domingo, 2 de fevereiro de 2014

Ucrânia: A bola da vez dos USA


Matt Kenyon 30 January

"The more intermediaries there are, the more problems there are"
Vladimir Putin in Brussels
Este foi o aviso de Vladimir Putin à União Europeia no dia 28 de fevereiro.
O homem tido como o mais poderoso do planeta falava sobre o conflito interno que vem submergindo a Ucrânia desde novembro do ano passado.

Em Bruxelas, Putin fez questão de botar o dedo na ferida acrescentando que os líderes europeus teriam reclamado se a Rússia tivesse intervindo ou interviesse em conflito que não lhe dissesse respeito: "I can only imagine what the reaction would be if in the heat of the crisis in Greece or Cyprus, our foreign minister came to an anti-European rally and began urging people to do something. This would not be good. I'm sure the Ukrainian people will sort this out and Russia is not going to interfere."
Enquanto isso, enviou um mediador a Kiev para incitar o diálogo entre os movimentos oposicionistas do Euromaidan e o presidente Viktor Yanukovych.
Depois disso, muitos coqueteis Molotov e bombas lacrimogêneo rolaram pelas ruas de Kiev, onde cinco pessoas já foram enterradas e dezenas feridas. Tanto do lado dos oposicionistas quanto do lado dos situacionistas. Pois pelo menos um dos grupos oposicionistas luta com armas de fogo, além dos molotovs que começaram a usar já em novembro.
A Ucrânia ou Україна, (pronunciado Ucraína) tem 603,628 kme 44.500.000 habitantes. É vizinha da Rússia, mas também de Belarússia, Polônia, Eslováquia, Hungária, Romênia, Moldávia, e é banhada pelo Mar Negro e o Mar Azov.
Esta situação geográfica, junto com sua história, determina sua atual condição geopolítica e sua população misturada.
Por exemplo, as mães de Viktor Yanukóvich, o presidente contestado, e de uma de suas antagonistas máximas, a cantora-compositora Ruslana Lyzhychk, são russas de cultura e nascimento. O pai do primeiro é misturado com polonês e o da segunda é ucraniano mesmo.
Isto é só para dizer que a situação é mais complexa do que parece e que a intervenção, ou melhor, ao fomentar discórdia e dissidência para desestabilizar a Rússia e golpear Putin pessoalmente, os Estados Unidos e Barack Obama não apenas puseram lenha na fogueira que a CIA acendeu há alguns anos arquitetando a "Revolução Laranja", mas estão jogando parente contra parente, opondo gerações, rasgando a Ucrânia como rasgaram a Síria.
Sem falar que um incêndio politico no coração da Europa não é a mesma coisa que em continente alheio. Enfim, não para os europeus. Não para o Ocidente. Também não para nós brasileiros.
A chamada grande mídia simplifica tudo. Como sempre. O maniqueísmo reina e de repente o que se vê nas TVs do mundo inteiro e que se lê nas manchetes dos jornais é o mesmo roteiro.
Qual é mesmo?
Um movimento popular pró-democrático está combatendo um regime autoritário.
E qual é mesmo a demanda concreta?
Os manifestantes querem entrar na União Europeia, porém, o presidente da Rússia, o bicho papão Vladimir Putin, vetou esta possibilidade de liberdade e prosperidade.
É ou não é isso que se lê e ouve por toda parte?
Já assisti a este filme varias vezes.
Inclusive na "Revolução Laranja" que os Estados Unidos patrocinou na mesma Ucrânia dez anos atrás quando o governo não lhes agradava.
No Egito também, vi a mesma história no ano passado e hoje os militares reprimem e se esbaldam.
Na Líbia também, dois anos atrás, e hoje o país se desagrega em um caos.
No Iraque também, dez anos atrás, e hoje o país está nas mãos de forças antagônicas perigosas.
No Afeganistão também, no início do milênio, e hoje o país vai ser devolvido aos mesmos warlords que os talibã lutaram pra tirar.
