domingo, 16 de outubro de 2016

Israel vs Palestina: História de um conflito LXXXI (12/2008)

Jerusalem riots 04/12
O mês de dezembro de 2008 começou com um apelo de Filippo Grandi, do UNRWA (Alto comissariado da ONU para refugiados): "More than 50 percent of Gaza families are living below the poverty line and unemployment has reached 42 percent, one of the highest rates in the world, because of Israeli blockade. There is a humanitarian crisis. Security and military reasons cannot prohibit an entire population's access to aid."
Por seu lado, Maxwell Gaylard, coordenador humanitário das Nações Unidas nos territórios palestinos ocupados, enfatizou, preocupado: "This is an assault on human dignity with seere humanitarian implications. Many people, especially in the Gaza Strip, are paying a heavy price, struggling daily to hav enough food and water to feed and wash their children."
Ora, os hospitais gazauís estavam desabastecidos e quase sem combustível. "Fifty percent of hospital equipment at al-Shifa has stopped functioning due to the lack of electricity and spare parts since this more than 20-day blockade started and 95 basic medications are out of stock", segundo Hamam Nasman, porta-voz da secretária da saúde da Faixa de Gaza.
Os recursos hídricos também periclitavam, "20% of well are not functional and 60 percent are only partially functional. Furthermore, malfunctioning sewage systems have raised concerns about possible flooding and leakage during the forthcoming rainy season," declarara o responsável.
Navi Pillay, alta comissária das Nações Unidas, dera-se conta disso e fizera uma demanda em novembro para o fim do bloqueio "that breaches international and humanitarian law," porém, as denúncias dos três funcionários internacionais não surtira o menor efeito. O lobby sionista contra-atacou com hasbara (propaganda), ameaças e soltando grana à vontade.  Desde que quebrara a trégua no início de novembro que Israel não parava de impôr medidas cada vez mais draconianas contra os palestinos da Faixa, mas as denúncias não davam em nada. O clima estava pesado, e em Tel Aviv, sentia-se crescer a confiança na impunidade que a nova equipe governamental garantiria até mais (se possivel) do que a de George W. Bush & Condoleeza Rice. Pois a nova Secretary of State seria Hillary Clinton, que, ao ver de Helen Freedman, diretora executiva da liga ultra-sionista Americans for a Safe Israel, became an ardent defender of Israel once she began running for office herself, and she now gets strong backing, including financial support, from pro-Israel organizations and individuals. After Clinton appeared at a pro-Israel rally in July 2006 and expressed strong support for Israel’s highly destructive war against Lebanon. I thought her remarks were very good." Leia-se, boas para o primeiro ministro israelense Ehud Olmert.
Hebron clashes 02/12
 
Esperando reverter o processo fatídico, no dia 02, o PCHR, fez uma denúncia formal da situação da Faixa: The Palestinian Centre for Human Rights (PCHR) is gravely concerned about the continuing closure of border crossings into the Gaza Strip, which have now been sealed by the Israeli Occupation Forces (IOF) for 27 consecutive days. This current and unprecedented closure of Gaza is inflicting severe collective punishment on the entire civilian population, in total violation of international humanitarian and human rights law. PCHR demands the international community intervene to end these latest acts of collective punishment being imposed on Palestinian civilians by Israel.
The 1.6 million civilians of the Gaza Strip are being denied all their rights to freedom of movement, and are confined inside Gaza, where the humanitarian situation is deteriorating amidst chronic fuel shortages, and shortages of goods, including essential food items. The Gaza power plant has been forced to shut down due to lack of fuel, and Gazans are now totally dependent on electricity generated from Israel, and to a lesser extent, Egypt. There are also chronic severe shortages of domestic cooking gas. Regarding essential food items, IOF have not permitted any consignments of flour to enter the Gaza Strip for one week (this does not apply to the UN agency for Palestine refugees, UNRWA, which has its own flour stocks), and current stocks are sufficient for just less than three days. Five of the six flour mills in the Gaza Strip have been forced to close.
