domingo, 3 de janeiro de 2016

Israel vs Palestina: História de um conflito LXXII (08/2008)

B'Tselem: Settlers' violence continues in Hebron (02/08/2008)
Agosto de 2008 foi um mês de ocupação como os outros. Soldados e colonos israelenses cometeram os mesmos crimes na Cisjordânia impunemente, como mostra o vídeo acima que enfoca só Hebron.
No sábado, dia 02 de agosto, foram lutas intestinas que mautrataram ainda mais os palestinos.
No dia 26 de julho desse ano um ônibus explodira em Gaza causando a morte de cinco membros das Brigadas al-Qassan, a ala militar do Hamas. As suspeitas logo caíram no Hilles Clan.
O clã Hilles é de fato uma família extendida ligada ao Fatah que com incentivo do governo em Ramallah continuou a combater o Hamas na Faixa depois dos confrontos militares entre os dois partidos pararem.
O Hamas solicitou que os responsáveis fossem entregues para julgamento, em vão. Então resolveu tomar providência na semana seguinte cercando o quarteirão em que eles moravam em Shejayia.
Houve acirrado tiroteio e no fim, oito membros do clã morreram, dois policiais, um civil e 103 pessoas foram feridas.
Logo depois, Ahmed Hilles líderou seu clã - cerca de 188 membros - aos postos de fronteira israelense, depuseram suas armas e pediram socorro aos novos aliados do Fatah que oprimiam seu povo. Foram despidos, se vestiram, e os que tinham ferimentos graves receberam socorro médico em Beersheba e Ashkelon.
Ahmed Hilles disse então que o Hamas os atacara porque "it doesn't want to see such a big and strong family like mine". E jurou vingança.
Mahmoud Abbas entrou em contato com Ehud Olmert para resolver o problema e combinaram que todos eles seriam autorizados a ir para a Cisjordânia. Porém Israel não cumpriu a promessa. Os 87 considerados "mais pacíficos" acabaram conseguindo autorização para ir para Jericó, na Cisjordânia. mas os demais foram logo deportados de novo para Gaza. Ao chegarem, uns foram deixados em paz
outros foram presos. O governo israelense estava regozijante com a divisão dos palestinos.
No dia 05 de agosto, o jornalista palestino Mohamed Omer publicou o  seguinte artigo para botar os pingos nos iis: Truth and consequences under the Israeli occupation.
Além dos sofrimentos quotidianos dos palestinos sob ocupação e em divisão, houve três fatos diferentes.
Um deles diz respeito ao Primeiro Ministro de Israel.
Após meses de envolvimento em escândalo de corrupção, Ehud Olmert acabou sendo obrigado a prometer que se demitiria logo que o partido encontrasse um substituto (como se fosse difícil). Não por crise de consciência e sim porque os promotores e juízes estavam virando a casaca para defender os interesses de Binyamin Netanyahu, pretendente a seu cargo e mais condizente com os rumos que Israel tomara.
Quando Ehud Olmert anunciou seu eventual afastamento, embora ele não tivesse feito nada positivo para resolver o problema do conflito com os palestinos, ouvia-se aqui e acolá que sua partida (anunciada, mas longe de ser efetivada) seria um “setback” no processo de negociações. Era surreal.
Seis meses haviam passado desde a reunião de cúpula em Annapolis em 2007 e não havia nenhum progresso em relação ao tal "final status" negociado. Em vez disso, o que se ouvia de ambos os lados era que as chances de acordo estavam "close to nil". E "close" era eufemismo. A meu ver, eram nulas. Ahmed Qureia, negociador-chefe palestino, havia dito até que seria preciso um milagre para derrubar os obstáculos.
