domingo, 6 de dezembro de 2015

Israel vs Palestina : História de um conflito LXX (04-05 2008)

John Snow no Channel C4: The occupation in Bil'in (05/03/08) 7'
O mês de abril de 2008 não foi diferente dos anteriores. Na Faixa de Gaza começou com grave aumento das placas "Fechado por causa do sítio" nas portas de empresas e fábricas. Os últimos a fecharem foram Al-Yazji, um dos maiores produtores locais de refrigerantes e várias fábricas de pequeno porte.
Os comerciantes estavam tão desesperados que 3.800 haviam estabelecido um cemitério simbólico para seus negócios devastados. Os túmulos não continham corpos, é claro, e sim restos de fábricas e negócios variados.
Mais 33.000 pais de família gazauí haviam sido recentemente demitidos devido ao fechamento das empresas onde trabalhavam e à diminuição do número de funcionários, a 20%, que as empresas sobreviventes conseguiam bancar.
"The garment industry, for example, used to employ more than 16.000 operários. Local industries used to import 95 percent of raw materials from Israel and abroad, and 80 percent of the equipment used in the factories was bought from Israel", explicou Amr Hammad, diretor da Federação da Indústria de Gaza. "As long as this situation persists, Gaza's industries won't be able to operate even at 20 percent of their capacities. However, we made many appeals to concerned bodies like the European Union to pressure Israel for lifting the siege, but it seems that the Israelis do not listen to anynoe but themselves." Não é que Israel só ouvisse a si mesmo e sim que só responde a pressões que o prejudiquem; e estas, a União Europeia não fazia. 

Em abril fazia também 11 meses que os familiares dos presos políticos estavam proibidos de visitar seus entes queridos. Katharina Ritz, da Cruz Vermelha em Jerusalém, comentou então: This issue is a humanitarian concern for us, for the families and the prisoners. It is very important the families have contact with the people in jail; and psychologically, for the prisoners, it is important to have contact with the family.” Além de carinho, os familiares levam livros e roupas para mães, pais, filhos e irmãos detidos há meses ou há anos em Israel às vezes por delitos de resistência anódinos como de defender-se com pedras contra a artilharia da IDF.
A ONG B'Tselem declarou que só de Gaza, havia 760 palestinos presos, inclusive quatro mulheres. Todas as acusações eram de "security crimes" sem precisão do teor do 'crime', que ia de pertencer a um dito "illegal group" a atos de resistência banais.
O programa de visitas para os prisioneiros gazauís existia desde 1968. Foi interrompido um pouco antes do Hamas assumir o controle da Faixa em junho de 2007. Desde então Israel proibiu o contato externo dos prisioneiros palestinos originários da Faixa como uma punição a mais ao detento e aos parentes.
Segundo Shlomo Dror, alto funcionário do Ministério da Defesa de Israel, “There was a government decision not to allow people out of Gaza, except for humanitarian cases,” referindo-se a casos extremos de tratamento médico. Mas de fato, além da punição coletiva costumeira, era uma retaliação por o soldado Gilad Shalit, capturado em 2006 por militantes palestinos, não ter tido contato com sua família.
Por outro lado, O bloqueio de combustível à Faixa de Gaza continuava e prejudicava até a vida escolar. Não apenas por causa de falta de luz nas salas de aula como também pela dificuldade de transporte. A frequência caiu de 10 a 30 por cento nas escolas da UNRWA (Serviço da ONU para refugiados), ou seja, 448.000 alunos. Em Khan Younis as escolas registraram até 30% de ausência (10.500 alunos). Uma escola em al-Qaara, no norte da cidade, fechou por falta de professor; outra, privada, em Dar al-Arqam, interrompeu as aulas quando os ônibus ficaram sem gasolina, enfim, os exemplos semelhantes ou diversos são numerosos demais para fazer um relato exaustivo do status quo.
O Ministro da Saúde anunciou então que a maioria das ambulâncias estavam paradas por falta de combustível e que a pouca energia que Israel permitia seria usada nos hospitais e postos de saúde. E avisou que quando expirasse esta reserva a população ficaria privada de socorro hospitalar básico.
A situação era uma prova cabal de punição coletiva à população civil, que a Quarta Convenção de Genebra de 1949 considera crime de guerra e crime contra a humanidade. Porém, para a Háguia reagir era preciso que a ONU ordenasse ou a Palestina tivesse o direito legal de reclamar, se 'existisse'. Mas como não era um Estado, Israel cometia seus crimes em toda impunidade.

