domingo, 28 de agosto de 2016

Crime e Castigo bis

ABAIXO GOLPE!  FORA, TEMER!  CADEIA, CUNHA! 
Parafraseando livremente Dostoiévski no golpe contra o Brasil e a Dilma:  
Os corruptos se regozijam com a derrubada dos justos.
Mas os idôneos, resistem:  
Golpistas:  Senado ficha-suja 
Depoimento completo de Dilma no Senado - 29/08/2016
Pronunciamento de Dilma após o GOLPEachment

O título do blog e o vídeo acima, não têm nada a ver com a ilustração acima. Dilma não cometeu crime e não merece nenhum castigo, ao contrário dos golpistas bandidos. Derrubada da Dilma, realmente, ou é golpe crasso ou farsa. Para seguir os eventos, consultar os links dos sites no fim deste artigo.
Peguei o título, Преступле́ние и наказа́ние, emprestado do grande Фёдор Миха́йлович Достое́вский - Fiódor Mikhailovich Dostoiévski.
Como se sabe, Crime e Castigo narra o drama espírito-existencial do estudante de Direito Rodion Românovitch Raskólnikov que mata e rouba uma velha agiota detestável e detestada. 
Sem entrar nos detalhes do porquê, como, quando e onde obrigatórios em jornalismo, o resultado é que Raskólnikov perde a paz de espírito e, consciente ou inconscientemente, apesar de ninguém suspeitá-lo, faz tudo para que o crime seja descoberto para ser punido.
O livro é magnífico, como O Idiota, Os Possuídos, Os Irmãos Karamazov, enfim, a imensa obra literária de Fiodor Mikhailovich Dostoïevski; o primeiro e maior autor de romance policial que o mundo já teve. Um dos patrimônios inestimáveis da literatura russa e da humanidade inteira.  
Pois bem, Dostoïevski era anti-clerical - não tanto quanto Victor Hugo - mas como este escritor francês, era um cristão fervoroso e seus livros são populados de personagens divididas entre seus baixos instintos humanos (?) e seus deveres cristãos.
Entre estes, de confessar o erro e redimir-se sinceramente a fim de obter o perdão e conseguir seguir vivendo sem peso na consciência.
Pois bem, o Tribunal da Háguia foi criado para punir criminosos de guerra que cruzam a fronteira entre o bem e o mal e ficam neste.
Ou seja, seres desumanos que ou esqueceram esta diretiva cristã e por isso e por ganância semearam terror e destruição; ou que não sendo cristãos, talvez não disponham deste freio e saiam matando um semelhante por cobiça ou simplesmente por ser diferente.
Falei aqui sobre o erro da Háguia em relação a Milósevitch e a falha de não julgar o bando de criminosos israelenses que se sucedem no comando politico e militar do país desde a Nakba.
O assunto volta em palta porque há pouco um criminoso muçulmano e africano fez seu mea culpa na Háguia - Ahmad al-Faqi al-Mahdi. Confessou o crime de destruição de sítios sagrados no Mali.
Seu julgamento é por crime de "destruction of history during conflict".
O ICC declarou-se orgulhoso que "The case sets an important precedent by demonstratings , once again, that these attacks on heritage are really attacks on people."
Yes, in theory; but not really.
Vale notar que a acusação só é válida para patrimônios tombados pela UNESCO.
Quando Israel destrói patrimônio historico palestino, quando bombardeia Gaza (mais de 5 mil anos), Nablus, Hebron, não tem problema. Pois os palestinos só conseguiram tombar até agora Belém e a Basílica da Natividade. E isto, após a IDF bombardeá-la durante a Segunda Intifada e causar bastante dano - arquitetônico e humano.
Quando o imperador Jovianus ordenou o incêndio da Biblioteca de Antióquia no século IV, o império romano era como os Estados Unidos hoje: policial, conquistador, promotor, jurado e juiz segundo seus proprios interesses. 
Só que durante o império romano não havia UNESCO nem ONU. E Roma levava o progresso a todos os territórios conquistados.
No século XXI o mundo dispõe de mecanismos para impedir espoliação e execução sumária individual e em massa, mas a Casa Branca, sangrenta por dentro, continua isenta de julgamento.
O general Pinochet teria sido um bom exemplo, mas a Háguia deixou que o verdugo morresse em lençóis de seda porque era afilhado dos EUA.
O "exemplo" da "imparcialidade" e eficiência do ICC deveria ser Milósevitch. Um chefe de Estado branco, europeu, cristão, que todos foram convencidos a odiar.
Deu no que deu e o ICC voltou a atacar a África. Alvo fácil.
A prisão, processo e confissão de um criminoso como al-Mahdi também deve servir de exemplo, mas para quem? Para Baghdadi que não está nem aí?
(A pena para al-Mahdi é de no máximo dez anos de prisão (diminuídos pela confissão), multa e reparação às vítimas.)
Quem é essel-Mahdi? Um "foot soldier" do Daesh/Al Qaeda. Um desconhecido sem padrinho que cometeu um crime em Timbuktu.
Onde mesmo?
Não é que eu desrespeite o povo e a história-cultural do Mali, mas o Mali fica na África e na geopolítica, não tem a menor importância física ou jurídica.
Aliás, até hoje o ICC só se ocupou de criminosos desse continente... e da Sérvia, que saiu da guerra da Iugoslávia, graças à mídia internacional, com toda a culpa por seus generais serem mais midiatizados.
Que os otimistas e o cara do ICC me desculpem, mas só se abre precedentes com figuras eminentes ou que pelo menos a grande mídia tenha divulgado o crime abundantemente: como Gaza e o Yêmen, por exemplo - nestes dois casos, os criminosos são israelenses e sauditas, ambos com padrinho onipotente.
Mas o exemplo deveria ser mesmo um criminoso ocidental tipo George W. Bush e Tony Blair ue continuam soltos e se enriquecendo.
Aí sim, o ICC teria moral para prender, julgar e condenar quem quisesse.

Após a criação da moeda dos BRICs em alternativa ao dólar, o império estadunidense desmoronará com certeza e aí talvez Bush, Obama, Clinton e seus comparsas árabes e israelenses possam ser julgados na Háguia por crimes contra o patrimônio universal e contra a humanidade.
Como disse acima, aí sim, abrir-se-á um precedente dissuasivo. O resto é bobagem.

