ABAIXO GOLPE! FORA, TEMER! CADEIA, CUNHA!
Parafraseando livremente Dostoiévski no golpe contra o Brasil e a Dilma:
Parafraseando livremente Dostoiévski no golpe contra o Brasil e a Dilma:
Os corruptos se regozijam com a derrubada dos justos.
Mas os idôneos, resistem: Artistas e intelectuais brasileiros pedem respeito ao voto popular
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Golpistas: Senado ficha-suja
Depoimento completo de Dilma no Senado - 29/08/2016
Pronunciamento de Dilma após o GOLPEachment
O título do blog e o vídeo acima, não têm nada a ver com a ilustração acima. Dilma não cometeu crime e não merece nenhum castigo, ao contrário dos golpistas bandidos. Derrubada da Dilma, realmente, ou é golpe crasso ou farsa. Para seguir os eventos, consultar os links dos sites no fim deste artigo.
Peguei o título, Преступле́ние и наказа́ние, emprestado do grande Фёдор Миха́йлович Достое́вский - Fiódor Mikhailovich Dostoiévski.
Como se sabe, Crime e Castigo narra o drama espírito-existencial do estudante de Direito Rodion Românovitch Raskólnikov que mata e rouba uma velha agiota detestável e detestada.
Sem entrar nos detalhes do porquê, como, quando e onde obrigatórios em jornalismo, o resultado é que Raskólnikov perde a paz de espírito e, consciente ou inconscientemente, apesar de ninguém suspeitá-lo, faz tudo para que o crime seja descoberto para ser punido.
O livro é magnífico, como O Idiota, Os Possuídos, Os Irmãos Karamazov, enfim, a imensa obra literária de Fiodor Mikhailovich Dostoïevski; o primeiro e maior autor de romance policial que o mundo já teve. Um dos patrimônios inestimáveis da literatura russa e da humanidade inteira.
Pois bem, Dostoïevski era anti-clerical - não tanto quanto Victor Hugo - mas como este escritor francês, era um cristão fervoroso e seus livros são populados de personagens divididas entre seus baixos instintos humanos (?) e seus deveres cristãos.
Entre estes, de confessar o erro e redimir-se sinceramente a fim de obter o perdão e conseguir seguir vivendo sem peso na consciência.
Pois bem, o Tribunal da Háguia foi criado para punir criminosos de guerra que cruzam a fronteira entre o bem e o mal e ficam neste.
Ou seja, seres desumanos que ou esqueceram esta diretiva cristã e por isso e por ganância semearam terror e destruição; ou que não sendo cristãos, talvez não disponham deste freio e saiam matando um semelhante por cobiça ou simplesmente por ser diferente.
Falei aqui sobre o erro da Háguia em relação a Milósevitch e a falha de não julgar o bando de criminosos israelenses que se sucedem no comando politico e militar do país desde a Nakba.
O assunto volta em palta porque há pouco um criminoso muçulmano e africano fez seu mea culpa na Háguia - Ahmad al-Faqi al-Mahdi. Confessou o crime de destruição de sítios sagrados no Mali.
Seu julgamento é por crime de "destruction of history during conflict".
O ICC declarou-se orgulhoso que "The case sets an important precedent by demonstratings , once again, that these attacks on heritage are really attacks on people."
Yes, in theory; but not really.
Vale notar que a acusação só é válida para patrimônios tombados pela UNESCO.
Quando Israel destrói patrimônio historico palestino, quando bombardeia Gaza (mais de 5 mil anos), Nablus, Hebron, não tem problema. Pois os palestinos só conseguiram tombar até agora Belém e a Basílica da Natividade. E isto, após a IDF bombardeá-la durante a Segunda Intifada e causar bastante dano - arquitetônico e humano.
Quando o imperador Jovianus ordenou o incêndio da Biblioteca de Antióquia no século IV, o império romano era como os Estados Unidos hoje: policial, conquistador, promotor, jurado e juiz segundo seus proprios interesses.
Só que durante o império romano não havia UNESCO nem ONU. E Roma levava o progresso a todos os territórios conquistados.
No século XXI o mundo dispõe de mecanismos para impedir espoliação e execução sumária individual e em massa, mas a Casa Branca, sangrenta por dentro, continua isenta de julgamento.
O general Pinochet teria sido um bom exemplo, mas a Háguia deixou que o verdugo morresse em lençóis de seda porque era afilhado dos EUA.
O "exemplo" da "imparcialidade" e eficiência do ICC deveria ser Milósevitch. Um chefe de Estado branco, europeu, cristão, que todos foram convencidos a odiar.
Deu no que deu e o ICC voltou a atacar a África. Alvo fácil.