No dia 05, o vice-presidente da Associação de Postos de Gasolina da Faixa de Gaza Mahmoud al-Khozendar disse que a Faixa precisava de 850 mil litros de gazolina por semana e só estava obtendo 70 mil. E que precisava de 2.5 milhões de litros de gás e só estava recebendo 800 mil. “We met with the Israelis, and they said that Gaza is a hostile entity. We told them that their fuel embargo policy is a violation of the Geneva Convention [in which Article 4 guarantees the rights of a people living under occupation] and they said tha we are better off than are Iraqis under US occupation".
Toda vez que era confrontado às suas barbaridades Israel se justificava citando o exemplo das ocupações dos EUA do Afeganistão e do Iraque. Assim calavam os jornalistas estadunidenses, mas com os outros não funcionava. Assim mesmo sempre a usavam.
O motorista de táxi Ayman Eid sentia o problema na carne e reclamava: “We have been appealing to the world for 40 years, and for 40 years our daily suffering has gone on. It is endless. These days, when the price of every single item is inflated due to the Israeli siege, the gas cuts hurt even more,” devido ao bloqueio. Se não fosse dramática, a situação seria irônica, como disse um palestino no mesmo dia: “Israel takes Arab oil and then refuses to sell it to Arabs.”
No dia 11 de abril, o centro de Direitos Humanos Al-Mezan denunciou que um batalhão da IDF penetrou na Faixa de Gaza até o campo de refugiados de al-Bureij. Apoiados por tanques, grupos de soldados invadiram várias casas aterrorizando e depredando enquanto tanques atiravam aleatoriamente e bulldozers esmagavam oliveirais com apoio de drones no ar e outros veículos militares terrestres.
Por volta da uma da tarde tanques abriram fogo contra um grupo de meninos matando Riyad Sherif al-Owais de 13 anos e ferindo mais cinco garotinhos. Sete pessoas foram assassinadas durante este ataque.
Às 14:20, outros tanques atiraram em mais grupos de crianças e adolescentes matando quatro jovens. Três de al-Buerij: Shihab Mohammad Ahmad Abu Zubeida, de 18 anos; Jihad Mohammad Salem Abu Zubeida, de 19;  Yousif Ali al-Maghari, de 18 e Abdul-Raziq Atta Nofal, 18 anos, do campo de refugiados de al-Nuseirat. Três ficaram feridos, dentre eles, Yousif Sarhan, de 15 anos, em estado crítico.
O ataque terrestre durou horas durante as quais a IDF atirava em quem passasse, ferindo mais 31 pessoas, inclusive 15 garotos. Por volta das 18 horas a aviação entrou em cena bombardeando um grupo de resistentes e acabou matando Munzir Abu Howeshl, de 28 anos, no campo de refugiados al-Nuseriat.
A IDFcomeçou sua retirada no dia sequinte às 10:30. Quando terminou, às 14 horas, seus bulldozers haviam esmagado 50 dunams de oliveiras, um poço hídrico, demolido três casas, um carro e prendido 17 palestinos indiscriminadamente. Após interrogatório, um deles ficou detido e os outros foram soltos após serem mal-tratados. Era um comportamento corrente da IDF humilhar os homens na frente dos filhos e irmãos menores.
O Movimento BDS enviou a seguinte carta aberta à UNICEF no dia 09 de abril de 2008.
The following is an open letter dated 9 April 2008 from the Palestinian Boycott Campaign’s National Committee to Executive Director of UNICEF Ann Vennemen:
Dear Ms. Venneman:
In response to a letter authored by human rights activists in New York, calling upon [UNagency for children] UNICEF to refrain from accepting any contributions from Mr. Lev Leviev, Israeli diamond tycoon and developer of illegal Israeli settlements, due to his “unlawful and unethical activies,” UNICEF asserted that: “where UNICEF is the beneficiary of events that are organized by approved partners, UNICEF does not, as a matter of course, conduct diligence on sponsors or advertisers identified by those partners.” The Palestinian Boycott, Divestment and Sanctions Campaign’s National Committee (BNC) finds this defense morally and politically problematic, if not untenable.
Would UNICEF have accepted indirect donations from a South African businessman involved in illegal and racist activity during the apartheid era? Would UNICEF accept, even now, indirect financial support from a company that is proven to be complicit in violations of international humanitarian law in Darfur, occupied Iraq or Colombia?
Furthermore, the fact that Mr. Leviev has used his donations (given on three different occasions) to UNICEF to deflect or assuage condemnation of his dismal human rights record should itself motivate UNICEF to distance itself from him and his companies, lest it becomes indirectly complicit in promoting his deceptive image and, therefore, covering up his human rights abuses.
Unfortunately, several UN agencies and organizations have recently fallen under overwhelming US influence, a fact that has led, among other things, to their acceptance of Israel as if it were a normal member of the community of nations, not a state that is built on and openly practices apartheid and colonial oppression. Some, like [the UN Educational, Scientific and Cultural Organization] UNESCOhave gone as far as promoting Palestinian-Israeli “cooperation” as if no occupation exists, in a disturbing display of dereliction of duty in holding Israel and Israeli institutions to account in the face of their persistent, decades-old crimes and human rights abuses. We sincerely hope that UNICEF will continue to distinguish itself in its utmost respect for human rights, paramount among which is the right of all children to live in peace and security, free of all oppression and foreign occupation.
Just as in the case of South African apartheid, the Palestinian Boycott, Divestment and Sanctions Campaign urges the UN and its leading organs to play a decisive role in imposing sanctions against Israel’s own version of apartheid. This is the only way left to enhance the chances for a just peace based on international law and universal human rights.
The Palestinian Boycott, Divestment and Sanctions National Committee. Ramallah
No dia 15 de abril foi a vez de mais jornalistas virarem alvo da IDF. Desta vez foi Fadel Shana'a, cinegrafista da Reuters de 23 anos. Seu colega sonoplasta Wava Abu Mezyed de 25 anos foi ferido mas conseguiu escapar do segundo míssil jogado no carro que transportava os repórteres.
O fotógrafo da Agência France Press, Mohammed Abed cujo carro estava atrás do dos colegas atingidos, relatou o atentado: "The Reuters silver colored Mitsubishi SUV carried “TV” and “Press” stickers in English and Arabic prominently across its doors, hood, and roof was attacked more than once. The vehicle burst into flames after the second missile struck it. I saw the body and head of my friend and colleague torn to pieces.”
No mesmo atentado, a IDF matou duas crianças e um adulto palestinos e feriu mais doze inclusive cinco meninos.
Os tanques da IDF atiraram duas vezes sabendo exatamente que estavam atirando em jornalistas. Atiraram porque eram testemunhas que queriam eliminar como já haviam eliminado outros repórteres antes destes.
Fadel Shana morreu fazendo seu trabalho. Morreu por isso. O repórter de 23 anos sobrevivera a um atentado precedente quando foi ferido em 2006 durante um bombardeio da IDF. Mas desta vez  não conseguiu sobreviver. Um pedação de metal shrapnel transperçou seu corpo enquanto estava filmando o ataque dos tanques. Fadel foi morto pelo primeiro míssil. Foi o segundo míssil que matou os dois outros civis e  feriu os outros doze.
Abu Meyzed disse que Fadel filmou uns meninos nas imediações e logo depois virou a câmera para os tanques israelenses: "That was when a tank immediately fired a missile in his direction, killing him".
Só entre os dias 15 a 18 de abril, além de Fadel a IDF matou 20 palestinos, dentre eles oito crianças.
E desde 2000, a IDF já matara nove jornalistas e ferido cerca de 170. Só a Reuters tinha 70 repórteres/cinegrafistas/fotógrafos/sonoplastas na Palestina, quinze deles na Faixa de Gaza, expostos aos tiros da IDF. Em outubro de 2007 um fotógrafo da Agência fora ferido perto do Erez Crossing, a agência de notícias reclamara, mas ficou por isso. Como ficaria o caso de Fadel.
Milhares de compatriotas foram ao enterro do jovem cinegrafista na quinta-feira. Seu corpo foi carregado em uma maca com sua câmera. Foi uma oportunidade de manifestar solidariedade aos muitos mortos anônimos cujo enterro não podiam seguir devido à quantidade de vítimas semanais. Se fizessem o mesmo em todos os funerais, a Faixa de Gaza pararia quase todos os dias devido à quantidade de paelstinos que Israel matava.
Na quarta-feira do dia 16 de abril de 2008, a ONG Al-Mezan declarou que em menos de 30 minutos a IDF matara 13 civis, incluindo Fadel e oito meninos - dois irmãozinhos. E feriu 32 outros, inclusive 17 crianças e uma mulher, em Juhor al-Dik, no centro da Faixa de Gaza.
Por que tanta criança morta em um só ataque? Porque os meninos brincam na rua e sempre correm para os carros marcados PRESS, TV, em todos os lugares do planeta. Sobretudo em região de conflito. Na Faixa de Gaza, em que vivem cortados do mundo, mais ainda, pois além de serem atraídos pela curiosidade se sentem a salvo. Foi por isso que tantos sofreram ferimentos graves na hora em que Fadel foi assassinado, mas também porque o cinegrafista parara justamente para filmar a garotada. O sonoplasta conseguiu escapar asim como alguns dos meninos, mas Fadel e os civis que estavam mais próximos - Ahmed ‘Aaref Farajallah, 14; Ghassan Khaled Abu ‘Otaiwi, 17; e Khalil Isma’il Dughmosh, 22, .morreram instantaneamente.
Outra razão de morrerem tantas crianças em um único ataque é a potência das bombas e por as famílias serem numerosas e devido aos bombardeios constantes que destróem lares. Os parentes desabrigados são acolhidos por parentes que ainda não foram bombardeados e as casas e apartamentos ficam lotados até os hóspedes conseguirem obter outra moradia, o que é difícil por causa da escassez de oferta e de meios, devido ao desemprego. É por isso que em um único ataque ao vilarejo de Juhor al-Dik, perto do campo de refugiados al-Bureij, por xemplo, a IDF feriu 35 palestinos, oito em estado crítico; dentre eles uma mulher e dezessete crianças.
Ao ser questionado sobre a dupla punição da Faixa de Gaza - bloqueio e bombardeios constantes - o general Ehud Barak disse : “We are aware of the suffering of the people of Gaza, but in our eyes, the suffering of the residents of communities that border on that area, and those of the Israeli army count more.”
Do lado das vítimas, o comunicado de imprensa do PCHR (Palestinian Center for Human Rights) dizia: 1) [The PCHRAsserts that these latest crimes are part of a series of continuous crimes committed by IOF in the Occupied Palestinian Territory (OPT) with total disregard for the lives of Palestinian civilians. 2) Warns of further escalation in attacks against Palestinian civilians in light of statements and threats by Israeli political and military officials, which may cause more civilian casualties in the Gaza Strip. 3) Expresses utmost concern over continued crimes committed by IOF against journalists and media professionals, and stresses that such crimes aim at silencing the press and prevent journalists from covering crimes committed by IOF against civilians. 4) Calls upon the international community to immediately intervene to stop such crimes, and calls upon the High Contracting Parties to the Geneva Convention, Relative to the Protection of Civilian Persons in Time of War, to fulfill their obligation under article 1 of the Convention to ensure respect for the Convention in all circumstances, and their obligation under Article 146 to search for and prosecute those who are responsible for perpetrating grave breaches of the Convention. Such breaches constitute war crimes according to Article 147 of the Convention and the Protocol Additional to the Geneva Conventions of 12 August 1949, and Relating to the Protection of Victims of International Armed Conflicts (Protocol I).
Nessa mesma semana, em outra parte da Faixa, por volta das 4:30 da madrugada, aviões de combate que apoiavam a invasão terrestre lançaram dois mísseis em grupos de palestinos parados perto da mesquita al-Ihan matando nove civis à espera da oração matinal, incluindo seis crianças e ferindo 18, dentre estes, 12 crianças. Alguns dos mortos foram identificados na hora: Mahmoud Ahmed Mohammed, de 45 anos; Sofian Ahmed Mohammed, 41; ‘Abdullah Maher Abu Khalil, 15; Tariq Fareed Abu Taqiya, 16; Islam Hussam al-‘Eissawi, 16; Talha Hani Abu ‘Ali, 13; Bayan Sameer al-Khaldi, 17; Mohammed Mohammed al-‘Assar, 17; and Fadi Jamal Musran, 20. 
O interessante disso é que a CNN, e não foi a única, deu a notícia de mais 22 mortos nesse período do "conflito", sem idenficar de que lado estavam as vítimas.

