domingo, 12 de agosto de 2012

O visível e o invisível no Oriente Médio


O Oriente Médio é uma das maiores vítimas do sofisma.
Os que deturpam os fatos sofismam por maudade, por cobiça desmedida, por interesse errôneo excessivo em Israel, ou por simples ignorância da realidade histórica e contemporânea no terreno.
Qualquer que seja a razão do engano premeditado, dos desacertos linguísticos e semióticos utilizados, é inegável que essa é a região do mundo mais vulnerável a esta prática irresponsável.
Como se sabe, sofismas são argumentos aparentemente válidos, mas na realidade não conclusivos e de suposta má-fé de quem o emite; argumentos que partem de premissas tidas como verdadeiras para chegar a conclusões inadmissíveis que embora não possam enganar ninguém são de espírito, aparecem como resultante de convincentes regras formais de raciocínio; em suma, argumentos falsos formulados de propósito para induzirem outrem a erro sistemático.
Desde 1948 que a Palestina vive na mira de todo tipo de sofisma repertoriável - da ênfase, da falsa causa, da generalização apressada, do formal, do verbal e da divisão que atribui às partes características de um todo sem considerar suas particularidades.
Este uso internacional sistemático e imoderado de sofisma na diplomacia, na política e na mídia, tem prejudicado a Palestina e o povo israelense desde a auto-proclamação do Estado de Israel em 1948.
A Primavera Árabe estendeu o sofisma, por razões ora idênticas ora diferentes, da Palestina aos demais países semitas (da linha de Ismael, não de Isaac) - por romantismo e idealismo da juventude, por pragmatismo imediatista de certos adultos, por miopia crônica de muitos - e os cidadãos do mundo foram e vêm sendo alimentados de notícias que os induzem a tomar o mesmo partido maniqueísta em relação às "revoluções" dos últimos meses que tomaram no caso do Iraque na década passada.

Fotografia de Rob Arnott (criador de Fundamental Indexes) na Tanzânia. 
Inspirou o artigo econômico de John Mauldin The lion in the grass - 
o leão invisível que representa o verdadeiro perigo   
O economista-político-polemista francês Frédéric Bastiat que chacoalhou o século XIX até 1850 (quando morreu com 49 anos) foi o maior inimigo do sofisma e dos que o utilizam.
Bastiat é o autor do manifesto Ce qu'ont voit et ce qu'on ne voit pas que até hoje inspira analistas anti-sofisma que ouvem o dito e o não-dito e veem o evidente, o subentendido e o escondido.
(O corpo do manifesto dá munição aos defensores do liberalismo econômico, mas isto é outra estória, para economistas).
Parafraseando Bastiat na geopolítica, um ato, um costume, uma instituição, uma lei não engendram apenas um efeito, mas sim uma série deles.
Destes efeitos, só o primeiro é imediato, manifesta-se junto com sua causa, é explícito, visível, e visto.
Os outros só se desenrolam a posteriori, sucessivamente, e embora sejam implícitos não são visíveis, e não são vistos; com muita sorte, são previstos.
Entre um mau e um bom repórter e analista, um se restringe ao visível, o outro considera os efeitos visíveis e previsíveis.
Mas esta diferença é imensa, pois quase sempre, quando a consequência imediata é favorável, as consequências posteriores são funestas, e vice-versa.
Daí resulta que o analista de vista curta enfatiza um evento em detrimento do que vai acarretar por não enxergar além do aparente, enquanto que o analista precavido não se embala com o evidente e prevê as consequências ainda durante o evento.
É a mesma coisa na higiene e na moral. De forma geral, quanto mais doce é o primeiro fruto de um hábito, mais amargos são os demais. Como por exemplo a devassidão, a preguiça, a prodigalidade. Portanto quando sob o efeito do que se vê e ainda sem aprender a discernir o que não se vê, o homem se abandona aos hábitos funestos por tendência e às vezes até por (mau) cálculo.
Isto explica a evolução fatalmente dolorosa da humanidade. A ignorância cerca o berço do recém-nascido e determina os atos por suas primeiras consequências à primeira vista abordáveis. É só com o tempo que a ignorância passa a considerar o perceptível, graças a dois mestres diferentes que domam a sua falta de conhecimento: a Experiência e a Previdência.
A Experiência age com eficiência, mas é brutal. Ela nos instrui sobre todas as consequências de um ato fazendo com que sintamos seu efeito e ao nos queimarmos não haja como não acabarmos entendendo que o fogo queima - em vários ofícios os anos de prática podem garantir bagagem se o profissional amadurecer com o tempo em vez de apodrecer por parasitismo indolente.
O médico da Experiência é rude, mas em jornalismo, necessário, não ao repórter, mas ao analista. Além, ou concomitante à experiência, o analista precisa de algo mais que não se acumula nem se fabrica. Precisa substituir e adicionar à experiência algo mais ameno e mais agudo para enxergar além do aparente. Precisa da acuidade da Previdência.

