domingo, 8 de julho de 2012

Israel vs Palestina: História de um conflito XIV (09/10 2000)


Janeiro de 2000 começou com perspectivas de diálogo, interrompido com a provocação premeditada de Ariel Sharon na Esplanada da mesquita Al-Aqsa no fim de setembro.
A repressão desastrada e desastrosa contra as passeatas dos universitários incendiou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza como uma faísca incendeia a palha.

Imagens de gases, tanques, cassetadas e balas correram o planeta como fogo em palha. Porém, a que emocionou o mundo no dia 30 de setembro e na Palestina caiu no incêndio como uma chuva de álcool, foi a de Jamal al-Dura e o filho Mohammed. Quem, com mais de 25 anos, não se lembra do pai palestino que protegia desesperademente o filho de 12 anos das balas dos soldados israelenses em Gaza?
O crime aconteceu às duas horas da tarde. 
Pai e filho estavam voltando para casa ao serem colhidos de surpresa em fogo cruzado entre a IDF e resistentes gazauís no cruzamento de Netzarim, em Gaza.
Jamal e o filho se agacharam atrás de uma barreira de concreto achando que estavam fora da linha de mira das posições da IDF. Gritaram por socorro, mas no alvoroço da troca de fogo, o que chegou foi uma bala que matou o menino como se tivesse virado um alvo. Os esforços do pai para esconder o filho aterrorizado foram vãos. Mohammed morreu no ato. O pai saiu gravemente ferido e foi hospitalizado.  Este acontecimento vale uma digressão de apoio ao competente colega francês Charles Enderlin, cuja vida virou nos últimos doze anos uma via-crucis inaceitável.

Desde esta reportagem fatídica vem sendo ameaçado, perseguido, agredido, caluniado, difamado profissionalmente, embora seu currículo seja sem falha.
O lobby pro-sionista extremista tem orquestrado campanhas sistemáticas de destruição de Charles  e até sua família tem padecido desta caça inexorável, inclusive com ameaças físicas.
Tudo isto porque o jornalista - um dos correspondentes estrangeiros mais bem informados sobre o conflito, há 20 anos baseado na região, hoje 30 - e seu cinegrafista palestino Ralal Abu Ramah, estavam em Gaza fazendo uma reportagem e flagraram o assassinato.
As imagens, que pertencem ao canal France 2, foram mostradas nas televisões do mundo inteiro e sua sentença foi assinada junto com a de Mohammed e de Jamal.
Eis a cronologia do que aconteceu depois do maior "furo" jornalístico da história do conflito.
Sob pressão internacional a IDF procede à investigação imediata e no dia 03 de outubro o comandante do batalhão do sul, Yom Tov Samya, confirma que o crime "parece ter sido cometido por um soldado que tinha visão reduzida e viu alguém escondido atrás de um bloco de cimento na direção de onde estava sendo atacado e atirou nessa direção."
E acertou no alvo.
O comunicado chega seco, protegendo a identidade do soldado, e sem desculpas pelo crime "acidental".
Apertados com a publicidade negativa, o governo de Israel apela então para a contra-informação costumeira esperando sair dessa com uma das estórias inverossímeis que serve à imprensa na bandeja.
No dia 27 de novembro a IDF resolve contradizer a própria investigação declarando que Mohammed poderia muito bem ter sido morto por um compatriota, semeando a dúvida onde para Charles Enderlin, presente no local, não havia nenhuma: o menino de 12 anos foi assassinado friamente por um soldado.
No dia 22 de novembro de 2004, um certo Philippe Karsenty, que se apresenta como "agente de notação da mídia", afirma que a reportagem foi trucada e evoca inclusive a "falsa morte" de Mohammed, semeando indignação e raiva no Sindicato de Jornalistas e na ultrajada família do menino.
No dia 19 de outubro de 2006 o Tribunal de Paris condena o tal Philippe Karsenty por calúnia e difamação.
No dia 02 de outubro de 2007 é de Tel Aviv diretamente que os israelenses atacam.
Daniel Seaman, chefe de imprensa do governo, acusa France 2 de ter feito uma montagem da cena, Charles Enderlin e Jamal al-Dura naturalmente desmentem, mas a campanha mediática do lobby na mídia tenta semear dúvida no terreno em que só há certeza contundente.