Na Síria também, ontem e hoje, e o país está sendo invadido pela Al-Qaeda.
Enfim, a lista é longa e dramática.
O "caso" Ucrânia é um pouco parecido com o movimento que levou ao golpe no Egito no ano passado com grandes nuances regionais, é claro.
Como no Egito, a oposição ucraniana está querendo tirar do palácio presidencial um homem eleito por vias democráticas. E isto é grave.
Como Morsi, Yanukóvich foi eleito sob o olhar vigilante de observadores estrangeiros que consideraram sua vitória honesta, sem fraude.
E parece que isso não tem nenhuma importância, quando o governante não satisfaz as exigências dos EUA e do grande capital, de maneira geral.
Aliás, alguns dos grupos que estão nas ruas pedindo a cabeça de Yanukóvich estão longe de querer democracia. No meio há grupos de extrema-direita que não apareceram de repente, como se fala com surpresa em certa mídia. Eles participaram ativa e abertamente dos protestoses desde novembro gritando slogans de arrepiar os cabelos - solgans transmitidos no mundo inteiro sem nenhum comentário jornalístico simplesmente porque estes, e seus editores, certamente não entendem nenhuma palavra de russo nem de ucraniano.
Lembro que no dia 1° de dezembro, foram os fascistas que chefiaram, quase militarmente, o ataque nas proximidades do prédio administrativo da Presidência.
A mídia preferiu chamá-los de agent provocateur, ou seja, de provocadores, mas o perigo estava presente e era concreto até nas demandas fascistas.
E no domingo passado, quando Vitali Klitschko, o popular lutador de box que entrou na política nacional embora resida no exterior, tentou parar os confrontos com a polícia, foi vaiado copiosamente por estes grupos que também querem derrubar Yanukóvich, mas em favor dele.
Uma palavrinha sobre Vitali Volodymyrovych Klitschko.  Eu que não sou ligada em luta de box e em nenhum esporte contemporâneo que se aproxime dos gladiadores extintos, não o conhecia nem de nome até ele virar "figura política". Aí caí das nuvens. O Dr. Ironfist, apelido de Vitali, tem um doutorado em Educação Física, o que a seu ver o qualifica para dirigir seu país - ao ver também de Obama e outros que o apoiam contra Putin (pois que ninguém se engane; a luta da Casa Branca é contra o Kremlin e não contra Yanukóvich  - bem, e também para oferecer um outro mercado de expansão de seus negócios).
Eu conheci Vitali só em 2004, no fim da carreira esportiva, durante a Revolução Laranja. E depois foi ganhando terreno, quando entrou no governo do novo presidente Viktor Yushchenko como conselheiro. Daí para candidatar-se foi um passo que deu rápido. Seu partido é o UDAR, pelo qual já pleiteou a prefeitura de Kiev duas vezes. Perdeu ambas eleições. Porém estas duas derrotas não o dissuadiram de cobiçar o cargo de Presidente do país cuja capital lhe foi negada em sufrágio universal.
Só que tem um probleminha constitucional nos cálculos do simpaticão Vitali. Faz anos que ele tem residência na Alemanha, inclusive com carteira de residente e direitos e deveres que esta implica. Segundo a constituição ucraniana, o candidato à presidência tem de ter residência no país pelo menos 10 anos contando retrospectivamente a partir do dia do pleito.
Ora, um dos slogans de Vitali Kitschiko é a luta contra a corrupção (está na moda no mundo inteiro!) e pela transparência política, além da entrada na União Europeia (que tanto deseja Angela Merkel para interesse da Alemanha) que é seu carro chefe. Portanto, mudar as regras do jogo pra ser elegível complica o entendimento de seu eleitorado potencial. A não ser que ele recorra a algum artifício que burle sua interdição legal. Mas isto não é muito democrático. É?