Bastiat escreveu esse Manifesto em termos econômicos para fustigar com palavras a administração da França na época, mas a introdução acima foi universalizada, ficou para a posteridade e virou uma lição para os melhores analistas e administradores que conheço.
Eu penso, antes de opinar, além de Bastiat, mais atrás, às Mémoires d'Outre Tombe (Memórias do Além) de outro francês, este nascido no século XVIII e que faleceu dois anos antes da morte do pai do liberalismo econômico clássico Frédéric Bastiat.
Pois como na natureza nada se perde, tudo se transforma, e ninguém cria nada, apenas reformula ou aprimora criações e ideias antepassadas, acho bem provável que Bastiat, na introdução de seu manifesto, tenha recorrido à memória e puxado da estante o monumental Mémoires d'Outre Tombe do visconde François-René Chateaubriand e tirado deste várias passagens, inclusive um parágrafo célebre - Há duas consequências na história, uma imediata que é conhecida na hora, outra distante e que não se vê logo. As consequências das duas na maioria das vezes se contradizem - umas são fruto de nossa sensatez curta, outras da sensatez que perdura. O acontecimento providencial aparece após o acontecimento humano. Deus se levanta atrás dos homens. Negue quanto quiser o conselho supremo, discuta as palavras, chame de força natural ou razão o que se chama Providência; mas no fim de um fato consumado, olhe bem e verá que este sempre produz o contrário do que se esperava quando não é calcado na moral e na justiça.   

Este longo preâmbulo é para voltar à questão síria, onde o leão visível que os EUA querem aniquilar é Bashar el-Assad. O que querem proteger é supostamente o povo sírio oprimido, porém, estão criando um monstro mais perigoso do que o do Dr. Frankenstein.
Neste caso, os leões invisíveis que os EUA querem aniquilar por tabela são o Hesbollah e o Irã. E o que creem proteger é a segurança de Israel e deixá-lo à vontade em seu plano homicida-suicidário contra o Irã.
No terreno, os leões visíveis que os repórteres insinuam são: de um lado, Bashar com suas Forças Armadas matando e estuprando indiscriminadamente e se justificando com quimeras de invasões bárbaras, e do outro, corajosos rebeldes nacionais que lutam por democracia e liberdade com armas de procedência mágica usadas apenas contra os soldados sanguinários do regime alauita autoritário e para defender seus compatriotas massacrados.
Contudo, os leões invisíveis são de arrepiar os cabelos. E por alguma razão são omitidos: 1. Bashar que quer manter-se no poder, claro, mas que combate a ingerência externa das potências ocidentais que querem destruir a soberania do seu país, ocupá-lo desconsiderando suas caraterísticas próprias e neste processo abrem espaço para infiltrações extremistas cada vez mais graves - estes novos bárbaros não têm ligação nenhuma com o movimento de rebelião inicial e desejam instalar a confusão e a sharia; 2. Estupros e atos bárbaros cometidos também (ou mais ainda) por parte de rebeldes drogados com anfetamina ou/e ódio cego, e desses maus elementos estrangeiros perigosos que entraram na Síria (alguns nem falam árabe e os que falam, falam um dialeto distante do árabe literal, do qual o sírio é próximo).       
Venho repetindo desde o ano passado que o Exército Sírio de Libertação composto de jovens e de membros da Irmandade Muçulmana está sendo generosamente armado por vias do tráfico organizado por potências ocidentais e certos países árabes. Porém, os islamistas extremistas - elementos perturbadores vindos de fora com um grupo para-militar ultra-sectário que ainda não divulgou nome oficial + o Nusrah, facção dissidente do al-Qaeda acabam desfrutando das mesmas benesses dos lutadores locais. Ou seja, das armas que chegam do exterior (EUA&Arábia Saudidta&Israel?) à vontade.
Estes leões que Bashar vê, de quem quer livrar-se, não são quimeras, são concretos.
Mais cedo ou mais tarde os verdadeiros rebeldes sírios terão de admitir este fato irrefutável e aí os repórteres estrangeiros vão ficar com a consciência tranquila para pararem de omitir a infiltração desses bárbaros (que estão na Síria e no Iraque matando em interesse próprio, ou melhor, de uma ditadura do atraso) sem serem recriminados, como eu, por parecerem tomar o partido de um presidente autoritário. Que Bashar el-Assad é, mas é também um mal menor do que o perigo extremista que ronda a região destruindo construções e civilizações à sua passagem.

