domingo, 19 de agosto de 2012

Israel vs Palestina: História de um conflito XVII (03-05 2001)


Quando Ariel Sharon assumiu o poder houve uma esperança que desta vez os Estados Unidos se sentissem à vontade para usar a prerrogativa de árbitro justo em vez de partidário à qual se comprazia desde a Naqba.
Pois ao contrário do general Ehud Barak que tinha um verniz democrata devido aos laços que o ligavam a Yitzhak Rabin, Sharon provocava horripilância unânime na Palestina, no Israel pensante, na Europa inteira e até na meia dúzia de republicanos em volta de George W. Bush (que nunca pisara fora dos EUA e desconhecia o mapa mundi, mas não tinha a presunção oca de Bill Clinton) em Washington que conheciam um pouco do Oriente Médio.
A imprensa estava dividida entre os que cumpriam o ofício de informar do terreno, com conhecimento histórico, fontes fidedignas, e os que se contentavam em divulgar comunicados oficiais dos assessores de imprensa de Tel Aviv e Washington. Mas até estes últimos estavam de orelha em pé devido às alcunhas (bulldozer, carniceiro, etc.) que precediam o nome do novo primeiro ministro até na boca de vários compatriotas - Bulldozer ou Caterpillar, o instrumento da destruição selvagem ou a marca famigerada.

Porém, as grandes agências de notícia - UPI, Reuters, etc. - que informam a maioria dos jornais do mundo que compram seus artigos, continuavam e continuariam a dar tratamento diferenciado aos ataques israelenses.
Quando um israelense era vítima da resistência militar palestina, as imagens do sofrimento dos familiares eram repetidas sem parar e os responsáveis pelo "linchamento" "atrocidade" eram chamados de "terroristas, monstros desalmados" e outros adjetivos pejorativos discrepantes da realidade.
Quando as vítimas eram palestinas a perda era sempre minimizada "mortos durantes os confrontos" e os responsáveis pelo crime não eram invasores expansionistas e sim soldados no cumprimento do dever militar.
A parlamentar palestina Hanan Ashrawi, cristã, emancipada e pacifista convicta, disse na época que a "paz dos bravos" que o mundo incitava os palestinos a aceitar sem contrapartida válida, poderia facilmente virar "paz das covas" se seu povo ficasse de braços cruzados enquanto era exterminado. Não somos a favor de suicídios em massa, mas queremos o direito de resistir à ocupação e à injustiça.
Direito que até a mídia negava aos palestinos. Como se fossem eles os agressores e não os agredidos.

A ótica da imprensa europeia e até israelense começou a mudar durante esta Segunda Intifada.
Os ingleses que foram cobri-la e se hospedaram no hotel King Davig, em Jerusalém Ocidental, ficaram de queixo caído quando, por recomendação de colegas e por curiosidade jornalística, assistiram à vídeo histórica do hotel que ficava à disposição dos hóspedes.
Esta contava uma versão no mínimo surpreendente do atentado organizado pelo imigrante russo Menachen Begin (então líder do grupo para-militar sionista Haganah) no dia 26 de julho de 1946 contra os britânicos no local que então abrigava a sede da administração britânica na Palestina ainda palestina.

Na vídeo uma voz exultante se vangloria do King David ser o único hotel do mundo bombardeado por um futuro primeiro ministro (!) e enaltece os "ativistas" que participaram do atentado por dedicação à causa sionista.
Para refrescar a memória, 91 pessoas morreram no local (dentre elas 41 palestinos e  28 britânicos) e 46 sofreram ferimentos mais ou menos graves, dentro ou nas imediações do prédio.
Nos 64 anos de ocupação israelense, nenhum atentado da resistência palestina contra o ocupante fez nem metade de vítimas deste ato sangrento de coerção aos ingleses para que deixassem a Palestina à mercê dos imigrantes judeus que queriam tomá-la dos nativos.
Entretanto, enquanto a violência dos para-militares judeus era sistematicamente amenizada na mídia, todo e qualquer palestino ativo ou passivo na resistência à ocupação israelense recebiam todos os insultos repertoriados nos dicionários ocidentais - terroristas, pagãos, selvagens, animais - mas nenhum jornalista na época ousava usar a palavra "ativista" própria a quem reage contra injustiças manifestas.
"Resistentes" então, só pessoas de alta padrão como Danielle Miterrand, Nelson Mandela, Desmond Tutu, Dalai Lama,... enfim, os que experimentaram a iniquidade na pele e a enxergam, ousavam então usar o qualificativo adequado aos ativistas palestinos.
  