No dia 12 de maio de 2008 advogados ultra-sionistas israelenses exigem a cabeça de Charles Enderlin e no dia 21, Philippe Karsenty é surpreendentemente exonerado de culpa em Paris - sem se pronunciar sobre o conteúdo da reportagem, a Corte estima, por não se sabe que cargas d'água, que ele "exerceu de boa-fé seu direito de crítica e não ultrapassou os limites da liberdade de expressão" - France 2 e o Sindicato dos Jornalistas reagem.
No dia 01 de julho de 2008, a Corte israelense rejeita o descrendeciamento de Charles Enderlin que advogados locais solicitaram em maio.
No dia 08 de fevereiro de 2001 Jamal al-Dura dá queixa da revista "Acuatlités juives" (Atualidade judia) na qual o cirurgião israelense Yehuda David que o operara em 1994 alega que seus ferimentos eram anteriores aos tiros filmados. Ganha a causa. O cirurgião caluniador e o jornalista Clément Weill-Raynal são condenados no Tribunal de Paris, mas por incrível que pareça, o cirurgião recorre e no dia 15 de fevereiro de 2012 é inocentado. O jornalista é condenado a pagar 6.000€ por falta de "medida".
Porém, no dia 28 de fevereiro deste mesmo ano o Tribunal de Paris anula a exoneração de Karsenty e volta a condená-lo, para a satisfação do Sindicato dos Jornalistas e da liberdade de imprensa que é sempre chacoalhada quando a má conduta de Israel é posta em causa.  
O lobby israelense é tão eficiente junto à imprensa que convenceu até o célebre programa jornalístico da TV CBS estadunidense a apresentar a versão fictícia.
No Knesset poucas vozes se levantaram contra a manigância. Dentre estas, a do deputado Ophir Pines-Paz que afirmou que "parece que em vez de realmente encarar este incidente a IDF escolheu encenar uma ficção do fato para acobertá-lo através de uma investigação que visa unicamente inocentá-la do assassinato".
Todas as investigações independentes concluíram que foram soldados da IDF que atiraram no pai e no filho. Sem nenhuma dúvida. 
(Antes de fechar os parênteses deste crime a sangue frio, a título de informação, os egípcios batizaram uma rua do Cairo em homenagem a Mohammed al-Dura. Onde a embaixada de Israel é localizada.
Uma ideia ao prefeito de Brasília, São Paulo, Rio, enfim, todas as cidades brasileiras em que Israel tem representação diplomática.
Yitzhak Rabin tem bosque em Campinas, praça em São Paulo, talvez por ter ganho o prêmio Nobel de Paz que lhe deu destaque internacional. Para o bem do equilíbrio e da justiça pelo menos em terra tupiniquim, Yasser Arafat - co-recipiente do mesmo prêmio na mesma data - merecia se não um parque, pelo menos uma praça. Nem que seja para o Brasil parecer não estar privilegiando o ocupante em vez do ocupado.)  

No mesmo dia 30 de setembro em que Mohammed foi assassinado, mais 16 palestinos perderam a vida e os feridos se amontoavam nos hospitais e postos de saúde dos Territórios Ocupados. No dia 01 de outubro mais 14 jovens foram mortos, vários soldados da IDF estavam feridos e os helicópteros de combate retaliaram, metralhando os gazauís como em Apocalipse Now.
Em Nazaré os confrontos aumentaram e tanques se dirigiram a Nablus e atiraram como se estivessem em uma verdadeira guerra de forças armadas iguais.
Do outro lado voavam pedras, coquetéis molotov e estilingadas.