A outra figura pública popularíssima mergulhada de ponta cabeça no movimento é a cantora Ruslana Stepanivna Lyjytchko, conhecida como Ruslana. A cantora mais famosa dos países eslavos, embaixadora de boa vontade da ONU para a Ucrânia, e próxima, bastante, de Yulia Volodymyrivna Tymoshenko, que abordarei abaixo. Ruslana é boa pessoa, cheia de boa vontade, mas...
Daí as risadas de Putin, dizendo que John Kerry vai organizar um espetáculo, ao encontrar os "dois pilares" do Euromaidan.
Outra coisa, apesar das imagens de protestos, que reunem mesmo milhares de pessoas no centro da cidade. Fora das duas praças principais, inclusive nos bairros vizinhos, a vida de Kiev continua normal.
E nesta semana Yanukóvich tomou duas medidas contundentes para parar a "desordem" que deixa a Ucrânia mal aos olhares estrangeiros e afasta os negócios tão necessários ao desenvolvimento nacional. Demitiu os ministros impopulares e pôs a polícia de choque nas ruas de Kiev com ordens de fazer "o necessário" para restabelecer a ordem. Alguns policias foram longe demais e houve dois mortos.
Qual seria a alternativa a passeatas violentas?
Para completar, os estudantes da Kyiv-Mohyla Academy, uma das melhores universidades ucranianas, pararam e declararam greve por tempo ilimitado lá. Greve que pretendem estender às outras universidade.
Greve para quê? São as mesmas reivindicações pró-EU?
Não exatamente. Greve contra as leis, pura e simplesmente. E prometem cooptar também os operários para que parem de trabalhar.
Se conseguirem seu intento e o parlamento aprovar o impeachment, conseguirão derrubar Vikor Yanukóvich, mas a vitória vai ser amarga. Pois além de anti-democrática vão deixar o país em situação bem pior do que está. Um erro econômico-político-tático, no entender de analistas nacionais.
Sem contar que o país ficará com um cabeça qualquer, mas assim mesmo, acéfalo, pois nenhum deles está preparado para governar.
Tenho a impressão que como no Brasil no ano passado, eles nem se dão conta que estão sendo manipulados. Sem paranóia justificada. Quem controla mesmo as redes sociais?
É incrível. Até o senador John McCain, ex-candidato à Casa Branca, foi a Kiev meter o bedelho (aliás McCain se mete em tudo, em todo lugar, como se fosse um grande sábio, embora raramente saiba em profundidade do que fala).
A prova é que com quem mesmo ele subiu ao palco talvez até sem saber quem o ucraniano era?
Com Oleh Tyahnybok, o líder do Svoboda. Partido de extrema-direita da pesada que está dominando Kiev e que oganizou uma passeata à luz de tochas no início do ano em memória do fascista nacional Stepan Bandera, cujo grupo lutou junto com os nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Eles não estão nem aí pra União Europeia. A agenda deles é outra. Determinada.
Viktor Yanukóvich é sim corrupto e autoritário. Mas foi eleito por voto democrático, embora contestado, em 2010. Sucedeu seu xará Viktor Yushchenko. Ganhou da candidata Yulia Volodymyrivna Tymoshenko, Primeira Ministra de Yushchenko apadrinhada pelos Estados Unidos. Yanukóvich tem mais dois anos de presidência, que iria até 2015. Uma das demandas do movimento de protesto é seu impeachment.
Só que que a candidata mais plausível a substitua é a candidata derrotada em 2010, Yúlia Tymoshenko. Chefe do Batkivshchyna (Всеукраїнське об'єднання "Батьківщина"), ou seja, União Panucraniana "Pátria"; o maior partido político de oposição.
Yúlia é uma economista de 54 anos, bonita, extrovertida, e empresária bem sucedida na indústria petrolífera. E é aí que a porca torce o rabo. 
Vejamos; uma das acusações contra Yanukóvich é a de tráfico de influência, vide, favorecimento ao enriquecimento astronômico do filho Aleksandre.