A lei dos dois pesos e duas medidas nunca foi tão bem aplicada na geopolítica quanto no conflito Israel vs Palestina. O espaço e o tipo de informação transmitida pelos jornais e televisões "imparciais" do Ocidente representavam sempre a ótica da assessoria de imprensa do primeiro ministro israelense, da IOF (Forças de Ocupação Israelense), do Knesset e da Casa Branca. Na Europa, porque os jornalistas do velho continente (sobretudo os franceses por causa da história da colaboração com os nazistas na Segunda Guerra) morrem de medo de serem chamados de anti-semitas; nos EUA, por influência do lobby israelense ou por sectarismo; na América Latina, talvez por receber a notícia por tabela, por comodidade ou simples partidarismo cego ou míope.

Contudo, a chegada de Ariel Sharon "tinha de mudar" a percepção do conflito, dizia-se. Sua chefia não deixava dúvida do que a maioria dos israelenses queria. Suas intenções anti-pacifistas eram mais do que públicas e não se via como a AIPAC - lobby israelense ativo desde 1951 em Washington - conseguiria convencer Bush a apoiar um homem cujos objetivos, no mínimo, racistas, eram explícitos.
Porém, a primeira frase que Bush pronunciou após a eleição de Sharon foi que não tinha nenhuma responsabilidade sobre as propostas apresentadas por Clinton, que diga-se de passagem só tinha tomado uma decisão positiva - incumbir o irlando-estadunidense George Mitchell de investigar a Intifada.
Bush e o general Colin Powell, substituto de Madeleine Albright, começariam do zero. O que não era tão má ideia considerando os a priori de Clinton, contanto que ouvissem o parecer de Mitchell.

Ariel Sharon por seu lado recusou imediatamente um encontro com Yasser Arafat, por quem alimentava ódio pessoal insaciável.
Foi ao Muro das Lamentações agradecer a Deus mais esta oportunidade de cometer atrocidades em toda (i)legalidade e em seguida foi buscar o apoio do Knesset para fazer ao que viera. Afinal de contas, o apoio dos parlamentares era merecido após a vitória nítida que demonstrava o desejo irrefutável - 62,5 contra 37,4% - de seus compatriotas de lhe darem as rédeas do país e da IOF.
Dito e feito. Recebeu carta branca e ordenou que suas Forças Secretas e Armadas continuassem a caça às bruxas, ou seja, a série de assassinatos de dirigentes palestinos que Ehud Barak iniciara.
No dia 13 o alvo foi Massud Ayyad, de 54 anos, da Segurança de Elite de Yasser Arafat. Seu carro foi bombardeado na saída do campo de refugiados de Jebalyia. O míssil o matou no ato e feriu quatro passantes.
A suspeita de que Sharon queria deixar Arafat desprotegido para atacá-lo diretamente foi aumentando cada vez mais entre os próximos do líder palestino.

A Anistia Internacional aproveitou este crime para denunciar esta "política de assassinatos de Estado", pedir que os Estados Unidos revisassem "toda transferência de armas" para Israel e exigir garantias que as armas não fossem usadas na violação de Direitos Humanos.
Nem Tel Aviv nem Washington lhe deu ouvidos e em consequência, no dia seguinte, um palestino lançou um ônibus contra passantes em Tel Aviv matando oito pessoas.
Em represália da represália, Sharon impôs bloqueio total dos Territórios Ocupados com a repressão que o sítio acarretava.