A prisão, processo e confissão de um criminoso como al-Mahdi também deve servir de exemplo, mas para quem? Para Baghdadi que não está nem aí?
(A pena para al-Mahdi é de no máximo dez anos de prisão (diminuídos pela confissão), multa e reparação às vítimas.)
Quem é essel-Mahdi? Um "foot soldier" do Daesh/Al Qaeda. Um desconhecido sem padrinho que cometeu um crime em Timbuktu.
Onde mesmo?
Não é que eu desrespeite o povo e a história-cultural do Mali, mas o Mali fica na África e na geopolítica, não tem a menor importância física ou jurídica.
Aliás, até hoje o ICC só se ocupou de criminosos desse continente... e da Sérvia, que saiu da guerra da Iugoslávia, graças à mídia internacional, com toda a culpa por seus generais serem mais midiatizados.
Que os otimistas e o cara do ICC me desculpem, mas só se abre precedentes com figuras eminentes ou que pelo menos a grande mídia tenha divulgado o crime abundantemente: como Gaza e o Yêmen, por exemplo - nestes dois casos, os criminosos são israelenses e sauditas, ambos com padrinho onipotente.
Mas o exemplo deveria ser mesmo um criminoso ocidental tipo George W. Bush e Tony Blair ue continuam soltos e se enriquecendo.
Aí sim, o ICC teria moral para prender, julgar e condenar quem quisesse.
Após a criação da moeda dos BRICs em alternativa ao dólar, o império estadunidense desmoronará com certeza e aí talvez Bush, Obama, Clinton e seus comparsas árabes e israelenses possam ser julgados na Háguia por crimes contra o patrimônio universal e contra a humanidade.
A degeneração da mídia desde que me formei em Jornalismo é preocupante. Ao ponto de surpreender-me com o editorial de Le Monde analisando objetivamente o golpeachment no Brasil.
Aliás, quando comecei, a televisão era um meio de comunicação e jornal era meio de informação.
E mesmo com o rigor da época, Malcolm X, lúcido e preocupado com conhecimento como todos os humanistas superdotados, viu o leão invisível e disse uma frase memorável que cabe perfeitamente à situação atual: "If you are not careful, the newspapers will have you hating the people who are being oppressed, and loving the people who are doing the oppressing."
Pois é.
A situação atual é mais grave ainda porque a maioria das pessoas se comunica e se "informa" através de redes sociais com uma frase e sem preocupar-se com fiabilidade.
Antigamente, os governantes tinham duas formas de impor suas vontades. Oprimindo através da força ou de mistérios sagrados, com o mesmo objetivo de determinar sua superioridade.
Este preâmbulo é para retornar à Turquia, cujo presidente, a exemplo do Brasil, está nas mãos da mídia que acaparou-se do poder de mistificaçãodos governantes. Poder que usa e abusa sem problema de consciência.
A mídia convence até que as guerras atuais, os drones, são para "the great of good" e que bombardear inocentes em nome da "democracia" e financiar "freedom fighters" obscuros são necessários.
Faz meses, anos, que a mídia internacional vem montando uma campanha de demonização da Rússia e de Vladimir Putin muitíssimo bem arquitetada. Inclusive abolindo seu nome e só usando seu sobrenome a fim de desumanizá-lo inteiramente. "Putin", hoje em dia, adquiriu um som de insulto.
Agora é a vez da Turquia. Embora Recep Tayyip Erdogan seja exatamente a mesma pessoa que a OTAN e os EUA bajulavam dois meses atrás.
Eu não tenho e nunca tive nenhuma simpatia por Erdogan. Mas daí a transformá-lo no inimigo número 1 do ocidente e dar-lhe uma capacidade de manipulação de empalidecer de inveja Maquiavel, aí já é um pouco demais.
É apenas mais um erro da OTAN sob controle da Casa Branca - perder o único aliado mais ou menos laico no Oriente Médio pela mesma ignorância histórico-cultural do Ugly Americain! É imperdoável.
Retrospectivamente, o Gülen, sob a liderança de Fethullah Gülen, adotou em 1980 um método de infiltração em varias instituições turcas - militar, educação, segurança, Justiça, e política.
Fiz um blog sobre a tentativa de golpe quando aconteceu em julho. Hoje faço apenas um balanço da situação lembrando alguns pontos.
O movimento Gülen é de caráter religioso e fundou uma rede social de comunicação auto-denominada "service movement" para o Islã. Este rótulo atraiu muitos membros. Além disso, preparou a doutrinação das gerações seguintes criando uma rede de escolas e universidades no mundo inteiro - só nos EUA há 120.
