domingo, 24 de abril de 2016

IAW IX : Boycott, D, Sanction Israel! Brasil: Sou contra o golpe.

Banksy em Gaza

Ouvi de um idoso cientista russo o relato detalhado e emocionado do sítio de 872 dias que os nazistas impuseram a Leningrado (nome de batismo, São Petersburgo, hoje recuperado) a fim de esfomear a população até morrer de inanição e eles conquistarem um cemitério, e não a metrópole cosmopolita e ex-capital da Rússia.
O sítio durou do dia 8 de setembro de 1941 a 27 de janeiro de 1944. Exatamente 2 anos, 4 meses, 2 semanas, 5 dias, lembrou ele, de voz embargada.
Durante o sítio, os russos perderam 579.985 soldados e 642 mil civis, de fome, e cerca de 400 mil em tentativas frustradas de evacuação.
O assunto veio à tona em conversa sobre a ameaça de golpe no Brasil pela direita gananciosa e sobre o sofrimento interminável dos palestinos ocupados e martirizados, até quando? 
(Aliás, as fotos da Leningrado de então lembram Gaza de agora.)
Do sítio passamos a música e compositores de resistência, e obviamente, a Dimitrié Dimitriévich Shostakovich (1906-1975) que considero o último grande compositor clássico.
Na verdade, o tema Shostakovich entrou em pauta com Ludwig van Beethoven (meu ídolo musical, junto com Chico Buarque, por razões similares) e sua Heróica, a Terceira Sinfonia, que levou à Sétima de Shostakovich, a Leningrado. Aí o debate foi de qual das duas, obras primas da retratação da guerra, era mais fiel ao tema, mais envolvente, mais comovente.
Por definição e paixão cega, votei na Heróica quase por reflexo; talvez também um pouco por, até então, não ter estabelecido com Shostakovich a mesma familiaridade de sons, emoções e cumplicidade que tenho com Ludwig desde que aprendi Pour Elise no Conservatório quando era menina, embora seja admiradora das artes russas em geral.
A Heróica conheço de cor e decorado e costumo murmurá-la, junto com as outras oito, do começo ao fim sem perder uma nota. Já as 15 sinfonias do Shostakovich, só tenho duas gravações, uma de 1952 com o maestro tcheco Karel Ančerl (1908-1973) e a orquestra sinfônica de Praga, e a outra com o maestro russo Rudolf Borisovich Barshai (1924-2010, fundador do Quarteto Borodin em 1945) dirigindo a Orquestra Sinfônica de Colônia - o que não deixa de ser uma ironia, ou uma revanche enrustida, já que a Leningrado foi composta durante o sítio nazista e ajudou psicologicamente os russos a resistirem e ganharem a guerra, segundo os sobreviventes. E em minhas décadas de vida só ouvira as sinfonias completas ao vivo duas vezes. Uma delas com o maestro retratado abaixo pelo pintor Lev Russov em 1980, o nativo da ex-capital russa Yevgeny Mravinsky (1903-1988).
Mravisky e a Leningrado
Desde a conversa instrutiva, voltei a assistir a Leningrado dirigida e interpretada com paixão e emoção russas e fiquei arrepiada imaginando o efeito que teve nos soviéticos, de cultura incomparável, durante o longo e duro combate à Wehrmacht.
Fiquei sabendo dos detalhes da vida de Shostakovich pela boca do filho do compositor, e da história da Sétima, de sua volta ao mundo recorde - em apenas um ano, foi interpretada mais de cem vezes, fato único na história da música clássica - e de seu papel durante a guerra durante e para a qual foi composta.
Aí prestei atenção dobrada no Alegretto do primeiro movimento que anuncia a invasão inexorável no bater dos tambores, no pisotear das botas dos soldados nazistas às portas de Leningrado; daí para a tentativa de evacuação das famílias, no curto movimento Moderatto, seguido do Adagio do sítio interminável, da placidez do Neva que matava a sede, mas não a fome da população que definhava, de cabeça alta; culminando com a genialidade visionária do Allegro non troppo do último movimento de vitória do Exército Vermelho e do povo russo. Este, escrito em dezembro de 1941, quando diariamente a população morria às centenas em casa e em todas as frentes, mas que resistia, com patriotismo e "dopada", daí em diante, pela Leningrado e sua premonição de vitória.
