domingo, 15 de julho de 2012

Um passo pra frente na Líbia, um pulão pra trás no Paraguai


Depois do Egito, no dia 07 foi a vez dos líbios votarem no homem que vai estabelecer a democracia e governar o país...
Que país? A Cirenaica, a Tripolitana, Fezzan, as três regiões juntas ou nenhuma?
Governar o norte e o sul em uma democracia será (seria?) como governar espartanos e troianos na mitologia antiga contada nos versos de Homero e Virgílio, ou então governar a Grécia e a Turquia brandindo a mesma bandeira, hoje em dia.
O Conselho Nacional de Transição (CNT) que conduziu a Líbia a sucateando até e após a execução brutal de Gaddafi no dia 20 de outubro do ano passado, ao definir o futuro que o pleito daria aos compatriotas especificou que este ato simples de pôr tinta no dedão (para evitar fraude) e fazer uma cruz diante do nome de seu candidato na cédula eleitoral era o início do processo de criação de um sistema político novo e justo.
Para isto, estabeleceu uma representação proporcional com duzentos assentos na Assembleia em uma matemática que desagradou logo os cirenaicos - estes ficaram com 60 cadeiras, Fezzan com 40 e as outras 100 ficaram com a região Tripolitana, que para muitos cirenaicos foi derrotada junto com Gaddafi.
Talvez tivesse sido melhor dividir o país nesta oportunidade.

Vários intelectuais cirenaicos pediram o federalismo enquanto muitos das classes populares queriam mesmo era gritar basta de exclusão e de cidadania de segunda classe.
Durante os 42 anos de regime de Muammar Gaddafi a Cirenaica foi deixada para trás com a centralização do poder em Trípoli e as reservas petroleiras do leste foram sistematicamente exploradas em benefício da região tripolitana, da família e dos íntimos do "imperador da África".
Os cirenaicos se vangloriam de terem instigado a revolução anti-Gaddafi e estão frustrados por não terem colhido os louros que esperavam. Acham que os novos decretos beneficiam mais o oeste do país - com verbas para a educação e oportunidades de trabalho, como na época de Gaddafi.
Durante a "rebelião" eu disse e repeti que os líbios não são um povo uniforme e o Estado líbio - como a maioria dos países da África - é mais uma fabricação europeia decorrente das divisões aleatórias feitas no processo colonial nos séculos XIX até meados do século XX do que uma nação ligada por cultura e amor nacional.
O espaço territorial chamado Líbia reúne três povos  - desunidos e de culturas distintas - originários de três regiões que são Tripolitana, Cirenaica e Fezzan.
O bom senso deveria ter levado o CNT a aproveitar a "revolução" para dividir o país em três, com governos distintos, autônomos e soberanos para dar à população uma chance maior de conviver em paz como vizinhos, talvez até como amigos.
Viver em uma mesma nação unida e indivisível é pedir muito, talvez demais. Um pouco como a Iugoslávia pós-Tito quando em poucos anos a unidade que ele mantinha com autoridade e carisma desmoronou e virou um cada um por si em que bósnios, croatas, sérvios, kosovares pareceram acordar do sonho em que conviviam até como amigos para a realidade do que os separava ser mais forte do que o que os unia em Estado único.