Mas nem todos os israelenses aprovavam a campanha militar sanguinária. No dia 15 de março o jornal local Maariv revelou que 600 reservistas tinham sido presos em outubro por recusarem voltar à ativa na ocupação da Palestina, e desde então os objetores de consciência aumentavam.     Do lado palestino, Yasser Arafat não desistia de tentar parar a carnificina dentro da legalidade. No dia seguinte ao artigo do Maariv, ele voltou a apelar para o Conselho de Segurança das Nações Unidas para que interviesse o mais depressa possível. Suplicou, através de seu representante Nasser Al-Kidwa, que a ONU enviasse Forças de Segurança para o seu lado da Linha Verde apesar das objeções de Israel e dos EUA, ainda com esperanças que o juízo das Nações Unidas prevalecesse sobre a vontade da Casa Branca.
Proposta semelhante fora vetada pelos Estado Unidos em dezembro, mas Al-Kidwa argumentou que nesse ínterim a situação se deteriorara e que o Conselho (transitório) ao qual apelava tinha cinco membros novos que podiam fazer a balança pender para a legalidade.
Embora tais votos também não significassem nada a médio prazo, já que os EUA, como um dos cinco membros permanentes, tem direito de veto e o tem utilizado sistematicamente em todos os casos que Israel é posto em causa, a Autoridade Palestina esperava conseguir pelo menos uma trégua para enterrar os mortos, tratar dos feridos e abrir espaço nos hospitais.