(Os russos garantem que tais escolas operam em coordenação com a CIA, o que é possível, considerando a miopia e a ignorância geopolítica gringa.)
O Gülen manteve boa relação com o AKP (Justice and Development Party) de Erdogan por causa das vantagens que este partido via a curto prazo - a infiltração do Gülen no corpo governamental ajudava o combate aos oponentes de esquerda. Portanto, até 2012, Erdogan facilitou a vida do movimento Gülen sem pedir contas.
A rivalidade começou quando em 2013 o AKP deu-se conta da expansão desenfreada do Gülen ao ponto de estar virando um Estado paralelo super-potente. Foi aí que Erdogan reagiu com a opperação 'corrupção e propina' a fim de fechar a torneira financeira de seus aliados que viraram então inimigos ferrenhos.
O golpe aconteceu logo após a mudança na política externa com as desculpas formais feitas à Rússia e o novo primeiro ministro Binali Yildirim manifestar interesse em normailizar as relações entre Ankara e Damasco.
Então, como acontece nessas alianças com elementos perigosos (como o PT e o PMDB no Brasil), Erdogan deparou-se com elementos clandestinos do Gülen até dentro do palácio do governo quando no dia 15 de julho o Gülen reagiu a essas medidas diplomáticas e às de contenção do movimento: tanques militares apareceram subitamente em Ankara bloqueando as pontes principais no Bosporus e aviões de combate começaram a sobrevoar a capital da Turquia e helicópteros militares, Istanbul.
Foi Yildrim que correu para a CNN Turquia para pedir Socorro ao povo - a mídia pública foi controlada pelos golpistas que obrigarm o apresentador da TV a ler um comunicado de estado de sítio e que "the military took over the government to reestrablish the constitutional order".
Foi de novo através da CNN que Erdogan instou o povo a reagir aos golpistas.
Durante este acontecimento, mais de 250 pessoas foram mortas e 1500 feridas. Cerca de vinte militares envolvidos no golpe foram 'capturados mortos'.
Em seguida, Yildrim reagiu logo, detendo para interrogatório, até agora, cerca de 18 mil civis e pessoas infiltradas no governo. 10.192 estão presos. Mais de 76 mil funcionários públicos foram suspensos e 4.897 foram demitidos. 104 fundações, 109 creches, 1.934 escolas, 1.125 associações, 15 universidades, 19 sindicatos, 16 canais de televisão, 23 estações de rádio, 45 jornais, 15 revistas e 29 publicações foram fechadas.
Dito isso, a pergunta rola: "What really happened on that night?"
Uma certa mídia internacional insinuou que a tentativa de golpe foi "a staged event by Erdogan to grip more power and crackdown on the opposition for obtaining more authority".
Usam os seguintes argumentos para "sustentar" sua teoria:.
. Erdogan stating “They will pay a heavy price for this. This uprising is a gift from God to us because this will be a reason to cleanse our army” and “We will complete the project in Gezi Park (Taksim Square)”. (That was translated as taking revenge of what happened in 2013)
. Erdoğan had an hour long flight from his hotel in Marmaris to Istanbul while the F-16 jets controlled by coup plotters didn’t target Erdoğan’s plane, even though they had locked on it.
. Coup plotters didn’t read their official coup statement themselves but forced a presenter to read it.
. That was something unseen during the previous coups in Turkey.
. The number of plotters obviously was not sufficient to achieve an overall coup so the attempt had already been born dead.
. The timing of the coup was not appropriate for a coup to succeed because the people were not in bed at that time. This allowed them to be aware of what was happening and take action.
. It was not possible for the Turkish intelligence officials not to have any foreknowledge of the attempted coup. So ‘being caught unprepared’ was not a possibility, if not an insult to Turkey.
O governo da Turquia e a maioria absoluta da população turca, acredita piamente que "it was a coup bid organized by the Gülen movement, backed by the USA and the NATO with the aim to divide Turkey and replace Erdoğan with Fethullah Gülen and establish what they think would be a more secular regime." Considerando que Erdogan já ordenara a prisão de vários oficiais das Forças Armadas no dia 16 de julho.
Por outro lado, a maioria absoluta dos turcos, afirma o seguinte:
. Fethullah Gülen has been living in the USA for so long, since 1997. After the 17-25 December (2013) corruption operation, Turkey demanded Gülen’s extradition. Yet the US government kept finding excuses not to comply with this demand. Stating ‘They did not receive a formal request’ although this request was made by the Ministry of Justice in Turkey.
. Harbouring a cleric who is declared criminal by Turkey, a NATO member/ally and a US ally in the Middle East, does not go along with alleged ‘alliance’ and ‘good will’ between two countries.
