O cartoon ao lado está bombando nas redes sociais do Egito. Que, diga-se de passagem, está vivendo o pior momento de sua história contemporânea.
O filósofo francês Henri Bergson dizia que O olho enxerga o que a mente está preparada para entender. Talvez daí venham os erros de projeção analítica da imprensa e da diplomacia estrangeira em relação ao Egito, e de forma geral, aos eventos mal-antecipados inclusive localmente.
Eu também erro porque sou humana. Mas, modéstia às favas, erro menos do que a maioria. Pois, além de ter estudado pra danar, sou picuinha, tento sempre entender o que não vejo. Procuro sempre o leão invisível na fotografia mas que está lá, sei, agachado no mato pronto para o ataque ao menor sinal de ameaça ou quando quer e precisa alimentar-se.
Assim é a natureza. Assim é a sociedade em que vivemos.
Acerto a maioria das minhas análises por causa disso. Desta teimosia que me marginaliza no meio dos que veem o que está na cara e negligenciam o que está escondido - ora por comodismo, ora por partidarismo, ora por ignorância histórica.
Ora também porque a tendência natural de um analista é "prever" o que lhe parece mais adequado e melhor para o lugar, para as pessoas envolvidas e as possibilidades do momento histórico.
O problema é que os protagonistas da história em curso nem sempre ou raramente têm o bom senso dos que estão de fora.
O sucesso do cartoon acima é porque, de repente, a população inteira que hoje detesta o primo-irmão-vizinho que pensa diferente - Irmandade Muçulmana e oponentes - só concorda em um ponto. Estão todos convencidos que as potências ocidentais, sobretudo EUA, Inglaterra e Israel, estão ajudando o adversário do momento.
A sociedade egípcia está dividida, famílias partidas, amizades rompidas.
A "diplomacia" desses países acima erraram tanto em suas declarações e ações, que conseguiram alienar gregos e troianos. Hoje, no Egito, os únicos amigos destes países são os militares que precisam deles.
Nunca se viu no Egito tanta xenofobia, tamanha raiva dos estrangeiros, ocidentais, e até dos refugiados palestinos que lá vivem há tempos.
Os jornalistas, como sempre, pagam o pato pelo mal-entendido. Talvez porque, no fundo, a culpa seja nossa de dar informações baseadas no que nossa mente está querendo aceitar e não no fato como ele (não) se apresenta.
Foi o que aconteceu em relação ao Iraque, Síria, e agora Egito.
Com o Iraque, a antipatia geral por Saddam Hussein era tanta que a imprensa preferiu engolir as mentiras das armas químicas oferecidas por Tony Blair e George W. Bush do que questioná-la e procurar a verdade em Bagdá, na fonte. Combati a invasão, disse que duvidava da existência de armas químicas, e que o Iraque não estava maduro o suficiente para "perder" Saddam Hussein. Os fatos provaram que eu estava certa do começo ao fim. Inclusive na desordem sectária incontrolável que seguiria e persiste.
Com a Síria, a antipatia pelos Assad pai e filho também embaçou o julgamento da grande maioria e continua embaçando o de muitos. Quando disse há dois anos que a revolta não era popular, que havia extremistas estrangeiros demais infiltrados entre os "rebeldes", que a Síria estava caminhando para um desastre, os "humanistas" me olhavam ressabiados. Era como se eu tivesse virado a casaca das causas humanitárias e virado direitista. O tempo e o óbvio mostraram que eu estava certa. Ruim com Assad, pior em ele. Espero que os ocidentais caiam na real e incitem os "rebeldes" divididíssimos pela sede de poder a admitir o óbvio e deixá-lo fazer as reformas que promete.
Com o Egito foi um pouco o mesmo. A reticência de reconhecimento Ocidental (leia-se EUA) do fim de Hosni Mubarak facilitou a vitória da Irmandade Muçulmana nas eleições presidenciais.
Mas a culpa não é apenas dos Estados Unidos. Não diretamente, é claro.
No caso do Egito, todos os protagonistas oficiais se super-estimaram.