Porém, a bela Tymoshenko não é como o ex-presidente Yushchenko, que embora fosse adepto de uma política econômica liberal aberta ao capital estadunidense, tinha as mãos relativamente limpas. Yúlia Tymoshenko tem o rabo tão preso quanto o de Yanukóvich, se não for mais. Seu enriquecimento também foi fulgurante e há grande controvérsia quanto aos meios que a colocaram no alto da escada nacional de milionários em tempo recorde.
Yulia livrou-se de uma investigação de conexão entre ela e o mafioso Semion Mogilevich graças à intervenção propícia de seu amigo Alexandre Turchynov, então líder do SBU ucraniano, que destruiu os documentos comprometedores; revelados pelo wikileaks de Julien Assange.
Portanto, este argumento de enriquecimento ilícito e de mal agir já tem de ser descartado logo de cara. Mãos sujas e enriquecimento ilícito na Ucrânia é comuníssimo.
Quanto ao movimento Euromaidan propriamente dito, muitos o veem apenas como a parte visível de uma campanha subterrânea que vem sendo levada pela CIA (tipo a Operação Condor na América Latina nos anos 60) nos países satélites da extinta União Soviética desde a queda do muro de Berlin e o desmantelamento da "cortina de ferro".
Culminou no início do milênio com as "revoluções das cores" - uma onda de desobediência civil que invadiu Ucrânia, Georgia e o Kyrguyzstão - contra os líderes políticos pró-Rússia.
Os presidentes eleitos foram todos pró-Estados Unidos e os negócios gringos por lá floresceram muito. 
Na Ucrânia a eleição de Yanukóvich em 2010 suspendeu a "onda" na superfície, mas a propaganda continuava em movimento.
E a agenda da falida União Europeia é simples. Vem tentando fazer a Ucrânia engolir um Acordo de Associação que oferece ao país empréstimos para um plano de austeridade draconiano que abriria as portas, hoje fechadas, a multinacionais europeias e estadunidenses para que nadem de braçada na economia ucraniana.
Yanukóvich detetou a armadilha e recorreu à Rússia, que está em melhor situação do que o países europeus, diga-se de passagem, e Putin soltou os tais US$15 bilhões para ajudar.
E aí começaram as passeatas e as acusações de ingerência.
Peraí. As passeatas surgiram do nada?
Empréstimo é ingerência direta? Se fosse, o Brasil que emprestou US$200 bilhões aos Estados Unidos poderia hoje dar as cartas lá, em vez de ser espionado e infiltrado.
E que fique claro. Os ucranianos estão divididos tanto em relação à integração à União Europeia quanto aos protestos que atrapalham seu dia a dia.
Os industriais locais seriam esmagados rapidinho pela competição europeia-estadunidense, e a grande comunidade russófona do leste e do sul (onde o Partido Comunista ainda é influente) e são tradicionalmente nacionalistas, não querem nem ouvir falar em vender o país para estrangeiros.
O mapa ao lado mostra a divisão geopolítica. A "fronteira" é quase o rio Dnieper.  
É esta diferença histórica no coração da Ucrânia que os Estados Unidos vêm explorando para minar a influência russa, desde 1991. Inclusive com uma tentativa frustrada para que aderisse à OTAN.
Os líderes da Revolução Laranja foram "encorajados" com insistência a enviarem soldados ao Afeganistão e ao Iraque.
A expansão oriental da OTAN foi obstaculada pela guerra na Georgia em 2008 e a eleição de quem na Ucrânia? De Viktor Yanukóvitch, que logo estabeleceu uma política de Não-alinhado.
O póprio Anders Fogh Rasmussen, atual Secretário Geral da OTAN, declarou que um pacto com a Ucrânia "would have been a major boost to Euro-Atlantic [USA] security."
Esta declaração ajuda a entender porquê John Kerry e William Hague têm condenado com tanta veemência a violência policial em Kiev (que causou a morte direta de 2 pessoas), e ao mesmo tempo, se calando "discretamente" no tocante ao assassinato de centenas de pessoas no Egito desde o golpe militar que, se não tiverem apoiado, toleram.