No dia 01 de outubro a Galileia primeiro parou em greve geral e depois pegou fogo com os nativos árabes nas ruas em passeatas que durante uma semana aumentaram em repressão e número de participantes.   Os soldados esqueceram que estavam lidando com cidadãos israelenses com direitos constitucionais e aplicaram o mesmo remédio que utilizavam nos Territórios Ocupados.   Com o mesmo resultado de mortos e feridos para todos os lados - mas estes árabes tinham direito a defesa, a dar queixa com advogado e este parêntese da Intifada seria o único que teria consequências jurídicas, embora limitadas. 
Enquanto Nazaré se solidarizava com os primos nos Territórios Ocupados, no dia 04 de outubro a secretária de estado dos EUA Madeleine Albright, na capital da França para uma reunião prevista há meses com a Comunidade Europeia, aproveitou para convidar Ehud Barak e Yasser Arafat para um encontro em Paris.
O intuito explicitado era tentar fazê-los voltar atrás no relógio e à "psicologia de fazer as pazes".
Ambos aceitaram o convite sem pré-requisitos. Talvez por saberem que cada um tinha um aliado e desta vez talvez pudesse haver em vez de monólogo, diálogo.
Inclusive a ordem das conversas particulares respeitou a simpatia dos mediadores com a causa dos mediados.
De manhã, o presidente Jacques Chirac encontrou Arafat no Palais de l'Elysée enquanto Albright passava uma hora e meia com Barak na embaixada dos EUA, que fica do lado.   Na dança das cadeiras, os adversários depois trocaram de lugar sabendo de antemão que com o interlocutor seguinte não ganhariam nenhum ponto a mais.   A França, então na presidência da Europa, acabara de declarar Ariel Sharon responsável pela explosão de violência e Albright, bem, Albright não queria ver Arafat nem folheado a ouro brandindo a bandeira de Israel enrolado na dos EUA. Tal era sua aversão pelo líder palestino indomável.
Estava previsto que após as conversas matutinas com Chirac e Albright, Barak e Arafat se encontrassem junto com a Secretária de Bill Clinton na Embaixada.
Porém, ao sair da reunião com Chirac, Barak logo recorreu à arma da contra-informação para defender-se com um ataque. Fez de conta que Sharon não fizera nada e declarou à imprensa que "a Autoridade Palestina é responsável pela explosão de violência. Estamos prontos para terminar com ela assim que os palestinos cessarem fogo."
A inversão descarada dos papeis atingiu Arafat como um golpe baixo e a reunião tripartite prevista para as 15 horas acabou virando mesmo foi outro bate-papo entre Albright e Barak.
Para não entrar de gaiato, Arafat ficou no seu canto e declarou que só encontraria Barak se este concordasse com uma comissão de inquérito internacional reunindo representantes dos dois lados, dos EUA e também da Comunidade Europeia, para investigar os massacres cometidos pela IDF contra seus concidadãos.
"Rejeitamos categoricamente o apelo a uma investigação internacional sobre os incidentes nos Territórios Ocupados", respondeu o porta-voz israelense trancando o colóquio anunciado.
As duas outras reivindicações de Arafat foram igualmente rejeitadas - cessar fogo israelense e retirada das tropas "das cidades autônomas sitiadas e da esplanada da mesquita Al-Aqsa."
Ehud Barak limitou-se a propor uma concertação entre responsáveis de segurança israelenses e palestinos... monitoradas exclusivamente por enviados dos Estados Unidos.
Arafat saiu de mãos vazias, mas sensibilizado com o apoio de Jacques Chirac. 
Quando o encontro de três dias em Paris terminou, mais de 60 palestinos já tinham sido ou estavam sendo enterrados. Desde o dia 30 os combates não tinham parado.