. Turkey has achieved major developments in industry, economy, health, administrative order and many other social fields. Western powers and in particular the US do not wish Turkey to become more powerful than they can have control over. So when Turkey attempts to behave independently in its foreign policy, as it appeared to have taken place in the recent years; the West, the US and the NATO started to speak softly but carried a big stick to prevent Turkey from damaging their interests.
. Turkey called out to the US to stop its backing of the Kurdish armed group PYD in Syria, based on its ties to the terrorist organization PKK. But the US does not seem to cease this support to the group under the pretext of ‘the fight against ISIS’. There is also a common belief among Turkish people that the US has been aiding the PKK for decades and also supported the Gezi Park protests against the government to topple the Erdoğan regime.
. After the coup bid in Turkey, the US was too slow to condemn the attempt and fast to warn Turkey about its NATO membership, with US Secretary of State John Kerry stating ‘Turkey’s NATO membership could be at risk after the changes in Turkish military’ and also the Commander of the US Central Command, General Joseph Votel stating that ‘Some military figures the United States had worked with were in jail as a result of the purge’.
. There is also a strong argument of fighter jets taking off from US-led NATO İncirlik base to bomb government institutions on Friday, the 15th. Being known as one of the most secure air bases in the world, this kind of a security flaw did not seem to happen coincidentally or accidentally.
Os primeiros argumentos são dos aliados de Gülen e uma certa mídia estrangeira.
Os segundos são dos aliados de Erdogan e o povo turco, inclusive de esquerda. Concordo com eles.
Pois, de fato, houve um golpe. Por que falhou? Why did the coup bid fail?
There were several elements contributed to cessation of the coup bid in Turkey that night:
. The coup bid did not have ideological support fom the people or the army. This showed itself on the ground as lacking support of army officials, even some high rank officials opposing the coup attempt and blocking major joints of operation flow, and strong opposition of the Turkish people.
. Probably one of the most important characteristics of the military, namely the chain of command could not work at the night of the coup bid. Causing a cut between the plotters and other army members and being unable to achieve predetermined goals or gather more supporters from the army officials.
. Mainstream media was not able to shut down, except from the state television and a couple of others. This allowed Turkish people to catch up on what was taking place simultaneously and government officials to address people to act together and update on where the events were heading towards.
. Erdoğan’s call to people to take to the streets and protest against the coup attempt even after Friday night, for over 3 weeks. People were vigilant against another attempt. Keeping in mind that the coup in Egypt succeeded when people left the streets and returned to their homes, and then the Egyptian army took over the government in the second wave.
. Opposition parties did not support the coup attempt. That left plotters from Gülen movement alone and allowed the government to act stricter against the plotters.
. Social media had an important role in communicating during the events. Keeping people updated on the developments. This major factor did not exist during the previous coups in Turkey.
Trocando em miúdos quaisquer que sejam os argumentos e contra-argumentos listados acima, como diz o analista turco Taha Östürk: "There is one undeniable fact; if the coup had succeeded, things would be really different in Turkey at the moment."
Não para melhor.
O comportamento da grande mídia internacional é o mesmo do golpe do general Sissi no Egito. De proteção do golpista minimizando ou negando o ato ilegal inadmissível acontecido.
Quer a OTAN queira quer não, Recep Tayyip Erdogan foi eleito democraticamente pela maioria da população que o escolheu com conhecimento de causa - como Dilma no Brasil.
Portanto, nas palavras de Taha: "It was not relevant if Erdoğan was heading towards a more authoritarian regime or eroding democracy, the coup was coup. And whether other people like it or not, the majority of Turkish people chose Erdoğan and his administration as their political leadership. So instead of initiating a smear campaign and black propaganda against the ‘evilness’ of Erdoğan, Western and US mainstream media could have had respect for the will of the Turkish people, even if it doesn’t meet ‘their standards’ and being blinded by their prejudice towards Erdoğan to a point that prevents them from condemning an action which is accepted as ‘purely bad’ against anyone. For that purpose, we should keep in mind that sanctity of life is equal in everywhere in the world and for every single person without any differences based on anyone’s position or reputation and we should ‘aim for the puppeteer and not the puppet."
Faço questão de voltar à Turquia aqui porque embora tudo pareça estar sob o controle do governo democraticamente eleito em Ankara, com os interesses dos Estados Unidos em jogo, uma nova tentativa de golpe paira. Não pode ser descartada. Vide o exemplo do Egito e o que o Brasil vive hoje.
Lembro que quando anunciei o golpe miligar de Sissi, anunciei sozinha e fui contradita. No início. Agora, só quem o apoia é quem é ignorante ou que tem interesses escusos.