Israeli raids go on killing more palestinians  (16/04/08)
Bombardeios da IDF matam mais gente em Gaza
Al Mezan notificou que no dia 28 de abril, a IDF voltou a atacar a Faixa de Gaza com artilharia pesada.
O primeiro ataque foi às 6 horas da manhã. Tropas terrestres ocuparam vários bairros de Beit Hanoun e abriram fogo esporádico durante horas para aterrorizar as famílias.
O segundo aconteceu às 8:15. A IDF lançou seus mísseis de drones. Um deles caiu na frente de uma casa próxima da mesquita Ezbet Beit Hanoun. Matou Myassar Abu Me'teq, de 40 anos e seus filhos Saleh, de 5 anos; Rodina, de 4;  Hana, de 3; Mos'ad, de 1; e um homem de 40 anos, Ibrahim Hajouj. Só um dos filhos de Myassar sobreviveu, com ferimentos graves. Mais dez pessoas ficaram feridas, dentre elas, mais quatro crianças.
Segundo Al Mezan, só durante o mês de abril de 2008, a IDF matou 66 palestinos só na Faixa de Gaza. Uma mulher e 20 crianças. Cento e trinta e nove haviam sido feridos ao ponto de ser hospitalizados. Dentre eles, 18 meninos. Isto em 29 ataques aéreos e terrestres.


Enquanto isso, da Cisjordânia, uma ativista estadunidense escrevia.
Momma, when I’m big will I go to jail like Daddy?”
That was little Adam’s question for his mother when I came to visit their house, just before leaving the village of al-Tuwani for a brief trip home to the United States. Adam is three years old. His mother tells me that he wants his father to come home from jail and bring him ice cream. “Adam is upset,” she says. Looking at her eyes, I can tell that she is too. So am I.
Adam’s father was arrested on 28 March, just a few days ago. A group of eight to ten Israeli settlers from Havot Ma’on, an illegal Israeli settlement outpost, came inside the village of al-Tuwani where they found Adam’s father and his grandfather. The settlers sprayed them with an aerosol substance, which I can only imagine was pepper spray. They hit Adam’s father in the eyes. Soon, the settlement guard arrived, a man everyone in al-Tuwani knows all too well. He was followed by the Israeli army and total chaos began to unfold. The settlement guard accused Adam’s father of breaking his sunglasses. While the settlers who attacked Adam’s father and grandfather stood by, Israeli police arrested Adam’s father. They didn’t listen to the Palestinians who witnessed the settler attack. They didn’t question the settlers. The police forced Adam’s father, still seriously injured, into a police van and took him away. There was nothing anyone could do.
Sitting in Adam’s house, I try to find a way to convey my feelings of anguish in my limited Arabic. Adam’s mother is unfailingly gracious. Making terrible situations seem funny is an art practiced by many Palestinians and perfected by Adam’s family. Somehow, we laugh while we drink our tea. Then Adam’s mother tells me how the settlement guard threatened Adam’s father. “If he sees him again, he will kill him,” she says. “Then, he said, there will no more problems.” My mouth drops open upon hearing this threat on Adam’s father’s life. My Arabic fails me utterly. “Really? That’s bad,” I say. Adam’s mother laughs.
“Momma, when I’m big will I go to jail like Daddy?” Adam asks.
“No, when you are big, God willing, this will be Palestine.” she answer, smiling.
I wrap myself in the words of this beautiful and strong woman and praise God that she still has hope."
Joy Ellison is an American activist with Christian Peacemaker Teams, an organization that supports Palestinian nonviolent resistance. She lives in al-Tuwani, a small village in the South Hebron Hills which is nonviolently resisting settlement expansion and violence. She writes about her experiences on her blog, “I Saw it in Palestine” athttp://inpalestine.blogspot.com.

Em Gaza, os bombardeios continuaram em maio (17/05/08)

Os efeitos perversos e maléficos da ocupação israelense da Cisjordânia e a grave crise humanitária que a Faixa de Gaza atravessava por causa do bloqueio ilegal não tinham nenhum impacto internacional. Palestinos continuavam sendo agredidos pelos invasores e mortos por soldados da IDF ou por colonos na Cisjordânia e em Gaza, continuavam sobrevivendo em condições lamentáveis; mas isso já era considerado banal.
As manchetes da grande mídia só espelhavam as da imprensa israelense que por sua vez só falava nas celebrações do 60° aniversário de Israel. Os artigos dos jornalistas bem-informados, que denunciavam outro aniversário, o da Naqba, ocupavam pouco espaço.
Era como se o mundo concordasse com a conclusão do historiador israelense Benny Morris que acabara de publicar um livro sobre a formação do estado de Israel. Neste, Morris não esconde a crueldade e os cadáveres sobre os quais seu país foi construído - a diáspora de 750 mil palestinos, os massacres, os estupros a fim de 'limpar' os setores fronteiriços e as estradas principais" - porém, acrescenta: "Não acho que as expulsões de 1948 constituam crimes de guerra. Não há como fazer omelete sem quebrar ovos. Tem de sujar as mãos", e conclui, "Ben Gurion tinha razão. Se ele não tivesse feito o que fez, não existiria nenhum Estado". Nesta lógica de limpeza étnica inexorável, só havia lugar para um Estado na Palestina e este não era o dos nativos proprietários da terra e sim dos que chegaram de fora para usurpá-la.
Vendo as comemorações dos 60 anos de Israel e lendo o livro de Morris (por obrigação profissional) cujos vídeos do debate publico abaixo, lembrei de Dov Weisglass, conselheiro íntimo do general Ariel Sharon, que dizia: "The idea is to put the Palestinians on a diet but not to make them die of hunger". Esta frase e outras do gênero que outros dirigentes israelenses usaram através dos anos e décadas de exterminação gradual e progressiva, definia bem a situação da Palestina. Em 60 anos de Naqba e 41 anos de ocupação civil e militar, Israel impusera sua hasbara (propaganda) com tamanha eficiência que até certas pessoas de boa vontade estavam contaminadas pelo Israel Project (Blog 08/08/4) e defendiam o direito de defesa de Israel ao invés dos direitos fundamentais que como força de ocupação Israel negava ao povo ocupado.
No entanto, alguns lembraram que Naqba significava a "Catástrofe" que a concretização do projeto sionista de criação unilateral do Estado de Israel representou para o povo palestino. E como os 60 anos de Israel foram bastante celebrados, só vou falar nas lembranças dos 60 anos de Naqba. Deixarei a Uri Avnery o cuidado de falar sobre sua pátria.