A degeneração da mídia desde que me formei em Jornalismo é preocupante. Ao ponto de surpreender-me com o editorial de Le Monde analisando objetivamente o golpeachment no Brasil.
Aliás, quando comecei, a televisão era um meio de comunicação e jornal era meio de informação.
E mesmo com o rigor da época, Malcolm X, lúcido e preocupado com conhecimento como todos os humanistas superdotados, viu o leão invisível e disse uma frase memorável que cabe perfeitamente à situação atual: "If you are not careful, the newspapers will have you hating the people who are being oppressed, and loving the people who are doing the oppressing."
Pois é.
A situação atual é mais grave ainda porque a maioria das pessoas se comunica e se "informa" através de redes sociais com uma frase e sem preocupar-se com fiabilidade. 
Antigamente, os governantes tinham duas formas de impor suas vontades. Oprimindo através da força ou de mistérios sagrados, com o mesmo objetivo de determinar sua superioridade.
Este preâmbulo é para retornar à Turquia, cujo presidente, a exemplo do Brasil, está nas mãos da mídia que acaparou-se do poder de mistificaçãodos governantes. Poder que usa e abusa sem problema de consciência.
A mídia convence até que as guerras atuais, os drones, são para "the great of good" e que bombardear inocentes em nome da "democracia" e financiar "freedom fighters" obscuros são necessários.
Faz meses, anos, que a mídia internacional vem montando uma campanha de demonização da Rússia e de Vladimir Putin muitíssimo bem arquitetada. Inclusive abolindo seu nome e só usando seu sobrenome a fim de desumanizá-lo inteiramente. "Putin", hoje em dia, adquiriu um som de insulto.
Agora é a vez da Turquia. Embora Recep Tayyip Erdogan seja exatamente a mesma pessoa que a OTAN e os EUA bajulavam dois meses atrás.
Eu não tenho e nunca tive nenhuma simpatia por Erdogan. Mas daí a transformá-lo no inimigo número 1 do ocidente e dar-lhe uma capacidade de manipulação de empalidecer de inveja Maquiavel, aí já é um pouco demais.
É apenas mais um erro da OTAN sob controle da Casa Branca - perder o único aliado mais ou menos laico no Oriente Médio pela mesma ignorância histórico-cultural do Ugly Americain! É imperdoável.
Retrospectivamente, o Gülen, sob a liderança de Fethullah Gülen, adotou em 1980 um método de infiltração em varias instituições turcas - militar, educação, segurança, Justiça, e política.
Fiz um blog sobre a tentativa de golpe quando aconteceu em julho. Hoje faço apenas um balanço da situação lembrando alguns pontos.
O movimento Gülen é de caráter religioso e fundou uma rede social de comunicação auto-denominada "service movement" para o Islã. Este rótulo atraiu muitos membros. Além disso, preparou a doutrinação das gerações seguintes criando uma rede de escolas e universidades no mundo inteiro - só nos EUA há 120.
(Os russos garantem que tais escolas operam em coordenação com a CIA, o que é possível, considerando a miopia e a ignorância geopolítica gringa.)
O Gülen manteve boa relação com o AKP (Justice and Development Party) de Erdogan por causa das vantagens que este partido via a curto prazo - a infiltração do Gülen no corpo governamental ajudava o combate aos oponentes de esquerda. Portanto, até 2012, Erdogan facilitou a vida do movimento Gülen sem pedir contas.
A rivalidade começou quando em 2013 o AKP deu-se conta da expansão desenfreada do Gülen ao ponto de estar virando um Estado paralelo super-potente. Foi aí que Erdogan reagiu com a opperação 'corrupção e propina' a fim de fechar a torneira financeira de seus aliados que viraram então inimigos ferrenhos.
O golpe aconteceu  logo após a mudança na política externa com as desculpas formais feitas à Rússia e o novo primeiro ministro Binali Yildirim manifestar interesse em normailizar as relações entre Ankara e Damasco.
Então, como acontece nessas alianças com elementos perigosos (como o PT e o PMDB no Brasil), Erdogan deparou-se com elementos clandestinos do Gülen até dentro do palácio do governo quando no dia 15 de julho o Gülen reagiu a essas medidas diplomáticas e às de contenção do movimento: tanques militares apareceram subitamente em Ankara bloqueando as pontes principais no Bosporus  e aviões de combate começaram a sobrevoar a capital da Turquia e helicópteros militares, Istanbul.
Foi Yildrim que correu para a CNN Turquia para pedir Socorro ao povo - a mídia pública foi controlada pelos golpistas que obrigarm o apresentador da TV a ler um comunicado de estado de sítio e que "the military took over the government to reestrablish the constitutional order".
Foi de novo através da CNN que Erdogan instou o povo a reagir aos golpistas.
Durante este acontecimento, mais de 250 pessoas foram mortas e 1500 feridas. Cerca de vinte militares envolvidos no golpe foram 'capturados mortos'.
Em seguida, Yildrim reagiu logo, detendo para interrogatório, até agora, cerca de 18 mil civis e pessoas infiltradas no governo. 10.192 estão presos. Mais de 76 mil funcionários públicos foram suspensos e 4.897 foram demitidos. 104 fundações, 109 creches, 1.934 escolas, 1.125 associações, 15 universidades, 19 sindicatos, 16 canais de televisão, 23 estações de rádio, 45 jornais, 15 revistas e 29 publicações foram fechadas.
Dito isso, a pergunta rola: "What really happened on that night?"
Uma certa mídia internacional insinuou que a tentativa de golpe foi "a staged event by Erdogan to grip more power and crackdown on the opposition for obtaining more authority".
Usam os seguintes argumentos para "sustentar" sua teoria:.
.  Erdogan stating “They will pay a heavy price for this. This uprising is a gift from God to us because this will be a reason to cleanse our army” and “We will complete the project in Gezi Park (Taksim Square)”. (That was translated as taking revenge of what happened in 2013)
. Erdoğan had an hour long flight from his hotel in Marmaris to Istanbul while the F-16 jets controlled by coup plotters didn’t target Erdoğan’s plane, even though they had locked on it.
. Coup plotters didn’t read their official coup statement themselves but forced a presenter to read it.
. That was something unseen during the previous coups in Turkey.
. The number of plotters obviously was not sufficient to achieve an overall coup so the attempt had already been born dead.
. The timing of the coup was not appropriate for a coup to succeed because the people were not in bed at that time. This allowed them to be aware of what was happening and take action.
. It was not possible for the Turkish intelligence officials not to have any foreknowledge of the attempted coup. So ‘being caught unprepared’ was not a possibility, if not an insult to Turkey.
O governo da Turquia e a maioria absoluta da população turca, acredita piamente que "it was a coup bid organized by the Gülen movement, backed by the USA and the NATO with the aim to divide Turkey and replace Erdoğan with Fethullah Gülen and establish what they think would be a more secular regime." Considerando que Erdogan já ordenara a prisão de vários oficiais das Forças Armadas no dia 16 de julho.
Por outro lado, a maioria absoluta dos turcos, afirma o seguinte:
. Fethullah Gülen has been living in the USA for so long, since 1997. After the 17-25 December (2013) corruption operation, Turkey demanded Gülen’s extradition. Yet the US government kept finding excuses not to comply with this demand. Stating ‘They did not receive a formal request’ although this request was made by the Ministry of Justice in Turkey.
. Harbouring a cleric who is declared criminal by Turkey, a NATO member/ally and a US ally in the Middle East, does not go along with alleged ‘alliance’ and ‘good will’ between two countries.
. Turkey has achieved major developments in industry, economy, health, administrative order and many other social fields. Western powers and in particular the US do not wish Turkey to become more powerful than they can have control over. So when Turkey attempts to behave independently in its foreign policy, as it appeared to have taken place in the recent years; the West, the US and the NATO started to speak softly but carried a big stick to prevent Turkey from damaging their interests.
. Turkey called out to the US to stop its backing of the Kurdish armed group PYD in Syria, based on its ties to the terrorist organization PKK. But the US does not seem to cease this support to the group under the pretext of ‘the fight against ISIS’. There is also a common belief among Turkish people that the US has been aiding the PKK for decades and also supported the Gezi Park protests against the government to topple the Erdoğan regime.
. After the coup bid in Turkey, the US was too slow to condemn the attempt and fast to warn Turkey about its NATO membership, with US Secretary of State John Kerry stating ‘Turkey’s NATO membership could be at risk after the changes in Turkish military’ and also the Commander of the US Central Command, General Joseph Votel stating that ‘Some military figures the United States had worked with were in jail as a result of the purge’.
. There is also a strong argument of fighter jets taking off from US-led NATO İncirlik base to bomb government institutions on Friday, the 15th. Being known as one of the most secure air bases in the world, this kind of a security flaw did not seem to happen coincidentally or accidentally.
Os primeiros argumentos são dos aliados de Gülen e uma certa mídia estrangeira.
Os segundos são dos aliados de Erdogan e o povo turco, inclusive de esquerda. Concordo com eles.
Pois, de fato, houve um golpe. Por que falhou? Why did the coup bid fail?
There were several elements contributed to cessation of the coup bid in Turkey that night:
. The coup bid did not have ideological support fom the people or the army. This showed itself on the ground as lacking support of army officials, even some high rank officials opposing the coup attempt and blocking major joints of operation flow, and strong opposition of the Turkish people.
. Probably one of the most important characteristics of the military, namely the chain of command could not work at the night of the coup bid. Causing a cut between the plotters and other army members and being unable to achieve predetermined goals or gather more supporters from the army officials.
. Mainstream media was not able to shut down, except from the state television and a couple of others. This allowed Turkish people to catch up on what was taking place simultaneously and government officials to address people to act together and update on where the events were heading towards.
. Erdoğan’s call to people to take to the streets and protest against the coup attempt even after Friday night, for over 3 weeks. People were vigilant against another attempt. Keeping in mind that the coup in Egypt succeeded when people left the streets and returned to their homes, and then the Egyptian army took over the government in the second wave.
. Opposition parties did not support the coup attempt. That left plotters from Gülen movement alone and allowed the government to act stricter against the plotters.
. Social media had an important role in communicating during the events. Keeping people updated on the developments. This major factor did not exist during the previous coups in Turkey.
Trocando em miúdos quaisquer que sejam os argumentos e contra-argumentos listados acima, como diz o analista turco Taha Östürk: "There is one undeniable fact; if the coup had succeeded, things would be really different in Turkey at the moment."
Não para melhor.
O comportamento da grande mídia internacional é o mesmo do golpe do general Sissi no Egito. De proteção do golpista minimizando ou negando o ato ilegal inadmissível acontecido.
Quer a OTAN queira quer não, Recep Tayyip Erdogan foi eleito democraticamente pela maioria da população que o escolheu com conhecimento de causa  - como Dilma no Brasil.
Portanto, nas palavras de Taha: "It was not relevant if Erdoğan was heading towards a more authoritarian regime or eroding democracy, the coup was coup. And whether other people like it or not, the majority of Turkish people chose Erdoğan and his administration as their political leadership. So instead of initiating a smear campaign and black propaganda against the ‘evilness’ of Erdoğan, Western and US mainstream media could have had respect for the will of the Turkish people, even if it doesn’t meet ‘their standards’ and being blinded by their prejudice towards Erdoğan to a point that prevents them from condemning an action which is accepted as ‘purely bad’ against anyone. For that purpose, we should keep in mind that sanctity of life is equal in everywhere in the world and for every single person without any differences based on anyone’s position or reputation and we should ‘aim for the puppeteer and not the puppet."
Faço questão de voltar à Turquia aqui porque embora tudo pareça estar sob o controle do governo democraticamente eleito  em Ankara, com os interesses dos Estados Unidos em jogo, uma nova tentativa de golpe paira. Não pode ser descartada. Vide o exemplo do Egito e o que o Brasil vive hoje.
Lembro que quando anunciei o golpe miligar de Sissi, anunciei sozinha e fui contradita. No início. Agora, só quem o apoia é quem é ignorante ou que tem interesses escusos.
A tentativa de golpe na Turquia e o golpeachment no Brasil deixaram ainda mais claro para mim que ao ver dos europeus e dos estadunidenses, nossas vidas, nossos princípios e nosso parecer não têm o mesmo valor dos deles.
Bush assumiu o governo com fraude quase explícita, mas respeitou-se a democracia.
François Hollande é um péssimo presidente, traiu os valores socialistas pelos quais foi eleito, sua popularidade nunca ultrapassou os 13 por cento, mas nem passa pela cabeça de um francês tirá-lo da presidência antes do prazo para o qual foi eleito.
Porém, ouvi de um francês expatriado no Brasil que a Dilma estava fazendo um mal governo, portanto... desculpando o golpe como as pessoas de classe alta (financeira e baixa em cultura) com quem convivem. E quando eu pergunto se, mesmo sendo de direita, eles fariam a mesma coisa com o François Hollande (cupincha dos golpistas brasileiros), aí eles entendem o absurdo do que dizem e riem amarelo.
Ora, acho que no fundo, o golpeachment no Brasil e a nova tentativa de golpe na Turquia até lhes agrada porque reconforta a ideia deles que fora da Europa e da América do Norte anglófona, somos todos repúblicas bananeiras a serem usadas e abusadas como bem entenderem.
É o Ugly Americain em sua dimensão OTAN.
Que Vladimir Vladimiróvitch Putin e os ...RICs nos protejam deles!