Ora, a carreira política de Ehud Olmert foi pautada por sua postura de "Greater Israel" da linha dura. Ele apoiou a colonização da Cisjordânia tanto quanto seu mentor Ariel Sharon.
Devido à sua ideologia colonialista, a primeira coisa que fez quando voltou de Annapolis foi anunciar o plano de expansão de várias colônias em Jerusalém Oriental, declarando que "building around Jerusalem" — one of the key negotiation issues — "is no one’s business but Israel’s!" E continuou enterrando a possibilidade de um Estado da Palestina na Cisjordânia inteira com muros, desapropriações, invasões de imigrantes judeus estrangeiros e barreiras.
Portanto, como irozinou um colega, "How could a dead peace process be more dead just because one of those who killed it is about to leave the scene of the crime? Any game of deception can only go on for so long. With the end-of-year deadline fast approaching and no progress in sight, no one was naive enough to believe that had Olmert stayed on, peace could have been achieved."
Pois é, nem Ehud Olmert nem Mahmoud Abbas (que estava facilitando o trabalho da IDF no esmagamento das bases sociais do Hamas na Cisjordânia) tinha força política, muito menos consenso interno, para assinar documento permanente.
Mas os operadores da indústria do "peace process" (que de fato visa empurrar com a barriga para que Israel tenha tempo de conquistar paulatinamente toda a Palestina) conta com a amnésia crônica da grande mídia. Golpe infalível. Contando com ele, fabricaram este novo mito que a partida de Ehud Olmert prejudicaria o peace process e que se ele ficasse talvez "peace might have been reached". Conhecendo a personagem e seu percurso político, tal teoria era inverossímil. No mínimo ingênua, no máximo, desinformação mal-intencionada.
Na verdade esta indústria do peace process é prolixa nestes mitos.  Desde a assinatura dos Acordos de Oslo em 1993 - talvez até antes disso - que esta indústria os usa para maquiar o fracasso de diálogos de surdos. E estes mitos só visam prejudicar os palestinos.
Destes mitos, o mais arraigado  e difícil de ser combatido (pois até os liberais anti-sionistas o cultivam) é o de que o assassinato do então primeiro ministro Yitzhak Rabin em 1995 por um extremista judeu foi responsável pelo descarrilhamento do trem da paz.
A meu ver, a vida política de Rabin, pelo menos a que levava de fato, não mudaria o status quo da ocupação. Sua morte prematura deu margem aos prapagadores de mitos para que evitassem levantar a questão se Rabin teria conseguido, e realmente querido, inverter o programa de invasões/assentamentos/colônias que ele mesmo implementara sem parar durante seu governo em vez de pelo menos interrompê-las como Arafat solicitava. Já que o ritmo de colonização não decresceu nem durante as negociações, por que contar que ele decrescesse mais tarde?
Vale lembrar que durante o governo de Rabin o colono israelense Baruch Goldstein protagonizou um massacre em Hebron em 1994.  E o Primeiro Ministro não removeu nenhum dos invasores judeus da cidade. Rabin poderia ter usado este "incidente" sanguinário para tomar providências no sentido de remover pelo menos os colonos mais radicais, mas não; não mexeu uma palha nessa hora propícia a um gesto, se não anti-colonialista, pelo menos de boa vontade. Rabin não fez nada.
E Jerusalém? Rabin continuou a desapropriar palestinos e construir colônias lá. Como se a cidade fosse propriedade de imigrantes judeus sem nenhum laço concreto com a cidade e não do povo com quem ele dizia querer viver em paz e a cujo presidente, Yasser Arafat, ele fazia promessas vagas. 