No dia 06, "Dia da cólera", as passeatas lideradas pelos universitários foram seguidas em massa. E os enterros pareciam procissões em que todos haviam sido atingidos na carne.   Em Nablus, na Samaria, uma das cidades mais visadas pela IDF, os manifestantes conseguiram fazer os soldados israelenses baterem em retirada pela primeira vez desde 1948.
Deixaram para trás mortos, feridos e uma multidão ressentida e descontrolada que invadiu um monumento judeu que abrigava o túmulo do patriarca Joseph com sua yeshiva que os soldados há anos protegiam azucrinando a vida dos cidadãos locais.
Puseram tudo abaixo.
O erro estratégico da retirada ordenada pelo general primeiro-ministro Ehud Barak foi alardeado por seus oponentes e este jogou a culpa na Autoridade Palestina sob cuja proteção deixara o sítio como "estipula os Acordos de Oslo."
Do lado da Autoridade Palestina nem se deram ao trabalho de sublinhar a ambiguidade oportunista dos israelenses manterem soldados contra os Acordos de Oslo quando lhes aprazia e passar o bastão quando a situação periclitava.
A polícia palestina, msmo que quisesse - mas não queria - não tinha nenhuma capacidade de manter a ordem.
A multidão usou dos mesmos meios do ocupante. Pegou um dos bulldozers usados na destruição de suas casas e não deixou pedra sobre pedra no monumento.
No dia 08 milhares de judeus israelenses foram à caça de árabes em Tel Aviv destruindo propriedades gritando "Morte aos árabes". Muitos reagiram, a IDF interveio em defesa dos atacantes como em Nazaré e com as mesmas consequências jurídicas na Comissão Or, que em 2003 culparia Ehud Barak e seu ministro de segurança pública Shlomo Ben-Ami - sem punição grave para nenhum dos dois.
No dia 12, dois reservistas israelenses supostos agentes infiltrados para semear desordem, foram capturados em Ramallah, os boatos logo se espalharam e uma multidão rendeu os policiais palestinos que os protegiam e o lincharam. As imagens foram filmadas por um cinegrafista italiano e mostradas nas televisões israelenses sem parar, provocando comoção geral.
Ehud Barak pôs então toda sua força bélica em marcha e a represália foi de uma violência tão bárbara quanto à dos linchadores. E em proporções desmesuradas. A IDF bombardeou Gaza, Ramallah, Nablus, Hebron, Jericó e sitiou todas as cidades palestinas, que ficaram ilhadas, com paredes esburacadas e crivadas de balas. Uma das cidades mais visadas pelos mísseis era Beit-Jala. Cidade de população cristã majoritária em cuja vizinhança os israelenses construíram a controvertida colônia judia Gilo - que há pouco foi aumentada. Esta colônia pregada em Jerusalém Oriental virou alvo da intifada porque os palestinos queriam mandar a mensagem clara que não aceitariam mais as invasões estrangeiras de braços cruzados. E a IDF descontava nos beit-jalenses - desde 2001 a situação só tem piorado e até as igrejas correm perigo de serem postas abaixo.   
Um dos mísseis desta leva caiu "por acaso" a 50 metros da Muqata'a, centro administrativo da Autoridade Palestina em Ramallah, com Yasser Arafat no recinto.
(Al-Muqata'a significa A Separada em árabe. São Fortes Tegart - nome do inglês que os arquitetou - construídos para abrigar complexos administrativos - continham às vezes até delegacias e prisões- em várias cidades palestinas durante o Mandato Britânico. Foram passados à Autoridade Palestina após os Acordos de Oslo para que instalasse o poder executivo e outros órgãos administrativos nacionais.  A Mukataa de Hebron foi logo destruída pela IDF. A de Gaza e de Ramallah passaram a ser usadas como sede da Autoridade Palestina e de residência do líder yasser Arafat.)
O ataque pessoal ao líder palestino foi tomado como uma afronta ao povo inteiro e a revolta aumentou por todos os lados.
A mídia internacional redescobriu a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, a Palestina virou notícia, atraindo a atenção da opinião pública internacional e dos governantes dos países ocidentais.
Aí os grandes deste mundo resolveram tomar uma providência. O secretário das Nações Unidas Kofi Annan, o representante da União européia Javier Solana, o rei Abdallah da Jordânia, o presidente do Egito Hosni Mubarak e Bill Clinton conseguiram reunir Ehud Barak e Yasser Arafat em Charm el-sheikh nos dias 16 e 17 para os dois homens dialogarem.
A tensão era palpável e o clima de desconfiança era tão pesado que talvez nem Bill Clinton acreditasse que algo positivo pudesse ser alcançado.