Enquanto isso, Israel voltou a bombardear Gaza durante um dia quase inteiro. Ou seja, mais do que os bombardeios esporádicos pseudo-cirúrgicos.
Segundo a IDF, a operação foi em retaliação a lançamento de dois foguetes que não causaram nenhum dano em Israel.
Foguetes lançados da Faixa em Israel justamente pelo grupúsculo simpatizante do Daesh que o Hamas está tentando extinguir antes que se dissemine entre os jovens gazauís desesperados.
Mas Israel, mesmo sabendo disso, bombardearam prédios administrativos e escolares do Hamas e não deles. Isto é tão grave quanto bombardear inocentes.
Será que Israel, em sua lógica de catástrofe, está fazendo com o Hamas o que fez com o Fatah na década de 80 fomentando a emergência do Hamas na Faixa de Gaza?
Se for, está cometendo um erro que talvez seja irremediável. 
Pois o Hamas é  dirigido por patriotas inteligentes e instruídos.
Este grupúsculo aliado do Estado Islâmico é integrista, ignorante e desesperado com a falta de perspectiva de futuro nessa prisão sem saída, sem água e sem comida.
Dr. Frankenstein perto de Binyamin Netanyahu e sua corja, é fichinha.

 é um dos poucos israelenses que descreve bem a relação EUA & Israel:   The Americans simply don’t care about Israel and the Palestinians. The territories are not Israel, but rather a colony that heaps shame on Zionism and on Jewish history.
. Talal Jabali: Israel's own version of the 'strategy of tension'.
.Haaretz:.
. Mondoweiss: A new milestone: BDS at the Olympics – Mondoweiss.
Noam Chomsky: Hillary Clinton fears the BDS
BRASIL 
FORA, TEMER!
Noam Chomsky sobre o golpeachment
Conversa Afiada
Entrevista interessante da RT com Dilma em maio de 2016
 