A tentativa de golpe na Turquia e o golpeachment no Brasil deixaram ainda mais claro para mim que ao ver dos europeus e dos estadunidenses, nossas vidas, nossos princípios e nosso parecer não têm o mesmo valor dos deles.
Bush assumiu o governo com fraude quase explícita, mas respeitou-se a democracia.
François Hollande é um péssimo presidente, traiu os valores socialistas pelos quais foi eleito, sua popularidade nunca ultrapassou os 13 por cento, mas nem passa pela cabeça de um francês tirá-lo da presidência antes do prazo para o qual foi eleito.
Porém, ouvi de um francês expatriado no Brasil que a Dilma estava fazendo um mal governo, portanto... desculpando o golpe como as pessoas de classe alta (financeira e baixa em cultura) com quem convivem. E quando eu pergunto se, mesmo sendo de direita, eles fariam a mesma coisa com o François Hollande (cupincha dos golpistas brasileiros), aí eles entendem o absurdo do que dizem e riem amarelo.
Ora, acho que no fundo, o golpeachment no Brasil e a nova tentativa de golpe na Turquia até lhes agrada porque reconforta a ideia deles que fora da Europa e da América do Norte anglófona, somos todos repúblicas bananeiras a serem usadas e abusadas como bem entenderem.
É o Ugly Americain em sua dimensão OTAN.
Que Vladimir Vladimiróvitch Putin e os ...RICs nos protejam deles!
Enquanto isso, Israel voltou a bombardear Gaza durante um dia quase inteiro. Ou seja, mais do que os bombardeios esporádicos pseudo-cirúrgicos.
Segundo a IDF, a operação foi em retaliação a lançamento de dois foguetes que não causaram nenhum dano em Israel.
Foguetes lançados da Faixa em Israel justamente pelo grupúsculo simpatizante do Daesh que o Hamas está tentando extinguir antes que se dissemine entre os jovens gazauís desesperados.
Mas Israel, mesmo sabendo disso, bombardearam prédios administrativos e escolares do Hamas e não deles. Isto é tão grave quanto bombardear inocentes.
Será que Israel, em sua lógica de catástrofe, está fazendo com o Hamas o que fez com o Fatah na década de 80 fomentando a emergência do Hamas na Faixa de Gaza?
Se for, está cometendo um erro que talvez seja irremediável.
Pois o Hamas é dirigido por patriotas inteligentes e instruídos.
Este grupúsculo aliado do Estado Islâmico é integrista, ignorante e desesperado com a falta de perspectiva de futuro nessa prisão sem saída, sem água e sem comida.
Dr. Frankenstein perto de Binyamin Netanyahu e sua corja, é fichinha.
.Haaretz:When Israeli occupation forces raid Palestinian homes, they aren't leaving empty-handed.
. Mondoweiss: A new milestone: BDS at the Olympics – Mondoweiss.
Aliás, quando comecei, a televisão era um meio de comunicação e jornal era meio de informação.
E mesmo com o rigor da época, Malcolm X, lúcido e preocupado com conhecimento como todos os humanistas superdotados, viu o leão invisível e disse uma frase memorável que cabe perfeitamente à situação atual: "If you are not careful, the newspapers will have you hating the people who are being oppressed, and loving the people who are doing the oppressing."
Pois é.
A situação atual é mais grave ainda porque a maioria das pessoas se comunica e se "informa" através de redes sociais com uma frase e sem preocupar-se com fiabilidade.
Antigamente, os governantes tinham duas formas de impor suas vontades. Oprimindo através da força ou de mistérios sagrados, com o mesmo objetivo de determinar sua superioridade.
Este preâmbulo é para retornar à Turquia, cujo presidente, a exemplo do Brasil, está nas mãos da mídia que acaparou-se do poder de mistificaçãodos governantes. Poder que usa e abusa sem problema de consciência.
A mídia convence até que as guerras atuais, os drones, são para "the great of good" e que bombardear inocentes em nome da "democracia" e financiar "freedom fighters" obscuros são necessários.
Faz meses, anos, que a mídia internacional vem montando uma campanha de demonização da Rússia e de Vladimir Putin muitíssimo bem arquitetada. Inclusive abolindo seu nome e só usando seu sobrenome a fim de desumanizá-lo inteiramente. "Putin", hoje em dia, adquiriu um som de insulto.
Agora é a vez da Turquia. Embora Recep Tayyip Erdogan seja exatamente a mesma pessoa que a OTAN e os EUA bajulavam dois meses atrás.