Tenho certeza que o mito Yitzak Rabin jamais será desfeito, pois os homens e mulheres de bem de Israel (existem, sim) precisam acreditar que tiveram pelo menos um chefe de Estado justo e honrado. Mesmo sendo a distância entre as boas intenções que espelhava e os maus gestos que fazia na prática mais do que óbvias.
Até seu ex-ministro das Relações Exteriores Shlomo Ben-Ami reconheceu a dicotomia do Primeiro Ministro assassinado: Yitzak Rabin “never thought [Oslo] will end in a full-fledged Palestinian state.” Segundo Ben-Ami, Rabin achava que Israel "daria" aos palestinos no máximo um “state-minus.”
Posição coerente com o que aconteceu depois de Oslo. O Acordo patrocinado por Bill Clinton e o lobby sionista AIPAC não tinha nenhuma intenção de acabar com a ocupação e sim legitimizá-la e securizar seu financiamento internacional.
Desde que sigo este conflito, nunca vi Israel desacelerar, nem começar a reverter o processo de ocupação e de colonização da Cisjordânia. A Autoridade Palestina não passa de uma administração nativa destinada a facilitar o trabalho do ocupante lhe fornecendo policiamento e proporcionando a seus compatriotas direitos mínimos que os anestesiem.
Yasser Arafat rebelou-se através das brigadas militares que o Tanzim coordenava, mas Mahmoud Abbas representou o papel que Israel e os EUA esperavam quando o apontaram para o cargo.
E Yitzak Rabin fez mesmo foi facilitar o processo do Grande Israel assinando tratados simbólicos e vestindo a casaca de "homem da paz". Casaca que Sharon e Olmert continuaram a vestir sem vergonha e com muita hasbara, ao mesmo tempo que programavam ou cometiam as maiores barbaridades.
Acho que se Rabin tivesse vivido teria feito como seus sucessores. A única diferença imaginável, mas não certa, é que talvez não tivesse tido coragem de complotar para a morte de Yasser Arafat e este teria continuado a mobilizar seus compatriotas, conseguido mantê-los unidos e por isso, obtido mais, bem mais do que os sapos que engoliu Mahmoud Abbas. Quem sabe o Estado sonhado?
Mas conjeturar pode também contribuir para falsos mitos. Em 2008, a única esperança de um governo legítimo e unificador na Palestina residia em Marwan Barghouti, detido nas masmorras de Israel.  
É claro que o novo mito Olmert não será significante, pois Olmert não é Rabin e Annapolis não é Oslo, que Rabin pagou com a vida só por ter parecido desafiar a supremacia dos ultra-sionistas. Ehud Olmert parecia estar pagando só com seu cargo, e mesmo a promessa de demissão deste era sem data marcada. Para quem lê entre as linhas era claro que ele lançaria mão de tudo o que pudesse mantê-lo no trono. Até a um novo massacre. Nada como a destruição de vidas e propriedades libanesas ou palestinas para agradar os eleitores israelenses.
Isto era a médio prazo. A curto, a declaração de Ehud Olmert serviu para desviar a atenção dos problemas reais no terreno. Assim como as próximas eleições nos EUA serviam para alimentar a roda-viva palestina de esperanças e decepções cada vez que um presidente democrata ascendia à Casa Branca.
Quanto tempo demoraria para que os palestinos entendessem que tinham de tomar as rédeas de seu destino em vez de esperar por Acordos estéreis, iludidos?
Nesse mês, o Breaking the Silence denunciou os abusos físicos e morais que os soldados da IDF inflingem aos palestinos publicando fotos que deram no que falar.