O grande compositor foi evacuado de sua cidade e a primeira orquestra a tocá-la foi a Sinfônica do Bolshói de Kuibyshev no dia 5 de março de 1942. Foi transmitida por rádio para a União Soviética inteira. Enfim, onde as ondas radiofônicas chegavam, e foi ouvida nas casas levantando o moral dos russos desmoralizados pelas perdas que não paravam e o inverno rude que os maltrava.
Bundesarchiv Bild 183-R77767, Berlin, Rotarmisten Unter den Linden.jpg
(Até o Exército Vermelho conseguir hastear a bandeira soviética em Berlin no dia 02 de maio de 1945 - ao vencer a última ferrenha batalha que começara no dia 16 de abril após libertar suas cidades, enxotar os invasores, libertar a União Soviética até a Ucrânia, Polônia, os campos de concentração - 25 milhões de seus cidadãos estavam mortos; quase um quarto dos 110 milhões recenseados em 1940) 
Enquanto a vida em Leningrado se esvaía, no dia 29 foi a vez da orquestra do Bolshói de Moscou. De lá a partitura foi contrabandeada para os aliados como uma preciosa arma de resistência através de Teerã, países árabes, Europa, até chegar à BBC, cuja orquestra ensaiou em tempo recorde e a pôs no ar no dia 22 de junho explicando que era a sinfonia de resistência, vinda de Leningrado; e os ingleses a escutaram religiosamente até o Big Ben soar.
De Londres a partitura foi para Nova York e os três maiores maestros que os EUA abrigavam, brigaram para estreá-la. Foi o italiano Arturo Toscanini (1867-1957), anti-fascista refugiado nos EUA, que a dirigiu no dia 19 de julho, com difusão radiofônica de Leste a Oeste dos Estados Unidos.
(A anedota é que Toscanini gravou-a e mandou um disco para Shotakovich, que ao escutá-lo, ficou possesso de raiva dizendo que estava tudo errado, o espírito, o ritmo e os tempos. Em inglês, definiu-a como um "lousy, sloppy hack job".)
Apesar do sítio desumano, os russos acabaram conseguindo contrabandear a partitura para Leningrado, na calada da noite, para ser tocada pela Filarmônica, fechada desde 1941. Só 15 músicos ainda estavam vivos, famintos, esquálidos, mas o maestro Karl Eliasberg juntou um a um e quebrou o galho - a partitura original exigia mais de 100 músicos. O dia da estréia foi simbólico, 9 de agosto de 1942, dia que Hitler marcara para celebrar a queda de Leningrado. Só que em vez de derrotados, os sitiados lhe lançaram um novo desafio através da cultura que os caracterizava.
Não há nenhuma gravação dessa noite histórica. Apenas a lembrança dos presentes, sobreviventes, que até hoje recordam o evento retratado acima, com lágrimas nos olhos. Desse dia em diante, a Leningrado virou o hino de resistência da Rússia e da cidade.
Um oficial alemão contou a posteriori que ele e outros soldados entenderam que jamais dobrariam os russos, que jamais conquistariam as cidades sitiadas, a Rússia, quando, em um dia que receberam ordem de Berlin de atacar, forçar passagem, derrubar as barricadas de Leningrado e destroçá-la, ouviram a sinfonia ressoar como um incalável canto de batalha. Fora gravada na Filarmônica, autofalantes a tocavam no volume mais alto, e a população a cantarolava, assim como os soldados que defendiam Leningrado, inexpugnável.
Fiquei arrepiada só de ouvir o relato. Imagino os alemães, ao sentirem a tenacidade do povo que tentavam sufocar e que teimosamente encontrava força para respirar, e mais.
Aliás, o oficial alemão acrescentou que naquele dia muitos soldados da Wehrmacht desertaram, cientes que os que sobrevivessem aos invernos rigorosos, envelheceriam nas trincheiras, mas Leningrado jamais se renderia aos invasores, aos ocupantes bárbaros.
No século XIX Napoleão não conseguira dobrar os russos, e o oficial, estudado, com certeza lembrou-se do fato histórico, maldizendo o demente que os obrigava a domar um povo indomável.
Como os reservistas do Breaking the Silence sabem que Israel, derrube quantas casas derrubar, espezinhe quanto espezinhar, prenda, torture e assassine quantos assassinar, jamais conseguirá dobrar a determinação e perseverança dos palestinos, jamais conseguirá subjugar a palestina, que, como Leningrado, sabe que a razão está de seu lado e, cedo ou tarde, primará sobre as cruéis tentativas de conquista do inconquistável.
Breaking the SilenceWhy do we speak out abroad?