O jornalista-escritor Jonathan Cook, baseado em Nazareth, escreveu o seguinte artigo no dia 16 de maio: The Nakba march.

Nakba, 60 years of displacement (1) 2'

Na tarde do dia 09 de maio de 2008, um grupo de jovens palestinos e um menino de 13 anos saíram à caça pássaros nas colinas de seu vilarejo de Dir Dibwan, perto de Ramallah na Cisjordânia. Chegando à colina, viram um grupo de adultos e crianças a cerca de 150 metros de distância. Não deram importância porque pensaram que fossem compatriotas em busca de comida como eles. Alguns minutos depois, um dos homens de lá gritou com os palestinos em hebraico e eles ficaram surpreendidos e assustados com a presença dos invasores. Pois suspeitaram que fossem das colônias judias ilegais instaladas nas imediações - Ofra ou Beit El - que ficavam a cerca de 5 quilômetros do local em que estavam. Logo viram um dos homens levantar sua espingarda, apontar para eles e atirar. Rashad Khader, de 20 anos, disse para o colono não atirar, mas os colonos responderam com uma salva de balas quando viram que os rapazes palestinos batiam em retirada. Rashad foi baleado nas costas e um dos amigos ficou com ele para prestar socorro enquanto os outros escapavam do ataque dos colonos para salvar-se e buscar socorro médico. Quando a ambulância conseguiu chegar uma hora depois por causa dos checkpoints, encontraram Rashad morto. Seu amigo fora detido pela IDF e estava preso sabe-se lá por quanto tempo, pois os colonos mentiram para os soldados da IDF que haviam se defendido de ataque dos rapazes. O assassino de Rashad voltara para sua colônia ilegal contando vantagem e anotando mais um morto palestino em seu quadro de caça.
Al-Haq, ONG dedicada à proteção dos direitos humanos nos teritórios palestinos, denunciou a maquinação da corja de colonos e soldados: "Sworn affidavits collected from eyewitnesses indicate that the Palestinitans did not fire at the settlers, nor were they in possession of anything more than a pair of simple bird-hunting rifles. Furthermore, the fact that the victim vas repeatedly shot from behind indicates the lack of threat he presented, as wall as the settlers intent to kill. We are deeply concerned by the israeli authorities' seemingly blind acceptance of the settlers' account of the events and calls for a full investigation into the killing of Rashad Khader, and the prosecution of those responsible."
Esperariam sentados. Sabiam disso, mas esperança é a última que morre. 
Colonos judeus armados atacam quase diariamente os palestinos na Cisjordânia. Saem em grupos, literalmente, à caça de presas fáceis. Ferem ou matam aleatoriamente. Sobretudo jovens, mulheres, idosos e crianças por serem mais vulneráveis. Além de depredarem sistematicamente oliveirais e lavouras dos donos das terras que surrupiam. Fazem isso porque sabem, que como a IDF, seus crimes ficarão impunes. E é assim que criam seus filhos. 
Foi por isso que Al-Haq completou assim seu comunicado: "Unfortunately, the systematic failure of the Israeli authorities to investigate and punish illegal actions carried out in the past by settlers against Palestinians has paved the way for unprovoked and unjustified killings such as that of Rashad Khadar. Incidents of violence by Israeli settlers arerarely investigated and the perpetrators seldom held to account,c reating an atmosphere of absolute impunity in which excessive (and in this case lethal) violence is commen practice. As such, the Israeli occupying authorities are effectively sanctioning acts of settler violence against Palestinians, despite Israel's obligations under internacional humanitarian law to safeguard the rights of the protected Palestinian civilian population under ist control."
De fato, a polícia israelense nos territórios ocupados infringe sistematicamente o artigo 49(6) da Quarta Convenção de Genebra e várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Os colonos então aproveitam para dar vazão a seu ódio contra a população ocupada, sem nenhum entrave. O que limita ainda mais o território nacional em que os palestinos podem circular sem correr perigo de vida.
A Al-Haq concluiu seu comunicado com interpelações. "Al-Haq calls upon: The relevant authority, namey the Chief of the Investigations Department of the Israeli Police, to order a full, independent and transperent investigation into the killing of Rashad Khade, and to bring those responsible before the full process of the law; The Israeli authorities to rigorously investigate all instances of settler violence committed against Palestinians and their property, and to provide effective remedy, including access to justice and reparation such as restitution, guarantéé of non-repetition and compensation; The International community to exercise sustaine diplomatic pressure on the Israeli government to freeze all settlement activiy and dismantle all established settlements in the West Bank, including East Jerusalem."
Esperaria sentado.
Nakba, 60 years of displacement (2) 3'