Notre Musique: Jean-Luc Godard - Marmoud Darwish & Judith Lerner
In Arabic and Hebrew with English subtitles
No dia 09 de agosto de 2008 morreu um grande homem. Um humanista. Um poeta. Um intelectual. Um visionário. O ser humano Mahmoud Darwich.
Mahmoud Darwich faz parte destas pessoas cujo caminho tive o privilégio de cruzar e que fizeram de mim uma pessoa melhor. Ele era o poeta da vida e das intempéries palestinas. Não era um poeta do imaginário e sim do concreto que reflete as emoções que despertam consciências e viram motor de ações justas, resistentes. A poesia e a vida de Darwich não eram contemplativas e sim incisivas. Suas palavras, suas frases, suas rimas, emocionam e interpelam a inteligência. Ele era a somatória da Palestina, da deportação, do exílio, dos companheiros assassinados, da família dispersa, de refugiados desraizados mas que cultivavam potentes raízes tentaculares que os ligava à terra ancestral. A terra Palestina, desapropriada, roubada, ocupada por estrangeiros que ignoravam a potência das raízes e da memória dos antepassados, da História.
Fico constrangida de falar em Mahmoud Darwich (homenageado no muro da vergonha, ao lado) e de Olmert, Sharon, Rabin, no mesmo blog. Espero que lá do alto ele entenda que em nenhum momento pensei em sujar sua memória ligando-a a verdugos de seu povo e de sua pátria. Entenderá. Sem dúvida. Pois fazia parte destes seres extra-ordinários que vêm à terra com a missão de melhorá-la e melhorar o ser humano. Qualquer que seja sua crença e sua raça.
Mahmoud Darwich nasceu em 1941 em al-Birwa, na Galileia palestina, em uma família culta e abastada. Seu pai era fazendeiro. Ele tinha 7 anos quando os para-militares israelitas atacaram sua cidade, forçaram os sobreviventes à diáspora e depois destruíram a cidade. Apesar da pouca idade a lembrança ficou gravada em sua memória, indelével, como a dor de seus avós e pais que escaparam com a família carregando a chave de casa. Conseguiriam voltar no ano seguinte, mas suas propriedades já tinham sido desvastadas e confiscadas pelos novos bárbaros. Instalaram-se em outro lugar no que já era então Estado de Israel, na região do Acre, e depois em Haifa.
Em 1965, o jovem poeta de 24 anos causou um rebuliço o ler seu poema Bitaqat huwiyya - carteira de identidade - em um teatro de Nazareth. Em poucos dias o poema se propagou na Palestina, entre os refugiados da diáspora e nos países árabes como fogo em palha. Vale a leitura. Encontra-se em seu livro "Folhas de Oliveiras", publicado em Haifa em 1964.
Em 1970 foi estudar na Universidade de Moscou, entrou na OLP em 1973 e Israel o proibiu de retornar à pátria. Em 1995 conseguiu instalar-se em Ramallah junto com outros membros da OLP banidos. Só obteve autorização de Israel para retornar a Haifa em 2007, para uma leitura de seus poemas.
Sofria do coração e foi o que o matou no dia 09 de agosto longe de casa, em um hospital de Houston onde fora fazer uma cirurgia que marcara para um dia simbólico - 06 de agosto. Dia em que em seu livro-poema Memory for Forgetfullnes ele anotara a invasão israelense do Líbano manchada de sangue nos 88 dias de sítio de Beirute. Seu poema em prosa conta: "On this day, on the anniversary of the Hiroshima bomb, they [Israel] are trying out the vacuum bomb on our flesh and the experiment is succesfull."
Darwich pedira para ser enterrado na Palestina. Seu corpo foi transferido de Houston para Amman, de lá para Ramallah porque, como disse Ahmed Darwish: "Mahmoud doesn't just belong to a family or a town, but to all the Palestinians, and he should be buried ina place where all Palestinians can come and visit him."
Após três dias de luto oficial, como para Yasser Arafat, Mahmoud Darwich foi velado na Muqata'a de Ramallah e depois levado em cortejo seguido por milhares de pessoas - palestinos e estrangeiros - para o Ministério da Cultura onde foi enterrado.
Eis algumas pérolas que deixou para a posteridade:
 "Why are we always told that we cannot solve our problem without solving the existential anxiety of the Israelis and their supporters who have ignored our very existence for decades in our own homeland?"
"We have triumphed over the plan to expel us from history."
"I thought poetry could change everything, could change history and could humanize, and I think that the illusion is very necessary to push poets to be involved and to believe, but now I think that poetry changes only the poet."
"We should not justify suicide bombers. We are against the suicide bombers, but we must understand what drives these young people to such actions. They want to liberate themselves from such a dark life. It is not ideological, it is despair."
"We have to understand – not justify – what gives rise to this tragedy. It's not because they're looking for beautiful virgins in heaven, as Orientalists portray it. Palestinian people are in love with life. If we give them hope – a political solution – they'll stop killing themselves."
"Sarcasm helps me overcome the harshness of the reality we live, eases the pain of scars and makes people smile. The sarcasm is not only related to today's reality but also to history. History laughs at both the victim and the aggressor."
"When he thought about hope he felt weary and bored, and constructed a mirage and said: "How shall I evaluate my mirage?" He searched in his desk drawers for the person he was before asking this question, but found no notes containing thoughtless or destructive urges. Nor did he find a document confirming he had stood in the rain for no reason. When he thought about hope, the gap widened between a body that was no longer agile and a heart that acquired wisdom. He did not repeat a question "Who am I?" because he was so upset by the smell of lilies and the neighbours' loud music He opened the window on what remained of a horizon and saw two cats playing with a puppy in the narrow street, and a dove building a nest in a chimney, and he said:" Hope is not the opposite of despair. Perhaps it is the faith that springs from divine indifference which has left us dependent on our own special talents to make sense of the fog surrounding us." He said: "Hope is neither something tangible nor an idea. It's a talent." He took a beta blocker, putting the question of hope aside, and for some obscure reason felt quite happy." 


