domingo, 1 de maio de 2011

Dia do Trabalho; mas nem infantil nem escravo.

Em 1884, os trabalhadores dos Estados Unidos transformaram o dia 1° de maio em um dia de reivindicação de expediente diário de 8 horas.
Mais de um século mais tarde, o trabalho continua longe de ser totalmente regulamentado e suas condições básicas respeitadas. Sobretudo no tocante às crianças e ao trabalho escravo.
A UNICEF, órgão da ONU encarregado da proteção da infância, define o trabalho infantil como um afazer que excede um mínimo de horas, conforme a idade e o tipo de trabalho.
Este labor considerado daninho e que portanto deveria ser eliminado é dividido por faixa etária. As crianças entre 5 e 11 anos não deveriam executar tarefas de cunho econômico que excedessem uma hora ou doméstica que excedessem 28 horas por semana; as entre 12 e 14 anos, as econômicas de mais de 14 horas e domésticas de mais de 28 horas; e as entre 15 e 17, poderiam trabalhar no máximo 43 horas por semana fora e dentro de casa.
Nestes parâmetros, estima-se a 158 milhões o número de meninos e meninas que exercem trabalho para o qual não têm idade. Ou seja, uma entre seis crianças no mundo. Muitos deles executam tarefas árduas e nocivas até para adultos, em minas, no manuseio de produtos químicos e pesticidas ou de maquinário perigoso.
Estas crianças estão em todo lugar, embora sejam invisíveis, arrumando a casa e cozinhando para a família; costurando indumentárias com as quais nos adornamos sem nos preocupar por quais mãos foram tecidas, que usamos para malhar transpirando um suor sadio; ou na labuta agrícola em plantações de cana, milho e algum outro alimento com o qual nos alimentamos sem questionar a origem.
Na África subsaariana, 69 milhões de mãozinhas e de corpos ainda não-formados trabalham para manter adultos bem nutridos. Isto representa uma entre três crianças que lá vivem. Vivem?
No sul da Ásia, mais 44 milhões fazem parte desta mão-de-obra carente e baratinha.
As meninas pobres já nascem na cozinha, esfregando chão e cuidando dos irmãos como se os tivessem parido. Isto quando não vão parar em casa alheia onde na maioria das vezes sofrem abusos psicológicos e físicos.
Não precisa dizer que estas crianças não estudam como estudamos e como estudam os nossos filhos. Se fossem obrigadas a estudar os pais não poderiam comercializá-las ou pensariam duas vezes antes de alugar seus ofícios ou simplesmente vendê-las como Mais-valia - que Karl Marx me perdoe a heresia.
E os traficantes que sequestram crianças para vendê-los como escravos a fabricantes de roupas e calçados que crianças privilegiadas usam sem saber o preço humano que custaram?
Cerca de 8.4 milhões destes meninos e meninas que trabalham são escravos.
A Nike é uma das empresas mais bem sucedidas no mundo, mas em suas fábricas nos países emergentes os salários são irrisórios, a carga horária é excessiva e os funcionários não são autorizados a se sindicalizar.
A Nike patrocina a Seleção Brasileira que promove sua logo no mundo inteiro que conosco pelo futebol vibra. Mas a Adidas não é melhor em nada. Quem sabe ambas e as demais se moralizassem se nós consumidores os boicotássemos em vez de concordarmos em pagar caro um produto fabricado a custo de trabalho malissimamente remunerado para enriquecer mercadores que aviltam a nobreza do esporte?
Bom Dia do Trabalho!


Para informar-se:



Nenhum comentário:

Postar um comentário