domingo, 15 de setembro de 2013

Síria? Egito? "Palestine is still the issue"


Barack Obama é uma canseira. A política internacional dos Estados Unidos é inexistente ou uma desconfortável e perigosa dança das cadeiras. A Casa Branca acabou de levar uma rasteira do Kremlin que teve a elegância de reerguê-la discretamente para que o papel do Presidente dos EUA ficasse menos feio, a Síria, os sírios, e o mundo ocidental estão livres, momentânea ou definitivamente, de uma nova ameaça guerreira, porém, hoje não vou nem comentar o brilhante golpe de mestre do artigo de Putin do dia 11 de setembro no New York Times (Putin que posa de magnânime fora de suas fronteiras e dentro cabresteia), nem o pronunciamento desprovido de sentido de Obama (que dentro e fora de suas fronteiras espiona o mundo inteiro), e só vou dar uma palavrinha sobre a força que o Al-Qaeda ganhou na Síria durante estas semanas do vai e vem belicista de Washington.
A bandeira preta desta seita militar ultra-extremista que lá se chama ISIS - Islamic State of Irak and Syria - voltou a ser asteada sem complexo em regiões que Assad já estava para controlar.
E as declarações do líder de uma dessas facções jihadistas do nordeste do país voltam a preocupar e vão obrigar Assad a voltar a pegar pesado e dar no que falar.
Há semanas, Abu Ismail, líder de um desses grupos terroristas, ao ser interrogado sobre uma possível intervenção dos EUA, disse: "We have learned the lessons from Iraq. Iraq has made us better fighters....If you control this part of Syria, you control all the Middle East.... The fight here is more difficult than Iraq. We have the regime, Hezbollah, the Lebanese army, the Shabiha, Iran, all of them fighting us. And now maybe the Americans. We know how to defeat their air force. We know how to manoeuvre and hide from them...."
E pensar que estes extremistas que Assad combate recuperaram força e confiança justamente porque os Estados Unidos queriam descartar a oposição a Israel de Bashar el-Assad! A miopia do curto prazo é mesmo loucura e bobagem.
Assad quer recuperar o território do Golã que Israel tirou da Síria e quer que Israel se retire civil e militarmente da Palestina. Demandas legítimas que tem feito a Tel Aviv por vias diplomáticas, de maneira civilizada embora Israel mantenha a ocupação pela força das armas.
Os extremistas que na Síria torcem para os Estados Unidos bombardearem as bases de Assad não estão nem aí para a Palestina, para ninguém, para nada. Querem é impor a sharia (lei islâmica) custe o que custar.

O problema é que todas as ações dos Estados Unidos no Oriente Médio - Egito, Síria - têm um único objetivo: proteger Israel dos problemas que os isralenses criam.
No Egito a ditadura militar está cumprindo o combinado sufocando a Faixa de Gaza, como veremos em um próximo blog. Mas na Síria, se facilitarem, o tiro ainda pode sair pela culatra.  Aliás, no Egito idem.
Mas o que nos ocupa hoje é o aniversário de 20 anos de um defunto: os Acordos de Oslo.
Uma enganação que deveria ter gerado um Estado da Palestina antes do fim do milênio, mas que ao contrário gerou Peace Talks injustas e estéreis (como a atual), mais ocupação e uma desilusão que parece inerminável por causa da parcialidade estadunidense e da indiferença internacional .
Então, em vez de falar em Síria, Egito, vou voltar ao verdadeiro problema do Oriente Médio que é a ocupação da Palestina.
      

