domingo, 26 de agosto de 2012

Tentifada, Mistifada, Paztifada no Oriente Médio

 
 
Em fevereiro deste ano eu disse que era pouco provável que Israel (com a ajuda dos EUA) atacasse o Irã porque até uma vitória militar provável (devido à desproporção de potência bélica conjunta de dois dos maiores fabricantes de armas do planeta) acarretaria uma derrota insuportável para os israelenses a curto, médio e longo prazo. http://mariangelaberquo.blogspot.fr/2012/02/ira-armacao-ou-perigo-embasado.html)
Há pouco os dois homens que controlam o governo e a IDF de mãos dadas e com maquiavelismo interdependente - Binyamin Netanyahu e o general Ehud Barak - voltaram a declarar que atacarão o Irã neste outono (primavera nossa), prometendo um Outono Sanguinário.
Aí voltaram a me perguntar o que acho: Israel vai ou não atacar Teerã e provocar uma guerra regional? cujas consequências seriam lastimáveis, diga-se de passagem.
Israel vai ou não atacar o Irã, vai depender de fatores internos e do apoio dos Estados Unidos.
Porém, o bom entendedor já sabe que Netanyahu, se insistir na agressão gratuita, vai acionar uma batalha que considera a priori perdida.
Por incrível que pareça, o Primeiro Ministro de Israel afirmou publicamente que no fim da "guerra" (os israelenses e os estadunidenses gostam de chamar agressões unilaterais de guerra) "assumirei" toda responsabilidade desta perante o Committee of Inquiry (Comissão de Inquérito)...
É esta declaração tempestuosa de Netanyahu que atesta aos bons entendedores sua insanidade mental. Insano porque não dá para imaginar que um homem são decida jogar seu povo e sua nação em um conflito bélico cuja derrota ele mesmo antecipa.
Para quem conhece a história israelense, a antecipação da derrota está nas entrelinhas. Tal Comissão só exerceu suas prerrogativas em duas campanhas militares que os israelenses se consideraram derrotados: na "guerra" do Yom Kippur em 1974 e nas "guerras" do Líbano de 1982 e de 2006. 
Tal Comissão não foi convocada em nenhuma das campanhas militares em que Israel considerou ter obtido vitória. Ou seja, na "guerra de independência" em que os imigrantes judeus ocuparam a Palestina em 1948 declarando o Estado de Israel unilateralmente; na "guerra do Sinai" em 1956 quando Israel invadiu o território egípcio; na "guerra dos Seis Dias" em que com a ajuda da França, Inglaterra e Estados Unidos, a IDF pulverizou os exércitos sub-equipados da Síria, Jordânia, Egito e como "espólio" de guerra, ocupou militarmente a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e começou seu processo de ocupação civil com as invasões de judeus importados.   
O jornalista israelense Uri Avnery disse há pouco que "embora a revista TIME, que a cada semana fica mais ridídula (defendendo o governo extremista de Tel Aviv que os prósprios israelenses veem contestando nas ruas) possa coroar Netanyahu 'Rei Bibi' mas Israel não é uma monarquia". E que "Netanyahu se considera um Winston Churchill moderno, mas eu não me lembro de Churchill ter anunciado que assumia responsabilidade de uma futura derrota. Até nas situações desesperadoras ele acreditava na vitória e jamais usou a primeira pessoa do singular em discurso".
O fato é que esta maquinação iraniana leva a duvidar da sanidade mental de Binyamin Netanyahu e Edud Barak porque se não estivessem possuídos pelo demônio da megalomania irresponsável, jamais provocariam uma guerra cuja derrota anteveem antes de ordenar o ataque.
 