É a velha história dos dois pesos e duas medidas que tanto chateia e causa tantos problemas no mundo inteiro.
Repito para que fique claro. Não que eu ache que Viktor Yanukóvich seja um santo ou um presidente progressista. Conta com o apoio dos bilionários oligarcas que controlam os recursos naturais e as companhias estatais privatizadas no fim da União Soviética.
Bom. Apoiam Yanukóvich, mas como são pragmáticos e só pensam em levar vantagem, andam soltando bastante grana para os políticos de oposição e os grupos que andam protestando contra o status quo atual. Assim saírão ganhando qualquer que seja o desfecho.
O que também não é novidade. Os 1% estão sempre do lado "certo" da balança em toda parte.
A diferença é que quem protesta de boa-fé, ou seja, os estudantes e os operários e os milhares de bem-intencionados, ignoram tais conchavos.
E os oligargas em questão, que agora estão financiando a oposição debaixo do pano, já estão é saciados com os favores dos quais já gozaram nos governos anteriores. E além das greves, ou melhor, até as greves que talvez determinem a queda de Yanukóvitch serão determinadas pelos oligargas, que no final das contas ditam as cartas.
A ironia da estória é que muitos, milhares de ucranianos que aderiram aos protestos, são motivados pela revolta contra a corrupção, a desigualdade, a estagnação econômica, a pobreza, enfim, a injustiça social. Contudo, as perspectivas de um futuro mais igualitário, com ou sem Yanukóvich, está fora de cogitação. A oposição é simpatizante de um liberalismo selvagem que se não piorar a situação, melhorar não vai .
Como a Rússia pós-comunistas, a Ucrânia recebeu um choque de neoliberalismo desvairado e privatização em massa. Em cinco anos, o país perdeu, e ainda não recuperou, 50 por cento da renda pública.
Sem tomar partido, pois não é este meu objetivo, o problema é que nem os líderes oposicionistas nem os líderes dos protestos oferecem nenhuma alternativa séria para livrar o país das garras da oligarquia e diminuir as desigualdades sociais .
Fizeram demandas e declarações, formaram uma comissão que "negocia" com a "União Europeia" - Kerry e Merkel - e fizeram reivindicações já atendidas. Mas não parecem querer parar até conquistarem o poder cobiçado.
Yanukóvich, aconselhado por Putin, acabou de fazer várias concessões demitindo o Primeiro Ministro, oferecendo ministérios à oposição e abolindo as recentes leis anti-protesto.
Mas duvido que isto leve à calma.
Não com interferência dos Estados Unidos e da Europa, cujos governos estão como cachorro quando encontra um osso suculento. Não querem largar as riquezas da Ucrânia nem a pau. E para que o mercado de mão-de-obra barata e de consumo lhes seja aberto rápido, pretendem dar toda a corda ao ex-pugilista e à cantora para enforcarem os ucranianos todos.
Talvez a custo altíssimo. O de uma guerra civil tenebrosa. Da qual o país sairá exangue; comércios, edifícios públicos e residências serão reduzidos a escombros, enfim, um conflito civil no qual todos os ucranianos sairão perdendo.
E um fim separatista é possível e desejável, pois o país é dividido claramente, com uma grande população "russa" em todo o leste. E a Crimeia é totalmente diferente. Russa na alma e em etnia.

Se não houver separação, as armas vão falar alto. E aí vai chegar quem para reconstruir o país em retalhos?
No lado oriental, a Rússia. No ocidental que rodou a baiana, os 1%, mas não da Ucrânia. De fora, junto com os "oligarcas" internos. Inclusive a milionária Tymoshenko.
Espero que Vitali Volodymyrovych Klitschko, Yulia Volodymyrivna Tymoshenko e Ruslana Stepanivna Lyjytchko pensem bem antes de escancarar a tampa da caixa de Pandora. Os fascistas estão prontos para dar o bote, como se viu nas mortes dos soldados.