No dia 14 de maio, véspera do aniversário fatídico, a IDF celebrou à sua maneira. Mandou 15 tanques para a Faixa de Gaza em uma tanqueata ameaçadora que os gazauís viram chegar por volta das 8 horas.
Invadiram o povoado de 'Izbet 'Abed Rabba, entre Beit Hanoun e o campo de refugiados de Jabaliya. Por volta das 9 horas, Hamdi Salemeh Khader, de 17 anos, estava andando de bicicleta na redondeza e foi metralhado por um dos tanques sem aviso prévio. A distância entre Hamdi e o soldado que atirou nele do tanque em que se resguardava era de cerca de 500 metros em um terreno plano. A visibilidade do comandante era perfeita, sobretudo com a cobertura aérea da qual dispunha. Os soldados e oficiais viram que era um civil, jovem e desarmado. Enfim, um adolescente que ia encontrar familitares, amigos ou simplesmente fazer uma comprinha. Sua vida parou alí. Sem nenhuma consequência para o soldado que o assassinou a sangue frio a mando de um oficial sádico que também ficou impune.
Um pouco mais tarde, às 9:50, a resistência entrou em cena atacando os invasores com suas armas obsoletas, mas reagindo à morte de seu compatriota. Como a IDF não admite resposta, os tanques se dirigiram a Jabaliya para mostrar quem mandava. Às 10:15, mantendo distância de um quilômetro para ficarem à salvo de qualquer resistência, os tanques se puseram a atirar indiscriminadamente nas ruas e casas do setor leste deste campo de refugiados. Mataram um combatente em sua casa, mas também Ibrahim Hasan Salah, de 19 anos, que estava a caminho da Universidade. Outra salva de canhão feriu várias pessoas e causou muitos danos materiais em propriedades privadas.
Em comunciado de imprensa, os israelenses declararam: The incursion is a response to the firing by Palestinian armed groups of indiscriminate missiles towards Israel." 
E a ONG de Direitos Humanos Al-Haq respondeu com o seguinte comunicado: "The use by Palestinian armed groups of indiscriminate, and therefore unlawful, weapons against Israel civilian areas provides no justification in law for Israel to employ equally unlawful tactics. Such unlawful tactics include the violation of the customary international humanitarian law prohibitions on collective punishment and reprisals against protected persons; indiscriminate attacks failing to distinguish between civilians and military targets, and between civilian objects and military objects; disproportionate attacks; and attacks launched without taking feasible precautions in the choice of means and methods of warfare with a view to avoiding injury to civilians and damage to civilian property." Quanto ao assassinato de Hamdi, o Al-Haq disse: The willful killing of 17-year-old Hamdi is a war crime which may amount to a grave breach of article 147 of the Fourth Geneva Convention. It is impossible to imagine that tank crews stationed at a distance of 500 meters from the youngster, with a clear line of sight and the benefit of aerial surveillance, could not distinguish between an armed person and an unarmed person. Given that there was no exchange of fire between Palestinian armed groups before the child was shot, the “fog of war” cannot provide a defense. Moreover, the child was nowhere near a legitimate military target and as such cannot be considered as lawful “collateral damage.” Those who planned, ordered or executed this attack are individually criminally liable under the grave breaches regime of the Fourth Geneva Convention and all High Contracting Parties of the Convention are legally bound to search for and prosecute these persons. This obligation on High Contracting Parties is of heightened importance in light of the fact that Israeli authorities have only opened some 270 investigations resulting in a mere 30 indictments with very lenient sentences in relation to over 2,000 Palestinian civilian deaths since September 2000."
E apelou para o Direito Internacional. Al-Haq calls upon: The Israeli Military Prosecutor for Operational Issues to order a full independent military police investigation into the killing of Hamdi Salemeh Khader; The High Contracting Parties to the Fourth Geneva Convention to fullfil their obligations under Article 146 to search for and prosecute those responsible for the willful killing of Hamdi Salemeh Khader in the likely event that Israeli authorities fail to investigate; The Legal Advisor to the Israeli military to review the legality of the means and methods of warfare used by Israel in urban combat in the Gaza Strip."
 a Lei ' Como se a IDF não atacassem Israel

Remembering the Nakba, 60 years later, Palestinian Center for Human Rights
No dia 15 de maio propriamente dito, houveram várias manifestações oficiais e populares em todo território palestino e entre os refugiados no mundo inteiro. Cerimônias de consternação, pois 60 anos mais tarde a Naqba seguia seu curso de outro jeito. Através de expropriações ligadas às expansões das colônias e da construção do muro que engole a Linha Verde. 60 anos depois, os palestinos continuavam sendo privados de autodeterminação, do direito de identidade, do direito de dormir sossegado e de construir um futuro seguro e durável.
O governo de Israel passou semanas anunciando "forte probabilidade" de atentado sangrento que transformasse sua festa em dia negro. Mas como sempre, o discurso estava longe da realidade e ninguém melhor do que o ShinBet (a Gestapo israelense) para saber que tudo aquilo era hasbara. Na verdade, Ehud Olmert usou a mesma estratégia dos primeiros ministros anteriores, semeou o pânico para justificar aos olhos de seus compatriotas e dos estrangeiros uma repressão mais forte na Cisjordânia.
Nos 550 checkpoints que os palestinos têm de atravessar diariamente para ir à escola e ao trabalho, foram ainda mais mal-tratados e atrasados; nas casas que a IDF invade e ocupa diariamente, os soldados se esbaldaram ainda mais maltratando, 'confiscando' bens e botando o lar dos ocupados de cabeça pra baixo.
Chefes de Estado acorreram às cerimônias israelenses pessoalmente ou com representantes diplomáticos para ver o desfile da potência bélica que financiavam direta ou indiretamente.
Na Palestina não pisaram.
Nesse dia as dezenas de caças israelenses se dividiram. Uns davam piruetas em Tel Aviv, outros aterrorizavam a Faixa de Gaza.
Em Israel o dia 15 foi de festa. E para muitos sionistas estrangeiros, idem.
Nos territórios ocupados foi de luto, lembrança e afirmação de cultura e identidade.
A IDF não deu trégua aos gazauís. Bombardeou-os de novo já no dia 17. E os extremistas descarados se exprimiam com palavras, crueldade e com desenhos do tipo deste ao lado.
Gaza air strikes (17/05/15) 2'17"

Um dos inúmeros intelectuais palestinos que a diáspora espalhou pelo mundo escreveu o seguinte artigo sobre a Naqba: Resisting the Nakba. Joseph Massad is associate professor of modern Arab politics and intellectual history at Columbia University in New York. This article originally appeared in Al-Ahram.
60 years of Nakba