No caso da Líbia, os três países potenciais que a compõem são separados por grandes espaços de terra e água. Sendo que a maior reserva subterrânea do "ouro azul" fica em Fezzan.
Embora os povos compartilhem a mesma religião - predominância muçulmana com 2% de cristãos e 1.3% de outras religiões - historicamente a Cirenaica tende a voltar-se para o Mashreq ou seja, o mundo islâmico oriental, enquanto que a Tripolitana tende a voltar-se para o Maghreb ou seja, o mundo islâmico ocidental.
Fezzan, que é maior do que as duas outras, mas se estende no deserto do Saara com sua areia indomável,  está mais voltada economicamente para os países da Africa ocidental do que para a Tripolitana ou Cirenaica.
O rei Idris Sanussi da Líbia, deposto no golpe militar de Gaddafi, governava apenas a Cirenaica. Foram os britânicos que lhe ofereceram de presente as duas outras regiões após a Segunda Guerra para que fosse Emir do conjunto pré-fabricado conhecido como a Líbia atual. Em reconhecimento ao seu apoio aos aliados.
Quando Gaddafi o destronou o povo inteiro seguiu o Coronel com menos ou mais boa vontade, porém nesses 42 anos a Cirenaica nunca esqueceu o rei deposto em 1969. Muitos lá acham que Gaddafi punia a região por causa do apoio desta a Sanussi. O que talvez não fosse tão errado. Além do ressentimento de Gadaffi pelos danos que o Emir também causara aos tripolitanos, naquela velha valsa de discórdias ancestrais.
O CNT e o presidente eleito que segue a mesma linha apostam em uma Líbia como a que Gaddafi mantinha. Continuam contra a ideia de Federalismo e com a a ilusão de uma grande Líbia. Muitos discordam e acham que só há duas saídas para a concórdia. Divisão pura e simples ou o Federalismo semi-autônomo. Menos como o Brasil e mais como os Estados Unidos em que os estados têm até leis próprias e razoável autonomia.
Em vez de escutar as ruas, o presidente do CNT Mustafá Abdel Jalil, ex-ministro da Justiça de Gaddafi, disse que usaria até a força para preservar a (sua ideia de) unidade.
A elite de Trípoli também rejeita a ideia de federalismo com o argumento que a partição da Líbia poderia ter consequências negativas, inclusive eventuais conflitos inter-regiões sérios - já que os "rebeldes" estão longe de deporem as armas que lhes foram dadas de mão beijada.
Mas as ruas parecem querer mesmo a separação ou no mínimo o federalismo.

Atual divisão distrital da Líbia
Contra a opinião contrária de líderes das regiões por temerem ser deixados de lado, outros por ignorarem o clamor das massas e a maioria por pavos dos trinta e três líderes tribais aproveitarem a deixa para impor leis unilaterias e ficarem com o poder real em detrimento dos partidos políticos.
Segundo o historiador Ronald Bruce St John, na antiguidade, o povo de Cartago na região tripolitana ocidental e o povo da Cirenaica do outro lado "concordaram em traçar uma fronteira entre suas esferas de influência onde corredores de ambos os lados se encontrariam" justamente no meio do caminho no Golfo de Sirte. Perto de onde as passeatas contra o CNT brotaram por ocasião do anúncio da divisão de cadeiras na Assembleia.
É onde os "separatistas" acham que a fronteira deveria ser estabelecida.  
Para evitar que tais ideias criem asas o CNT colocou barragens nas estradas litorâneas que conectam o leste e o oeste impedindo a passagem de veículos militares e tráfico comercial até o presidente eleito conseguir controlar todo o território.
O homem no poder agora é o doutor em Ciências Políticas (Universidades de Princeton e Pittsburgh nos EUA) Mahmud Jibril, membro do CNT e fundador do National Forces Alliance, NFA, o partido que o levou ao poder. Ele nasceu há 60 anos em El-Beida - terceira cidade líbia, segunda da Cirenaica e a com a maior reserva hídrica natural (400 a 600m pluviais de precipitações anuais - grande vantagem em um país em que o deserto ocupa mais de 90% da superfície).
Jibril foi o presidente do serviço de Desenvolvimento Nacional no governo de Muammar Gaddafi. Ele quer a Líbia una e indivisível. É ocidentalizado e pragmático, como toda a elite local que formou-se fora.
Tomara que consiga desenvolver uma Líbia majoritária à sua imagem.
Por enquanto a atividade das tribos e as armas espalhadas por todo lado em mãos de pessoas incontroláveis levam a pensar que sua tarefa será árdua.
"Fazemos um apelo honesto a um diálogo nacional para que juntos formemos uma coalição governamental com uma bandeira única... a fim de encontrar um compromisso, um consenso em que a Constituição seja escrita e um novo governo possa ser formado. Nestas eleições não houve nem perdedor nem vencedor.  A Líbia é a única vitoriosa," disse o presidente eleito.
Inch'Allah!