Apesar de ser um Estado que pratica o terrorismo aberto, calculado; apesar de de ser um Estado fora-da-lei,  isento de obrigação com as Nações Unidas, das quais faz parte; apesar de seus dirigentes serem conhecidos (com uma ou duas exceções) como mistificadores empedernidos, Israel, como seu padrinho gringo, alimenta alguns mitos na comunidade internacional.
Um deles é que suas forças armadas, a IDF, são as mais éticas do planeta terra. Disputa esta mentira com os Estados Unidos que também sentem necessidade de repetir a ladainha cada vez que os GIs cometem abusos no Iraque, no Afeganistão ou estupram uma soldada. 
Bom, a falta de ética humana e militar da IDF já foi há muito demolida pelos próprios reservistas Breaking the Silence. Portanto nem vale a pena mencionar.
Porém, há uma frente de combate em que Israel realmente demonstra um esmero que suplanta até o dos Estados Unidos - mestres no ramo de distorcer os fatos em benefício próprio. 
Israel talvez ganhe dos EUA de lavada na contra-informação. Na adulteração de fatos. No abuso da credulidade dos incautos. Na manipulação da mídia e da opinião pública internacional mais do que qualquer outro Estado do planeta.
Há anos esmeram na calúnia. Em rotular de antisemita o cidadão não-judeu que ouse criticar a ocupação civil e militar israelense da Palestina.
O pacifista ou ativista judeu estrangeiro anti-ocupação é chamado de self-hated jew e considerado personnae non grata em Israel.
As centenas de israelenses pacifistas e anti-ocupacionistas são difamados e ostracizados. Ainda bem que há o suficiente para conviverem em bom número entre pessoas humanas e cultas.
John Kerry, garoto propaganda do Peace Talks, no meio de todas as questões sírias, deu-se ao trabalho de dizer que o prosseguimento da colonização judia na Cisjordânia não era uma razão para os palestinos abandonarem as negociações (!) e de tentar convencer a União Europeia a adiar a medida de boicote contra os produtos e empresas israelenses ligadas às colônias judias ilegais na Cisjordânia.
Israel vem fazendo o mesmo, através de Shimon Peres, desde que a notícia do boicote, postada neste blog, foi divulgada. Batendo em uma tecla surreal.
A última enganação que o governo sionista de extrema-direita fabricou foi para enganar a União Europeia, ou melhor, para convencer os governos europeus e a opinião pública internacional que o boicote das colônias ilegais é mais nocivo aos palestinos do que aos colonos e aos israelenses.
Ou seja, que boicotar o ocupante prejudica o ocupado.
Sei que parece de uma perversidade inimaginável. Mas quando se trata de limpar a barra imunda em que atolam desde 1967, Bibi Netanyahu, Shimon Peres, Ehud Barak, Avigdor Lieberman, etcétera, abundam em criatividade. 
Pois é, a nova tática de Shimon Peres e seus assessores que assediam os diplomatas europeus é esta.
A tática não é nova. Já fazia algum tempo que o Ministério das Relações Exteriores de Israel vinha batendo nessa tecla desavergonhadamente.
Só que agora resolveram contra-atacar as medidas tomadas na África do Sul e na União Europeia  e as vitórias do BDS com uma ofensiva incrível na mídia.
Andam circulando um documento de propaganda junto com os colonos e até um oficial em que tentam "provar" que o boicote seria/é um o tiro nas colônias que sairia pela culatra e atingiria a Palestina.
(Como, se os colonos lhes tiram terra, liberdade e até água?)
Em junho, o embaixador de Israel na ONU defendeu seu país em Assembleia dizendo que “Should Europeans be successful in banning Israeli products from the West Bank, this will bring about the loss of jobs of several thousands of Palestinians”.
Lembrei na mesma hora do argumento que os Afrikaners na África do Sul usavam o mesmo tipo de argumento para justificar o regime de apartheid em que mantinham a população negra. O embaixador de Israel só mudou os sujeitos. Os sul-africanos diziam parallels here with arguments used against the international boycott campaign during the time of Apartheid South Africa, with ANC activists having to tinham o mesmo tipo de argumento contra o boicote internacional. Que “Non-White people will be the first to be hit by external boycotts”.
A História provou que o boicote surtiu efeito e a inclusão da população nativa negra na sociedade não pulverizou a Nação e sim a enriqueceu.
Voltando ao argumento absurdo israelense, ele peca em várias frentes.
Primeiro, a despeito da falsa-preocupação com o bem-estar dos palestinos manifestada pelos lobistas anti-boicote, a situação de penúria à qual os palestinos são forçados é devida justamente à ocupação.
O regime colonial israelense, no cerne do qual estão as colônias, é caracterizado por uma restrição de movimento dos palestinos e discriminação do acesso à terra que são documentados até pelo Banco Mundial e o FMI como maior empecilho ao desenvolvimento econômico da Cisjordânia.
Só para lembrar, as colônias (que a mídia brasileira chama de "assentamento" em uma tradução errônea ou suspeita como a usada pelos estadunidenses) são considerados ilegais pelas leis internacionais. O Conselho de Segurança da ONU inclusive aprovou a  Resolução 452 em que descreve a política colonial como de nenhuma validade legal e uma violação da Quarta Convenção de Genebra com o respeito da qual todos os membros da ONU são comprometidos.
Visão compartilhada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e a International Court of Justice.
E é indiscutível e inegável que o impacto das colônias na população palestina é desastroso. A própria Cruz Vermelha constatou o desastre. A ONU idem, quando reconhece que as colônias limitam o livre movimento dos palestinos, e como diz a  Anistia Internacional, representam uma séria violação da proibição internacional de discriminação.
Segundo, ao contrário da impressão dada pela propaganda israelense, os palestinos que trabalham nos assentamento são submetidos a condições degradantes.
Em 2012, o próprio órgão de controle trabalhista israelense publicou um relatório sobre as "zonas industriais israelenses" na Cisjordânia em que criticava, entre outras coisas, “serious environmental hazards” e negligências “in the field of safety and hygiene” ao ponto de “disregard for human life” e “places in real danger the well-being, health and lives of the workers”.
Além disso, 93 por cento dos trabalhadores palestinos nas colônias são privados de representante trabalhista e recebem um salário abaixo do mínimo legal israelense.
As autorizações de trabalho exigem a aprovação do Shin Bet, Serviço de Segurança interna de Israel; e estas são negadas se um parente tiver sido ou estiver preso em Israel - quase todas as famílias palestinas ao longo das décadas de ocupação tiveram um parente de  12 a 75 anos, próximo ou distante, detido nos presídios israelenses. Portanto...
E cerca de 15 por cento dos trabalhadores palestinos nas colônias judias trabalham em terras que o governo de Israel "confiscou" de sua família.
Terceiro, usar os palestinos que trabalham nas colônias como argumento contra o boicote é mais do que cínica. É indecente. Afinal, devido à ocupação - confisco de terras, barragens, restrição de movimento até de empresários- a população da Cisjordânia se encontra sem perspectiva de trabalho. É por isso que aceitam ser explorados nas colônias que tiram proveito de suas próprias terras.
Oitenta por cento dos palestinos que trabalham nas colônias se dizem "louco para deixar este emprego logo que tiver outro para sustentar minha família." É o que se ouve nos checkpoints dos que falam sem medo.
No final das contas, defender o trabalho palestino nas colônias é pior ainda do que defender os sweatshops, de trabalho escravo, na Ásia, com a frase vergonhosa de "pelo menos eles têm trabalho".