Poem Hunter, Mahmoud Darwich
Poem of the Land - http://www.poemhunter.com/poem/poem-of-the-land/
Under siege: http://www.poemhunter.com/poem/under-siege/
I come from There: http://www.poemhunter.com/poem/i-come-from-there/
A Lover from Palestine: http://www.poemhunter.com/poem/a-lover-from-palestine/

Documentário ARTE sobre Mahmoud Darwish. Em francês, 7'

Eis três artigos de pessoas que falavam sua língua e que revelam o essencial. Enfim, o essencial sobre ele, na verdade, está em seus livros encontrados nas boas livrarias. Quem não gostar de poesia, comece por "Memórias do Esquecimento".
Mahmoud Darwish: Palestine's prophet of humanism.  Saifedean Ammous. 
Failing Darwish's legacySumia Ibrahim. 

Ótimo documentário, infelizmente, só em árabe: Mahmoud Darwish (em 6 partes de 9 a 10')


Depois desta pausa Darwichiana, temos de voltar à realidade. À ocupação e sua marcha implacável.
No dia 12 de agosto, a Reuters recebeu uma carta do Tribunal militar israelense informando que seus soldados haviam "acted properly properly" no assassinato do jornalista Fadel Shana'a que registrei no blog do dia 04/05/2008.
Palestinian Centre for Human Rights (PCHR) então refrescou a memória da mídia internacional sobre os fatos: Investigations conducted by PCHR immediately after the 16 April attack in Juhor al-Dik strongly refute these claims, and proved beyond all reasonable doubt that IOF willfully killed Shana’a and the three other civilians who died alongside him. In addition, another nine unarmed civilians, including six children, died in Juhor al-Dik village in an IOF missile attack that was launched earlier the same day. A total of 13 unarmed Palestinian civilians, including eight children, were killed in the area of Juhor al-Dik on 16 April. In addition, 32 civilians, including 17 children, were injured.
The letter from Brigadier General Avihai Mendelblit to Reuters concerned the second attack in Juhor al-Dik, which killed Fadel Shan’a, two children and a second adult civilian. According to investigations conducted by PCHR, Fadel Shana’a and his colleague, Wafa Abu Mezyed, a Reuters soundman, arrived at Juhor al-Dik area at 5pm, an hour after anIOF missile attack in the village had killed nine Palestinian civilians, including six children. The two men were wearing bullet proof vests emblazoned with the word “PRESS.” In his eye-witness testimony to PCHR, Wafa Abu Mezyed stated: 'When we arrived at Juhor al-Dik area at 5pm, the dead children had just been evacuated by ambulances … We filmed the site of the attack and then got back into our vehicle, which was [marked] with the word REUTERS, and drove out of the village. We could see two tanks and a bulldozer, and we deliberately parked more than one and a half kilometers away from them for our own safety. Fadel got out of the jeep in order to continue filming … A small crowd of children gathered around us wanting to know what we were filming, and Fadel asked me to get out of the jeep too and shoo them away. I started to move the children out of his way. Fadel and I were standing just three meters apart when I heard an explosion. I saw Fadel and two of the boys fall to the ground. I threw myself on the ground too. From where I lay, I could see that Fadel and the two boys were dead and bleeding.'