E quando se sabe que o problema poderia ter sido resolvido no dia 30 de junho quando Kofi Annan propôs em Genebra seu sábio plano de salvamento do que ainda podia ser salvo e foi aprovado por ambas as partes!
A proposta foi feita aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - China, Estados Unidos, França, Inglaterra, Rússia, mais Turquia e Qatar (Putin logo disse que o veto dos EUA à presença do Irã era um erro, já que, querendo ou não, sua influência nos eventos era patente, mas prevaleceu a miopia e a ignorância).
O documento propunha um processo de transição para o sistema democrático e a formação de um governo de unidade nacional no qual os líderes da oposição e membros do atual governo dividiriam o poder pelo tempo necessário para pôr o país em ordem.
Kofi Annan propôs um calendário para eleições em um ambiente são, e com a experiência do desastre que a imposição dos EUA da destruição do partido Ba'ath causou no Iraque, disse que a continuidade das instituições governamentais e funcionários públicos qualificados tinham de ser mantidos. Inclusive as Forças de Segurança e Armadas, embora estas tivessem de aderir aos padrões dos Direitos Humanos.
O plano do ex-Primeiro Secretário da ONU incluía um cessar-fogo do governo e dos grupos de oposição.
A parte visível do comunicado foi sensata, detalhada e construtiva, sem julgamento e sem apontar culpados.
A parte invisível foi a não-menção da fórmula costumeira "mudança de regime", que personaliza questões complexas como se fossem solucionáveis com a remoção de uma simples figura expoente. O que indicava acordo tácito para uma transição com Bashar para salvar a Síria de mais estragos. Pois não havia nenhuma exigência específica que Bashar se demitisse nem como pré-condição para as negociações.
O comunicado pareceu judicioso a gregos e troianos, ou seja, tanto aos membros permanentes do Conselho de Segurança, incluindo a Rússia e a China, quanto aos representantes da Turquia e do Qatar que representavam indiretamente os líderes da oposição a quem deram asilo e que monitoram em seu território segundo diretivas de Hillary Clinton.
No dia seguinte parecia que o problema estava solucionado. O otimismo reinava no campo de Assad e de Tlass quando a Rússia formalizou seu acordo o passando aos colegas do Conselho de Segurança o rascunho da Resolução que retomava o comunicado de Kofi Annan. Conforme o acordo tácito, urgia os membros-Estados a trabalhar no espírito cooperativo da Convenção de Genebra, a extender o número de enviados da ONU no terreno e pressionar para obter o cessar-fogo de ambos os lados.
A Resolução era sensata, em fase com o Comunicado de Kofi Annan e conciliatória o bastante para resolver o problema depressa, antes que chegasse ao extremo em que se encontra.
Mas aí os Estados Unidos resolveram propor sua própria Resolução - com o apoio da França e da Inglaterra - retomando todos os pontos polêmicos e impondo todas as condições já vetadas pela China e a Rússia anteriormente.
O texto continha ameaças explícitas e veladas de novas sanções e punição de Bashar el-Assad se ele não concordasse com a decisão unilateral do Conselho (sem consulta prévia), não mencionava nenhuma pressão para o cessar-fogo da oposição e deixava uma eventual intervenção externa subentendida ao referir-se ao capítulo sete da Carta das Nações Unidas.    
Foi então que aconteceu o que Washington desejava. A Resolução foi um desastre diplomático. A Rússia e a China vetaram como era esperado e por incrível que pareça, de forma geral, a imprensa não questionou o absurdo da proposta estadunidense e condenou a intransigência de Putin, desconsiderando a facada nas costas que Hillary Clinton, com a miopia que a caracteriza, deu na Rússia e na China.
Lembrava, aos mais antigos na praça jornalística, a reunião de cúpula de Campo David, patrocinada por Bill Clinton, entre Ehud Barak e Yasser Arafat. Nessa a proposta apresentada pelos israelenses foi absurda demais para ser considerada e mesmo assim, no final (imediato) Israel saiu de bonzinho e o fracasso foi posto nas costas do líder palestino.
No caso desta Reunião de cúpula em Genebra a mídia caiu de novo na conversa dos assessores de imprensa do Pentágono e Putin levou fama de intransigente e culpado pela guerra civil interminável. 
Contudo, os que veem além do visível perguntam: Por que Washington destruiu a maior oportunidade da Síria sobreviver sem maiores feridas materiais e humanas?
E respondem, por causa do grande leão invisível - a vontade de ver a Síria exangue e exaurida da força regional que tinha, de derrubar o único homem na região que contradiz sua política e é claramente hostil à política expansionista de Tel Aviv.
Em suma, para satisfazer a paranóia securitária de Ehud Barak e Binyamin Netanyahu, deixar-lhes os Golan que Israel tirou da Síria há mais de 40 anos, e forçar a um novo exílio os quinhentos mil refugiados palestinos que a Síria acolhera na Naqba.
Além de atingir o alvo ainds mais visado. O Irã, é claro.