Durante os primeiros meses após a derrubada de Mubarak foram os militares.
Fizeram tudo para marginalizar os democratas, a juventude revolucionária que exigia mudanças imediatas. E colheram a radicalização que semearam.
Depois foi o presidente eleito Mohamed Morsi e a Irmandade Muçulmana que ele representava. Ignorantes do processo democrático por jamais o terem experimentado, interpretaram uma vitória eleitoral apertada como um mandato para reinarem solitários. Deram murro em ponta de faca, Morsi achou que mantinha os generais no laço, e deu com os burros n'água.
Em seguida os militares voltaram a errar quando deram o golpe no dia 03 de julho e quando procederam ao massacre do dia 14 de agosto. Em vez de engajar um diálogo, apostaram e continuam apostando na eliminação permanente da Irmandade Muçulmana, como se ainda fossem capazes, e da oposição que não lhes for favorável.
Só para lembrar, a Irmandade Muçulmana foi dissolvida em 1954, mas registrou-se como ONG em março em resposta a contestação jurídica de sua legalidade. Foi fundada em 1928 e tem uma representação política registrada como Freedom and Justice Party, que elegeu Morsi.
A nova ideia do primeiro ministro "interino" Hazem el-Beblawi de dissolver a Irmandade Muçulmana como fizera Hosni Mubarak é, no mínimo, um tiro no escuro. E o que vão fazer com os milhares de simpatizantes cujas asas cresceram durante o governo Morsi e dos revoltados com os mortos?
Os governos ocidentais também querem livrar-se dela, da Irmandade Muçulmana, e por isso a mídia só ouviu e transmitiu de imediato a "queda" de Morsi em vez de "golpe" contra o Presidente eleito.
Eu fui um dos poucos jornalistas a dar nome aos bois de imediato. Por que os demais se calaram e repetiram a lenga lenga de Washington?
Voltando à Irmandade Muçulmana, o paradoxo de sua diabolização no Egito é que é o mesmo partido que os mesmos ocidentais apoiam na Síria contra Bashar el-Assad. Não por achá-la democrática e viável, é claro, mas por miopia. Pelo imdediatismo corrosivo que caracteriza a diplomacia e a "Inteligência" gringa.
Primeiro, tirar o inimigo de Israel de Damasco. Depois, lidar com os estragos causados pelos novos donos do poder que foram apoiados.
Não se há de esquecer que o pai de Bashar, Hafez el-Assad, expulsou a Irmandade do país há mais de três décadas e a "revolta" que começou há dois anos foi justamente desta organização que queria recuperar os direitos que o Partido Ba'ath lhes retirara. A derrubada de Assad era vontade polítco-democática de uma minoria de jovens. A vontade da maioria dos rebeldes é tomar o poder pura e simplesmente para fazer, certamente, o mesmo que Assad. E se forem/fossem os religiosos, de maneira ainda mais sectária.
Trocando em miúdos, a situação no Egito está como estava na semana do golpe. (Des)controlada pelo general Abdul-Fattah al-Sisi junto com sua cúpula de generais e policiais da era de Hosni Mubarak.
Quando Mohamed el-Baradei, Prêmio Nobel por sua atuação exemplar na International Atomic Energy Authority, aceitou o cargo no governo transitório recém-formado por Sissi, perguntei-me quanto tempo conseguiria ficar e como ele, tão lúcido, embarcara nessa história turva. Como era de se esperar, Baradei não durou muito. Demitiu-se logo que caiu na real. O General dos generais, Sisi, substituiu os governadores eleitos das principais, e até menos importantes, províncias para nomear para os cargos governadores "biônicos". Dez generais de reserva reativados e dois responsáveis pela polícia da era Mubarak. Diante disso, até cego enxerga o significado.
Se isto não for ditadura, alguém tem de me explicar quando a nomenclatura de autoritarismo foi mudada.