Eu não tenho e nunca tive nenhuma simpatia por Erdogan. Mas daí a transformá-lo no inimigo número 1 do ocidente e dar-lhe uma capacidade de manipulação de empalidecer de inveja Maquiavel, aí já é um pouco demais.
É apenas mais um erro da OTAN sob controle da Casa Branca - perder o único aliado mais ou menos laico no Oriente Médio pela mesma ignorância histórico-cultural do Ugly Americain! É imperdoável.
Retrospectivamente, o Gülen, sob a liderança de Fethullah Gülen, adotou em 1980 um método de infiltração em varias instituições turcas - militar, educação, segurança, Justiça, e política.
Fiz um blog sobre a tentativa de golpe quando aconteceu em julho. Hoje faço apenas um balanço da situação lembrando alguns pontos.
O movimento Gülen é de caráter religioso e fundou uma rede social de comunicação auto-denominada "service movement" para o Islã. Este rótulo atraiu muitos membros. Além disso, preparou a doutrinação das gerações seguintes criando uma rede de escolas e universidades no mundo inteiro - só nos EUA há 120.
(Os russos garantem que tais escolas operam em coordenação com a CIA, o que é possível, considerando a miopia e a ignorância geopolítica gringa.)
O Gülen manteve boa relação com o AKP (Justice and Development Party) de Erdogan por causa das vantagens que este partido via a curto prazo - a infiltração do Gülen no corpo governamental ajudava o combate aos oponentes de esquerda. Portanto, até 2012, Erdogan facilitou a vida do movimento Gülen sem pedir contas.
A rivalidade começou quando em 2013 o AKP deu-se conta da expansão desenfreada do Gülen ao ponto de estar virando um Estado paralelo super-potente. Foi aí que Erdogan reagiu com a opperação 'corrupção e propina' a fim de fechar a torneira financeira de seus aliados que viraram então inimigos ferrenhos.
O golpe aconteceu logo após a mudança na política externa com as desculpas formais feitas à Rússia e o novo primeiro ministro Binali Yildirim manifestar interesse em normailizar as relações entre Ankara e Damasco.
Então, como acontece nessas alianças com elementos perigosos (como o PT e o PMDB no Brasil), Erdogan deparou-se com elementos clandestinos do Gülen até dentro do palácio do governo quando no dia 15 de julho o Gülen reagiu a essas medidas diplomáticas e às de contenção do movimento: tanques militares apareceram subitamente em Ankara bloqueando as pontes principais no Bosporus e aviões de combate começaram a sobrevoar a capital da Turquia e helicópteros militares, Istanbul.
Foi Yildrim que correu para a CNN Turquia para pedir Socorro ao povo - a mídia pública foi controlada pelos golpistas que obrigarm o apresentador da TV a ler um comunicado de estado de sítio e que "the military took over the government to reestrablish the constitutional order".
Foi de novo através da CNN que Erdogan instou o povo a reagir aos golpistas.
Durante este acontecimento, mais de 250 pessoas foram mortas e 1500 feridas. Cerca de vinte militares envolvidos no golpe foram 'capturados mortos'.
Em seguida, Yildrim reagiu logo, detendo para interrogatório, até agora, cerca de 18 mil civis e pessoas infiltradas no governo. 10.192 estão presos. Mais de 76 mil funcionários públicos foram suspensos e 4.897 foram demitidos. 104 fundações, 109 creches, 1.934 escolas, 1.125 associações, 15 universidades, 19 sindicatos, 16 canais de televisão, 23 estações de rádio, 45 jornais, 15 revistas e 29 publicações foram fechadas.
Dito isso, a pergunta rola: "What really happened on that night?"
Uma certa mídia internacional insinuou que a tentativa de golpe foi "a staged event by Erdogan to grip more power and crackdown on the opposition for obtaining more authority".
Usam os seguintes argumentos para "sustentar" sua teoria:.
. Erdogan stating “They will pay a heavy price for this. This uprising is a gift from God to us because this will be a reason to cleanse our army” and “We will complete the project in Gezi Park (Taksim Square)”. (That was translated as taking revenge of what happened in 2013)
. Erdoğan had an hour long flight from his hotel in Marmaris to Istanbul while the F-16 jets controlled by coup plotters didn’t target Erdoğan’s plane, even though they had locked on it.
. Coup plotters didn’t read their official coup statement themselves but forced a presenter to read it.
. That was something unseen during the previous coups in Turkey.
. The number of plotters obviously was not sufficient to achieve an overall coup so the attempt had already been born dead.
. The timing of the coup was not appropriate for a coup to succeed because the people were not in bed at that time. This allowed them to be aware of what was happening and take action.