E para concluir, o Movimento BDS nasceu dentro da Palestina, no fim da Segunda Intifada, em julho de 2005.
Não é um movimento estrangeiro que dita regras e conceitos aos nativos que sofrem na pele o que os de fora com boa ou más intenções teorizam.
O movimento de boicote conhecido como BDS tem apoio inclusive de organizações sindicais nacionais de peso, como o Palestinian Agricultural Relief CommitteesPalestinian Farmers AssociationPalestinian Farmers Union, e Union of Agricultural Work Committees.
A má-fé de Shimon Peres e do governo israelense é certa. Mas dar ouvidos aos argumentos deles é....
É mais do que paternalismo questionar a vontade dos próprios trabalhadores palestinos e do povo inteiro que quer, antes de tudo, ficar livre da ocupação dos soldados, dos colonos, do muro que invade suas terras, enfim, quer ser independente e livre.
Questionar a validade do boicote individual e europeu dos produtos das colônias judias ilegais na Cisjordânia é uma vergonha. É baixeza.
Contra a força e a violência que o ocupante civil e militar israelense utiliza na Cisjordânia, o único argumento pacifico de peso para obrigar Israel a respeitar as leis internacionais é fazer pressão econômica.
O boicote é legal e facílimo de ser aplicado no quotidiano por todo cidadão do planeta que quiser acabar com a limpeza étnica que há décadas os governos israelenses vêm realizando publicamente na Palestina.