Ora, estes dois homens não são ou não podem ser tão imbecis ao ponto de imaginarem que os aiatolás que governam o Irã realmente queiram "riscar Israel do mapa" com uma bomba nuclear, como diz o tagarela Mahmud Ahmadinejad para distrair a atenção de seus concidadãos dos próprios problemas internos que enfrenta.
Os dois braços armados de Israel sabem que Ahmadinejad não tem autoridade para fazer nada grave e que há meses deixou de gozar de estado de graça junto aos aiatolás.
Mesmo que o Irã adquirisse ou adquira a bomba atômica - provável a médio prazo justamente por causa das ameaças constantes de Israel e dos EUA - vai ser uma inconveniência para ambos porque não poderão mais intimidá-lo, mas a ameaça de um "segundo holocausto" é uma manipulação perversa e indecente do imaginário dos sionistas em geral.
Os aiatolás não sofrem da deterioração mental dos dois líderes israelenses e de seus ministros de extrema direita. O líder dos aiatolás Ali Khamenei é da linha dura - foi o braço direito do aiatolá Khomeini - mas dois dos cinco membros do conselho são moderados e todos os cinco são estudados. Não são trogloditas desvairados. Jamais lançariam uma bomba sobre Israel sem serem obrigados. Sabem que Teerã, o país inteiro, viraria um imenso cogumelo de fumaça antes que pudessem cantar uma vitória efêmera, pois em retaliação os Estados Unidos os bombardeariam sem pestanejar.
Além disso, na equação nuclear tem o fator integrante da Palestina.
Jogar uma bomba atômica em Israel ocasionaria, no mínimo, a erradicação colateral da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. E a poluição de Líbano, Síria, Jordânia, Egito... 
Trocando em miúdos, que eu saiba, o Irão vê a posse da bomba atômica como um fator de efeito dissuasivo. Quem conhece um pouquinho o Oriente Médio e o Irã entende isso.
Quem duvida tem agenda própria ou sofre de paranóia crônica e tem de ser internado em um hospício antes de provocar uma guerra que poderia virar planetária.
E como diz Uri Avnery, se Barak, Netanyahu, Lieberman, e os demais que compõem a ala extremista que governa Israel, "tivessem realmente medo da bomba atômica iraniana, fariam duas coisas: ou concordariam com a des-nuclearização da região, desistindo de seu próprio armamento nuclear (o que é improvável), ou fariam a paz com os palestinos e o mundo árabe, o que consequentemente desarmaria a hostilidade dos aiatolás. Mas as ações de Netanyahu mostram que para ele, conservar a ocupação da Cisjordânia é muito mais importante do que a bomba iraniana. What better proof do we need of the craziness of this whole scare? Binyamin Netanyahu may be crazy, but he is not mad. Ehud Barak may be mad, but he is not crazy. Ergo: Israel will not attack Iran."
Enquanto os Senhores de Israel tramam sua derrota anunciada, a ONG Gush Shalom mobiliza a sociedade israelense contra a guerra. No dia 23, organizaram passeatas em Tel Aviv, Haifa, na porta da casa de Netanyahu em Jerusalém e depois na de Barak - onde já tem manifestações diárias, e em Hiroshima (sim senhor/a!) onde estava havendo uma conferência internacional de grupos anti-nucleares.
Sem discordar de Uri Avnery, acho que o perigo da pantomina trágica do Primeiro Ministro de Israel é que seus problemas socio-econômicos internos são tantos, que é bem provável que esteja alimentando esta campanha bélica inspirado na prática comum wag the dog de seu padrinho gringo.
Ou seja, distrair a atenção de seus compatriotas mobilizando-os para uma guerra absurda que os reunisse em defesa do país cuja segurança o próprio Netanyahu mina diariamente com a ocupação da Palestina e que eleva a uma potência reativa dramática com a campanha de ataque do Irã.
Qual será o leão invisível no campo de Barak e Netanyhu que trar-lhes-á ou trar-lhes-ia benefício? Tem de ter um. Não é possível que eles tenham realmente enlouquecido.
 