No dia 19 um colono foi morto perto de Belém e Sharon ordenou o sítio da cidade, que foi bombardeada com o cuidado de não atingir a Igreja da Natividade. Não era hora de indispor-se com os dois bilhões de cristãos ocidentais, dentre os quais o evangélico que ocupava a Casa Branca e não o perdoaria jamais. No dia 21 a Comissão de Direitos Humanos da ONU preconizou o envio de observadores internacionais a fim de proteger os palestinos, Arafat voltou a suplicar que a ONU enviasse uma Força de Paz, mas em vez de solidariedade recebeu repreensão.
Bush usou pela primeira vez o direito de veto como todos seus predecessores e os Estados Unidos impediram que os capacetes azuis fossem apaziguar os ânimos e com sua presença dissuadir as represálias mútuas e invasões territoriais.
Uma semana depois outro oficial palestino, um rapaz de 21 anos, foi assassinado por um míssil lançado sobre a Guarda Especial de Yasser Arafat. Outra meia dúzia de pessoas foram feridas neste atentado, mas não bastava. No dia 28 a IDF enviou seus Apaches bombardear os quarteis-generais da Força 17, a Guarda de Elite de Yasser Arafat em Ramallah e na Faixa de Gaza.
Cinco navios de combate lançaram mísseis sobre a Força 17 em Dei al-Balah no sul da Faixa na área da Muka'ata (sede local da Autoridade Palestina). A fim de os danos serem menos graves aos olhos internacionais, os prédios públicos que foram bombardeados nesse dia receberam aviso para serem evacuados. Mas os danos materiais foram graves e inviabilizavam o funcionamento administrativo dos palestinos, já que os funcionários ficaram sem escritórios para trabalhar.
No dia 1° de abril Sharon foi mais longe. Seu exército invadiu uma zona autônoma palestina pertinho de Ramallah para capturar um dos guardas pessoais de Arafat e no dia 20 a IOF voltou às portas de Belém, outra cidade autônoma, e enquanto uns rezavam de terço na mão, militantes do Tanzim resistiam à invasão protegendo a cidade a bala.
Enquanto isto, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, um míssil matava Mohammed Abdallah, um ativista do Hamas de 29 anos que militava no Jihad. Cerca de duas mil pessoas seguiram o enterro relâmpago (ele estava em pedaços) aos gritos de "vingança" "vingança", que infelizmente viria, mas mais tarde.
No dia 10 a IOF continuou o bombardeio da Faixa matando um médico, ferindo gravemente vinte pessoas e mostrando que Ariel Sharon nem se importava mais em manter as aparências e decidira bombardear os edifícios administrativos para matar.
Este foi o primeiro ataque diurno a uma repartição pública. Foi considerado crime horrendo por visar prédio e funcionários. "A única coisa que diferenciava os atentados suicidas palestinos aleatórios deste bombardeio foram os meios. Ou melhor, não só. Foi sem perigo algum para a IOF que além de ser o agressor, bombardeava de longe, sossegada", disse um ativista de Direitos Humanos.
Gaza padecia, Tel Aviv não dormia, e em Jerusalém Ariel Sharon declarava que estava implementando um plano detalhado que visava restaurar a sensação de segurança para o povo israelense.
"O que sua mente maquiavelo-bélica está tramando?" Conjeturou então um diplomata que apesar de recriminar Sharon off the record, on the record engolia o sapo.
O que quer que fosse, as autoridades palestinas e os pacifistas israelenses perderam o sono só de imaginar o que ainda estava por vir, já que os danos que o general Bulldozer causava não lhe bastavam. 
No dia 18 Colin Powell "desaconselhou" Ariel Sharon de confiscar mais terreno na Faixa de Gaza e no dia seguinte o general israelense resolveu demonstrar que era ele quem mandava pondo em prática a primeira fase do seu plano de "dar sensação de segurança" a seus compatriotas.
Tanques e caterpillars penetraram na Faixa de Gaza inaugurando um novo tipo de operação militar em uma área próxima da fronteira com o Egito. A operação de intimidação durou "apenas" 45 minutos e deixou atrás de si casas e uma delegacia em ruínas.
O mês de abril terminou com mais 37 palestinos enterrados e George Mitchell apresentando no dia 30 à União Europeia suas conclusões das investigações internacionais sobre a causa da Segunda Intifada.
O Ministério das Comunicações de Israel divulgara poucos dias antes uma versão surreal dos fatos. Segundo o comunicado oficial de Tel Aviv o catalisador imediato da violência fora o desacordo de Campo David no dia 25 de julho de 2000 e o "julgamento da comunidade internacional que os palestinos foram responsáveis pelo impasse... neste ponto de vista, a violência palestina foi planejada pelos líderes da Autoridade Palestina e visava provocar perdas como um meio de retomar a iniciativa diplomática."
A ocupação, as invasões judias e a excursão de Ariel Sharon na Esplanada da mesquita Al-Aqsa nem foi mencionada.
George Mitchell pôs os pingos nos is: "... a visita de Sharon não causou a Intifada Al-Aqsa, mas foi pessimamente agendada e seu efeito provocativo deveria ter sido previsto; na verdade, foi prevista pelos que instaram que fosse proibida. Os acontecimentos seguintes foram mais significantes: A decisão da polícia israelense no dia 29 de setembro de recorrer a meios letais na passeata dos estudantes palestinos.... Conformemente, não temos nenhuma base para concluir que houve um plano deliberado da Autoridade Palestina de começar uma campanha de violência na primeira oportunidade."
Quanto aos doze árabes-israelenses mortos na passeata de outubro em Israel, o relator estadunidense criticou a polícia israelense "pelo despreparo para as passeatas e uso excessivo de força."
A Comissão Mitchell aconselhou o gelo da colonização  e o fim das violências. Israel rejeitou as críticas da colonização enquanto que os palestinos aceitaram o documento como base para resolver a crise; iludidos que Sharon os deixaria respirar enquanto os Estados Unidos digeriam o veredito de Mitchell e agiam em função de seu veredito. 
Não chegou nem negociador nem nenhuma trégua foi respeitada.