domingo, 21 de agosto de 2016

The Ugly American

A última semana das Olimpíadas foi manchada por uma estória lamentável protagonizada por um Ugly Americain
Para quem segue a política internacional dos Estados Unidos, o que aconteceu com Ryan Lochte e seus companheiros no Rio - ironizado nos EUA como Lochtegate - é apenas um exemplo em micro (indivíduo) da atitude geral do Tio Sam em macro no mundo.
Ugly Americain é um termo usado frequentemente para definir o mau comportamento dos gringos fora de suas fronteiras.
In plain English: Ugly americain is a pejorative term used to refer to perceptions of loud, arrogant, demeaning, thoughtless, ignorant, and ethnocentrice behavior of most Americain citizens mainly abroad.
(Definição na qual alguns europeus que mantêm a empáfia de ex-colonizadores podem ser incluídos...)
Ugly Americain é o estadunidense que sai planeta a fora fazendo o que bem entende, depois, em vez de arcar com as consequências de seus atos repreensíveis e repreendidos, inventa mentiras para cobrir seu delito. E quando é pego em flagrante e não dá para acobertar o crime - leve ou grave - se desculpa sem desculpar-se realmente.
Australianos costumam dizer em relação aos colegas gringos: "Guess who will write the best article?" E aponta para um jornalista gringo: "Of course it's him, because he will write it in Americain!"
O Ugly Americain é o gringo que has a sense of entitlement, however subtle and a feeling of superiority, however unintended, but always present. Ou seja, que acha que tudo lhe é devido e que sabe e pode mais do que todo mundo.
(Como os israelenses. Aliás, vou inaugurar neste momento um novo termo: Ugly Israeli.)
Lochte desculpou-se sem admitir a mentira. Desculpou-se para livrar a cara e não perder os três patrocinadores que incluíram esta cláusula verbal no contrato.
Lochte desculpou-se mantendo seu estatuto de vítima.
Quando não se fazem de vítimas, os gringos apertam as feridas de quem reclama para que engula o sapo, em seco, e que eles saiam incólumes e por cima.
Aliás, até o NYTimes (que perdeu a credibilidade desde a "guerra" do Iraque) comprova a arrogância dificilmente dissimulada do mea culpa. Criticam o autor do delito, mas os artigos são cheios de menções à criminalidade no Rio e insistem em dizer que um assaltante, no Rio, jamais deixaria o assaltado livre com o celular.
(Aí pergunto: algum assaltante em algum lugar iria embora sem um IPhone última geração que poderia vender na esquina para um comprador irresponsável? Nova York, Paris, Londres, está cheio de oportunistas prontos a pagar uma ninharia por um  objeto que só pode ter sido roubado. Mas o articulista teima em especificar que um assaltante carioca jamais deixaria pra trás um celular...)
Pois é, o Ugly Americain é Ryan Lochte e é Barack Obama, os Bush, os Clinton, que posam de cristãos, mas que quando dão, mostram a mão; e quando batem, escondem a mão e a arma com a qual dispararam. Quando não a exibem mentindo que é propriedade alheia. 
Onde quer que vá, este Ugly Americain chega como conquistador e não como convidado. Chega como dono e não como hóspede. Chega como parasita, sanguessuga, invasor bárbaro.
A atitude de Ryan Lochte no Rio não foi uma exceção, e sim uma regra dos gringos fora de casa.
Entre o Quiet Americain e o Ugly Americain só há uma diferença - a ingenuidade do primeiro. Mas um pode virar o outro a qualquer momento. Em qualquer lugar. Em qualquer circunstância. Pois esta duplicidade é alimentada pela própria sociedade estadunidense: ingenuidade e prepotência.
Erramos ao bombardear o Iraque? Erramos, MAS fizemos enganados, diz o Ugly Americain.
Israel é fora da lei, genocida, e os apoiamos? Pois é, MAS fazemos isso porque é o nosso maior aliado no Oriente Médio e conhece todos os nossos podres, justifica o Ugly Americain off the record.
Os menininhos palestinos também são traumatizados pelas bombas que damos para Israel jogar neles tanto quanto o meninino sírio? Talvez, mas só choramos pelo que sofre em Aleppo. 
Are we Ugly? Yes, BUT we are Good. Occasionally. When it suits us and when it does us good.
By the way, a expressão tem origem no livro The Ugly Americain, publicado em 1958, em que Eugene Burdick e William Lederer descrevem o fracasso da diplomacia estadunidense no Terceiro Mundo diante do sucesso da União Soviética devido aos erros de abordagem dos EUA.
O palco da trama é um país fictício da Ásia, mas hoje poderia ser o Iraque, o Afeganistão, onde quer que pise um gringo em rítmo de conquista.
Do lado dos estadunidenses, um desprezo pela cultura, língua e costumes locais; do lado dos soviéticos, seu interesse em entender essas três particularidades, a integrar-se e contribuir com algo.
Um pouco como Napoleão e César. O primeiro invade e semeia destruição por onde passa; o segundo conquista e leva o progresso por toda parte.
O título do livro da dupla de escritores foi um tipo de continuidade do Quiet Americain do Grahan Greene. Sem a nuância de linguagem e de personagens, pois Grahan Greene, no gênero jornalístico-conflito é incomparável. Mas é um bom livro, bem próximo da realidade.
Aliás John Kennedy ficou tão impressionado com a leitura que presenteou todos senadores com um exemplar para ver se caiam na real. Pois o livro descreve a incapacidade do corpo diplomático estadunidense de lidar com os nativos por isolar-se socialmente, ser ignorante, presunçoso, arrogante e quando propor negócio, este sempre beneficiar mais as americain corporations do que os nativos.
Enquanto que os diplomatas soviéticos falam a língua do país e tentam entender sua cultura.
Na verdade, há um ugly Americain no livro, Pat Hingle que interpreta a personagem de Homer Atkins, um estadunidense feio, no sentido próprio, fisico, mas que é um bom elemento que se comporta como os russos, tentando ajudar a comunidade.
Foi ele que levou JFK a pensar que o Ugly Americain poderia ser corrigido com campanhas para popularizar o livro e tentar mudar a imagem de seu país no exterior criando o Peace Corps e outros organismos do gênero.
A má atitude dos Estados Unidos e dos estadunidenses não mudou, porém, o termo pejorativo pegou e virou definição de tudo o que os gringos têm de pior, quando estão fora, e dentro de suas fronteiras quando lidam com estrangeiros.
Como não podia deixar de ser, em 1963, Marlon Brando, grande ativista, insistiu em fazer o filme. Produção e direção ficaram a cargo de um de seus melhores amigos que pensavam como ele, George Englund. Marlon Brando fez o papel do Ugly Americain real no filme, o embaixador Harrison Carter MacWhite cuja empáfia encarna tão bem que foi até criticado por verdadeiros Ugly Américains que ficaram incomodados em reconhecer-se na tela.
Infelizmente, apesar do livro ser muito popular nos Estados Unidos, nenhum governante estadunidense consegiu desmentir que, no fundo, pensa e age com um Ugly americain.
É claro que há exceções à regra entre a população. Mas infelizmente, insuficientes para que o termo caia no esquecimento.
Enquanto esse Ugly Americain nos distraía de coisas realmente importantes nas Olimpíadas como o sacre do Bolt, que sonhava em virar o Pelé do atletismo, e virou, na Escócia, acontecia uma bela demonstração de solidariedade à Palestina.
Os torcedores do Celtic FC, obrigados a receber um time israelense em Glasgow para um jogo da Copa da Europa (uma das corrupções da FIFA/UEFA que parece que jamais serão corrigidas: a inclusão de Israel na Copa da Europa!) reagiram com a torcida transformando a arquibancada em um mar de bandeiras da Palestina.
Resultado, a UEFA sofreu pressão sionista e pretende voltar a punir o clube recidivista.
O Celtics hoje é o 37° clube de futebol do planeta. Nada mal. Mas começou modestamente em 1888, na igreja St Mary de Glasgow.
Seus torcedores de hoje apoiam a Palestina porque seus antepassados que criaram o clube, sofreram horrores como cidadãos de segunda classe por serem católicos. O clube foi criado porque os católicos eram proibidos de jogar nos times existentes, reservados aos protestantes.
Nas próprias palavras de um torcedor do Celtics: Celtic is a football club with Irish Roman Catholic roots and the majority of the fans are Catholic. Irish Catholics are known for being notably pro-Palestinian in their leaning on the Israeli-Palestinian conflict, with many viewing the Palestinian cause as similar to that of the Irish under British occupation in Northern Ireland. Israel maintains a military occupation over Palestinians in the West Bank and a blockade on the Gaza Strip.
Aliás, no dia do jogo, o Celtic abriu um fundo caritativo para ajudar duas obras de solidariedade palestina. Já arrecadou mais de  £130,000.
Mondoweiss: The shocking story of Israel's disappeared babies. New information has come to light about thousands of mostly Yemeni children believed to have been abducted in the 1950s.
Síria: Para quem não viu, eis o vídeo que deu a volta ao mundo "chocando" quem vive na Lua como o vídeo de Ahmed, o refugiadinho estendido morto na praia chocou há alguns meses. Sem que ninguém se interesse em abordar o fundo de nenhum dos problemas.
Quem trabalha na Síria vê isso todo dia. Como quem trabalha em Gaza vê todos os dias durante as operações militares israelenses que não acontecem só quando chama atenção da mídia.
O quotidiano dos meninos palestinos, desde 1967, é este. Na Cisjordânia, com ataques por terra. Em Gaza, aéreos. O que não diminui o horror da Síria, nem do Yêmen (bombardeado pela Arábia Saudita com apoio dos EUA) mas demanda o mesmo peso e a mesma medida. 
Para que isso termine, eis Jill Stein, alternativa à ogra Clinton e ao palhaço Trump
candidatos à presidência dos Estados Unidos.

