeed kill some thirty of them. While our military, "the most moral army in the world", took great care not to hurt civilians, and therefore only about 800 [1000] Lebanese civilians, half of them children, lost their lives in the bombardments which were all directed at purely military targets...
... Of course, among the almost one thousand people invited to the TV studios during the war to air their views, there were next to no voices criticizing the war itself. Two or three, who were invited for alibi purposes, were shown up as ridiculous weirdos. Two or three Arab citizens were also invited, but the talk-masters fell on them like hounds on their prey...
...All the media (except the internet sites) completely suppressed the news about the demonstrations against the war that took place almost daily and that grew rapidly from dozens to hundreds, and from hundreds to thousands...
...I do not think, by the way, that the behavior of our media was worse than that of their American colleagues at the start of the Iraq war, or the British media during the ridiculous Falklands/Malvinas war. But the scandals of others are no consolation for our own.
Against the background of this pervasive brainwashing, one has to salute the few - who can be counted on the fingers of both hands - who did not join the general chorus and did indeed voice criticism in the written media, as much as they were allowed to...
... The media called Hizbullah a "terror organization", evoking the image of a small group of "terrorists" with negligible capabilities. When it became clear that this is an efficient and well-trained military force with brave and determined fighters, effective missiles and other weapons, that could hold out against our huge military machine for 33 days without breaking, the disappointment was even more bitter.
After the media had glorified our military commanders as supermen and treated every one of their boasts with adulation, almost as if they were divine revelations, the disappointment was even greater when severe failures in strategy, tactics, intelligence and logistics showed up in all levels of the senior command...
...During the last few days, the wheel may be turning again. What? We did not lose the war after all? Wait, wait, we did win? Nasrallah has apologized? (By strict orders from above, the full interview of Nasrallah was not broadcast at all, but the one passage in which he admitted to a mistake was broadcast over and over again.)
The sensitive nose of the media people has detected a change of the wind. Some of them have already altered course. If there is a new wave in public opinion, one should ride it, no?
We call this the "Altalena Effect".
For those who don't know, or who have already forgotten: Altalena was a small ship that arrived off the coast of Israel in the middle of the 1948 war, carrying a group of Irgun men and quantities of weapons, it was not clear for whom. David Ben-Gurion was afraid of a putsch and ordered the shelling of the ship, off the coast of Tel-Aviv. Some of the men were killed, Menachem Begin, who had gone aboard, was pushed into the water and saved. The ship sank, the Irgun was dispersed and its members joined the new Israeli army.
29 years later Begin came to power. All the careerists joined him in haste. And then it appeared, retroactively, that practically everybody had been on board the Altalena. The little ship expanded into a huge aircraft carrier - until the Likud lost power and Altalena shrunk back to the size of a fishing boat.
The Second Lebanon War was a mighty Altalena. All the media crowded onto its deck. But the day after the war was over, we learned that this was an optical illusion: absolutely nobody had been there, except Captain Olmert, First Officer Peretz and Helmsman Halutz. However, that can change any minute now, if the trusting public can be convinced that we won the war after all.
As has been said before: in Israel nothing changes, except the past."
Uri Avnery. 02/09/2006

Journeyman: The Savage legacy of Israel's 2006 Libanon bombardement 

Entrevista com um membro do Hizbollah em novembro de 2006

Norman Finkelstein fala sobre o Hizbollah, dois anos após a guerra

Cantora cristã Julia Boutros homenageia o Hizbollah 


Nenhum comentário:

Postar um comentário