O laxismo em relação aos rebeldes incentivou suas investidas porque apostam na impunidade, a ameaça de ingerência militar externa aumentou a ira de Assad, e a prova dos EUA não quererem resolver e sim fomentar o conflito provocou a partida de Kofi Annan, que em entrevista ao Financial Times fez tudo para manter as aparências on the record, mas que não conseguiu esconder sua decepção com a Casa Branca e seus aliados Ocidentais, que agem como se a guerra fria não tivesse acabado e quisessem "dar uma lição" na Rússia e na China se servindo da Síria.
Aleppo, grande patrimônio arquitetural e cultural universal está em pedaços, a população síria está mais do que abalada, as amizades entre famílias de comunidades diferentes viraram inimizades que parecem irrecuperáveis, o país está se empobrecendo e se enfraquecendo todos os dias... e quem ganha com isso? Não os sírios.
A Síria, para os Estados Unidos, é um simples pião no xadrez do Oriente Médio que a Casa Branca, Downing Street e o Elysée estão jogando contra o Kremlim.
No tabuleiro internacional, o leão semi-visível é a reminiscência da Guerra Fria.
O invisível é o orgulho ferido destas três potências decadentes que precisam dos BRICs para sobreviver e isto os deixa irracíveis. Despeito é um dos (res)sentimentos mais nocivos.
É aquela velha estória do Se quiser ter inimigo é só prestar ajuda a alguém que precisa.
No tabuleiro regional, o leão visível é o regime de Assad, os semi-visíveis são o Irã e o controle do Oriente Médio para deixar Israel ainda mais à vontade; e o leão invisível é o saco de gatos no qual o Pentágono está encurralando a Síria, com conhecimento de causa - pois se for por uma ignorância a mais a Inteligência e a Diplomacia estadunidense são ainda mais fracas do que demonstram.
Como de costume, os Estado Unidos estão brincando com fogo em casa alheia. Um fogo com o qual já brincaram no Iraque, no qual já se queimaram e queimaram quem não acendera o fósforo e até quem levava água para apagar o incêndio (quem não se lembra que nosso compatriota Sérgio Vieira de Melo foi uma destas vítimas colaterais).
Porém, como disse acima, há pessoas que em vez de amadurecer apodrecem. Vivem de sofismas, até a queda. Infelizmente puxam muitos consigo para o precipício que forjam com armas.
Tomara que o substituto de Kofi Annan tenha mais sucesso em convencer os Estados Unidos, a Inglaterra e a França que têm de primeiro esquecer o desejo de Israel ter soberania militar regional incontestável - Israel, este leão invisível que define todos os atos dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Em seguida, que as três potências nucleares ocidentais têm de dar ouvidos ao Qatar e à Turquia que representam os interesses da oposição síria (aos quais acrescentam os próprios...). Mas também à Rússia, à China, ao Irã; e sobretudo, defender os interesses da população síria calada, majoritária, que não pegou em armas e quer poder sair às ruas sem medo, quer ir ao trabalho, à escola, à universidade, ao mercado, e viver em paz com os vizinhos e com as outras comunidades.
Para recuperarem pelo menos a chance de remendarem seu belo Estado ragasdo, não há como descartar Bashar el-Assad do processo transitório, e nem o partido Ba'ath do Conselho de reconstrução que será formado.
Sem respeitar este pré-requisito a uma transição pacífica, a uma reconciliação progressiva, o processo administrativo em um país acéfalo será longa demais e as represálias sanguinárias ainda vão sujar ruas, casas e alimentar o ódio que trará de volta a instabilidade.
No frigir dos ovos, o mais provável é que o leão que os Estados Unidos estão desviando da vista da opinião pública, o leão que se encontra atrás da sabotagem do plano de Kofi Annan seja a instabilidade e destruição da Síria para atingir o Irã e enfraquecê-lo para deixá-lo mais vulnerável à a guerra que Israel está fabricando em areia movediça contra o país persa.