Meanwhile, patients who require urgent medical treatment outside the Gaza Strip are facing immense travel restrictions, with an average of just seventeen patients a day currently permitted to leave Gaza in order to access emergency medical treatment in Israel.
Civilians are enduring power cuts for up to 10 hours a day across the Gaza Strip, which is severely affecting every aspect of life in Gaza. Local emergency health services are teetering on the brink of collapse as they try to respond to critical cases amidst constant and severe shortages of electricity, medication and other vital, life-saving equipment. In addition, many Gaza families are being denied access to drinking water, as there is insufficient fuel for the electric water pumps that supply domestic drinking water. E assim por diante. A lista de crimes israelenses era longa. Segundo o Palestinian Central Bureau of Statistics, a consequência imediata do bloqueio era que "65 percent of households in Gaza struggle to obtain basic needs such as food, clothing and medicine". 
Para completar, o cessar-fogo, negociado no dia 19 de junho, deveria ser renovado oficialmente no dia 19 de dezembro. Cessar-fogo que a IDF já quebrara e continuava quebrando cometendo inclusive assassinatos. Nesse dia foi a vez de dois adolescentes. Dois outros ficaram feridos no ataque que uma testemunha descreveu da seguinte maneira: "At approximately 2:25pm on Tuesday, an Israeli scouting drone fired a missile towards a group of children who were playing near their houses, which are located north to the Gaza International Airport in al-Shouka area, east of Rafah. As a result, two boys were killed: 16-year-old Ramzi Ibrahim al-Dehini and 15-year-old Omar Mosa Abu Udeh. The first was killed by shrapnel wounds to different parts of his body while the latter was blown up into pieces. Another two children were also injured in the same attack: 15-year-old Hani Awwad Abu Ishiban and 15-year-old Khalid Nasser al-Dehini; both sustained critical wounds from shrapnel and are receiving medical care at the Gaza European Hospital in Rafah." O relato foi seguido da mesma denúncia feita pelo PCHR: "This attack comes as the IOF [Israeli Occupation Forces]continue to arbitrarily tighten the strangulating siege of the Gaza Strip for the 28th consecutive day, depriving the population from access to basic needs including food, water, fuel and medical supplies."
Daily life in Gaza 03/12
A carência era tamanha, que na véspera de Eid al-Adha (feriado islâmico de comemoração da intenção de Abrão respeitar a vontade de deus sacrificando seu filho Ismael) os mercados gazauís estavam sem fregueses. Israel não repassara aos palestinos o dinheiro que lhes era devido e os 77 mil funcionários públicos da Faixa estavam sem um tostão. Como sempre, o Banco Mundial alertou para as severas ramificações "from Israel's blockade on banknotes", citando potencial "collapse of the commercial banking system in Gaza and seriou humanitrarian implications". Mas não fez nada para forçar Israel a transferir o dinheiro surrupiado nem para mudar o sistema de repassagem, que deixa a Palestina à mercê dos bancos de Tel Aviv, que lucram com desgraça alheia.
E os problemas de Gaza não paravam na carência alimentar. No dia 10 de dezembro, dia do 60° aniversário do International Human Rights Day, o Gaza Community Mental health Programme divulgou um comunicado sobre o trauma que a ocupação provoca nas crianças. Mas este relatório, nem outros piores, nem depoimentos dos abusos constantes dos hebronitas (comprovadas em vídeos variados) pelos colonos judeus ilegais, impediram a União Européia de "upgrade" suas relações com Israel, apesar de dois meses antes ter decidido adiar a assinatura de um acordo com a Rússia por causa de escaramuças na fronteira com a Georgia.