BRASIL
UNE CONVOCA paralisação universitária na quinta-feira, dia 28 de abril

Conversa Afiada

 O golpe do impeachment
Pessoalmente, o que mais me chateia nos atos da quadrilha Temer&Cunha, além de serem golpistas, é terem me distanciado dos meus entes queridos, famililares e amigos de infância, a maioria absoluta, golpista. Enfim, eles se dizem pró-impeachment e as razões me são incompreensíveis.
Morro de vergonha, por eles e por mim, do egoísmo, da insensibilidade e da incapacidade de enxergar o leão visível.
Acreditam nas redes sociais, na Globo e na Veja como se fossem mídias independetes e fiáveis, e ingurgitam dados, ignorantes de sua incapacidade de processá-los e analisá-los corretamente.
Até os portugueses estão vendo o óbvio. Imagina!
E a CNN - English legendado em português

Como o Duvevier, sou da esquerda que quer viver bem e quer que todos vivam do mesmo jeito. Ao contrário da nossa classe médiaalta - egoísta e míope - que quer esbanjar dinheiro privando os demais do mínimo direito básico.

Sou de Goiânia. Capital rica de um estado agro-industrial. Desde que a Dilma foi eleita, só se ouve por lá - na classe Veja-Global - reclamações inacreditáveis para um europeu, até milionário, de direitos que na Europa são antigos e inalienáveis. Bolsa família, salário desemprego, enfim, os benefícios que reduzem a precariedade da maioria do povo brasileiro.
Ouvi inclusive queixas sobre o trânsito porque "agora todo mundo tem carro!", de famílias com vários na garagem.
Ah, e glozam dos nordestinos, ou melhor, da "incapacidade de eles entenderem que as melhorias que tiveram na região nos últimos anos não são reais e sim manobra". Como se por serem desfavorecidos por clima e outros pela vida, os nordestinos fossem burros ou inocentes úteis - como estes que repetem a propaganda das redes sociais telecomandadas e da Veja-Globo, como papagaios desbocados.
Eu sempre achei e acho que investir no Nordeste é bom para o Brasil inteiro. Acaba com a migração econômica e o sul pode continuar a enriquecer sem o ônus desse peso (que dizem morto, por mero preconceito, de novo, incompreensível) dando condições para o nordestino permanecer no seu canto. Ninguém gosta de migrar, emigrar, por necessidade. Ninguém. Sair de seu canto, obrigado, para melhorar de vida, é um sofrimento diário. É só perguntar para todos os refugiados.

Ditadura e Democracia para quem não sabe a diferença entre os dois regimes

Será que há mesmo quem queira, tirando os ligados à patota golpista - o Brasil de Temer, de Cunha, vendido aos Estados Unidos, elitista e autoritário?
Eu, quero um Brasil democrático que cresça e enriqueça todos os estados da Federação e com liberdade.
O contrário puxaria/á todos pra baixo.
Só os interesseiros e manipulados não veem isso.
Voz contra o golpe


Beth Carvalho: Não vai ter golpe de novo, reage, reage meu povo!


PALESTINA

Uma das coisas que mais ouço de sionistas ou inocentes úteis do mundo inteiro sobre a Palestina é que os palestinos deveriam fazer como Ghandi, na Índia, e conquistar a independência de maneira pacífica. Primeiro, peço-lhes que estudem história a fundo e que falem depois de conhecer o percurso de Ghandi do início ao fim, sem contar que a Inglaterra estava a milhares de distância e, no final, dispunha quase apenas da cumplicidade dos marajás locais para manter a Índia colonial.
Depois pergunto o mesmo que Ali Abumina, por que os ocupantes israelenses podem ser cruéis, violentos,  e os ocupados têm de se deixar exterminar de braços cruzados, pacificamente, até o último deles?

*Ben White's latests articles..
Israel and its supporters resort to legal action to curb .

A Semana contra o Apartheid Israelense terminou com muitas atividades culturais no Brasil, na Argentina e no Chile.
Nos Estados Unidos, a movilização continuou e a semana terminou com um golpe duro para os sionistas. Os estudantes de doutorado da NYU (New York University) votaram e aprovaram quase em plebiscito,   dos votos, a adesão ao BDS, e 57% aprovaram o boicote acadêmico. A Universidade de Massachussetts também aprovou o apoio ao BDS. Agora só falta acontecer um milagre e o Bernie Sanders ascender à Casa Branca.
E no Canadá, a União Nacional dos Estudantes lá, aprovou o das empresas que compactuam com os abusos israelenses ou atuam nos territórios palestinos ocupados.
Além disso, cada vez mais judeus no mundo inteiro estão achando que ligar sua religião, a mais antiga das monoteístas, a um país de apartheid de 68 anos é mais do que uma .
The Israeli Apartheid Week ended with several events in Brasil, Argentina and Chile.
In the United States, some universities were still organizing votes in favour of BDS. Among them,  the University of Massachussetts Grad Student Workers  BDS against Israeli apartheid. And NYU's Grad Student Union voted by  to join ; 57% voted to back the academic boycott. It was incredible.
Actually, more Jews have been decinding that linking their oldest monotheistic religio to a 68 year-old apartheid state might be a .
License to murder