Quem conhece um pouquinho da história do Egito, sabe que o Exército só deixa correr águas em seu manancial, que caiam em sua represa e fiquem lá, bem guardadas. Sabe também que a ideologia que reina no meio dos oficiais do Cairo é a formatada nas escolas militares que eles frequentaram. Acho que não preciso dizer onde estão localizadas.
Nas intervenções armadas dos últimos dias, os soldados assistiam de camarote os policiais fazerem o trabalho sujo de atirar nos simpatizantes da Irmandade Muçulmana. Simpatizantes que, diga-se de passagem, embora estejam caindo aos montes sob as balas da polícia, também não estão com as mãos limpas. Vê-se alguns armados e atirando à vontade.
E para concluir, o general Sisi está cometendo um erro enorme reprimindo com tal violência. Não apenas pelas vidas que está tirando e o sofrimento que está causando, mas por uma razão política que não pode ser negligenciada. Cada homem que cai sob a bala da polícia vira um mártir a mais na lista da Irmandade Muçulmana.
Aliás, talvez um dia sem mortos até deixe os líderes da Irmandade Muçulmana decepcionados. Pois lhes faltaria munição para se vitimizarem.
Quanto mais cedo a repressão parar, menos gente engrossará as passeatas e mais depressa poder-se-á resolver a revolta com diálogo.
Com a restituição da democracia seria mais rápido.
Porém, com democracia ou ditadura, banir a Irmandade Muçulmana seria um erro. Não precisa ser grande agente secreto de um grande Serviço de Inteligência para saber que o inimigo clandestino é muito mais perigoso do que o visível.
O filósofo francês Henri Bergson dizia que O olho enxerga o que a mente está preparada para entender. Talvez daí venham os erros de projeção analítica da imprensa e da diplomacia estrangeira em relação ao Egito, e de forma geral, aos eventos mal-antecipados inclusive localmente.
Eu também erro porque sou humana. Mas, modéstia às favas, erro menos do que a maioria. Pois, além de ter estudado pra danar, sou picuinha, tento sempre entender o que não vejo. Procuro sempre o leão invisível na fotografia mas que está lá, sei, agachado no mato pronto para o ataque ao menor sinal de ameaça ou quando quer e precisa alimentar-se.
Assim é a natureza. Assim é a sociedade em que vivemos.
Acerto a maioria das minhas análises por causa disso. Desta teimosia que me marginaliza no meio dos que veem o que está na cara e negligenciam o que está escondido - ora por comodismo, ora por partidarismo, ora por ignorância histórica.
Ora também porque a tendência natural de um analista é "prever" o que lhe parece mais adequado e melhor para o lugar, para as pessoas envolvidas e as possibilidades do momento histórico.
O problema é que os protagonistas da história em curso nem sempre ou raramente têm o bom senso dos que estão de fora.
O sucesso do cartoon acima é porque, de repente, a população inteira que hoje detesta o primo-irmão-vizinho que pensa diferente - Irmandade Muçulmana e oponentes - só concorda em um ponto. Estão todos convencidos que as potências ocidentais, sobretudo EUA, Inglaterra e Israel, estão ajudando o adversário do momento.
A sociedade egípcia está dividida, famílias partidas, amizades rompidas.
A "diplomacia" desses países acima erraram tanto em suas declarações e ações, que conseguiram alienar gregos e troianos. Hoje, no Egito, os únicos amigos destes países são os militares que precisam deles.
Nunca se viu no Egito tanta xenofobia, tamanha raiva dos estrangeiros, ocidentais, e até dos refugiados palestinos que lá vivem há tempos.
Os jornalistas, como sempre, pagam o pato pelo mal-entendido. Talvez porque, no fundo, a culpa seja nossa de dar informações baseadas no que nossa mente está querendo aceitar e não no fato como ele (não) se apresenta.
Foi o que aconteceu em relação ao Iraque, Síria, e agora Egito.
Com o Iraque, a antipatia geral por Saddam Hussein era tanta que a imprensa preferiu engolir as mentiras das armas químicas oferecidas por Tony Blair e George W. Bush do que questioná-la e procurar a verdade em Bagdá, na fonte. Combati a invasão, disse que duvidava da existência de armas químicas, e que o Iraque não estava maduro o suficiente para "perder" Saddam Hussein. Os fatos provaram que eu estava certa do começo ao fim. Inclusive na desordem sectária incontrolável que seguiria e persiste.