O presidente dos Estados Unidos quase implorou aos dois homens que parassem de jogar a culpa no outro e olhar além da culpa do passado, mas Ehud Barak só focava na revolta "inadmissível" e Yasser Arafat nos cem mortos que já estavam sendo enterrados e nas centenas de feridos e detentos que temia que estivssem sendo torturados.  
O interessante é que todos os presentes culpavam Israel pela violência, mas ninguém fez nenhuma declaração pública, deixando espaço para a contra-informação circular à vontade.
No final da conversa forçada os dois homens concordaram primeiro que apelariam publicamente par ao fim da violência mútua e para manter a calma - o que do lado de Barak era uma questão de hierarquia militar simples e do lado de Arafat uma complicada campanha de convencimento de seus compatriotas que chegariam a algum lugar depois disso.
Isso era colaboração securitária e reabertura do aeroporto de Gaza, com a promessa dos Estados Unidos de facilitarem a cooperação recíproca, caso fosse preciso.
O segundo parágrafo do memorandum estabelecia que os EUA desenvolveriam com israelenses e palestinos, em consulta com o secretário geral da ONU, um comitê que estabeleceria os fatos das últimas semanas a fim de prevenir que se repetissem. Tal relatório seria apresentado à ONU para apreciação e seria publicado pelo presidente dos Estados Unidos.
O terceiro parágrafo determinava que ter-se-ia de retomar as negociações no intuito de um Estatuto Permanente baseado nas Resoluções 242 e 338 do Conselho de Segurança das Nações Unidas daí a duas semanas.  
No dia 20 de outubro a ONU aprovou a Resolução 1322 condenando o excesso de força israelense contra os civis palestinos solicitando que Israel se conformasse escrupulosamente a suas obrigações jurídicas estipuladas na Convenção de Genebra, e instou as partes a retomarem o diálogo.
Ehud Barak, em seguida, cancelou com uma frase o que acabara de combinar dois dias antes no Egito. Anunciou uma pausa no processo de paz enquanto "as violências durassem". 
No dia seguinte a Liga Árabe iniciou uma reunião de cúpula de dois dias sobre o assunto. Não tinham como continuar omissos por causa da pressão das passeatas em todas as capitais árabes.
A reunião dos magnatas do petróleo foi pro forma. Acusaram Israel de "estar em guerra contra o povo palestino", mas não adotaram nenhuma medida drástica contrária.   
O comitê para o exercício dos direitos inalienáveis ao povo palestino reuniu-se para examinar a situação e reafirmou sua posição, que a ONU tinha de continuar a assumir sua responsabilidade inerente no tocante a todos os aspectos da questão palestina até que os palestinos pudessem exercer seus direitos soberanos.
Bill Clinton voltou para casa e como estava apressado nomeou logo o presidente da comissão de investigação que relançaria as perspectivas de paz. Desta vez resolveu chamar um peso pesado. Uma pessoa fiável, experiente e sem agenda própria ou partidária. O senador George Mitchell que merece uma palavrinha pelo quanto vale. É de descendência líbano-irlandesa, mas mais importante do que sua origem arabo-europeia, era a reputação adquirida durante os seis anos de mediador na Irlanda do Norte. Lá foi o arquiteto de dois acordos importantes no conflito que opunha  Irlanda vs Irlanda do Norte e Grã-Bretanha. Primeiro estabeleceu regras importantes em 1996, chamadas "Princípios Mitchell" e em 1998 mediou o "Acordo da Sexta-feira da Paixão" que foi um grande passo para o fim do conflito que durava décadas, ou séculos. 
Não havia nos Estados Unidos homem com melhores credenciais. Se tivesse tido poder de resolver o problema além de apenas relatá-lo, Israel não teria vandalizado tanto a Palestina moral e materialmente, e a Intifada e a repressão correlata não teriam causado tantas mortes de ambos os lados.


Entrevista com Charles Enderlin em francês

The bottom line is this: Peace will come to Israel and the Middle East only when the Israeli government is willing to comply with international law, with the Roadmap for Peace, with official American policy, with the wishes of a majority of its own citizens--and honor its own previous commitments--by accepting its legal borders. All Arab neighbors must pledge to honor Israel's right to live in peace under these conditions. The United States is squandering international prestige and goodwill and intensifying global anti-American terrorism by unofficially condoning or abetting the Israeli confiscation and colonization of Palestinian territories.”
Jimmy Carter, Palestine: Peace Not Apartheid

Reservista da IDF, Forças israelenses de ocupação,
Shovrim Shtika - Breaking the Silence 1
Global BdS Movement: http://www.bdsmovement.net/

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