Foi aí que, aproveitando o Dia Internacional de Direitos Humanos, de Gaza, Ewa Jasiewicz, em nome do Free Gaza Movement, lembrou mais um vez que os palestinos queriam solidariedade e não caridade. Pois, por incrível que pareça, Ramallah é a cidade do mundo com mais ONGs por quilômetro quadrado. De origens e países variados. O que fez um universitário palestino desabafar: "Talvez nós fôssemos mais bem servidos se em vez de atos paleativos de desencargo de consciência, os estrangeiros agissem no sentido de terminar a ocupação que causa todos os nossos males, que sem o ocupante, são facilmente curáveis."
O arcebispo sul-africano Desmond Tutu concordava plenamente, pois no mesmo dia voltou a chamar o bloqueio da Faixa de Gaza uma "abomination, and the international community’s silence and complicity about the crisis in Palestine shames us all.”
E os palestinos não se deixaram iludir nem um minuto pelo "Yes, we can" do candidato Barack Obama. Uma pesquisa revelou que a maioria absoluta achava que sua eleição "will have no impact on the chances of a solution to the occupation".
Em vários lugares do mundo, já se entendia as verdadeiras necessidades palestinas e nos dias 12 e 13 de dezembro, ativistas de direitos humanos protestaram em Londres, Dubai e em cidades da Cisjordânia contra os "businesses' global rights abuses" do bilionário israelense Lev Leviev, um dos principais construtores de colônias judias ilegais na Cisjordânia.
No dia seguinte as manifestações foram locais. Milhares de gazauís se reuniram para celebrar o 21° aniversário de criação do Hamas (foto ao lado).
E no dia 15,o Legal Center for Arab Minority Rights in Israel enviou carta aberta ao ministro do Interior, Meir Shitreet e ao presidente do Supremo Tribunal, solicitando a revocação do banimento do professor Richard Falk, relator da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios palestinos ocupados.
Richard Falk não foi o primeiro nem o último estrangeiro - jornalista, médico, jurista - a virar persona non grata por dizer a verdade sobre a situação nos TPO. Mas nem o organismo internacional que rege (ou deveria reger os conflitos internacionais) impõem o Direito a Israel. Até então, o único Estado do planeta fora-da-lei.
Sem contar as ameaças que quem denuncia os crimes de Israel recebe. Nem o presidente da ONU, padre Miguel d'Escoto (que em novembro dera uma estocada pungente na ocupação, em plena assembleia geral) foi poupado. Seu porta-voz, Enrique Yeves, chegou a convocar a imprensa para denunciar as "very serious threats" que o Presidente estava recebendo na internete, por causa da alfinetada pertinente dada no Estado Judeu, por não poupar verdades sobre a ocupação e por ter reagido mal à interdição isarelense de entrada de Richard Falk nos territórios palestinos ocupados. Este jurista foi nomeado pelo ONU para investigar, em suas próprias palavras, "the rising humanitarian crisis in the Gaza Strip resulting from the siege of it's 1.6 million population imposed by the occupying power."
O padre Miguel não deixou por menos, disse que "a proibição de entrada do funcionário das Nações Unidas na Palestina "reflects a dangerous decision by individual countries to rebuff UN mandates and UN-appointed mandate holders." E Yeves concluiu que "the two actions concerning Israel - the media attack on d'Escoto and denial of entry to Falk - are not helpful or donducive for the climate of international harmony taht d'EScoto is trying to promote". Por sua vez, o presidente da ONU reiterou que o número de 192 membros da Assembléia Geral deveria ser "inclusive" e não "exclusive", aumentando a ira de Tel Aviv por entender a porta aberta a um novo Estado, o da Palestina.
Hebron clashes 04/12
 
Em um 'gesto de boa vontade', sob pressão dos EUA, Israel libertou 200 presos políticos e os palestinos soltos abriram a boca para denunciar as condições de detenção. "I was beaten very badly when I was arrested by Israeli Defense Forces soldiers. I was kept in the back of a jeep for over four hours in the freezing cold. During detention my head was covered with a foul-smelling dirty sack as I was shackled to a chair with my hands handcuffed behind my back in a stressful position. Periodically, between punches and slaps, the interrogator would suddenly pull me forward causing extreme pain to my wrists and back,” disse Muhammed Razic, de 22 anos, detido dois anos antes.