Voltando ao dia 15 na Palestina e entre os palestinos vítimas do êxodo compulsório este dia foi como fora o 14 e como seria o 16. Mais um dia sem perspectiva de melhora.
O dia 15 foi exatamente o 21.915° dia de Naqba.
21.915. Como o número de balões lançados de diversas cidades  e campos de refugiados. Balões pretos. Símbolo do luto de todo um povo.
Alguns voluntários e jornalistas estrangeiros resolveram atravessar a Palestina seguindo este indescritível velório nacional. De quilômetro a quilômetro deparavam com a história contemporânea que lembrava a da Idade Média, da Segunda Guerra Mundial, de conquistadores e ocupantes sádicos extrazando suas pulsões destrutivas em homens, mulheres, crianças.
A história da Palestina se apresentava estreitamente ligada àqueles invasores civis que queimavam suas oliveiras e maltratavam seus filhos até em dia de festa nacional; àqueles invasores militares que torturavam física e moralmente suas esposas, mães, pais, maridos, filhos para mostrar quem manda em uma cerimônia perversa que lembrava os protagonistas de Salo, de Pier Paolo Pasolini - que se estivesse vivo, certamente testemunharia em filme estes novos bárbaros como testemunhou os horrores fascistas.
Mas apesar da presença ostensiva do ocupante, em Ramallah, sobreviventes idosos armaram tendas em um terreno chamado Camp al-Awda (Campo do Retorno). Tendas como as fornecidas pela ONU aos milhares de refugiados nos primeiros anos da Naqba. Jovens se aprovimavam para ouvir as histórias de perdas, mortes, resistência, e sobretudo, de determinação à vida e perseverância em recuperar a terra nativa. As caras dos relatores eram enrugados, sofridos, com marcas do tempo e do passado interminável. Testemunhas vivas de que o plano de expulsão elaborado pelo movimento sionista no início do sécxulo XX não era produto de fantasmas e sim uma realidade nua e crua, que estava nas ruas, nas casas, no campo, e no rosto de idosos e  meninos.
No campo de refugiados de Aida, perto de Belém, de uma parcela do Muro e do Portal do Retorno que ostenta uma imponente chave de 10 metros de comprimento, havia centenas de famílias compostas de até quatro gerações. Ouvia-se relatos da Naqba de 1948 em toda parte, de pais, avós, bisavós, e as novas gerações a sentiam na pele cada vez que abriam os olhos, que saíam de casa, que tentavam viver como seres humanos e eram tratados como animais desde a hora em que davam os primeiros passos.
No campo de al-Azzah, perto do Aida, tem o Centro Cultural Handala (Blog 22/02/13) que sedia um festival. Adolescentes, vestidos de roupa tradicional - calça preta, camisa vermelha e vestido amarelo, lenço vermelho, ensaiavam a Dabke, dança tradiconal palestina (vídeo abaixo), com alegria. Os meninos menores interpretavam a naynete, mistura de mímica e dança, vestidos de camiseta preta em cujas costas estava escrito 1948, como o ano da Catástrofe.
Os três primeiros números em branco - 194 - fazia referência à Resolução da ONU votada em 1948 que estipula o direito de retorno imediato dos palestinos expulsos durante a Naqba que desejem voltar às suas casas - nunca foi implementada.
Em Beit Sahur, a comunidade cristã montou um palco coberto de lona preta decorada sobriamente com a bandeira palestina. Em cima, uma faixa dizia: "a normalização das relações com o ocupante contradiz com o direito de retorno". No palco, grupos de jovens de vários vilarejos se sucediam cantando, dançando ou representando peças curtas sob aplausos entusiasmados. As músicas variavam de tradicional ao rap. Este evento foi encerrado com o grupo Palestinos de 48, chamados árabes-israelenses, ou seja, os palestinos que conseguiram permanecer além da Linha Verde, sobretudo na Galileia, desafiando a hegemonia do ocupante. Em 2008, eles eram 1.3 milhões de descendentes dos 150 mil palestinos que fincaram o pé após a grande "limpeza" de 1948/49 (Blogs 08/01/15-08/02/15). Adquiriram a nacionalidade israelense em 1966 mas como cidadãos de segunda classe, sofrendo discriminações múltiplas e proibidos de comprar propriedades e terras de judeus ou do Estado. Sua presença em Beit Sahour era simbólica neste 15 de maio. Foram prestar solidariedade aos antigos vizinhos de seus avós e afirmar sua identidade cultural, a fim de demonstrar que apesar das separações impostas durante 60 anos entre os palestinos da Cisjordânia, da Faixa de Gaza, de Israel e da diáspora, a nação palestina era indivisível, unida na adversidade e no combate pela autonomia e liberdade.
Dabke palestina

A Palestina desperta emoções constantes em todo lugar e aspectos. Por ser uma nação que luta contra a tentativa de outra de apagar sua história, identidade, e sua existência tem uma relação singular com sua cultura nacional. Ao interpretar o Dabke vestidos de roupa típica os adolescentes iam além do espetáculo. Prestavam homenagem a seus antepassados. Afirmavam sua cultura, seus costumes, suas tradições, sua História passada, presente e futura. Afirmavam sua nacionalidade contra os negacionistas sionistas que argumentaram ao imigrar que a Palestina era 'uma terra sem povo para um povo sem terra', ou que 'os palestinos não existem'. Contra as halucinações de todos que repetiam que os não-judeus seriam sempre intrusos em uma terra que Deus e os neo-conservadores de Washington atribuíram por omissão aos descendentes dos israelitas que já haviam ocupado a Palestina há três mil anos quando David matou Golias.
Os adolescentes que dançavam o Dabke em Beit Sahur eram os porta-vozes da tragédia do passado e do drama atual do povo palestino. Eles encarnavam a memória da Naqba e a determinação da geração atual de pegar e passar o bastão para as gerações futuras para que a lembrança perdure e se inflame até a independência total. Eles não precisavam de slogans nem de faixas; sua simples presença no palco com o público jubilante mostravam que o povo palestino existiu, existia e existiria. Seu espetáculo foi carregado de História e seus sorrisos e entusiasmo eram sinais de esperança que um dia, chegariam lá.
Seus sorrisos chegavam até Aida onde lançavam balões pretos no ar e a Faixa de Gaza onde seus primos lançavam pedras nos soldados que os provocavam ou alhures onde desfilavam carregando chaves simbólicas ou de seus avós e bisavós.
Naquele dia ficou ainda mais claro que os bisavós e avós despojados podiam dormir sossegados, com as cabeças pousadas nos travesseiros que protegem a chave de sua casa roubada durante a Naqba. Seu futuro estava garantido a médio ou a longo prazo.
Se não obtivessem seu Estado de direito inalienável, segundo a História e as leis internacionais, nem com todo o arsenal da IDF e os agentes do ShinBet os israelenses conseguiriam dormir em paz.
A luta continuaria até os paletinos obterem justiça. Estava claro.

Direct Action in Na'alin to stop bulldozers (25/05/08) 8'

No Comment: Nil'in luta contra o muro (25/05/08) 1'32''

No Comment: Dia comum em Nablus (25/05/08) 1'43''