Democracia é a vontade da maioria. E esta vontade é conhecida em eleições democráticas em que todos os votos têm o mesmo peso e que o cidadão comum, invisível, tem voz ativa.
Em vez das armas, que as urnas falem quando chegar o momento e que a decisão seja respeitada por gregos e troianos. Se não for tarde demais.
PS. Aos que me perguntaram sobre a origem do nome do movimento de protestos na Ucrânia.
Maidan Nezalezhnosti (Майдан Незалежності), literalmente, Praça da Independência, é uma das praças principais da capital, Kiev. Ela fica na rua Khreshchtyk e é tão conhecida que apesar de Kiev ter várias praças, esta é chamada simplesmente Maidan, como se fosse a única. No Natal, a árvore principal é montada lá.
Até o século XIX ela era o centro administrativo da cidade e desde a independência do país ela virou o ponto convergente de manifestações de toda ordem. Da "Revolução de Granito" em 1989, passando pelo movimento "Ucrânia sem Kuchma" em 2001, a "Revolução Laranja" em 2004 até o Euromaidan em 2013.
Só para "cultura inútil" ou curiosidade, a palavra maidan (praça), é a mesma em árabe; em farsi e em urdu varia um pouquinho para maiadan, e em  turco, para meydan.
"After Iraq, after Libya, after Syria, we see the same modus operandi in Ukraine, namely western media outlets demonizing the Government, busloads of thugs being ferried around the country, we see the US Secretary of State speaking to the "Opposition", namely armed criminals and agents provocateurs, hooligans and an ex-boxer. What is going on?
Shall we believe the western media outlets which speak about a fight for freedom, or shall we speak to Ukrainians - real, balanced Ukrainians, patriots, not wannabe politicians at the butt-end of their boxing careers or corrupted officials with an eye on a Green Card to enter the USA, not common criminals, murderers, torturers, thieves - and Islamist fundamentalist elements?
Let us ask, for example, who John Kerry thinks he is, in addressing the Ukrainian "Opposition", and who the "Opposition" think they are, given that President Yanukovich was democratically voted into his office, and given the signs that in 2015 he may very well be re-elected. In fact, we could also ask who these "peaceful protesters" are, given that they have been seen with weapons, they have attacked the police forces (how do the police behave in the USA when they are attacked?), given that they have been found with explosives, given that they have tortured and murdered normal Ukrainian citizens going about their daily lives.
We can ask why so many of these "peaceful protesters" are carrying Nazi insignia and in some cases wearing Nazi uniforms, we can ask why there are Libyans among them in Kiev's Maidan Nezalezhnosti (Independence Square), among the "protesters", the Euromaidan, sporting European Union flags. We can ask where these Libyans came from and we can ask why these protesters are suddenly so enraptured by the European Union, which will only close Ukrainian factories, close Ukrainian farms, close Ukrainian fisheries, pay Ukrainians to sit on their backsides for a decade, then tell them it was part of the deal when in 2025 the Ukrainians start complaining the European Union took away all their jobs, as the European Union and its master in Washington syphons off Ukraine's massive mineral resources.And we can ask who are Hisb ul-Tahrir, the Islamist fundamentalist group of between 6,000 and 10,000 terrorists who are infesting the southern Ukraine, with ties to, who else, Qatar and Saudi Arabia.
We may ask how many "peaceful protesters" complete with weapons, there are, and whether a few thousand misfits, vandals, thugs and hooligans are a mirror of Ukrainian society. We may ask why the "Opposition" changes its demands to President Yanukovich every time there is a meeting, avoiding any attempt at reconciliation.
We may ask these questions because there is no mention of terrorists and armed thugs torturing ordinary citizens in western media outlets, and we shall answer these questions in the forthcoming days by speaking to Ukrainians - real Ukrainians, not Islamist terrorists or paid mercenaries committing acts of sabotage, creating havoc to undermine the Government which took Ukraine away from the Orange Revolution and towards good management by Ukrainians for Ukrainians."

Konstantin Scheglikov, no jornal Pravda, de Moscou.


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