Como Israel quando estende uma mão sempre bate pesado com a outra, nesse ínterim, seu tribunal militar condenava o deputado palestino Aziz Dweik a três anos de prisão com um ano de sentença suspensa e uma fiança de 6.000 shekels (US$1.500). Azis fora preso no dia 6 de agosto de 2006 durante a campanha israelense de detenção de parlamentares e ministros palestinos - só no dia 29 de junho, a IDF sequestrara oito ministros e 21 deputados. 
Al Mezan condenou a sentença emitida por uma corte militar que não tinha poderes para emitir tal julgamento, considerando que "Dr. Dweik’s arrest and sentence are owed to political reasons, and not criminal", e Al Mezan reiterou "its condemnation of the detention of Palestinian lawmakers and government officials, who, according to the Israeli government, were confined in order to be used as “bargaining chips.” Detenções que provavam, se ainda fosse preciso, a desconsideração total de Israel pelo Direito Internacional. "Al Mezan Center calls on the international community to intervene urgently and effectively to ensure the release of Dr. Dweik and scores of other Palestinian prisoners who are held by Israel contrary to international law. The international community is under an obligation to ensure protection for civilians in accordance with international law and human rights standards."
Mais uma vez, os humanistas falaram no vazio. pois a atenção da ONU e da mídia estavam voltadas para mais uma reunião estéril do Quarteto para o Oriente Médio. Esta última contou com a presença da Secretary of State US Condoleeza Rice, do ministro das relações estrangeiras da Rússia Sergey Lavrov, do chefe de política exterior da União Européia Javier Solana e o vampiro Tony Blair. No final da reunião, repetiram a ladainha de sempre: "The bilateral negotiations process launched at Annapolis are irreversible and must be intensified in order to put an end to the conflict and to establish, as soon as possible, the state of Palestine. A final treaty and a lasting peace will be reached through simultaneously, reinforcing efforts on three-tracks, negotiations, building the Palestinian state, and implementation of the parties’ obligations under the Roadmap.” 
Nada foi dito sobre o comportamento cruel e ilegal do ocupante, mas sobre os ocupados, bastante. Como por exemplo, que os Palestinos tinham de "commit themselves to non-violence and the recognition of Israel." A única menção ao vilão foi uma picadinha de pernilongo. O Quarteto "urged Israel to freeze all settlement activities", não pela amoralidade da desapropriação de terra do ocupado, e sim por as colônias terem “a negative impact on the negotiating environment and on Palestinian economy,” sem fazer nenhuma pressão ou punição para que fossem desmanteladas.
John Dugard, emissário da ONU para Direitos Humanos, tinha razão ao dizer, ao deixar o cargo, que "the Quartet had done nothing to protect the Palestinians".
Aliás, o Quarteto se pronunciou após o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado por 14 votos contra uma abstenção, da Líbia, a Resolução 1850. Esta, como diz com procedência Ali Abunimah da Electronic Intifada, minava a justiça e a autoridade das Nações Unidas de tal maneira, que deixou humanistas e juristas internacionais de queixo caído. Para começar, nem mencionou a interdição de Israel à entrada de Richard Faulk, enviado da própria ONU,  e para terminar, pela primeira vez, nem se deram ao trabalho de dar um tapinha nas mãos de Israel por crimes de ocupação. Só falaram em implementar os Acordos de Annapolis (inúteis desde a assinatura) e exonerar-se da responsabilidade transferindo seu poder ao Quarteto. Foi uma vitória de Ban Ki-Moon, secretário geral monitorado pelos Estados Unidos, sobre o  padre Miguel d'Escoto, que a Casa Branca não queria ver nem pintado de ouro.  