A operação wag the dog, de Netanyahu, tem alguns motivos. Um deles é o movimento popular chamado em Israel Tentifada, iniciado no ano passado no entusiasmo da Primavera Árabe (   http://mariangelaberquo.blogspot.fr/2011/08/e-bonita-festa-pa.html;    http://mariangelaberquo.blogspot.fr/2011/09/israel-na-onda-da-intifada.html).
O movimento retomou impulso no mês de julho forçando o Primeiro Ministro a nomear uma comissão para examinar o custo de vida elevado que desde o ano passado tem gerado onda crescente de protestos até reunir centenas de milhares de pessoas nas ruas principais da capital.
Embora a coalição governamental de extrema-direita não se sinta ameaçada - é o que dizem, o movimento popular tem deixado o governo preocupado porque em vez de diminuir como Netanyahu esperava, fez foi aumentar paulatinamente com novas demandas, tais como de desocupação da Palestina e contra o ataque ao Irã.
A origem dos protestos é a queda nítida do padrão de vida dos israelenses. Estes sentem que as classes B e C estão descendo a escada  e saíram às ruas para reivindicar a justiça social da qual o país vem se distanciando nas últimas décadas ao priorizar as despesas militares em sua paranóia securitária.
O movimento que se restringia a Tel Aviv propagou-se a outras cidades, inclusive a Jerusalém onde residem os mais conservadores e sectários. As passeatas têm sido semanais e é por isto que Netanyahu resolveu reagir, com um ano de atraso.
O porta-voz do Primeiro Ministro, Mark Regev, tentou amenizar a rebeldia dizendo que Israel tem longa tradição de passeatas pacíficas e estas não são portanto inusitadas.
Mas quer queira admitir quer não, estas tomaram outras proporções.
O movimento é tão grande que os obriga a ouvir as reclamações da queda brutal do poder de consumo e da qualidade de vida, e quem sabe, parar a máquina de guerra contra o Irã.
Tudo começou com a crise de moradia - uma jovem expulsa de seu apartamento instalou-se em uma tenda na rua principal de Tel Aviv e logo foi cercada de outras famílias.
Do ano passado pra cá a revolta tem se ampliado com jovens casais protestando contra a dificuldade de tratamento dos filhos, médicos fazendo greve contra precárias condições de trabalho, professores contra os contratos de trabalho restritivos, outros contra salários baixos e o aumento constante dos preços de gasolina e de bens de primeira necessidade.
A amplitude do Movimento o tranformou na maior ameaça ao governo de extrema direita cuja popularidade vem caindo proporcionalmente à inflação que empobrece a classe média e marginaliza a classe baixa.
Apesar das ruas cheias de ativistas improvisados o governo mantém que a situação econômica de Israel é boa, "gozamos da taxa mais baixa de desemprego" determinada pelos organismos internacionais", e embora tenham de ouvir as demandas feitas pelos movimentos de protesto, "temos de manter uma política econômica responsável para assegurar o crescimento econômico de Israel". Ao mesmo tempo que justificam o crescimento econômico em sentido único que enriquece uma minoria e empobrece os demais, reconhecem que "os preços são elevados artificialmente sobretudo por causa de uma prática monopolística e de cartéis."
Vale lembrar que o tráfico de influências e a corrupção em Israel é frequente. Vira e mexe tem um dirigente político nas manchetes dos jornais. O último foi o ex-primeiro ministro Ehud Olmert. 
Netanyahu promete reformas rápidas, mas as ruas não se esvaziam porque a palavra do Primeiro Ministro não vale pouco ou nada apenas para os dirigentes europeus. Em casa também paira dúvida quanto à sua sinceridade.