Com a Síria, a antipatia pelos Assad pai e filho também embaçou o julgamento da grande maioria e continua embaçando o de muitos. Quando disse há dois anos que a revolta não era popular, que havia extremistas estrangeiros demais infiltrados entre os "rebeldes", que a Síria estava caminhando para um desastre, os "humanistas" me olhavam ressabiados. Era como se eu tivesse virado a casaca das causas humanitárias e virado direitista. O tempo e o óbvio mostraram que eu estava certa. Ruim com Assad, pior em ele. Espero que os ocidentais caiam na real e incitem os "rebeldes" divididíssimos pela sede de poder a admitir o óbvio e deixá-lo fazer as reformas que promete.
Com o Egito foi um pouco o mesmo. A reticência de reconhecimento Ocidental (leia-se EUA) do fim de Hosni Mubarak facilitou a vitória da Irmandade Muçulmana nas eleições presidenciais.
Mas a culpa não é apenas dos Estados Unidos. Não diretamente, é claro.
No caso do Egito, todos os protagonistas oficiais se super-estimaram.
Durante os primeiros meses após a derrubada de Mubarak foram os militares.
Fizeram tudo para marginalizar os democratas, a juventude revolucionária que exigia mudanças imediatas. E colheram a radicalização que semearam.
Depois foi o presidente eleito Mohamed Morsi e a Irmandade Muçulmana que ele representava. Ignorantes do processo democrático por jamais o terem experimentado, interpretaram uma vitória eleitoral apertada como um mandato para reinarem solitários. Deram murro em ponta de faca, Morsi achou que mantinha os generais no laço, e deu com os burros n'água.
Em seguida os militares voltaram a errar quando deram o golpe no dia 03 de julho e quando procederam ao massacre do dia 14 de agosto. Em vez de engajar um diálogo, apostaram e continuam apostando na eliminação permanente da Irmandade Muçulmana, como se ainda fossem capazes, e da oposição que não lhes for favorável.
Só para lembrar, a Irmandade Muçulmana foi dissolvida em 1954, mas registrou-se como ONG em março em resposta a contestação jurídica de sua legalidade. Foi fundada em 1928 e tem uma representação política registrada como Freedom and Justice Party, que elegeu Morsi.
A nova ideia do primeiro ministro "interino" Hazem el-Beblawi de dissolver a Irmandade Muçulmana como fizera Hosni Mubarak é, no mínimo, um tiro no escuro. E o que vão fazer com os milhares de simpatizantes cujas asas cresceram durante o governo Morsi e dos revoltados com os mortos?
Os governos ocidentais também querem livrar-se dela, da Irmandade Muçulmana, e por isso a mídia só ouviu e transmitiu de imediato a "queda" de Morsi em vez de "golpe" contra o Presidente eleito.
Eu fui um dos poucos jornalistas a dar nome aos bois de imediato. Por que os demais se calaram e repetiram a lenga lenga de Washington?
Voltando à Irmandade Muçulmana, o paradoxo de sua diabolização no Egito é que é o mesmo partido que os mesmos ocidentais apoiam na Síria contra Bashar el-Assad. Não por achá-la democrática e viável, é claro, mas por miopia. Pelo imdediatismo corrosivo que caracteriza a diplomacia e a "Inteligência" gringa.
Primeiro, tirar o inimigo de Israel de Damasco. Depois, lidar com os estragos causados pelos novos donos do poder que foram apoiados.
Não se há de esquecer que o pai de Bashar, Hafez el-Assad, expulsou a Irmandade do país há mais de três décadas e a "revolta" que começou há dois anos foi justamente desta organização que queria recuperar os direitos que o Partido Ba'ath lhes retirara. A derrubada de Assad era vontade polítco-democática de uma minoria de jovens. A vontade da maioria dos rebeldes é tomar o poder pura e simplesmente para fazer, certamente, o mesmo que Assad. E se forem/fossem os religiosos, de maneira ainda mais sectária.