E Israel permaneceu acima das leis internacionais.
Portanto, o mês de dezembro continuou com a IDF lançando mísseis dia sim, dia não, aqui e acolá na Faixa de Gaza. No dia 18 , foi avez de bombardear Jabalyia e Khan Younis causando bastante estrago material, ferindo muitos e matando um arrimo de família de oito pessoas, Salah Oukal, pai de três crianças pequenas.
Porém, no meio de todo esse estrago material e moral, chegou uma boa notícia do BDS e de algumas celebridades.
Primeiro, mais uma universidade, desta vez a University of Western Sydney, anunciou sua adesão ao boicote de instituições israelenses.
E no plano hollywoodiano, a campanha contra Lev Leviev conquistou uma vitória importante. Salma Hayek, Halle Berry, Drew Barrymore, Brooke Shields, Andie MacDowell, Lucy Liu, Whitney Houston e Sharon Stone, após serem contatadas pela ONG Judeus pela Paz, exigiram que suas fotos fossem retiradas do website do joalheiro.
Hebron clashes 05/12
Mas como alegria de povos ocupados é efêmera, no dia 20, guardas de presídios israelenses voltaram a atacar prisioneiros políticos palestinos. Desta vez foi em Ofer, mas a prática era corriqueira. Apesar das denúncias, nenhum organismo internacional interveio para defender o direito dos presos, como nunca interviera e jamais interviria.
Enquanto isso, os dias passavam e na Faixa de Gaza, presídio a céu aberto policiado ininterruptamente por drones, a fome aumentava com a 'dieta' que Tel Aviv impusera a seus milhão e 500 mil habitantes.
Mas isso não era nada, comparado com o que os esperava.
No plano militar, no dia 13 de dezembro, Israel anunciara que concordava com um novo cessar-Fogo (que a IDF quebrara em novembro) se o Hamas acatasse suas condições.
No dia 14, o Hamas afirmara no Cairo que pararia o foguetório se Israel abrisse as fronteiras e prometesse parar os bombardeios esporádicos à Faixa. 
No dia 17, de provocação, a IDF matou um palestino no norte da Faixa, gratuitamente, e o Hamas reagiu jogando vinte foguetes em Israel.   
No dia 21, o chefe do Shin Bet, Yuval Diskin, confirmou a boa vontade do Hamas, "interested in continuing the truce, but wants to improve its terms ... it wants us to lift the siege of Gaza, stop attacks, and extend the truce to include the West Bank."
No dia seguinte, o ministro da Defesa Ehud Barak recusou e a ministra das relações exteriores Tzipi Livni sugeriu "military actions be taken".
Na véspera de Natal, um avião da IDF bombardeou um grupo de resistentes, matando um, ferindo outro, e um cinegrafista.
No dia de Natal, Israel já tinha "wrapped up preparations for a broad offensive" que montara meticulosamente. Durante seis meses coletara dados através de informantes no terreno, de drones espiões, e pusera a hasbara em ação com uma campanha de desinformação para surpreender o Hamas e o Ocidente. Com exceção dos EUA, cúmplice e confidente.
A nova operação militar da IDF era iminente.
No dia 27 de dezembro, enquanto o Ocidente cristão aproveitava o feriado natalino, Israel prosseguiria sua estratégia de limpeza étnica com um novo massacre em Gaza com a Operation Cast Lead.
Várias ONGs de Direitos Humanos reagiram imediatamente, assim como jornalistas locais e testemunhas que se encontravam no enclave vedado à imprensa ocidental.
O BDS também reagiu depressa, esperando que a operação parasse. Porém, ela duraria 22 dias intermináveis.
 Israeli Attacks Kill Over 310 in Gaza in One of Israel's Bloodiest Attacks on Palestinians Since 1948
Israel launches air strikes on Gaza 27/12/2008
 Reservistas da IDF, forças israelenses de ocupação,
Shovrim Shtika - Breaking the Silence
How can you impose so many curfews and expect people to live?