Aí os EUA voltariam a aplicar a teoria econômica do "vidro quebrado" do mesmo Manifesto de Bastiat - não ver na quebra de um vidro uma perda, mas sim o ganho do vidraceiro que sem a quebra de vidro ficaria desempregado.  Em seu pragmatismo imediatista irresponsável, faz anos que os Estados Unidos  busam desta especulação em escala planetária. Abusaram no Iraque, há pouco na Líbia e agora na Síria: destruir para poder "reconstruir" com seus contractors e sugar o sangue dos sírios para enriquecer cada vez mais os 1% de abastados que controlam a economia estadunidense e elegem seu Presidente - o que seria desta minoria se outros países não fossem "quebrados" para eles reconstruirem e se enriquecerem enquanto seus compatriotas se empobrecem e se endividam até perderem os meios de vida? E o que seria dos fabricantes e traficantes de armas se os Estados Unidos e Israel não vivessem fomentando guerra?
O petróleo do Irã é o maior leão invisível na campanha de "compaixão" pelos sírios.
O leão invisível das consequências é a quebra do equilíbrio na região e mais sangue derramado por longo tempo, como no Afeganistão onde bombas continuam explodindo "sem razão".
PS. O Manifesto de Frédéric Bastiat aborda também a demissão de funcionários para aumentar o número de soldados, mostrando quanto a sociedade perde na troca e quão nefasto é tal investimento para a Nação.    