Enquanto isto, na Cisjordânia, os palestinos também sairam às ruas de Ramallah para protestar contra a violência policial e o aumento das invasões judias que acarreta crescimento da violência dos colonos e dos soldados da IDF contra a população local.
Só nos últimos meses, mais 15.000 estrangeiros judeus se instalaram em colônias nos Territórios Ocupados. Estima-se o número a 650.000 o número atual de invasores, dentre eles, muitos são violentos e procedem a ataques sistemáticos de propriedades, lavouras, cisternas, moradias, carros, mulheres e crianças palestinas.  
Neste clima, há poucos meses Binyamin Netanyahu aproveitou a distração ocidental com a Primavera Árabe para encomendar a um grupo de juristas israelenses um painel de estudos para determinar o estatuto legal da Cisjordânia - como se tivessem alguma autoridade para definir fronteiras internacionais e julgar seus próprios crimes.
A Comissão Levi reuniu-se, discutiu e acabou fazendo "descobertas" e recomendações inacreditáveis e espantosas recentemente divulgadas e passadas em branco na imprensa internacional, embora sejam escandalosas e contrárias até às determinações dos aliados de Israel na Europa e do padrinho estadunidense.
Por incrível que pareça, a Comissão deduziu que não há ocupação de território palestino e que as invasões judias em construção contínua chamada de assentamentos ou colônias - consideradas o maior empecilho aos acordos de paz - são de fato "totalmente legais tanto retroativamente quanto no futuro"...
E como a Comissão Levi justifica esta dedução contrária às leis internacionais e ao bom senso primário?
Estes juristas israelenses determinaram que as invasões "têm de ser consideradas legais", apesar das Resoluções das Nações Unidas e da opinião internacional, "por a ocupação ter sido contínua ao longo de décadas durante todos os governos e portanto ser historicamente única no gênero, e por isto as terras ocupadas terem de ser reconhecidas de fato propriedade de Israel".
Um tipo de Uso Capião que regulariza e legaliza invasão e ocupação estrangeira de terra alheia.
O interessante com o governo israelense é que seu deboche e sua perversão jurídica não têm limites.
O "raciocínio" (destorcido) da Comissão que a Cisjordânia não é um território ocupado e sim parte de Israel contraria o Direito Internacional, a Moral e impõem no mínimo duas perguntas. 
Se estes juristas que infringem as leis internacionais e os direitos humanos consideram a Cisjordânia parte de Israel, quem são para eles os milhões de palestinos que vivem na Cisjordânia impedidos de locomover-se livremente, de votar nas eleições israelenses e de reclamar cidadania?
Qual é o estatuto destes milhões de palestinos oprimidos no suposto Estado de Israel do qual seriam (aos olhos desta jurisprudência surreal) residentes de classe abaixo dos Intocáveis da India?
Se esta "descoberta" da Comissão Levi for implementada sem que a comunidade internacional mova um dedo para impedir esta apropriação condenada pela Convenção de Genebra (e perigosa pois segue o mesmo padrão da criação unilateral do Estado de Israel imediatamente reconhecido pelos EUA e em seguida pela ONU em 1948, em detrimento de Estado e dos direitos inalienáveis dos palestinos à cidadania em seu território milenar) Israel estaria formalizando o apartheid - prática desumana que o mundo inteiro condenou na África do Sul e que por pressão internacional e boicotes de toda ordem foi extinta com a queda do sistema montado pelos Afrikaners.   
Resta saber se o Conselho de Segurança da ONU vai reagir em tempo hábil ou se o golpe de Netanyahu de escolher justamente o momento em que os olhares estão voltados para a Síria para dar o bote valer-lhe-á mais uma vitória em seu processo de limpeza étnica dos palestinos.
O Brasil poderia reagir e redimir-se do comércio de armas com Israel apresentando uma Resolução ao Conselho de Segurança das Nações Unidas ou em Assembleia Geral para frear esta iniciativa expansionista, ou vamos ficar calados e passivos?

