domingo, 5 de março de 2017

Israel vs Palestina: Operações Militares XIV (2010)


2010
31 de Maio: Operation Sea Breeze ou Operation Sky Wind.
Operação executada pelo batalhão de homens rãs da IDF, Shayetet 13, em águas internacionais no Mar Mediterrâneo, a 66 milhas das águas territoriais israelenses.
Os soldados-piratas da IDF abordaram os seis navios estrangeiros da Freedom Flotilla e renderam, com força armada de armamento pesado, a tripulação e os passageiros.
Os navios tentavam furar o bloqueio da Faixa de Gaza. Transportavam cerca de 10 toneladas de víveres, ajuda humanitária para a população bloqueada. Alojavam também observadores de sessenta nacionalidades, dentre eles, dois políticos europeus; o arcebispo grego Hilarion Capucci; Hedy Epstein, sobrevivente do holocausto;  o escritor sueco Henning Mankell; a irlandesa Mairead Maguire, receptora do prêmio Nobel da Paz; jornalistas, e ativistas de direitos humanos.
Segundo esses cidadãos de respeito, os soldados começaram a disparar logo após a abordagem A cineasta brasiliense Iara Lee, presente na frota, afirmou que "os israelenses começaram atacar de forma indiscriminada", atirando perigosamente "sobre a cabeça dos passageiros". Uma jornalista da Al Jazeera que acompanhava a missão humanitária também depôs que os israelenses começaram a atirar antes de subir nos barcos.
Israel negou enfaticamente esses depoimentos, anunciou uma investigação própria sobre o ataque, realizou-a, e inocentou-se.
É verdade que durante a captura do navio turco Marvi Marmara, alguns tripulantes utilisaram canos metálicos, chaves inglesas e outras ferramentas para se defenderem da violência dos soldados israelenses. No final do contronto desproporcional, havia 9 passageiros mortos - um outro morreria em seguida no hospital. Nove soldados e dezenas de passageiros foram feridos durante a abordagem.
A operação terminou com todos os passageiros dos seis navios detidos na prisão de Ela, na cidade de Beersheba, no deserto do Negev. Foram interrogados e as autoridades israelenses condicionaram sua libertação à assinatura de documento no qual declarassem ter entrado ilegalmente em Israel - o que os ativistas recusaram, considerando que foram presos em águas internacionais e que se dirigiam a território palestino e não israelense.
A polêmica durou um tempinho, até a pressão internacional aumentar e o secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, intervir solicitando a libertação dos estrangeiros.
Tel Aviv concordou em soltá-los no prazo de 48 horas, incluindo os 20 ativistas que seriam processados por resistir ao ataque militar à flotilha.
O assalto foi imediatamente condenado internacionalmente.
Ao constatar o fiasco, a hasbara foi posta em marcha.
Tel Aviv recorreu à ladainha da self defense, fabricou uma narrativa falsa e transmitiu-a às capitais ocidentais. A fim de manipular os fatos, confiscou as vídeos dos passageiros e manipulou imagens que distribuiu à mídia estrangeira.
Porém, com a deportação dos participantes da Flotilha, os depoimentos apareceram um atrás do outro, desmentindo os porta-vozes israelenses.
Não faltou quem lembrasse que Israel era recidivista no gênero "abordagem" marítima durante o governo de Lyndon Johnson. Em  1967 Israel já atacara o USS Liberty, sem nenhum represália do Pentágono. Na época, os EUA aceitaram a alegação israelense de ter sido engano - desmentido com provas irrefutáveis.
No episódio da Freedom Flotilla não faltou quem lembrasse que a história se repetia. 43 anos antes, a Casa Branca incompreensivelemente, pusera os interesses de Israel na frente do dos EUA. Em 2010, Washington pôs os interesses de Israel acima dos direitos do mundo inteiro.
Em relação ao ataque à Freedom Flotilla, Barack Obama fechou os olhos como Lyndon Johnson e recusou-se a condenar o crime israelense. Mesmo após a aparição de vídeos que o provavam nitidamente.
No final das contas, Israel manteve seu discurso até o fim e livrou-se mais uma vez com a a juda da imprensa estadunidense e outras mídias ocidentais coniventes.
A  justificativa de Israel era totalmente inacreditável e incoerente, e Recep Erdogan foi obrigado a dobrar-se à população que não se conformava com a morte dos compatriotas turcos. Chamou o embaixador e suspendeu acordos em curso. As relações seriam restabelecidas em 2016.
No final das contas, Israel não sofreu nenhuma punição efetiva.
 Press TV: Mavi Marmara - Inside Story
a.  
PALESTINA

Nenhum comentário:

Postar um comentário