"Every time I hear the voice of David Ben-Gurion uttering the words "Therefore we are gathered here'... I think of Issar Barsky, a charming youngster, the little brother of a girlfriend of mine.
The last time we met was in front of the dining hall of Kibbutz Hulda, on Friday, May 14, 1948.
In the coming night my company was to attack al-Qubab, an Arab village on the road to Jerusalem, east of Ramle. We were busy with preparations. I was cleaning my Czech-made rifle, when somebody came and told us that Ben-Gurion was just making a speech about the founding of the state.
Frankly, none of us was very interested in speeches by politicians in Tel Aviv. The city seemed so far away. The state, we knew, was here with us. If the Arabs were to win, there would be no state and no us. If we won, there would be a state. We were young and self-confident, and did not doubt for a moment that we would win.
But there was one detail that I was really curious about: what was the new state to be called? Judea? Zion? The Jewish State?
So I hastened to the dining hall. Ben-Gurion's unmistakable voice was blaring from the radio. When he reached the words "…namely the State of Israel" I had had enough and left.
Outside I came across Issar. He was in another company, which was to attack another village that night. I told him about the name of the state and said "take care of yourself!"
Some days later he was killed. So I remember him as he was then: a boy of 19, a smiling, tall Sabra full of joie de vivre and innocence.
The closer we come to the grandiose 60th anniversary festivities, the more I am troubled by the question: if Issar were to open his eyes and see us, still a boy of 19, what would he think of the state that was officially established on that day?
He would see a state that has developed beyond his wildest dreams. From a small community of 635,000 souls (more than 6000 of whom would die with him in that war) we have grown to more than seven million. The two great miracles we have wrought - the revival of the Hebrew language and the institution of Israeli democracy - continue to be a reality. Our economy is strong and in some fields - such a hi-tech - we are in the world super-league. Issar would be excited and proud.
But he would also feel that something had gone wrong in our society. The Kibbutz where we put up our little bivouac tents that day has become an economic enterprise, like any other. The social solidarity, of which we were so proud, has collapsed. Masses of adults and children live below the poverty line, old people, the sick and the unemployed are left to fend for themselves. The gap between rich and poor is one of the widest in the developed world. And our society, that once raised the banner of equality and justice, just clucks its collective tongue and moves on to other matters.
Most of all he would be shocked to discover that the brutal war, which killed him and wounded me, together with thousands of others, is still going on at full blast. It determines the entire life of the nation. It fills the first pages of the newspapers and heads the news bulletins.
That our army, the army that really was "we", has become something quite different, an army whose main occupation us to oppress another people.
That night we indeed attacked al-Qubab. When we entered the village, it was already deserted. I broke into one of the homes. The pot was still warm, food was on the table. On one of the shelves I found some photos: a man who had obviously just combed his hair, a village woman, two small children. I still have them with me.
I assume that the village which was attacked by Issar that night presented a similar picture. The villagers - men, women, children - fled at the last moment, leaving their whole life behind them.
There is no escape from the historic fact: Israel's Independence Day and the Palestinians' Naqba (Catastrophe) Day are two sides of the same coin. In 60 years we have not succeeded - and actually have not even tried - to untie this knot by creating another reality.
And so the war goes on.
With the 60th Independence Day approaching, a committee sat down to choose an emblem for the event. The one they came up with looks like something for Coca Cola or the Eurovision song contest.
The real emblem of the state is quite different, and no committee of bureaucrats has had to invent it. It is fixed to the ground and can be seen from afar: The Wall. The Separation Wall.
Separation between whom, between what?
Apparently between Israeli Kfar Sava and neighboring Palestinian Qalqiliyah, between Modi'in Illit and Bil'in. Between the State of Israel (and some more grabbed land) and the Occupied Palestinian Territories. But in reality, between two worlds.
In the fevered imagination of those who believe in the "clash of civilizations", whether George Bush or Osama Bin-Laden - the Wall is the border between the two titans of history, Western civilization and Islamic civilization, two mortal enemies fighting a war of Gog and Magog.
Our Wall has become the front-line between these two worlds.
The wall is not just a structure of concrete and wire. More than anything else, the wall - like every such wall - is an ideological statement, a declaration of intent, a mental reality. The builders declare that they belong, body and soul, to one camp, the Western one, and that on the other side of the wall there begins the opposing world, the enemy, the masses of Arabs and other Muslims.
When was that decided? Who made the decision? How?
102 years ago, Theodor Herzl wrote in his ground-breaking oeuvre, Der Judenstaat, which gave birth to the Zionist movement, a sentence fraught with significance: "For Europe we shall constitute there [in Palestine] a sector of the wall against Asia, we shall serve as the vanguard of culture against barbarism."
Thus, in 22 German words, the world-view of Zionism, and our place in it, was laid down. And now, after a delay of four generations, the physical wall is following the path of the mental one.
The picture is bright and clear: We are essentially a part of Europe (like North America), a part of culture, which is entirely European. On the other side: Asia, a barbaric continent, empty of culture, including the Muslim and Arab world.
One can understand Herzl's world view. He was a man of the 19th century, and he wrote his treatise when white Imperialism was at its zenith. He admired it with all his soul. He endeavored (in vain) to arrange a meeting with Cecil Rhodes, the man who symbolized British colonialism. He approached Joseph Chamberlain, the British Colonial Secretary, who offered him Uganda, then a British colony. At the same time, he also admired the German Kaiser and his so well-ordered Reich, which carried out a horrible genocide in South-West Africa in the year of Herzl's death.
Herzl's maxim did not remain an abstract thought. The Zionist movement followed it from the first moment on, and the State of Israel continues to do so to this very day.
Could it have been different? Could we have become a part of the region? Could we have become a kind of cultural Switzerland, an independent island between East and West, bridging and mediating between the two?
One month before the outbreak of the 1948 war, seven months before the State of Israel was officially founded, I published a booklet entitled "War or Peace in the Semitic Region". It began with the words:
"When our Zionist fathers decided to set up a "safe haven" in Palestine, they had the choice between two paths: "They could appear in West Asia as a European conqueror, who sees himself as a bridgehead of the 'white' race and master of the 'natives', like the Spanish conquistadores and the Anglo-Saxon colonialists in America. Like, in their time, the Crusaders in Palestine. "The other path was to see themselves as an Asian people returning to its homeland - seeing themselves as an heir to the political and cultural tradition of the Semitic region."
The history of this country has seen dozens of invasions. They can be divided into two main categories.
There were the invaders who came from the West... And there were the invaders who came from the East... The ancient Israelites were of the second category. Even if there is some doubt about the Exodus from Egypt as described in the books of Moses, or the Conquest of Canaan as described in the Book of Joshua, it is reasonable to assume that they were tribes that came in from the desert and infiltrated between the fortified Canaanite towns, which they could not conquer, as indeed described in Judges 1.
The Zionists, on the other hand, were of the first category. They brought with them the world-view of a bridgehead, a vanguard of Europe. This world-view gave birth to the Wall as a national symbol. It has to be changed entirely.
One of our national peculiarities is a form of discussion where all the participants, whether from the Left or from the Right, use the clinching argument: "If we don't do this and this, the state will cease to exist!" Can one imagine such an argument in France, Britain or the USA?
...I am not worried about the existence of the State of Israel. It will exist as long as states exist. The question is: What kind of state will it be?
A state of permanent war, the terror of its neighbors, where violence pervades all spheres of life, where the rich flourish and the poor live in misery; a state that will be deserted by the best of its children?
Or a state that lives in peace with its neighbors, to their mutual benefit; a modern society with equal rights for all its citizens and without poverty; a state that invests its resources in science and culture, industry and the environment; where future generations will want to live; a source of pride for all its citizens?
That can be our objective for the next 60 years. I think this is what Issar would have wanted, too."
Uri Avnery, 03/05/2015

Conferência de Norman Finkelstein sobre Israel vs Palestine
in English, subtitulado en español