Fadel Shana’a, 14-year-old Ahmed ‘Aaref Farajallah and 17-year-old Ghassan Khaled Abu ‘Otaiwi, were all killed by the shell fired by the IOF tank. Less than a minute later, theIOF tank fired a second shell that completely destroyed the Reuters vehicle. Wafa Abu Mezyed saw two children flung into the air by the force of the second explosion, which killed another civilian, 22-year-old Khalil Isma’il Dughmosh.
A decisão de Israel suscitou críticas da imprensa internacional cansada de ser obrigada a trabalhar lá sob ameaça de morte. ONGs de Direitos Humanos que conhecem o problema também reclamaram, pois temiam, com razão, que esta bênção da hierarquia militar aos assassinos desse margem a novas execuções sumárias de repórteres profissionais que só queriam exercer seu ofício com seriedade. Os correspondentes estrangeiros organizaram uma passeata que contou também com a participaçãos dos jornalistas locais, essenciais ao trabalho dos colegas estrangeiros, e o chefe do escritório da Reuters discursou na frente do escritório da ONU em Gaza: “The blood of Fadel Shana’a will be the fuel for other cameramen and journalists to continue to convey the message, to continue to report the truth to the outside world. We won’t be hindered or hampered by Israeli actions. We ask and seek the support of the United Nations, human rights groups and world news outlets so the killers of Shana’a can be brought to justice. The killers of Shana’a must be punished. The blood of Shana’a and that of the eight children must not be wasted.”
Várias ONGs apelaram para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas nada seria feito para garantir a punição dos culpados e para garantir a segurança da imprensa sob ameaça da IDF. Os jornalistas continuariam a trabalhar na Faixa de Gaza e na Cisjordânia de capacete e colete à prova de balas e atentos para que um soldado israelense não atire assim mesmo ou o bombardeie, sem escapatória.
Vale lembrar que o trabalho dos jornalistas estrangeiros seria impossível na Faixa de Gaza (como em qualquer lugar de conflito mundo afora) sem a ajuda dos jornalistas locais. São eles os verdadeiros heróis da informação. O corresponde vai e volta. O nativo fica lá, arriscando a vida todos os dias e perseguido por todos os lados.

Apesar da perda de Darwich e de tudo o mais, dois fatos positivos marcaram o mês de agosto de 2008.
O primeiro grande acontecimento passou quase desapercebido pela "grande mídia", a quebra do bloqueio de Gaza por um grupo de ativista do Free Gaza Movement.
A Al Jazeera registrou a história dos participantes e de sua locomoção política e física entre países no ótimo documentário que publico abaixo e que prova que os palestinos, no fundo, têm sorte de conquistarem e contarem com a solidariedade de tanta gente humanamente extraordiárias.
Documentário: Gaza we are coming (4x10')

A segunda boa notícia do mês chegou no dia 28 quando um grupo de estudantes israelenses, inclusive a filha do diretor do ShinBet, começou um movimento que ficaria conhecido em Israel como "Shministim" - jovens que recusam cumprir o serviço militar obrigatório na IDF.
Eis o artigo da Electronica Intifada sobre o assunto:  "We refuse to serve in the Israeli occupation".

Enquanto isso, Israel continuava a agir e coagir, debaixo do pano
Israeli tells Palestinian patients: Spy or Die