. It was not possible for the Turkish intelligence officials not to have any foreknowledge of the attempted coup. So ‘being caught unprepared’ was not a possibility, if not an insult to Turkey.
O governo da Turquia e a maioria absoluta da população turca, acredita piamente que "it was a coup bid organized by the Gülen movement, backed by the USA and the NATO with the aim to divide Turkey and replace Erdoğan with Fethullah Gülen and establish what they think would be a more secular regime." Considerando que Erdogan já ordenara a prisão de vários oficiais das Forças Armadas no dia 16 de julho.
Por outro lado, a maioria absoluta dos turcos, afirma o seguinte:
. Fethullah Gülen has been living in the USA for so long, since 1997. After the 17-25 December (2013) corruption operation, Turkey demanded Gülen’s extradition. Yet the US government kept finding excuses not to comply with this demand. Stating ‘They did not receive a formal request’ although this request was made by the Ministry of Justice in Turkey.
. Harbouring a cleric who is declared criminal by Turkey, a NATO member/ally and a US ally in the Middle East, does not go along with alleged ‘alliance’ and ‘good will’ between two countries.
. Turkey has achieved major developments in industry, economy, health, administrative order and many other social fields. Western powers and in particular the US do not wish Turkey to become more powerful than they can have control over. So when Turkey attempts to behave independently in its foreign policy, as it appeared to have taken place in the recent years; the West, the US and the NATO started to speak softly but carried a big stick to prevent Turkey from damaging their interests.
. Turkey called out to the US to stop its backing of the Kurdish armed group PYD in Syria, based on its ties to the terrorist organization PKK. But the US does not seem to cease this support to the group under the pretext of ‘the fight against ISIS’. There is also a common belief among Turkish people that the US has been aiding the PKK for decades and also supported the Gezi Park protests against the government to topple the Erdoğan regime.
. After the coup bid in Turkey, the US was too slow to condemn the attempt and fast to warn Turkey about its NATO membership, with US Secretary of State John Kerry stating ‘Turkey’s NATO membership could be at risk after the changes in Turkish military’ and also the Commander of the US Central Command, General Joseph Votel stating that ‘Some military figures the United States had worked with were in jail as a result of the purge’.
. There is also a strong argument of fighter jets taking off from US-led NATO İncirlik base to bomb government institutions on Friday, the 15th. Being known as one of the most secure air bases in the world, this kind of a security flaw did not seem to happen coincidentally or accidentally.
Os primeiros argumentos são dos aliados de Gülen e uma certa mídia estrangeira.
Os segundos são dos aliados de Erdogan e o povo turco, inclusive de esquerda. Concordo com eles.
Pois, de fato, houve um golpe. Por que falhou? Why did the coup bid fail?
There were several elements contributed to cessation of the coup bid in Turkey that night:
. The coup bid did not have ideological support fom the people or the army. This showed itself on the ground as lacking support of army officials, even some high rank officials opposing the coup attempt and blocking major joints of operation flow, and strong opposition of the Turkish people.
. Probably one of the most important characteristics of the military, namely the chain of command could not work at the night of the coup bid. Causing a cut between the plotters and other army members and being unable to achieve predetermined goals or gather more supporters from the army officials.
. Mainstream media was not able to shut down, except from the state television and a couple of others. This allowed Turkish people to catch up on what was taking place simultaneously and government officials to address people to act together and update on where the events were heading towards.
. Erdoğan’s call to people to take to the streets and protest against the coup attempt even after Friday night, for over 3 weeks. People were vigilant against another attempt. Keeping in mind that the coup in Egypt succeeded when people left the streets and returned to their homes, and then the Egyptian army took over the government in the second wave.
. Opposition parties did not support the coup attempt. That left plotters from Gülen movement alone and allowed the government to act stricter against the plotters.
. Social media had an important role in communicating during the events. Keeping people updated on the developments. This major factor did not exist during the previous coups in Turkey.
Trocando em miúdos quaisquer que sejam os argumentos e contra-argumentos listados acima, como diz o analista turco Taha Östürk: "There is one undeniable fact; if the coup had succeeded, things would be really different in Turkey at the moment."
Não para melhor.
O comportamento da grande mídia internacional é o mesmo do golpe do general Sissi no Egito. De proteção do golpista minimizando ou negando o ato ilegal inadmissível acontecido.
Quer a OTAN queira quer não, Recep Tayyip Erdogan foi eleito democraticamente pela maioria da população que o escolheu com conhecimento de causa - como Dilma no Brasil.