Trocando em miúdos, a situação no Egito está como estava na semana do golpe. (Des)controlada pelo general Abdul-Fattah al-Sisi junto com sua cúpula de generais e policiais da era de Hosni Mubarak.
Quando Mohamed el-Baradei, Prêmio Nobel por sua atuação exemplar na International Atomic Energy Authority, aceitou o cargo no governo transitório recém-formado por Sissi, perguntei-me quanto tempo conseguiria ficar e como ele, tão lúcido, embarcara nessa história turva. Como era de se esperar, Baradei não durou muito. Demitiu-se logo que caiu na real. O General dos generais, Sisi, substituiu os governadores eleitos das principais, e até menos importantes, províncias para nomear para os cargos governadores "biônicos". Dez generais de reserva reativados e dois responsáveis pela polícia da era Mubarak. Diante disso, até cego enxerga o significado.
Se isto não for ditadura, alguém tem de me explicar quando a nomenclatura de autoritarismo foi mudada.
Quem conhece um pouquinho da história do Egito, sabe que o Exército só deixa correr águas em seu manancial, que caiam em sua represa e fiquem lá, bem guardadas. Sabe também que a ideologia que reina no meio dos oficiais do Cairo é a formatada nas escolas militares que eles frequentaram. Acho que não preciso dizer onde estão localizadas.
Nas intervenções armadas dos últimos dias, os soldados assistiam de camarote os policiais fazerem o trabalho sujo de atirar nos simpatizantes da Irmandade Muçulmana. Simpatizantes que, diga-se de passagem, embora estejam caindo aos montes sob as balas da polícia, também não estão com as mãos limpas. Vê-se alguns armados e atirando à vontade.
E para concluir, o general Sisi está cometendo um erro enorme reprimindo com tal violência. Não apenas pelas vidas que está tirando e o sofrimento que está causando, mas por uma razão política que não pode ser negligenciada. Cada homem que cai sob a bala da polícia vira um mártir a mais na lista da Irmandade Muçulmana.
Aliás, talvez um dia sem mortos até deixe os líderes da Irmandade Muçulmana decepcionados. Pois lhes faltaria munição para se vitimizarem.
Quanto mais cedo a repressão parar, menos gente engrossará as passeatas e mais depressa poder-se-á resolver a revolta com diálogo.
Com a restituição da democracia seria mais rápido.
Porém, com democracia ou ditadura, banir a Irmandade Muçulmana seria um erro. Não precisa ser grande agente secreto de um grande Serviço de Inteligência para saber que o inimigo clandestino é muito mais perigoso do que o visível.
HOW DID this come about? How did a glorious revolution turn into this disgusting spectacle?
How did the millions of happy people, who had liberated themselves from a brutal dictatorship, who had breathed the first heady whiffs of liberty, who had turned Liberation Square (that’s what Tahrir means) into a beacon of hope for all mankind, slide into this dismal situation?
In the beginning, it seemed that they did all the right things. It was easy to embrace the Arab Spring. They reached out to each other, secular and religious stood together and dared the forces of the aging dictator. The army seemed to support and protect them.
But the fatal faults were already obvious, as we pointed out at the time. Faults that were not particularly Egyptian. They were common to all the recent popular movements for democracy, liberty and social justice throughout the world, including Israel.
These are the faults of a generation brought up on the “social media”, the immediacy of the internet, the effortlessness of instant mass communication. These fostered a sense of empowerment without effort, of the ability to change things without the arduous process of mass-organization, political power-building, of ideology, of leadership, of parties. A happy and anarchistic attitude that, alas, cannot stand up against real power.
When democracy came for a glorious moment and fair elections were in the offing, this whole amorphous mass of young people were faced with a force that had all they themselves lacked: organization, discipline, ideology, leadership, experience, cohesion.
The Muslim Brotherhood."