Limpeza étnica que não parou em 2013, apesar das pseudo Peace Talks.
A IDF matou 14 palestinos desde o início do ano. Dez a mais do que no mesmo período em 2012.
Os três últimos assassinados no campo de refugiados de Qalandia no dia 26 de agosto foram a gota d'água para a Autoridade Palestina suspender as negociações. Diga-se de passagem, que os israelenses já haviam comprometido bastante com o anúncio da extensão das colônias ilegais em vez do desmantelamento desejado.
Ora as 1.600 unidades anunciadas são justamente em Jerusalém Oriental, que os palestinos veem como sua futura capital. O que fez que um líder palestino acusasse Israel do óbvio, de estar "dealing a direct blow to peace efforts."
Estava e continua golpeando os esforços de paz de Mahmoud Abbas embora o presidente palestino esteja cedendo tanto que seus compatriotas estão se sentindo mais traídos mais do que defendidos por suas autoridades.
Segundo negociadores palestinos que pediram anonimato, uma sessão de peace talks estava marcada em Jericó para o dia do ataque e por causa dele foi cancelada. Mas os israelenses pareciam ter se esquecido do compromisso pois disseram que o ignoravam.
Nesta incursão militar do dia 26 em Qalandia a IDF deixou muitos feridos. Seis deles em estado crítico.
Um dos três palestinos mortos na hora foi Rubin Abdul Rahman Zayyed, de 32 anos, com quatro filhos, e funcionário das Nações Unidas. Estava a caminho do trabalho, embora o ataque tenha sido de madrugada.
Os dois outros mortos foram Yunis Jahjouh, de 22 anos, e Jihad Aslan, de 21.
O ataque começou às 4:30, como de praxe, bem cedo para pegar as famílias desprevenidas, os trabalhadores se aprontando para ir ao trabalho, os meninos à escola. Para causar o máximo de dano possível sem perda nenhuma.
Por que a população local acorda tão cedo?
Porque os israelenses instalaram em Qalandia um dos checkpoints mais aleatórios e draconianos da Cisjordânia. Um adulto, um ancião, um adolescente, um menino, pode passar horas na fila para ir ao trabalho, ao médico, à escola.
O primeiro ministro palestino Rami Hamdallah, após constatar as perdas, declarou que "Such a crime proves the need for an urgent and effective international protection for our people."
Alguém duvida da necessidade de interferência internacional idônea?
Um menino de 13 anos, acostumado com as "incursões" da IDF disse que "I'm not usually scared when the army invades, but that moment it was hard not to be because of all the shooting. I counted about 10 army vehicles in total and many soldiers marching alongside them shooting randomly.”
O porta-voz da IDF declarou que estavam à procura de um "terror suspect when more than 1,500 Palestinians took to the streets and attacked us with firebombs and rocks."
Bem, há controvérsias ao que a IDF afirma.
Primeiro porque atiraram com bala de verdade e os "cruéis", como os veículos militares israelenses são chamados na IDF, estavam prontos para o ataque e atacaram também de verdade. Não foi bem só com "riot-control munitions" termo usado pela IDF para bala de borracha e gás lacrimogêneo.
Um rapaz de 19 anos foi mesmo atingido por bala de borracha na cabeça quando ia trabalhar: “Everyone was lying on the ground when I got hit.”
Ele teve sorte por ter sido atingido apenas por bala de borracha. Muitos outros tiveram azar.
Live fire was used only after soldiers felt their self defence required it. With the great numbers of people and the way the situation developed forces felt there was no choice but to use live fire.”
Foi o que disse o tenente coronel Peter Lerner que é porta-voz da IDF.
Então a munição de verdade foi levada de última hora por um "cruel" que chegou atrasado?
Os porta-vozes israelenses são fidelíssimos à missão de mentir de cara lavada. Quando a pergunta incomoda se fazem de desentendidos ou simplesmente ignoram o jornalista que questiona a mentira. Se pudessem, ou melhor, se não houvesse prova física das balas reais nos cadáveres e feridos, eles teriam confeccionado uma mentira para a mídia veicular e dar-lhes o papel de bonzinhos, ou melhor, de vítimas. Até neste caso de Qalandia tentaram o recurso de vitimizar-se apesar de estarem errados desde o início.
Afinal de contas, o que este batalhão de soldados muito bem armados foi fazer em Qalandia de madrugada? Sequestrar Yusuf Khatib, um rapaz de 25 anos, de quem dizem suspeitar de tráfico de armas, foi a desculpa dada. Com que direito legal internacional?
Falei neste ataque de Qalândia hoje, embora tenha sido em agosto e ataques deste tipo (apesar de ignorados pela grande mídia) serem bastante frequentes, porque me marcou não sei porque cargas d'água.
Este tipo de operações comuns ainda em 2013, em plena Peace Talks made in USA, só servem para aumentar o ressentimento e o sentimento de impotência dos jovens.
Um universitário de 19 anos que conseguiu sair ileso das balas que mataram o jovem Jihad na casa da frente, concluiu dizendo desolado: “They are using terrorism against us and we must resist with all means. The resistance decision is the only decision, the only way.”
É o que Binyamin Netanyahu está buscando com sua limpeza étnica incontrolada, uma Terceira Intifada?