No nosso continente, logo que Fernando Lugo foi eleito para a presidência do Paraguai ouviu-se fortes rumores de insatisfação em Washington.
Porém, como estamos no século XXI e o Paraguai está na esfera de domínio latino-americano, e do Brasil, os contra-rumores de um eventual apoio ou incentivo a um golpe para derrubá-lo foram descartados de maneira até irônica: Foi-se o tempo em que os países latino-americanos eram repúblicas bananeiras à mercê dos gringos!
Ironia à parte, aconteceu o inacreditável.
Não há nenhuma prova que os Estados Unidos estejam por trás do golpe-disfarçado que derrubou o presidente paraguaio eleito democraticamente, mas os criminologistas repetem sem parar que para encontrar o culpado de um crime há de se procurar primeiro quem leva vantagem no delito.
No caso, um nome aflora a todos os lábios: os gringos são os únicos que têm algo a ganhar ou pelo menos, algo a não perder, além do amor próprio ferido.
As revelações do WikiLeaks que funcionários estadunidenses estavam contrafeitos com o distanciamento do presidente paraguaio do "comando sulista dos EUA" também bota a pulga atrás da orelha.
Primeiro foi o discurso "socialista" de Fernando Lugo que desagradou os Estados Unidos e ofendeu sua convicção do seu sistema ter de prevalescer no mundo.
Segundo porque antes do padre Lugo assumir o poder, Washington ofereceu "ajuda humanitária" ao "pobre Paraguai" em troca de apoio contra Hugo Chavez e uma ameaça velada de que se Assunção não aceitasse tropas dos EUA em solo paraguaio, perderia os milhões da ajuda "humanitária".
Quem diz humanitária, diz desinteressada. Ou a semântica anda errada?
Tais tratados pareciam desnecessários, já que por incrível que pareça o Senado paraguaio aprovou em maio de 2005 a entrada de tais tropas estrangeiras (com alguma "compensação" privada?) e quatrocentos marines foram transferidos para solo paraguaio em rodízio de semanas ou meses dos batalhões lá estacionados.
Este programa de "cooperação" chamado New Horizons consiste, no papel, de exercícios de treinamento médico. 
O ativista de Direitos Humanos Orlando Castillo diz que o treinamento médico é na verdade uma simples operação de observação dos líderes rurais considerados perigosos na ótica do Pentágono.
Aliás, "no State Department não parece haver nenhuma menção de fundos para trabalho médico no Paraguai. Há menção de fundos, dobrados, mas para contra-terrorismo."
Terroristas no Paraguai?!
Calminha... Em linguagem gringa, terrorista é todo aquele que não diz Amém ao seu Way of Life. Podemos dormir tranquilos. Não tem ninguém querendo explodir os nossos vizinhos.  
Enfim, podíamos dormir tranquilos até o golpe-impeachment de Fernando Lugo. Por que mesmo ele foi destituído? Nem vale a pena mencionar.
Agora temos os marines US à nossa porta. Em nosso quintal Paraguaio. De lá para o Mato Grosso e o Paraná é um pulo.  
Dilma, cuidado! Você sabe que a Operação Condor começou assim. Primeiro em um país e depois se alastrou pelo Cone Sul inteiro! (É brincadeira, sem graça; já estamos emancipados e os EUA nos devem dinheiro demais para nos atacarem com as armas que os nossos empréstimos certamente ajudam a financiar - a não ser que queiram livrar-se da dívida com um calote golpista ... Um a mais ou a menos, para eles tanto faz.)   
Barack Obama não se conforma com a decadência vertiginosa em que seu império se encontra e anda fazendo uma bobagem geopolítica atrás da outra. O Brasil está ao abrigo, pois a Casa Branca é míope mas não é destemida. Não ao ponto de cutucar onça com varetinha. O Paraguai é outra história, outro tamanho e outra medida.
Quando o teólogo e bispo católico Fernando Lugo foi eleito (em abril de 2008) deu fim à hegemonia do Partido Colorado que só não governou o Paraguai entre 1904 e 1946. O ditador Alfredo Stroessner (1954-89) reforçou ainda mais esta hegemonia.
Até perderem o governo para Fernando Lugo que prometeu realizar reforma agrária dentro dos marcos constitucionais, ampliar o sistema de seguridade social e lutar pela soberania energética do país.
Enfim, programa perigosíssimo para as elites dominantes e a corrupção reinante.
Ao ser eleito Lugo logo mostrou a que vinha respondendo mal a um possível Acordo de Forças Militares com os EUA e a outras investidas político-militares da Casa Branca via Embaixada.
Aí os EUA ficaram "extremamente desapontados" com a defecção paraguaia.
A estratégia EUA no Cone Sul não é segredo para ninguém que segue a Política Internacional, a paranóia de Washington (porque em vez de amigos só faz inimizades ou amizades pontuais interessadas) e sua obsessão em controlar tudo e todos em benefício próprio.
A decadência não os impede de continuar dando murro em ponta de faca. Aliás, é uma das razões da bancarrota, mas os gastos bélicos continuam aumentando como se desse para conseguirem comida e água pela força das armas.
Suas reservas naturais, sobretudo de água, foram tão mal exploradas na indústria selvagem que na região dos grandes lagos na fronteira com o Canadá já precisam fazer malabarismo para conseguir água potável. Daí a caça às reservas alheias que há anos assediam.
 