Uri Avnery
Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul, envergonha o Brasil com seus negócios milionários com Israel. Contratos de armas e em outras áreas, como mostra o cartoon ao lado. O que será que ele ganha nessa jogada de apoio à limpeza étnica da Palestina?
Aliás, o Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros mais "próximos" de Israel. O que é uma surpresa, já que os gauchos primam pela consciência.
Dê uma lida no artigo abaixo e veja quão amoral é este político gaucho.
"Tarso Genro, governor of Rio Grande do Sol in Brazil, concluded a deal to develop a huge Israeli military technology center in Porto Alegre over the past few weeks. One day before signing the contract with the arms company Elbit, Genro was in the occupied West Bank, where he witnessed first-hand the oppression on which Israel’s weapons industry thrives.
Perhaps even more painful than the signing of the deal itself are the arguments he later gave to “defend” his action. It was very sad to see Genro stating — in an interview with the Brazilian publication Opera Mundi — that international law and human rights are not criteria for international commercial relations.
Confronted with Elbit’s track record of violations of human rights and international law, Genro argued that “It is not possible to decide on technological options, at [the] national or regional level, based on this criteria.” He added that “Ethics in global commercial relations is defined by national interests” (“Despite cricisim, Tarso Genro signs agreement with Israeli military,” 29 April 2013 [português]).
This argument flies in the face of the Brazilian constitution, which affirms the prevalence of human rights in international relations. It is also legally wrong. A vast body of legal analysis, UN guidelines and resolutions underscore that state and state institutions are obliged to respect and ensure respect for international law.
Elbit is profiting from the construction of Israel’s settlements and its wall in the West Bank, both of which are considered war crimes. Because of this involvement in violations of international law, Elbit is subject to a global campaign to stop contracts and investments in it.
In his interview with Opera Mundi, Genro defended the deal as an issue of national interest. The same argument was brought forward in the 1970s and early ’80s by the apartheid regime in South Africa and its allies in the UK and the US. Margaret Thatcher did not want to force UK companies to give up on the profits reaped from apartheid. Yet, by the 1990s, the global boycott movement had cost these companies a high economic price and US companies are still being sued for reparations in US courts."
Jamal Juna, coordenador da ONG palestina Stop the Wall.
Você faz parte realmente de um seleto grupo "marginalizado" de jornalistas que possuem o que chamam de "pensamento crítico" sobre os eventos em pauta(mesmo que eu discorde de algumas poucas análises em especial sobre o governo sírio já exposto em artigos anteriores)que eu não vejo em jornalistas brasileiros especialmente de blogs que falam sobre o oriente médio.
ResponderExcluirIsso posto,farei uma provocação com a citação "O golpe que não foi um golpe".
Explico:Morsi apesar de ter sido eleito democraticamente,aliás,em uma eleição suspeitíssima,governou ditatorialmente atendendo interesses apenas de seu partido.Mas o mais importante é que quando as forças políticas,judiciárias,sociais,militares e a grande maioria do povo concordam em tirá-lo do poder em minha modesta opinião não vejo isso como golpe e sim como uma deposição legítima.Soma-se a isso o fato de que Sisi avisou-o do que estava em curso e aconselhou-o a mudar sua postura mas Morsi além de não têlo ouvido a IM se recusou a fazer um mea culpa após ter sido-lhe tirado o poder recusando a participar do novo processo partindo para o confronto.
É lógico que concordo com as suas ponderações sobre como deveriam agir as forças militares para conter a IM mas para registro:
Os pacíficos(sic) apoiadores da IM queimaram até agora 17 igrejas cristãs por todo o Egito e mataram mais de 50 oficiais egípicios.Não vi nenhuma mídia ocidental enxergar esses leões invisíveis e quem sabe vc seja a primeira.
O ponto mais importante disso tudo é que em meio a essa queda de braço entre os militares e a IM,supostamente alimentado pelos interesses usa-israelense, surja dentro do grupo responsável pela transição uma liderança política comprometida com os interesses primeiro do povo e não tenho dúvidas de que USA e Israel farão de tudo pra que isso não aconteça.