Portanto, nas palavras de Taha: "It was not relevant if Erdoğan was heading towards a more authoritarian regime or eroding democracy, the coup was coup. And whether other people like it or not, the majority of Turkish people chose Erdoğan and his administration as their political leadership. So instead of initiating a smear campaign and black propaganda against the ‘evilness’ of Erdoğan, Western and US mainstream media could have had respect for the will of the Turkish people, even if it doesn’t meet ‘their standards’ and being blinded by their prejudice towards Erdoğan to a point that prevents them from condemning an action which is accepted as ‘purely bad’ against anyone. For that purpose, we should keep in mind that sanctity of life is equal in everywhere in the world and for every single person without any differences based on anyone’s position or reputation and we should ‘aim for the puppeteer and not the puppet."
Faço questão de voltar à Turquia aqui porque embora tudo pareça estar sob o controle do governo democraticamente eleito em Ankara, com os interesses dos Estados Unidos em jogo, uma nova tentativa de golpe paira. Não pode ser descartada. Vide o exemplo do Egito e o que o Brasil vive hoje.
Lembro que quando anunciei o golpe miligar de Sissi, anunciei sozinha e fui contradita. No início. Agora, só quem o apoia é quem é ignorante ou que tem interesses escusos.
A tentativa de golpe na Turquia e o golpeachment no Brasil deixaram ainda mais claro para mim que ao ver dos europeus e dos estadunidenses, nossas vidas, nossos princípios e nosso parecer não têm o mesmo valor dos deles.
Bush assumiu o governo com fraude quase explícita, mas respeitou-se a democracia.
François Hollande é um péssimo presidente, traiu os valores socialistas pelos quais foi eleito, sua popularidade nunca ultrapassou os 13 por cento, mas nem passa pela cabeça de um francês tirá-lo da presidência antes do prazo para o qual foi eleito.
Porém, ouvi de um francês expatriado no Brasil que a Dilma estava fazendo um mal governo, portanto... desculpando o golpe como as pessoas de classe alta (financeira e baixa em cultura) com quem convivem. E quando eu pergunto se, mesmo sendo de direita, eles fariam a mesma coisa com o François Hollande (cupincha dos golpistas brasileiros), aí eles entendem o absurdo do que dizem e riem amarelo.
Ora, acho que no fundo, o golpeachment no Brasil e a nova tentativa de golpe na Turquia até lhes agrada porque reconforta a ideia deles que fora da Europa e da América do Norte anglófona, somos todos repúblicas bananeiras a serem usadas e abusadas como bem entenderem.
É o Ugly Americain em sua dimensão OTAN.
Que Vladimir Vladimiróvitch Putin e os ...RICs nos protejam deles!
Enquanto isso, Israel voltou a bombardear Gaza durante um dia quase inteiro. Ou seja, mais do que os bombardeios esporádicos pseudo-cirúrgicos.
Segundo a IDF, a operação foi em retaliação a lançamento de dois foguetes que não causaram nenhum dano em Israel.
Foguetes lançados da Faixa em Israel justamente pelo grupúsculo simpatizante do Daesh que o Hamas está tentando extinguir antes que se dissemine entre os jovens gazauís desesperados.
Mas Israel, mesmo sabendo disso, bombardearam prédios administrativos e escolares do Hamas e não deles. Isto é tão grave quanto bombardear inocentes.
Será que Israel, em sua lógica de catástrofe, está fazendo com o Hamas o que fez com o Fatah na década de 80 fomentando a emergência do Hamas na Faixa de Gaza?
Se for, está cometendo um erro que talvez seja irremediável.
Pois o Hamas é dirigido por patriotas inteligentes e instruídos.
Este grupúsculo aliado do Estado Islâmico é integrista, ignorante e desesperado com a falta de perspectiva de futuro nessa prisão sem saída, sem água e sem comida.
Dr. Frankenstein perto de Binyamin Netanyahu e sua corja, é fichinha.
. Zeev Sternhell é um dos poucos israelenses que descreve bem a relação EUA & Israel: The Americans simply don’t care about Israel and the Palestinians. The territories are not Israel, but rather a colony that heaps shame on Zionism and on Jewish history.
. Talal Jabali: Israel's own version of the 'strategy of tension': How the IDF eliminates 'quiet' in the West Bank..Haaretz:When Israeli occupation forces raid Palestinian homes, they aren't leaving empty-handed.
. Mondoweiss: A new milestone: BDS at the Olympics – Mondoweiss.
. PCHR Weekly report: 69 military ncursions in the West Bank, 7 ones in occupied East Jerusalem. Arrrest of more 40 Palestinia civilians, including 6 children and 1 woman.
Noam Chomsky: Hillary Clinton fears the BDS
BRASIL
FORA, TEMER!
Noam Chomsky sobre o golpeachment
Noam Chomsky sobre o golpeachment
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