"Edmond Levy took off the robe of a Supreme Court judge – and under it was revealed a shyster, a Likud Party hack providing his client with a highly dubious, made-to-order legal opinion. After 45 years of oppressive military rule former judge Levy discovered that the West Bank is "not an Occupied Territory" and that the settlement enterprise is a pure, lily-white business.
Outside Israel's borders Levi's assertions would be greeted with laughter and derision, if anybody bothers to take notice of them at all. The International Court of Justice, which is the highest interpreter of International Law, ruled unequivocally in 2004 that the West Bank is indeed an Occupied Territory; that Israel may not build settlements or boundary fences inside this territory. The Fourth Geneva Convention, to which Israel is a signatory, specifically states that an Occupying Power is not entitled to settle its own citizens in the Occupied Territory, regardless whether it is on private land or on state land. Also the Supreme Court of Israel of which was a member, decided that in a territory under military rule it is forbidden to confiscate lands for the purpose of building settlements.
The government may be tempted to use Levy's fabrication in order to undermine the rulings of the Supreme Court - a very transparent fig leaf."
ONG Gush Shalom                                          
The Café, Al Jazeera: The Enemy Within


Na Inglaterra, o Grupo Cooperativo, a quinta rede britânica de supermercados, acabou de estender o boicote dos produtos das colônias judias na Cisjordânia.
Além de não comercializá-los desde 2009, os supermercados da rede vão banir de suas prateleiras todas as marcas que se abastecem nas colônias.
Ao contrário de muitas lojas e supermercados que se dobram pontualmente à pressão dos consumidores, o grupo cooperativo foi mais longe e seguiu um processo rigoroso e minucioso. Para ter certeza de englobar todos os produtos ilegais e não se deixar enganar por intermediários, contratou uma empresa de auditoria que pesquisou minuciosamente a origem de todos os produtos que oferece aos clientes.
Além dos produtos etiquetados "7 29 etc."  que indica a proveniência de Israel e das empresas cuja procedência do Vale do Jordão é notória, os auditores descobriram quatro empresas que já são personae non gratae dentro de suas paredes.
"Following an audit of the Group's supply chain, it will no longer do business with four companies, accounting for £350,000 ($560,000) worth of sales, as there is evidence that they source from the Israeli settlements in the Palestinian occupied territories," declarou o porta-voz do grupo que continua a oferecer produtos de 20 empresas israelenses legais, instaladas a Oeste da Linha Verde, concluindo que "The Group will also continue to actively work to increase trade links with Palestinian businesses in the occupied territories."

Nesse ínterim, o governo da África do Sul cancelou a viagem de prefeitos de suas maiores cidades a Israel e seu Ministro das Relações Exteriores Ebrahim Ebrahim em recente entrevista a jornais ingleses afirmou desaconselhar "veementemente" seus compatriotas a viajar para Israel, indicando que esta é a política geral do governo sul-africano.
Por outro lado a África do Sul e a Holanda estão sendo os primeiros a criar dispositivos legais contra a venda dos produtos das colônias judias em suas lojas e mercados de maneira enganosa.
Estes dois países aprovaram lei que obriga os produtos procedentes dos assentamentos/colônias ilegais a serem etiquetados com a menção explícita de sua procedência dos territórios ocupados na Cisjodânia ou Made in Palestine.
Isto facilitará ao consumidor o exercício do boicote cívico, já que todos sabem que a Palestina mal tem direito de produzir para o próprio consumo e quase todas as suas finanças, "graças" aos Acordos de Oslo, passam pelo controle de Tel Aviv.
O governo de Israel está esperneando, mas não pode fazer nada contra países soberanos e devidamente reconhecidos pela ONU.
A "moda" parece que vai pegar.
Outros povos ocidentais estão pressionando seus governos para que tomem a mesma medida para facilitar a identificação dos produtos ilegais.
E o Planalto e o Congresso Nacional, quando vão aprovar a mesma lei para abrir os olhos dos consumidores tupiniquins que são pouco ou mal informados?

Enquanto nossos políticos e governantes não tomam as providências necessárias, não se esqueça de conferir o código barra antes de comprar qualquer produto estrangeiro - sobretudo proveniente de Israel.
Inclusive nas lojas Sephora instaladas em capitais brasileiras. Ouvi dizer que no Brasil a Sephora está vendendo produtos da Ahava (boicotados na Europa, Austrália e Estados Unidos),  por acreditar que contará com a cumplicidade alienada da mulher brasileira.
Será?!