Aqui termino com um desvio para a nossa Pátria Amada, Salve Salve! O Brasil condena diplomaticamente a ocupação da Palestina, reconheceu o Estado Palestino no ano passado com direito a Embaixada em Brasília, mas por outro lado, segundo o BDS (Movimento de Boicote a Israel) e a ONG de Direitos Humanos Stop the Wall, o nosso país  é o quinto maior importador de armas israelenses, com intercâmbio comercial entre ambos em matéria de defesa que chega a US$ 1 bilhão, e "viola as obrigações legais e os interesses políticos do Brasil".
Sem a exportação de armas, que representa 70% do negócio da indústria armamentista israelense, "Israel não seria capaz de manter a ocupação ou realizar 'guerras' como a do Líbano em 2006 e de Gaza em 2008/9, ambas duramente condenadas pelo Brasil", diz o documento.
As ONGs também entendem que a colaboração com a indústria militar israelense "contradiz o apoio do Governo brasileiro à criação de um Estado palestino nas fronteiras de 1967".
Entre as empresas israelenses que têm negócios no ramo armamentista com Brasília, as ONGs mencionam Elbit Systems, Israeli Aircraft Industries e Israeli Military Industries.
As ONGs solicitam ao Planalto que "não ratifique e cancele o acordo de cooperação (militar) com Israel, feche o escritório das Forças Armadas brasileiras em Israel (aberto em 2003) e modifique as regulações de fornecimento do Exército para excluir dos contratos às empresas que violam a legislação internacional".
Elas também pedem que as empresas que violam a legislação internacional sejam proibidas de se estabelecerem em nosso território e que essas companhias "sejam excluídas dos contratos para a organização da Copa do Mundo e das Olimpíadas".
Quando estes ativistas de Direitos Humanos me perguntam se o povo brasileiro já viu este leão semi-visível, eu respondo que acho que se divulgação houver deve ser sucintíssima e escondida nos jornais em páginas pouco lidas.
Será que os brasileiros sabem deste comércio?
Será que se os brasileiros conhecessem tais detalhes concordariam em que o dinheiro público fosse usado na compra de armas de um país fora-da-lei como Israel?
E armarmo-nos contra quem? Contra o quê? E para quê comprar armas alheias sendo que o Brasil é um dos primeiros fabricantes mundiais de armamento?! Ainda mais de um país que desde 1948 desafia o Direito internacional e os direitos do povo palestino o despojando de terra, cidadania e liberdade?
Mistério total.
Os leões invisíveis talvez sejam interesses indivíduo-comunitários ou pressões de algum lobby milionário sobre o Palácio do Planalto.

Pintura de Adolph Northern (século XIX) 
Retrata a retirada das tropas de Napoleão de Moscou
"In quiet and untroubled times it seems to every administrator that it is only by his efforts that the whole population under his rule is kept going, and in this consciousness of being indispensable every administrator finds the chief reward of his labor and efforts.
While the sea of history remains calm the ruler-administrator in his frail bark, holding on with a boat hook to the ship of the people and himself moving, naturally imagines that his efforts move the ship he is holding on to.
But as soon as a storm arises and the sea begins to heave and the ship to move, such a delusion is no longer possible. The ship moves independently with its own enormous motion, the boat hook no longer reaches the moving vessel, and suddenly the administrator, instead of appearing a ruler and a source of power, becomes an insignificant, useless, feeble man."  
"Christ has revealed to me that the fourth snare is ‘resisting evil by violence.’
I know that my doing so leads others and me into evil, and cannot therefore justify myself by saying that it is necessary for the protection of others, of my property, or of myself.
No sooner do I remember this than I cannot help abstaining from violence of every kind.
And I know, likewise, what the snare is. It is the erroneous idea that my welfare can be secured by defending my property and myself against others."
Liev Nikoláievich Tolstói

Abusos cometidos por soldados da IOF
(Israeli Occupation forces, como a IDF é chamada na Palestina)
Em fase com uma das vergonhosas camisetas da moda entre os jovens sionistas
Let every Arab mother know that her son's fate is in my hands 
Global BDS Movement: http://www.bdsmovement.net/

Detalhes dos negócios de armas entre Brasil e Israel: 

Nenhum comentário:

Postar um comentário