Abaixo, para "celebrar" os 20 anos dos Acordos de Oslo, o  documentário que inspirou o títudo do blog de hoje.
Palestine Is Still the Issue, foi produzido pela Carlton Television inglesa. O documentário foi inspirado no livro da jornalista israelense Amira Haas Drinking The Sea at Gaza.
O jornalista australiano John Pilger (baseado em Londres) fez este documentário em 1977.
Em 2002, durante a Segunda Intifada, John voltou à Cisjordânia e constatou que a questão Palestina continuava a ser a questão moral contemporânea pendente e levou seu documentário de volta às telas.
É um "classico" sobre o conflito, ao ponto de ter virado quase de domínio publico.
Eis abaixo a apresentação feita pelo autor.
"This is a huge bluff of the Israeli establishment, that every criticism of its’ policy is anti-semitism."
“The fate and struggle of the Palestinians are not just critical to the overdue recognition of their basic human rights, but are also central to whether the region, and the wider world, are plunged into war. Israel is now one of the biggest military powers in the world. While nothing changes, the dangers become greater. This is a film about a nation of people, traumatized, humiliated and yet resilient. In trying to liberate less than a quarter of historic Palestine, they have had no army, no air force, and no powerful friends — and have fought back with slingshots and now with the terrorism of the suicide bombers."
Dez anos mais tarde, em 2013, o problema continua o mesmo.
Uma das razões desta ocupação insuportável e inadmissível, talvez seja por causa da má... escolha dos chefes dos governos ocidentais de seus conselheiros para o Oriente Médio. Quase sempre, estes "conselheiros" são judeus sionistas ou simpatizantes israelenses em vez de pessoas imparciais preocupadas em agir de forma justa e conforme a justiça internacional.
Se um dos grandes ocidentais do G20 nomeasse um compatriota de origem palestina (até um competentíssimo) para tal cargo, as críticas choveriam ou não choveriam? Mas quando se trata de um judeu, ninguém diz nada porque tem medo de ser chamado de anti-semita.

Documentário da  Carlton TelevisionPalestine Is Still the Issue (52'). 
Escrito e apresentado por John Pilger. Dirigido por Tony Stark.


Noam Chomsky sobre USA e armas químicas

Reservista da IDF Breaking the silence 
sobre a mão-de-obra palestina nas invasões judias do Vale do Jordão
We had a very tough time with this, morally speaking. This whole checkpoint was about Palestinians coming to work for Israelis in the Jordan Valley. It's just loaded with Israeli exploitation of Palestinians. Loaded.
How do you see this at the checkpoint?
There's the date harvest, the Palestinians are paid something like 50 shekels.
Do you see this at the checkpoint?
Of course. I know how much they're paid. They come every day at four in the morning or five o'clock, and go back at seven in the evening, exhausted. You see a guy exhausted from having worked hard all day, physically, and they receive 50 shekels a day. Great, I mean for date picking that's what they get. That's what the workers get. Now, I see this. Not only do they get 50 shekels for a day's work, but on top of that I stand on them, they have to wait at my checkpoint and undergo that humiliating procedure of inspection. I mean, this whole checkpoint is in fact an economic checkpoint. You feel you're on checkpoint duty not for the sake of Israeli security but for Israel's bank account.
How is that related to the checkpoint?
Who goes through that checkpoint? Only Palestinians working in the Jordan Valley. They have nothing to look for there, just their livelihood. Nothing else. I mean, because of this livelihood there are families in between the areas, but originally the people from Akraba and the hill villages have nothing to look for in the Jordan Valley. These are two separate populations. Nowadays it's already very connected, because when you work somewhere you get connected, and families come into being and stuff. But I am standing at that checkpoint so that Palestinians without work permits will not come through.
Why should I mind their not having work permits?
Officially, from a security point of view, because they were not cleared.
But what does that mean, not cleared? Do you know what prevents a person from getting a work permit?
Listen carefully: if a relative of the fourth degree, meaning your uncle's grandfather, had once thrown a stone back in 1948, I'm not kidding you now, then you don't get a work permit.
How do you know that?
I know that because we once asked a GSS agent about the criteria. We were told there is a very clear definition. If any family relation – fourth degree down – has ever been charged with an act of violence against Israel, no work permit will be issued. That's one of the criteria. Now show me a person, I mean what's the percentage of the population? Nothing. We're at war with them for over fifty years now, clearly someone somewhere back on the family tree had thrown something sometime, you see? Now everything's documented. So you get a 16-year old boy, all smiles, and the grandfather of the father of his brother is the guy who threw a Molotov cocktail in 1962. Now why would this guy bypass the checkpoint – to go on a terrorist attack? No. To get a day's work done. So I'm his checkpoint for economic interests. Cool. Great. It's shit. Beyond capitalism, socialism, never mind. Why do I as a soldier have to watch out for the bank accounts of the Jordan Valley settlers? No reason in the world. That's corrupting occupation at its worst. Pure economic interests.

 


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