Inside Story: Israeli Settlers violence in the city of Hebron

Reservistas da IDF, forças israelenses de ocupação,
Shovrim Shtika - Breaking the Silence
They’d deliberately wreck the house
Rank: Staff Sergeant;  Unit: Engineering Corps
The truth is that the Shimshon Brigade did the worst of the things I saw. That house where they destroyed a wall, they went like crazy looting it . . . What do you mean, “looting”? They, say, they shat on the . . . they shat on the couches, they stole. They shat on the couches? Shat on the couches before they left, just shat on the couches. They stole suits, they lifted all of the suits in the closet. You saw that? I was there. I left the house with them. They just put a suit in a backpack? No, they just, like, threw the suits in the APC. Okay. They’d leave behind, like deliberately, a house that was totally wrecked. They’d turn the house upside down, like when, when the family’s locked in a room . . . they’d just turn their house upside down . . . And also how they . . . their arrest procedures were very, very violent . . . What do you mean? Give me a specific example. We ran into some . . . we were separate forces for a while, we’d come from one place, and they’d be stuck with, with the tank in some alley, they couldn’t get out . . . So they were with the tank, and there were some four cars in front of them, blocking them, and a porch. Like the whole entrance to a house, an old arab house, and they drove up with the . . . they drove the tank over the cars. Of course, they could have got out by reversing, but . . . they decided they had to turn around, they drove over four cars with the tank, they just went up, they turned around, and took off the whole entrance to the house with the back of the tank. They took down half a house, like with the tank, and left. And say, also that . . . I got there and they’d detained people, like there were, we’d round people up and all the men had to come to . . . before we’d break into the Mukata’a, [the administrative offices of the Palestinian Authority] the commercial area, they’d announce that all the men had to go somewhere where they’d all be checked, and then we went into the Mukata’a, and then they were allowed back. And when they got all those men, they just . . . they’d make them undress to . . . undress down to nothing. Anyone who hesitated a bit, they’d start beating him, pushing him, hitting him, shooting in the air . . . things like that. And then they released them. These are people who came, who were told they had to come and they came of their own volition. And by the way, when we went into that Mukata’a, it was supposed to be, the way the Shimshon commander had characterized the mission in the briefing, he said, “Some of you won’t come back,” just like that. “Some won’t come back, there’s going to be some insane fighting.” When we went in they didn’t fire at us once, but those Shimshon guys were firing all over the place in fear. With the . . . acting like they were in their APCs

 Erez  I

NEWS Palestine
So durante esta Terceira Intifada, soldados e colonos israelenses ja assassinaram 134 palestinos, pos-ataque-ação de resistência e em execuções sumarias. 

Chutzpah Nation - Israel pressiona governo brasileiro: http://finance.yahoo.com/news/israel-presses-brazil-accept-pro-194117084.html


The Israeli army admits spraying herbicide on the crops of farmers in Gaza, yet another act of state terror:

Israeli cabinet ministers including Justice Minister Shaked maintain close ties to international drug trafficker

Palestinians in Israel accuse Netanyahu of incitementArab politicians and rights groups decry Netanyahu’s strive to increase security in Palestinian communities in Israel.


“shocked!,shocked!” http://www.haaretz.com/misc/artiWhy are Israelis so shocked by the ‘wedding of hate’ video? Thanks to the country’s mainstream, the West Bank has become the land of unlimited possibilities for the average Israeli Jew. This is the soil that gave rise to those young dancers with their bouncing sidelocks and their guns.Israelis who are cle-print-page/.premium-1.  Amira  Hass.


 

Netanyahu East JerusalemIsraeli occupation forces brutalize Palestinian elder & family while demolishing Jerusalem homes

Israeli forces kill Palestinian mother, disabled man.  Maureen Clare Murphy

O equivalete judeu do Estado Islâmico - The Jewish equivalent of ISISNone dare call it

The face of collateral damage: Palestinian student killed by Israeli forces. Samah Abdallah, 18, from a little-known Palestinian village in the West Bank, was shot dead, either on purpose or by accident – but most assuredly without legitimate reason. Gideon Levy with Alex Levac.
A Palestinian mother of four, shot 17 times for being a bad driverMahdia Hammad was hurrying home to feed her baby. Border Policemen signaled her to stop, but she continued to drive, slowly. Then they sprayed her car with bullets. 
27 comments


PCHR - Report on Israeli violation of Human Rights in the Palestinian occupied territories during the last ten days of 2015Palestinian Centre for Human Rights

Nenhum comentário:

Postar um comentário