No dia 07 de maio a IOF bombardeou um campo de refugiados ferindo 24 pessoas, dentre elas dez crianças e matando um bebê de 4 meses.
Como o fato foi levado a público, Ariel Sharon declarou que a IOF não tencionava machucar crianças, o caso foi encerrado sem punição dos soldados e cidadãos palestinos indignados apedrejaram dois colonos da invasão de Teqoa que viviam os azucrinando.
Os dois morreram e em represália Sharon ordenou o bombardeio de Gaza e a invasão de mais duas cidades cisjordanianas mantendo a política de aterrorizar os habitantes (à qual os reservistas da IDF se referem sempre Breaking the Silence).
Estas operações criadas por Sharon deixavam autonomia completa aos comandantes das tropas para fazerem o que quisessem sem autorização preliminar do comando central e sem se preocuparem se o que estavam fazendo era conforme à Convenção de Genebra.
Um jeito de fazer de conta que não sabiam das atrocidades cometidas por seus soldados no terreno e as considerarem atos de auto-defesa, caso viessem à tona.
Em uma das operações um professor foi assassinado, um jornalista que fazia seu trabalho divulgou a história, que não fez alarde mas chegou aos ouvidos de Colin Powell, e o general estadunidense criticou estas incursões indignas de um exército que se prezasse.
Ariel Sharon deu de ombros e continuou suas operações "securitárias".
No dia 14 cinco policiais palestinos foram assassinados em um checkpoint na Cisjordânia e helicópteros da IOF bombardearam Gaza destruindo dez veículos militares. Em Beituniya, uma cidadezinha na Faixa, dois policiais que se recusaram a entregar sua delegacia foram metralhados e depois os soldados puseram abaixo o local que os palestinos protegiam.
Nesse ínterim na Cisjordânia a mesma operação de demolição era posta em prática. Os caterpillars derrubaram vários edifícios públicos para amputar os meios administrativos de Yasser Arafat.

No dia 18 em uma operação de contra-ataque um bomba-suicida matou sete pessoas em Netanya, no norte de Tel Aviv.
A retaliação à retaliação foi brutal e inaugurou uma escalada nos meios da IOF.
Pela primeira vez Sharon pôs seus caças F16 para bombardear em alta escala.
Mataram doze palestinos e deixaram um rio de feridos graves.
Os jornais ocidentais ficaram lamentando os coitados dos israelenses "trucidados pelos terroristas desalmados", desconsideraram os assassinatos da IOF  e no dia 21 George Mitchell apresentou o relatório oficial de sua investigação esperando que servisse para algo.
Colin Powell agradeceu seus serviços e engavetou o documento.
O general estadunidense preferiu contratar outra pessoa, alguém mais na linha Bush, para realizar o mesmo trabalho. Foi assim que William Burns virou o novo mediador oficial dos EUA. Este diplomata de carreira foi então transferido da Jordânia, onde era embaixador desde 1998, e ocuparia o cargo de Secretário assistente para o Oriente Médio até 2005 quando foi nomeado embaixador na Rússia.
Enquanto Burns se instalava, a Autoridade Palestina sofria um baque.
No dia 31 de maio, Faisal Husseini, amigo e parente de Yasser Arafat e protagonista de peso no processo de negociação pacífica, morreu de infarto aos 60 anos.
Arafat recebeu a notícia na Bélgica, lamentou a perda "do amigo defensor da paz" e deve ter sentido que sua solidão aumentava proporcionalmente às suas responsabilidades. 
Em sete meses de Intifada, os palestinos contavam 447 mortos. No fim de maio, mais 55 foram enterrados. Os israelenses haviam perdido sessenta e cinco vidas no total. 

Documentário Journeyman: Gaza's Human Shields

"All who want to see an end to bloodshed in the Middle East must ensure that any settlement does not contain the seeds of future conflict.
Justice requires that the first step towards a settlement must be an Israeli withdrawal from all the territories occupied in June, 1967.
A new world campaign is needed to help bring justice to the long-suffering people of the Middle East."
Bertand Russel, 1970

Reservista da IDF, forças israelenses de ocupação,
 Shovrim Shtika - Breaking the Silence 1



Global BdS Movement: http://www.bdsmovement.net/

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