domingo, 14 de agosto de 2016

Hague clears Milosevic: Why no headlines?

 
Após anos de processo, julgamento de corpo presente e póstumo, o Tribunal da Háguia absolveu o ex-presidente da Iugoslávia Slobodan Milosevic na semana passada.
Desde 2001 que Milosevic sofre uma linchagem midiática por ignorância ou interesses escusos dos donos dos jornais. Quem ousasse, como eu, chamar a atenção para a realidade era tratado como cúmplice de crime abominável. Entrevistá-lo, investigar em Belgrado, ninguém procurava. A verdade pouco importava. O que importava era a diabolização organizada.
Como acontece hoje em relação a Putin e Assad.
(Não que estes dois sejam santos, mas Putin não é pior do que Obama, e Assad não é pior do que os ditadores dos países árabes)
A grande mídia que o denegriu durante anos nem se dignou a dar a notícia em realce. 
O veredito do Tribunal foi apresentado nos seguintes termos: 'Slobodan Milošević was the President of Serbia from 1989 to 1997 and then President of the Federal Republic of Yugoslavia from 1997 to 2000. He was charged by the International Criminal Tribunal for the former Yugoslavia (ICTY) on the basis of both individual and superior criminal responsibility with genocide, crimes against humanity, violations of the laws or customs of war and grave breaches of the 1949 Geneva Conventions. These crimes were allegedly committed in Kosovo, Bosnia and Herzegovina and Croatia during the war in former Yugoslavia. He died on 11 March 2006, before the end of the trial.'
Eu sigo a Iugoslávia desde a adolescência, pessoalmente, e desde 1980, profissionalmente.
Na adolescência, na década de 70, tive uma colega iugoslava na escola em que estudei nos EUA. O Brasil estava em plena ditadura militar, a repressão corria solta e a doutrinação nas escolas era eficaz. Minha colega iugoslava quebrou então todos os preconceitos que os milicos nos inculcavam sobre os comunistas que "comiam criancinhas". E despertou minha atenção para o sistema e pelo governante do país, Josip Broz Tito.
Mais tarde, lamentei a morte de Tito em 1980 como se fosse compatriota do grande líder. E perguntei-me então o que seria desse país dividido étnico-religioso-culturalmente sem tal homem de punho e de carisma para dirigi-lo.
Preocupei-me sobretudo por sentir os interesses estrangeiros de quebrar a Iugoslávia na esperança de tirar proveito. Começando com a Alemanha, que visava recuperar sua hegemonia regional, perdida com a derrota na Segunda Guerra.
Lembro da emergência de Slobodan Milosevic e do comício fatídico no Centro Cultural de Polje, Kosovo, em abril de 1987, quando saiu em defesa dos sérvios locais - perseguidos, monastérios e igrejas ancestrais sendo depredados - que, ao manifestarem sua revolta, a polícia kosovar os atacara:  "Vocês não serão batidos". Frase que a mídia internacional descreve, erroneamente, como o canto de guerra sérvio que abriu as portas à secessão.
Ora, a divisão estava sendo fomentada desde a morte de Tito e foi viabilizada com o desmantelamento da União Soviética e da queda do muro de Berlin em 1989 - ano em que Slobodan Milosevic foi eleito à presidência da república iugoslava.
Sloba (apelido de Milosevic) pegou um país em frangalhos e assediado por todos os lados: da Alemanha, pelo alto - com a cumplicidade passiva da Europa e dos EUA, e dos integristas muçulmanos, por baixo, que queriam a autonomia do Kosovo e da Bósnia - cuja população, pela força das armas, se convertera majoritariamente ao islamismo durante a ocupação otomona. Aliás, um dos passaportes de Ossama Bin Laden era bósnio.
A guerra civil poderia ter sido evitada se não tivesse havido ingerência estrangeira. Como na Síria em 2011.
Mas houve, e o conflito foi sangrento, durou anos e deixou cicatrizes difíceis de desaparecerem.
Na péoca, por onde andava no Ocidente ouvia lamentarem os "coitados dos bósnios".
Pessoas que jamais haviam se interessado pela Iugoslávia, que jamais haviam pisado em nenhuma das províncias, e que jamais tinham pensado em passear em Sarajevo, lamentavam com veemência o sítio dessa "cidade magnífica".
Seria risível, se o assunto e as consequências não fossem tão dramáticos.
No terreno, o que se via era atrocidade de todos os lados. Estupros como arma de dominação e vingança, execuções sumárias, vizinho esguelando vizinho, sérvios, bósnios, kosovars, lutavam com todas as armas.
Todos eram vítimas.
Todos eram algozes.
Cada um com seu motivo.
O problema de guerra é que quanto mais dura, mais hediondos os crimes ficam. Morre um, vem a vingança; morre outro, a vingança dobra; outro, triplica, quaduplica, indefinidamente, até a humanidade desaparecer totalmente e só ficar a irracionalidade dos baixos instintos.
O imbecil do Bernard Henri Levy, um pseudo filósofo francês que ignora o que informação e reflexão significam, na época, chegou ao paroxismo da hasbara de 'ir ao terreno', fazer proselitismo na mídia francesa (como faz pelo sionismo) e rodar um filme que mereceu o fracasso que obteve. Confesso que nem perdi o tempo de assistir.
Eu tinha a impressão que, como na estória da Tchechênia, e hoje em Ucrânia, Síria, a manipulação da informação era alarmante. 
É certo que Srebrenica povoa meus pesadelos. Mas não mais do que Sabra e Shatila ou o Líbano em 2006, Gaza em 2008, Gaza em 2012, Yarmouk desde o mesmo ano, Gaza em 2014, ..., enfim, a Palestina todos os dias do ano.
Porém, Slobodan Milosevic - que nunca foi um criminoso degenerado como Ariel Sharon, Binyamin Netanyahu, Ehud Barak; e nem um lobo em pele de carneiro como Shimon Peres, Tzipi Livni, Tony Blair e Hillary Clinton - foi levado ao banco dos réus da Háguia 'para servir de exemplo", segundo um tal Michael J. Kelly em seu artigo tendencioso que deu a volta ao mundo e virou má-referência em cursos de Direito: Can Sovereigns Be Brought to Justice? Artigo desacreditado também por conter citações de Eli Wiesel, que queria dar lições de genocídio ao mesmo tempo que apoiava a limpeza étnica da Palestina.
Pois bem. Sloba foi detido em 2001 e levado para a Háguia, onde ficou preso até 2006 quando morreu envenenado.
O atestado de óbito dizia 'ataque cardíaco', mas como diz o grande advogado francês Jacques Vergès, ataques cardíacos podem ser provocados. E no caso de Milosevic, não há sombra de dúvida que sua morte foi causada por um medicamento contra hipertensão que tomava e cujos efeitos ignorava. Os médicos nunca o informaram "por sigilo médico", apesar da informação ter sido transmitida à Casa Branca. Sloba pediu várias vezes para ser tratado em Moscou, pois sentia que estava definhando sem razão aparente e suspeitava de envenenamento - Quem não se lembra de Yasser Arafat?
O pedido foi negado, reiterado, negado e negadaoaté sua morte 'natural' acontecer.
O Tribunal, em cumplicidade com os EUA e seus aliados, executaram, por omissão, um homem que dez anos mais tarde inocentaram.
Quando Jacques Vergès foi contratado para defendê-lo, o pânico nas altas esferas internacionais ocidentais era quase palpável. Pois Vergès era um advogado que aplicava o método sui generis de atacar o leão invisível. De defender o criminoso para revelar quem estava por trás e combater o crime do qual ele era acusado.
Sloba era o cliente ideal. Nada o incriminava diretamente - segundo um eminente jurista britânico, no mínimo 80% dos atos de acusação teriam sido rejeitados por qualquer tribunal inglês como simples boatos. Quem o conhecia, o definia como um socialista boa gente cujo único objetivo politico era manter uma Iugoslávia multi-racial, multi-étnica, unida, estável.
Nunca demonstrou interesse de construir uma grande Sérvia e sim de manter a unidade da Iugoslávia na qual foi criado. Nada a ver com o projeto da grande Israel que Binyamin Netanyahu e seus cúmplices estão pondo em prática na Palestina com sua política genocida.
Slobodan Milosevic foi detido primeiro por razões políticas que a OTAN determinava. Só depois é que foram à busca de provas que o encriminassem, e não o contrario.
Procuraram durante 15 anos. 
Todas as provas obtidas foram contrárias à pré-acusação e à linchagem midiática. Ele não era um criminoso de guerra que ordenara massacres e sim um chefe de estado que perdeu o controle de seu exército cego pela retaliação.
Milosevic não foi um Ben Gurion, uma Golda Meir, uns Ehud Barak, Shimon Peres, Ariel Sharon, Binyamin Netanyahu que deram as ordens de torura e extermínio a um serviço de inteligência e a um exército organizado e obediente que submete seus recrutas a uma doutrinação genocida.
Não, era claro que Milosevic perdera totalmente o contrôle para os comandantes militares que viam os sérvios serem trucidados, suas mulheres estupradas e só pensavam em vingança, que viraram bestas humanas.
O pior de tudo isso é que até o mês passado ainda havia jornalistas, 'analistas', cidadãos ocidentais normais mal-informados pela mídia local, que chegavam a compará-lo a Hitler. A ofensa que mais atingia esse homem cuja família combateu ferrenhamente os nazistas e que execrava toda a ideologia de superioridade étnica, expansionista e colonialista.
Ao contrario dos líderes israelenses citados acima e de todos os outros não citados.
Por que Slobodan Milosevic foi crucificado na mídia internacional e no Tribunal internacional e Tzipi Livni, Binyamin Netanyahu, Avigdor Lieberman estão livres?
Enquanto Sloba se debatia para provar sua inocência e por sua vida, George W. Bush e Tony Blair orquestravam um ataque brutal ilegal contra o Iraque que resultaria no assassinato do presidente do país e seus dois filhos, mais a morte de cerca de um milhão de cidadãos.
(Falando nisso, um relatório da Body Count revelou que a "guerra contra o terrorismo" posta em prática por Clinton, Bush e Obama é responsável pela morte do mínimo de 1.3 milhões de pessoas só no território do Iraque, Afeganistão e Paquistão. Sem contar Síria, Yemen, Egito, etc.
Por que Slova foi envenenado por omissão (?) e não viveu para celebrar a admissão de sua inocência?
Pela mesma razão que Saddam Houssein e o Iraque  foram sacrificados.
Pela mesma razão que Gaddafi e a Líbia foram sacrificados.
Pela mesma razão que Bashar el-Assad e a Síria estão sendo sacrificados.
Porque era um nacionalista independente dos interesses da OTAN e que tinha segredos que incomodavam muita gente.
Tony Blair testemunhou contra Slova em seu julgamento. Tony Blair! Com que moral e com que interesse?
Jacques Vergès estava pronto para abrir a caixa de Pandora. Estava pronto para revelar todo o podre atrás do julgamento de Milosevic. Daqui a 50, 100 anos, quando algum pesquisador tiver direito de abrir os arquivos, talvez se saiba o que estava realmente por trás dessa farsa.
Enquanto isso, cuidado com a diabolização midiática de Assad e de Putin. Há interesses escusos abomináveis atrás dessas campanhas. Interesses visíveis e invisíveis que no final das contas nos prejudicam.
Quando os criminosos de guerra israelenses serão julgados na Háguia para, no mínimo, "servir de exemplo"?
E George W. Bush? E Tony Blair? Responsáveis pela emergência do Daesh.
Barack Obama também não tem ficha limpa.
E a ogra Hillary Clinton talvez ultrapasse todos eles causando a Terceira Guerra Mundial com sua cobiça, megalomania e a malvadeza que a caracterizam.
Quem viver, verá.


Article by Andy Wilcoxson: The Exoneration of Milosevic: the ICTY’s Surprise Ruling.