Meanwhile, on April 19, mais de 5.000 Israelis gathered in Tel Aviv's Rabin Square in a massive outpouring of support of the Jihadist French-Israeli soldier who executed a wounded, immobile 21 years old Palestinian eon March 24.
The rally filled Israel's most well-known public square. An all ages crowd of mostly Mizrachi, but also Russian and Ashkenazi.
They displayed unbridled allegiance to the army and state, in a culmination of what was the largest public display of fascism since the last military operation on Gaza in 2014, when Israeli anti-agression protesters were beaten in the streets. Among the sea of flags and signs, one read My honor is loyalty - the exact motto of the Nazi SS.
As a matter of fact, in Netanyahu's coalition all the parties are zionists. They diverge only on numbers and sometimes on the means to reach their goal, but they all take the ethnical cleansing of Palestine for granted. They avoid the word genocide and use metaphorical terms, but the effect is death all the same.
Breaking the Silence: The Ten plagues of the Occupation

Enquanto universitários estrangeiros esclarecidos apoiavam a luta contra a ocupação e o apartheid, um bando de extremistas israelenses, mais de 5000, se reuniram na praça Rabin, a mais famosa do país, em apoio ao soldado jihadista franco-israelense que executou o palestino de 21 anos, ferido e imóvel, no dia 24 de março. O evento lotou a praça de pessoas de origens variadas, mas sobretudo de Mizrachi, russos e ashkhenasis de forma geral. Havia muitas bandeira e faixas, mas a que mais chocou os democratas foi a que explicitava a natureza dos participantes e a fascização da sociedade israelense: Minha honra é lealdade o lema dos SS nazistas durante a Segunda Guerra.
Hoje em Israel, na coalizaão governamental, todos os partidos são sionistas em um grau maior ou menor. Todos concordam com a limpeza étnica da Palestina, embora usem metáforas para denominar o genocídio.
AJ+:  Dr. Mads Gilbert on Gaza

Espero que o prólogo músico-cultural não tenha sido chato, dissuasivo de ler o assunto principal.
Hoje, é a resistência a ameaças de golpe, no meu Brasil adorado; e à limpeza étnica da Palestina, através da ocupação física da Cisjordânia e do genocídio lento dos palestinos da Faixa de Gaza.
Quando vi as fotos de Leningrado durante o Sítio, vi Gaza, destroçada, esfomeada, desesperada, mas de abeça alta.
Os nazistas tentaram matar toda Leningrado de fome, porém, a cidade resistiu e muita gente sobreviveu para contar a história de sua terra e a História julgar.
Já faz dez anos que os israelenses tentam matar os gazauís de fome, de sede, psicologicamente, através de armas e sítio infame, contudo, os palestinos resistem, sobrevivem de teimosia, de amor pela pátria.
Como com a Wermarcht, alguns soldados da IDF entenderam que o bloqueio, as ameaças, os despejos, as prisões, os palestinos jamais renunciaram à terra que lhes pertence de fato e de direito.
Sem esquecer da Cisjordânia, dedico este blog à Faixa de Gaza e aos gazauís, guerreiros, que resistem e resistirão, com certeza, até o último deles.
This last post concerning Israel Apartheid Week is dedicated to the Gaza Strip.  

Upfront, Reality Check : Gaza is stil occupied

AJ+: Palestinian boy survivor tells story of watching his cousins being killed on Gaza's beach, during israeli military Operation Protective Edge in 2014.
 

B'Tselem: My own private Gaza 
I - 01/2013
II - 10/2013: Mummer Generation
III- 14/04/16 

AJ+: Palestinian boy tells story of watching his cousins being killed on Gaza's beach, 
during israeli military Operation Protective Edge in 2014.
 

AJ+: Gazan artist makes paint out of fruit and spices

TELESUR: Gaza

O dia 22 de março é o dia de celebração da água. A ONU organizou debates e eventos mediáticos, mas pouquíssimo se falou sobre a privação de água em que os palestinos vivem. Israel confisca os aquíferos da Cisjordânia ocupada e a Faixa de Gaza é abastecida de água insalubre. Para detalhes, ver o blog de . É por isso que estou concluindo a série Semana contra o Apartheid Israelense lembrando o estado da Faixa de Gaza e a extrema carência em que os gazauís sobrevivem. A tenacidade deles rivaliza com a de Leningrado e inspira.

AJ+: The Palestinians are asking for a basic human right: water

Today, nearly 100,000 people in  don't have access to safe . To learn more, check out our new infographic
residents get running water for  a week on average during the summer.
Press TV: Israel seals Gaza once again
Khaled Meshaal, líder do Hamas,
ameaça voltar à carga para que Israel cumpra a palavra de terminar com o bloqueio
AJ+: Bee-sting therapy in Gaza
Miko Peled presents his book in the US

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