Falando em Ahava, Abigail Disney, herdeira do império que leva seu sobrenome e principal investidora da Shamrock Holdings Incorporated e do fundo de família Roy E. Disney, anunciou seu desligamento das partes da Shamrock que investem nos laboratórios Ahava do Mar Morto. Ahava é esta marca de cosméticos israelenses cujas fábricas são localizadas no Vale do Jordão e cujos produtos são oriundos da ocupação ilegal do Mar Morto. Como a Shamrock possui apenas 18.5%  da Ahava (37% pertence à invasão judia Mitzpe Shalem, 37% à multinacional Hamashbir e 7,5% a outra colônia ilegal Kalia), Abigail não pode fechar a empresa predadodra, mas já está transferindo tudo o que recebe em dividendos a ONGs de Direitos Humanos que defendem a soberania da Palestina.
 
Para concluir este assunto, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou uma Resolução que prevê uma comissão de investigação - a primeira, em 65 anos de ocupação - das e nas colônias/assentamentos na Cisjordânia.
O objetivo desta é investigar como e quanto estas invasões judias ilegais "podem" estar infringindo os direitos dos palestinos.
Falando nisto, o governo de Israel acabou de "aprovar" mais três invasões da Cisjordânia no dia 20 de agosto.
O Secretário Geral da ONU, Ban Ki-Moon recebeu este anúncio "deeply troubled".
Não traduzi porque é uma expressão diplomática até indecente diante da infração que em outras regiões já teriam valido bombardeios ininterruptos da OTAN até que o país ocupante se retirasse do território alheio invadido.
Contando estas três novas, o número de invasões judias se eleva a 123 e aumentará o número de invasores "oficiais", que é de 342.000 pessoas importadas para o Território palestino às vezes diretamente de seus países de origem. Sem saber falar hebraico e sem nem querer ouvir a língua árabe do país em que se instalam em toda ilegalidade.

 


E quando se fala da invasão civil na Cisjordânia não se pode deixar de falar também da militar e da cerca de concreto que envergonha todos os seres humanos que lá botam os pés.
Até esta data, Israel já enjaulou os palestinos em 434 quilômetros de muro de oito metros de altura em volta ou dentro de suas cidades e cidadezinhas.
Isto representa 62% do objetivo do governo israelense do total de 530 km² que pretende anexar a seu próprio Estado. 

 
Mudando de assunto só para atualizar a investigação sobre a morte de Yasser Arafat, os cientistas suiços já receberam convite oficial da Autoridade Palestina para ir a Ramallah examinar o corpo do ex-líder palestino recentemente inumado após a suspeita de morte por envenenamento em 2004.  (http://mariangelaberquo.blogspot.fr/2012/07/o-que-e-quem-matou-yasser-arafat.html)
O exame que levou a esta conjetura foi realizado no Instituto Suiço de Física Radioativa que detectou alto nível de radioatividade de polonium-210 em pertences de Arafat. 
A equipe suiça procederá a exame minucioso e talvez demorado do cadáver do ex-líder da OLP para que a conclusão seja definitiva e irrefutável.
A esposa de Yasser Arafat, Suha, deu queixa também na França e o Tribunal judiciário de Paris concordou em abrir investigação sobre as condições da morte do líder palestino em solo francês.
 


 
Abusos cometidos por soldados israelenses na Palestina
divulgados no youtube e no Facebook


Israeli youths lynch a Palestinian boy in broad daylight.
At the same time, the Foreign Minister Avigdor Lieberman calls for the deposition of Palestinian President Abbas for not accepting an Israeli diktat.

Publicado no jornal israelense “Haaretz”, 24/08/2012

 
Global BdS Movement: http://www.bdsmovement.net/


 Jews for justice for Palestinians: http://jfjfp.com/


Nenhum comentário:

Postar um comentário