Video: Yugoslavia: The avoidable war


Video:  Yugoslavia seen by a Serbian


Video: The Death of Yugoslavia

 
Paul Moreira 2014: Journey into an invisible war
BRASILn
A defesa de Dilma no Golpeachment
Repressão de FORA TEMER! e protestos nas Olimpíadas
Até Joaquim Barbosa: FORA TEMER!



domingo, 7 de agosto de 2016

Israel vs Palestina : Operações militares XII (2006/07)

2006
Março: Operation Bringing Home the Goods.
O objetivo dessa operação realizada no dia 14 de março, foi sequestrar palestinos detidos em uma prisão de Jericó, na Cisjordânia, desde 2002. Relatei-a em detalhes no blog de 20/04/14. Os prisioneiros em questão eram acusados do assassinato do ministro israelense Rehavam Zeevi, em 2001 (blog de 16/09/12). Porém, no final do sítio da penitenciária sob controle da Autoridade Palestina, os cem soldados da IDF envolvidos diretamente na operação e os outros mil mobilizados na cidade com veículos armados, mataram dois guardas, feriram 28 pessoas dentro da prisão - fora, feriram um universitário e um menino - e sequestraram quase todos os prisioneiros, inclusive Ahmed Sa'adat, líder da Frente Popular pela Libertação da Palestina. Preso até hoje.
Junho-Novembro: Operation Summer Rains.
A morte de dois soldados e o sequestro do cabo Gilad Shalit da IDF pela resistência, no dia 25 de junho, foi a justificativa que Tel Aviv deu para essa primeira longa operação - de 28 de junho a 26 de novembro - faz parte da estratégia de aniquilamento material humano da Faixa de Gaza. Abordei-a no blog  de 04/05/14.
No dia 29 de junho, Israel sequestrou 64 afiliados ao Hamas, dentre eles, vinte deputados e oito ministros instalados em Ramallah. No dia 30 começaram os bombardeios. Foi então que Israel inaugurou duas estratégias. A primeira, de soltar panfletos de aviões ordenando que os gazauís abandonassem suas casas (sem dizer para onde podiam ir, já que a Faixa é cercada por terra, ar e mar); a segunda, foram as armas químicas que deixaram feridos, mortos e provocaram deficiências nas gerações futuras.
Israel perdeu três soldados durante os cinco meses (um deles por fogo amigo) e seis civis; cerca de 40 feridos. E deixou um prejuízo material de mais de US$15 milhões.
A Palestina perdeu 416 cidadãos. 124 resistentes e 222 civis - a maioria, mulheres e crianças.
Julho-Agosto: Operation Just Reward.
Chamada em Israel de Second Lebanon War e no Líbano de July War, essa ampla operação durou mais de um mês - do dia 12 de julho ao dia 14 de agosto.  Relatei-a em detalhes nos blogs de 18/05/14 e 01/06/14.
No decorrer dos bombardeios e ataques de infantaria, a IDF realizou três mini-operações com missões específicas a fim de corrigir erros e tentar ganhar a margem que apesar de sua superioridade militar e seu arsenal inesgotável, perdeu para o Hizbollah logo nos primeiros dias.
Agosto:
Operation Sharp and Smooth., também conhecida como Baalbek Operation, foi uma de muitas operações 'relâmpago' no contexto do grupo de Operations Changing Directions. Esta consistia de bombardear hospitais libaneses que tratavam, além de seus pacientes civis regulares, de feridos do Hizbollah.
Apesar de ser prática comum em hospitais, sobretudo os cristãos, de receberem qualquer pessoa necessitada, qualquer que seja sua ideologia e religião, Ariel Sharon achou que as instituições médicas mereciam punição por respeitarem o juramento de Hipócrates (integridade de vida, assistência aos doentes, desprezo pela própria pessoa) e botou a rede hospitalar do sul do Líbano para quebrar, literalmente.
A operação Baalbeck foi a que causou mais perdas. Daí seu destaque, embora tenha sido uma prática sistemática de vingança dos israelenses nas duas últimas semanas de combate.
A OSS aconteceu nos dois primeiros dias de agosto, quando a IDF, em desespero de causa, bombardeou um hospital libanês no Vale Bekaa, dizendo que era uma base do Hizbollah onde "guerrillas planned attacks together with Iranian instructors". Porém o governo libanês e a ONG Human Rights Watch desmentiram a hasbara e denunciaram a morte de 16 libaneses, quase todos civis - os militares do Hizbollah que se encontravam no hospital, estavam hospitalizado por ferimentos graves. Como nos outros 15 a 20 hospitais, de menor ou maior porte, bombardeados pela IDF durante a operação Mudança de Direção.
Operation Tyre raid. Foi o ataque de um prédio em Tiro, antiga cidade fenícia no sul do Líbano. A operação foi levada a cabo de madrugada, pelas forças especiais Shayetet 13.
À uma hora da manhã, o batalhão da IDF desembarcou de helicópteros em um laranjal no norte da cidade. Os soldados avançaram na calada até o prédio e atiraram copiosamente no segundo andar ferindo seus ocupantes com apoio dos helicópteros. Os militantes do Hizbollah que ocupavam o local reagiram à emboscada e resistiram quanto puderam ao assalto por terra, ar e mar (um navio israelense de combate estava esperando no litoral para repatriar seus soldados) e acabaram espantando seus agressores, que saíram mais surpreendidos do que eles. No final do assalto, por volta das 4 da manhã (a previsão de duração era 1h30), dois soldados israelenses gravemente feridos foram evacuados para o Rambam Hospital, em Haifa, Israel.
Inconformados com o fiasco (óbvio, apesar da IDF afirmar ter "shot two or three Hizbollah commanders", portanto, "taking out a key guerrilla unit involved in firing long-range rocket into Israel"), Ariel Sharon ordenou que a aviação da IDF retornasse a Tiro durante o dia para bombardear o prédio até as paredes serem reduzidas a um monte de entulhos.
Foi a conhecida punição coletiva que em vez de ser dissuasiva, só motivou mais o Hizbollah, que em poucas horas voltou a lançar foguetes no norte de Israel, quase do mesmo lugar e demonstrou satisfação por ter se defendido do assalto com sucesso, apesar da surpresa e da desproporção de meios.
Operation Change of Directions 11. Esta foi a operação do desespero, de vingança louca por uma derrota vergonhosa. Durou do dia 11 ao dia 14 de agosto e constituiu a ofensiva final, antes de Israel entregar os pontos e o Hizbollah cantar a vitória que deixou Tel Aviv e Washington estupefatos.
Em desespero de causa, a IDF convocou centenas de reservistas a fim de realizar uma investida massissa de infantaria com apoio de helicópteros em uma operação mista aéro-terrestre jamais vista na história da IDF; nem quando as forças armadas de Israel eram os grupos terroristas para-militares que protagonizaram a Naqba.
O plano era simples. Os batalhões marchariam da Galileia ao Líbano pelas margens do rio Litani "mopping-up", limpando as infra-estruturas do Hizbollah e seus militantes.
No terreno, a facilidade planejada foi desmentida logo de cara.
O Hizbollah estava atento, e Hassan Nasrallah, seu líder, deu uma ordem piedosa a seus oficiais que provaria sua superioridade moral em relação a Sharon e à impiedosa IDF. E demonstraria que em guerra é possível, sim, ter um mínimo de ética. A tática de Nasrallah foi de sacrificar o comandante dos batalhões e poupar os soldados para que batessem em retirada sãos e salvos. Nessa estratégia, em dois dias a IDF perdeu mais de 35 oficiais e 400 soldados que reagiram, foram evacuados, feridos.
Diante da derrota inquestionável, demonstrada pelos batalhões que marchavam de volta pra casa - mostrada nos noticiários das redes de televisão de Tel Aviv para o país inteiro, e para o Pentágono, que 'aconselhou' Ehud Olmert a parar de ouvir seu chefe de gabinete, general Moshe Ya'alon, e bater em retirada porque dera com os burros n'água desde o começo.
O Knesset avaliou o fiasco desse jeito: "Operation Changing Direction 1 was meant to be a large, broad grouperation, which would fundamentally alter reality in Southern Lebanon and the image of the whole operation in the military sense". Porém, com o grande número de baixas, sobretudo nas batalhas de Sulouqi/al-Hujeir e na planície Bmaryamin, "the operation faded away on its own". Em outras palavras, "the illusions of the Israeli leadership imploded and tis only concern was how to end the war aquickly as possible". A conclusão do Knesset foi que "Israel did not succeed in defeating the enemy, which is made up of only a coup thousands".
Foi consciente deste fato e negando, publicamente, a derrota, que Israel recebeu de braços abertos a proposta de cessar-fogo conforme a Resolução 1701 apresentada pelo Conselho de Segurança da ONU no dia 13 de agosto.
Foi a primeira vez na História que um país derrotado se beneficiava no fim de uma guerra. Além do mais, uma guerra que provocara. Foi outro presente que Israel ganhou de Washington.
A Resolução 1701 ordenava o desarmamento do  Hizbollah nos seguintes termos: "disarmament of all armed groups in Lebanon in accordance with Taif Accords and of Security Council resolutions 1559 (2004) e 1680 (2006)" que privilegiavam Israel e diabolizavam os grupos de resistência libaneses.
Os líderes do Hizbollah leram a resolução e não enganram ninguém. Aceitaram o cessar-fogo, porém, não aceitaram o desarmamento até que "the last Israeli occupation soldierd left Lebanese territory, which includes the Shebaa farms occupied by Israel in 1967". Como Nasrallah contava com o apoio do governo libanês, a UNIFIL desligou a bomba instalando soldados da ONU na fronteira.
No dia 14 de agosto, os libaneses choravam 1.191 mortos durante a Operation Just Reward.
Aliás, os libaneses não parariam de chorar, até hoje. Pois, nessa investida, a IDF encharcou os vilarejos libaneses de uma bomba química, fósforo branco, e espalhou bombas a fragmentação por todo lado, a fim de assegurar-se que a guerra continuaria e que, a médio prazo, tivesse vitória assegurada, como na Faixa de Gaza.
Novembro: Operation Autumn Clouds.
Esta foi uma investida terrestre e aérea especificamente contra Beit Hanoun, na Faixa de Gaza. Seu objetivo era complementar e finalizar o trabalho da Operation Summer Rains. Durou uma semana. Começou na madrugada do dia 31 de outubro e terminou no dia 07 de novembro. Abordei-a no blog de 26/06/14.
A justificativa dada para essa operação foi de resgate do cabo da IDF preso em Gaza e acabar com os túneis da resistência. Porém, os bombardeios foram indiscrimados e no final, 86 palestinos estavam mortos, mais da metade eram civis, inclusive crianças. Israel perdeu um soldado.
Em seguida, a Faixa foi mais uma vez vedada aos observadores internacionais. O arcebispo sul-africano Desmond Tutu liderava a comissão de investigação cuja entrada foi barrada. Apesar do bloqueio ilegal, o relator da ONU, com base em dados evidentes, concluiu: "it seems clear that the indiscriminate firing of shells into a civilian neighbourhood with no apparent military objective conssituted a war crime, to which both the commanding officer and those who launched the 30-minute artillery attack should be held criminally responsible."
Não foram.