"The germans call it "die Flucht nach vorne" - escaping forwards. When the situation is desperate, attack! Instead of retreating, advance! When there is no way out, storm ahead!
This method was successful in 1948. At the end of May, the Egyptian army was advancing on Tel Aviv. We - a very, very thin line of soldiers - were all that stood in its way. So we attacked. Again and again and again. We suffered heavy losses. But we stopped the Egyptian advance.
Now Ehud Olmert is applying the same method. His situation is desperate. Most people in Israel do not doubt that he has received large bribes in envelopes stuffed with dollars. The Attorney General is liable to indict him any time, and this will compel him to resign.
And lo and behold, at the most critical moment, just before the most damning details come out, a joint statement is issued simultaneously in Jerusalem, Damascus and Ankara, announcing the start of peace negotiations between Israel and Syria, with Turkey acting as mediator. The talks will be based on the principles of the 1991 Madrid Conference, meaning the return of the entire Golan Heights.
Wow!!!
In this, too, Olmert is the worthy pupil of his predecessor and mentor, Ariel Sharon.
Sharon was up to his neck in corruption affairs. In one of them, the so-called "Greek Island affair", the Israeli millionaire David Appel paid huge sums to Sharon's son, a novice, for "advice". At the time, too, it seemed that the Attorney General could not possibly avoid issuing an indictment.
Sharon's response was sheer genius: the Separation. Separation from the Gaza Strip. Separation from the Attorney General.
That was a gigantic operation. In a minutely orchestrated melodramatic performance, the Gush Katif settlements were dismantled. Together with several army divisions, all police forces - the same police that was supposed to investigate the Sharon family's business affairs - were deployed in a breath-taking national endeavor. The peace camp supported, of course, the evacuation of the settlements. The corruption affairs were all but forgotten.
The separation, which was carried out without any dialogue with the Palestinians, has turned the whole of the Gaza Strip into a ticking bomb, and now Ehud Olmert has to negotiate a cease-fire. For Sharon, though, the entire exercise was a success. If he had not suffered a stroke, he would still be Prime Minister today.
The lesson did not escape Olmert.
Aesthetes way exclaim: Phooey! We should not countenance such a dirty trick! We cannot agree to a peace conceived in sin!
Maybe my aesthetic sense is blunted. Because I am ready to accept peace even from a totally corrupt leader, even from Satan himself. If the corruption of a politician causes him to do something that will save the lives of hundreds and thousands of human beings on both sides - that's OK with me. Didn't the philosopher Friedrich Hegel talk about the "cunning of reason"?
The Bible recounts that when the army of Damascus laid siege to Samaria, the capital of the Kingdom of Israel, four leprous men brought the news that the enemy had fled (2 Kings, 7). The Hebrew poetess Rachel wrote, alluding to this story, that she was not willing to receive good news from lepers. Well, I am.
Conventional wisdom has it that to make peace, one needs a strong leader. Now it appears that the opposite also works: that a weak leader, almost submerged in troubles, whose term in office could come to a sudden end at any moment and whose coalition stands on feets of clay, a leader who has nothing to lose - he too may risk all to make peace.
The plot may move on from here in several possible directions.
The first possibility: it's all "spin" - an American term that has become Olmert's middle name. He will just stretch the negotiations out like bubble gum, as he has been doing with the Palestinians, and wait for the storm to blow over.
It will be difficult for him to do so, because Turkey is now a partner in the game. Even Olmert understands that it will be sheer folly to annoy the Turks, who are risking their national prestige here. Turkey is a very important partner of our security establishment.
Whatever comes of it, Olmert's agreement to conduct negotiations based on the return of all the Golan is an important step forward. Coming on top of the previous undertakings by Yitzhak Rabin, Binyamin Netanyahu and Ehud Barak, it defines a line of no return.
The second possibility: Olmert really means it. For his own reasons, he will conduct negotiations "in good faith", as he undertook this week, and reach an agreement. In the country, a wild campaign of incitement will be launched against him. The Knesset will fall apart, new elections will be held, Olmert will again head the Kadima list and win as peacemaker.
Alternatively: he will lose those elections. But he will leave the scene in an honorable cause, not thrown out for his own corruption, but sacrificing himself on the altar of peace.
Alternatively: the Attorney General will indict him in spite of everything, he will resign but go home with head held high as a leader who has taken a historic step. The Attorney General will look like a saboteur of peace and perhaps even the cause of another war.
A pertinent question: if Olmert has indeed decided to "escape forwards"' why escape forwards towards peace and not towards war? This is what usually happens: leaders on the threshold of disaster prefer to start a little (or sometimes big) war. There is nothing like war to divert attention, and waging war is almost always more popular, at least at the beginning, than making peace.
Here there are also two possibilities:
The first: like Paul, Olmert had a revelation, and has really become a man of peace. The nationalist demagogue has matured and now understands that the national interest demands peace. A cynic will laugh out loud. But stranger things have happened on the road to Damascus.
The second: Olmert believes that the Israeli public prefers peace with Syria to war with Syria, and hopes to gain some popularity as a peace-maker. (I believe this to be true.)
The third: Olmert knows that all the chiefs of the security Establishment (with the notable exception of the Mossad boss) support peace with Syria out of cold strategic calculation. In the eyes of the army General Staff, the loss of the Golan Heights is a reasonable price to pay for breaking Syria loose from Iran and lessening its support for Hizbullah and Hamas, especially if an international force is stationed there after they revert to being the "Syrian Heights".
Syria is a Sunni country, even if it is ruled by members of the small Alawite sect, which is closer to the Shia. (The Alawis derive their name from Ali, the son-in-law of the Prophet, who the Shiites consider his rightful heir.) The alliance between secular Sunni Syria and orthodox Shiite Iran is a marriage of convenience, without an ideological basis. The alliance with Shiite Hizbullah is also based on interests: since Syria does not dare to attack Israel in order to get the Golan back, it supports Hizbullah as a proxy.
ALL THIS happens without the US. This, too, has its precedents: the Sadat initiative of 1977 matured behind the backs of the Americans (as the American ambassador in Cairo at the time told me later). The Oslo initiative also ripened without American participations.
Until lately, the US has opposed any Israeli-Syrian thaw, and even now looks at it askance. In George Bush's cowboy world vision, Syria belongs to the "axis of evil" and must be isolated.
That is grist to the mill for John Mearsheimer and Stephen Walt, the two American professors who are due to visit Israel next month. Their provocative book asserted that the Israel lobby totally dominates US foreign policy. In this new development, it does indeed seem that Jerusalem has bent Washington to its will.
During his visit to Jerusalem a few days ago, Bush railed against talking with enemies. This was understood to be a rebuke aimed at Barack Obama, who has announced his willingness to speak with the leaders of Iran. Perhaps Olmert is already betting on Obama's entering the White House.
But Bush is not finished yet. He has got eight more months to go, and he, too, may come to the conclusion that he should "escape forwards". In his case: by attacking Iran.
HOW IS all this going to affect the mother of all problems, the core of the Israeli-Arab conflict: the questions of Palestine?
Menachem Begin made a separate peace with Egypt and gave back the whole of the Sinai Peninsula in order to concentrate on the war with the Palestinians. Undoubtedly, Begin was ready to do the same on the Syrian front. According to the map used by Vladimir (Ze'ev) Jabotinsky, which Olmert was brought up on, the Golan, like Sinai, is not a part of Eretz Israel.
A separate peace harbors great dangers for the Palestinians. If the Israeli government reaches a peace agreement with Syria (and then Lebanon), it will have peace with all the neighboring states. The Palestinians will be isolated and the Israeli government will be able to deal with them as it wishes.
As against this danger, there is a positive prospect: that after the evacuation of the Golan, there will be increased pressure, from inside and outside, to reach peace with the Palestinians, too, at long last.
The Golan settlers are far more popular in Israel than their West Bank counterparts. While the Ofra and Hebron settlers are viewed as religious fanatics, whose crazy behavior is quite alien to the Israeli character, the settlers of the Golan are seen as "people like us". The more so, since they were sent there by the Labor Party. If the Golan settlers are evacuated, it will be much easier to deal with the "Judea and Samaria" crowd.
Being at peace with all Arab states, the Israeli public may feel more secure, and therefore more willing to take risks in making peace with the Palestinian people.
The international atmosphere will also change. If the "axis of evil" fantasy disappears together with George Bush, and a new American leadership makes a serious effort to achieve peace, optimism will again dare to raise its battered head. Some people dream about a partnership of Barack Obama and Tzipi Livni.
All this belongs to the future. In the meantime we have a weak Olmert, who needs a powerful initiative. In the Biblical legend, the hero Samson killed a young lion, and when he returned to it, "behold, there was a swarm of bees and honey in the carcase." Samson put forth a riddle unto the Philistines: "Out of the strong came forth sweetness", and nobody was able to solve it (Judges, 14).
Now we can well ask: "Will the weak bring forth sweetness?"
Uri Avnery, 24/05/08


Dabke ao som dos músicos palestinos do Trio Joubran no Olympia em 2013 (8')

Alguns artigos da Electronic Intifada sobre o assunto no mês de maio 
Why an absolute boycott? Jerry Roseman and Alia Banna.  19/05/08.
Refugees are the keySam Bahour. 20/05/08.
Acknowledging the tragedyRaja Shehadeh. 21/05/08

DN: Big Debate on the Nakba, baseada no livro de Benny Morris

Reservista da IDF, forças israelenses de ocupação,
Shovrim Shtika - Breaking the Silence:  Eran  I

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