. Rank: Sergeant;  Unit: Civil Administration;  Area: Hebron.
Earlier you said a few words about how you could understand some of the complaints. I did. Like what? Not things that happened to me specifically, but things I heard about in the media, things that happened, about delays, that they didn’t want to let a pregnant woman cross—situations which apparently happened. They put up checkpoints all the time, and one of the biggest responsibilities I had there was to understand where all the checkpoints were located. The checkpoints were put up at random, and apparently this was pretty unpleasant, and the complaints were about how they couldn’t get to work. I remember something that bothered me personally—I didn’t understand the whole thing with the curfews. In Hebron there were tons of curfews, I don’t remember the number of days, but I do remember just being in shock at how we set curfews so often and expected people to live like that. I really didn’t understand how they expected people to exist. If you make people’s lives so difficult, how do you think you’ll solve any problems? You’re only creating more people who are going to hate you deep in their hearts for the rest of their lives. I’m sure that if they put me under curfew for 360 days, what would I do? The way I saw it, it just wasn’t realistic, and I remember talking about it and no one understood what I was talking about. They said, “security risk.” Great, security risk, but these are people, and they need to live. Where do they get their food? How do you make money to eat when you’re under curfew? You talked to officers and friends? I’d talk to officers and friends. I did 8/6 [eight days on the base, six at home] and I had a lot of time to forget that I was in the army. The six days when you’re in Israel, you easily forget what you’re doing. The eight days on the base go by quickly because you sleep there.
Rank: Staff Sergeant;  Unit: Givati - Rotem Battalion;  area: Hebron.
I remember that someone once asked me over the radio to do something, so I walked from one post to another in total darkness in Hebron, two minutes walk, and when I got back to the post I thought to myself, you’re simply nuts. Anyone who’d see you out there would kidnap you and end your life. Alone at night in Hebron, with all due respect to weapons and all. And there was this shop we went into. We always used to ask Palestinians there to buy stuff for us. We always bought at this store. Once we went into this Palestinian shop and no one was there, it was totally scary. You go in. Israeli soldiers don’t go in there. You’re afraid and you don’t want to and it’s against all regulations. It’s a really big security risk. On the other hand, if some commander catches you, you’ll go to jail or at least be grounded. I remember being on the post and then one of the guys, someone else, one of the young ones who had no problems, he replaced me at the post. Regulation-wise it’s breaking your guard shift. Because he didn’t go through procedure or anything. So he replaced me and four of us went out to get something from the shop. Because we couldn’t find anyone else to buy for us.
So what did you do?
Yes, mostly the children. “Jib al-hubz” (get bread) and pita bread and stuff like that, and he’d get it for you. They’d always get it.
You’d give him money?
Yes, yes, everything with money. He’d bring back change. They were like messengers. We didn’t pay them extra. I remember that I was really impressed with how nice they were. Years later I realized that they did out of fear. A soldier comes to you and asks you to do something, he was afraid of what you’d do to him if he refused.
Eyal I
NEWS
PALESTINA
 What makes Hewlett Packard an important Boycott target?
Part II: https://youtu.be/J_XPp-AHbNI  
OCHA 
Palestinian Center for Human Rights
International Solidarity Movement – Nonviolence. Justice. Freedom
 
. “The land was purchased from the Palestinian owners”
. Mondoweiss: Necessary transformation -
. Lembrança: No dia 14 de outubro de 1953, a IDF assassinou 69 palestinos, no que ficou para a história como o massacre de Qibya.
Reminder; On October 14, in 1953, the Israeli army killed 69 Palestinian civilians in what became known as the Qibya massacre.

Demonstração de como os soldados israelenses tratam os civis palestinos diariamente
 There is nothing unusual about the violence metered out on an unarmed Palestinian by Israeli soldiers as displayed in this video.
BRASIL




Nenhum comentário:

Postar um comentário