2007
Setembro: Operation Orchard.
Operação israelense relâmpago de bombardeio de um suposto sítio nuclear na região de Deir ez-Zor, na Síria, no dia 06 de setembro.
Os esquadrões de forças especiais da IDF (Forças armadas de Israel) Shaldag e Sayeret Matkal infiltrraram-se no local na véspera e se posicionaram para sinalizá-lo com holofotes.
O ataque foi realizado pela Israeli Air Force (IAF) com oito aeronvaves militares. Uns usados para desativar os radares sírios, outros carregavam as bombas (Maverick AGM-65), um tanque externo e os demais escortavam a esquadra.
O ataque foi coordenado com o governo de George W. Bush, embora este tenha recusado participar diretamente.
A esquadra israelense retornou pelo espaço aéreo turco, cujo primeiro ministro Recept Tayyp Erdogan, recebeu um telefonema de seu homólogo israelense 'explicando' o acontecimento e mandando um recado para Bashar el-Assad que vazou desse jeito: Israel would not tolerate another nuclear plant, but that no further action was planned. Ehud Olmert acrescentou que Israel did not want to play up the incident, was still interested in peace with Syriain and that if Assad chose not to draw attention to the 'incident', he would do likewise.
Mas Assad não ficou calado. Sua carta a Ban Ki Moon reclamava do "breach of airspace", e denunciava "it is not the first time Israel has violated Syrian airspace".
Após a quebra de silêncio do presidente sírio, no dia 16, o chefe de inteligência israelense Amos Yadlin vangloriou-se diante de uma comissão parlamentar que Israel reconquistara sua "deterrent capability". A reconquista da capacidade de dissuasão não era certa, mas o aumento de 10 pontos de aprovação de Olmert nas pesquisas de opinião da noite pro dia, sim.
No dia seguinte, talvez por ter ficado sabendo que Bashar el-Assad estava com uma bomba química pronta para ser lançada em Israel, Edud Olmert tentou acalmá-lo declarando estar pronto para fazer as pazes "without preset conditions and without ultimatums".
Bashar recuou por temer que Israel jogasse uma de suas dezenas (centenas?) de bombas atômicas em Damasco.
O jornal egípcio AL-Ahram comentou o "syncrhonized silence of the Arab world".
O silêncio da "comunidade internacional" não surpreendeu. Foi mais uma prova do sucesso da Doutrina Begin (the common term for the Israeli government's preventive strikes to maintain its opaque monopoly of weapons of mass destruction in the Middle East).  Pois o 'motivo' do ataque foi a Síria ter "failed to provide necessary cooperation with the IAEA investigation of the site", enquanto que Israel negava/nega o óbvio e proibia/proíbe sistematicamente vistoria de suas centrais nucleares.
O então presidente da Atomic Energy Agency (IAEA) Mohammed el-Baradei criticou a operação israelense dizendo "to bomb first and ask questions later undermines the system and doesn't lead to any solution to any suspician."
 
NEWS
Mensagem do lider do Hizbollah Sayyed Hassan Nasrallah:
Saudi Arabia's Wahhabi culture is behind world terrorism.


PALESTINA
 

Weekly

In September 2012, Israeli security forces put up a chain-link along al-Ibrahim street in Hébron, in the West Bank, separating paved road from a narrox, rough walkway. Since then, B'Tselem has twice documented security forces denying Palestinians access to the paved roda, despite official claims that there is no such prohibition. On 25 July 2016, B'Tselem wolunteer Raied Abu Ramileh filmed an Israeli occupation soldier seizing the bicycle of 8-year-ol Anwar Burqan and throwing it in the bushes for riding it down the paved road, which reserved for Jewish settlers. 
On 24 May 2016, dozens of soldiers spread through the Streets of the Jaber neighbourhood in Hébron, gathering children and teens. They stood 20 of them against a wall, asked them about a stone-throwing incident earlier that day, protographed each one and let them go. At least 14 were minors, seven including Under the age of criminal liability. The goal of this conduct appears to have been to intimidate the children and deter them from throwing stones, in blatant disregard of the military's duty to protect the rights of minors.
It happens very often in the Palestinian Occupied Territories.
Whitewashing Israel's crimes
On 9 December 2011 Tamini was hit by a tear-gas canister fired at him from close range while throwing stones at a protest. He died the next day. Two years later the MAG Corps closed the case on untenable ground; B'Tselem appealed the decision. Israeli Military Prosecution denied the appeal in Feb.2016, citing implausible scenarios to absolve the  shooter and his commanders for criminal liability, thereby sending, once again, a messaage that Israeli soldiers may act with impunity and underscoring the limitations of a system that does not examine policy or the responsibility of senior officers.


Palestina nas Olimpíadas no Rio
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