O nosso Brasil possui tudo o que eles gostariam de ter eternamente e estão desfalcados. Os olhos dos tecnocratas estadunidenses brilham quando falam nas doze bacias hidrográficas que constituem nosso patrimônio de 13% da reserva hídrica de água doce do planeta. Mas nisto ninguém tasca!
O crescimento do Brasil e a soberania demonstrada pela Dilma convenceram o Pentágono a nem tentar tocar diretamente na nossa bacia do Tietê-Paraná. Imagino que o Planalto ou o Itamaraty já tenham deixado claro que não tomaram o que é nosso de direito e de fato nem ocupando o Paraguai, nem com a cumplicidade do governo de Santiago.   
Digo Santiago porque o embaixador dos EUA no Chile sugeriu a Washington que estreitasse relações com líderes regionais que "compartilhassem suas preocupações em relação a Hugo Chavez."
Pois, como se sabe, os EUA morrem de medo de Hugo Chavez.
Com Fidel Castro com os anos contados, o novo bicho papão latino-americano é o venezuelano abusado que não perde a oportunidade de ridicularizar a Casa Branca e às vezes até de dizer em voz alta o que o mundo inteiro cochicha com sarcasmo.
O Pentágono quis por tudo instalar uma base militar na região do Chaco argentino, que faz parte do Grande Chaco que engloba terras argentinas, bolivianas, paraguaias e brasileiras - ao sul do Pantanal. A negativa peremptória de Cristina Kirchner fez com que Barack Obama procurasse outra saída e foi aí que o Paraguai foi cortejado com agressividade. Por ser o mais fraco do território e nosso vizinho íntimo em um trânsito fronteiriço carregado.
Washington queria esta base porque com a mudança de presidente do Equador, o novo, Raphael Correa, botou os militares gringos para fora de Manta, sua cidade costeira que os uniformes dos marines tingiam de cores estrangeiras.
O único cúmplice que os Estados Unidos tem no Cone Sul é o Chile, que abriu... os braços, e autorizou mais uma base estrangeira em casa. Aliás a amizade entre os dois países data da era negra de Pinochet e dos Chicago Boys. A democracia não inverteu o processo de submissão e dependência que marcava a ditadura militar que a Operação Condor instalara e apadrinhara até não poder mais.
Não sou especialista em Chile e só conheço este belo país como turista, mas dói-me a alma vê-lo prestar-se ao papel de vassalo dos Estados Unidos. É pena que suas elites não tenham mudado nem aprendido as lições do passado.

Falando em bases militares. Os Estados Unidos têm 800 espalhadas pelo planeta Terra em lugares estratégicos.
A América Latina abriga vinte e duas delas. Todas subordinadas a um departamento do Pentágono chamado Southern Comamnd - como se os nossos países fossem uma extensão do deles.
O Southern Command faz parte dos cinco comandos militares mais importantes dos Estados Unidos. É encarregado de nos vigiar, espionar e controlar noite e dia.
Seu Quartel General foi no Panamá de 1903 até 1999, depois foi transferido para Miami em 2000 com um plano militar de controle "sub-regional" que usa operações tecnológicas de ponta chamadas FOL (Forward Operation Location) - centros de "mobilidade estratégica" e "usos de força decisiva" com bases, rápido transporte aéreo e mobilização de tropas.   
Na América do Sul estamos cercados por todos os lados, mas os dois países mais EUAmilitarizados são a Colômbia e o Chile.
Aliás no dia 05 de abril deste ano os chilenos acolheram outro batalhão norte-americano em Concón, na base naval de Aguayo.
Os Estados Unidos forneceram U$460.000 para a construção e o treinamento consiste da doutrina dita Military Operations on Urbanized Terrain (MOUT). Uma daquelas doutrinas às quais Golbery do Couto e Silva era chegado.

Falando na eminência parda dos generais que nos governaram durante os 20 anos ditatoriais, a Escola das Américas (School of the Americas - SOA), criada no Panamá em 1946 e atuando hoje no Forte Benning, na Georgia, até 2004 formara 61.000 latino-americanos em técnicas de combate, tática militar, inteligência e técnica de tortura.
Muitos deles sujaram o Cone Sul de sangue durante as ditaduras orquestradas pela Operação Condor.
O agora chamado Institute of Hemispheric Cooperation continua formando cerca de mil para-militares latino-americanos por ano.

A base militar estadunidense mais famosa é a de Guantánamo, em Cuba, localizada só a 64 quilômetros de Santiago, segunda cidade do país e a 920 km de Havana. Como se sabe, foi apoderada pelos EUA em 1903 e há anos funciona como centro de tortura e prisão sem julgamento. Obama prometera fechá-la, mas ela continua. 
A base militar em Manta, que o Equador está fechando, abriga o centro eletrônico de espionagem de satélites do Pentágono. De lá saíam diariamente aviões espiões Orion C-130 armados em controle de rotina de terras e ares. É crucial na estratégia de missões de inteligência estadunidense.
Dizem que é esta que Washington quer transferir para o Paraguai, já que falhou Chaco.
A base de Comalapa em El Salvador é pequena. É usada para monitorar satélites e como apoio à Manta que está sendo desativada.
As demais bases da América Central - em Honduras e Costa Rica - são centros operacionais de radar e de apoio de missões aéreas.
É a partir da Colômbia que o sapato aperta. Nos últimos 12 anos recebeu cerca de U$5 bilhões de dólares em ajuda militar. Por isto autoriza sete bases militares estadunidenses pesadas (conhecidas) que operam em seu território colombiano e abrem as asas sobre nós e os venezuelanos. Além destas, compartilha com o Pentágono pelo menos as cinco ao lado.
A Arauca é oficialmente destinada ao combate do tráfico de drogas, mas é de fato um ponto estratégico para monitorar a região petrolífera na Colômbia, na Venezuela e a reserva amazônica.
A base de Larandia serve aos helicópteros. Suas pistas acolhem operações de bombardeiros B-52 com alcance além do território colombiano. Cobre o espaço aéreo de quase todo o nosso continente.     
A base Three Corners também na Colômbia serve para operações de terra, ar e água e virou um ponto estratégico contra as guerrilhas, base permanente de armas, logística de estratégia militar e tropas de combate.
Dizem as más línguas que na Colômbia tem até armas nucleares gringas. Apontadas para onde, os vizinhos?
Há poucos meses a Colômbia recebeu a visita do chefe da CIA David Petraeus, do secretário da defesa dos EUA Leon Panetta.
O ex-primeiro ministro e atual ministro da defesa de Israel Ehud Barak também esteve por lá para "estreitar a cooperação militar" com um interesse particular na base de Tolemaida, pertinho de Bogotá. Vira e mexe recebe a visita de ativistas que querem ver os marines e os israelenses pelas costas e longe de lá.
A relação militar entre a Colômbia e Israel começou a ser estreitada na década de 80. A Indumil colombiana produz inclusive uma versão do fusil Galil israelense - que é "inspirado" na famosa AK47, criada pelo engenheiro russo Mikhail Kalashnikov durante a Segunda Guerra Mundial e desde então copiada e traficada em todos pelos mascates da morte onde tiver conflito. 

O Peru (soldados ao lado armados do Galil) autorizou duas bases estrangeiras em Iquitos e em Nanay. Pertencem às Forças Armadas peruanas, mas foram construídas pelos Estados Unidos e são usadas pelos marines que operam na Amazônia peruana. Isto porque no final das contas, os Estados Unidos cobiçam mesmo são os nossos recursos naturais. Sobretudo o petróleo e a água.
Pois embora os brasileiros estejam fascinados com a China, suas práticas escravas e seus meios de enriquecimento ilícito mundo afora, só dois países dos BRICs têm futuro assegurado.
Apenas Rússia e Brasil têm fôlego para manter hegemonia a médio e longo prazo porque são os únicos em que os recursos naturais que a China (Tibete) e a Índia (Kashimir) têm de predar além de suas fronteiras legais abundam.
Nossos recursos naturais, os tesouros que o pulmão amazônico abriga, o petróleo que jorra e a ainda mais preciosa reserva hídrica (bacias à direita) são invejados e cobiçados pelo resto do mundo de maneira mais ou menos agressiva.
Mas a ABIM - Agência Brasileira de Inteligência, o serviço secreto tupiniquim que parece ser eficiente, sabe de tudo isto melhor do que eu e deve estar tomando as devidas providências para os marines, seus aviões espiões e seus piratas ficarem fora das nossas fronteiras.


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