Dizem que no verão ninguém tem vontade de ler coisas sérias porque pensar também dá trabalho. Eu não concordo com esta teoria, mas não deixo de respeitar os que nesta época do ano só querem consumir cultura e informação descartáveis, até um certo ponto.
A matéria de hoje é para lembrar estes e os demais (que precisam de alimento cerebral quotidiano) algo bem simples para fechar o ciclo hídrico.
Podemos comer o que quisermos, podemos ler ou estudar o que conseguirmos, mas o corpo e o cérebro só assimilarão a comida e o conhecimento se dispuserem de água suficiente para transportar uma e outro e fixá-los nas nossas células locomotivas.
Portanto, sem água para irrigar o cérebro, pensar é mesmo cansativo.
Talvez você já saiba que nasceu com 90% de água no corpo e na idade adulta a proporção diminuiu a imperiosos setenta por cento. Sem esta água nada em nós funcionaria já que os olhos são compostos de 95%, o cérebro 75%, o coração 75%, os pulmões 86%, o sangue 83%, os ossos 22%, os rins 82%, o fígado 70%, os músculos 76%, a pele 70%, os tecidos 60% e a gordura 20%. Morremos com apenas cinquenta por cento de água no organismo.
Vamos nos desidratando paulatinamente entre o nascimento e o último suspiro. Daí a maciez da pele das crianças e a aspereza da de um centenário.
A água é o mais importante dos seis nutrientes básicos que necessitamos para que o corpo e o cérebro estejam em harmonia com as exigências do dia a dia. Ela é responsável pelo nosso bem estar em todos os sentidos porque ajuda a digestão e a distribuição de oxigênio, remove as toxinas, transporta os nutrientes e aumenta sua absorção, lubrifica as juntas, regula a temperatura do corpo, gera energia celular e melhora o sistema imunitário.
Segundo os especialistas, quem é disciplinado e pode se dar ao luxo de tomar regularmente nove copos de água (dois litros) diários tem mais energia do que só quem toma a metade. A irrigação física quotidiana também aguça as faculdades mentais e físicas, leva à perda de peso, reduz o estress, a ansiedade, a depressão, dores de cabeça e tonturas, previne infarto e premeia a pessoa disciplinada com menos rugas e uma pele mais macia.
Eles dizem também que mesmo sem uma transpiração visível, quase a metade da perda de água ocorre durante as operações regulares dos pulmões e da pele. Precisamos de um copázio d’água diário só para conseguir respirar, e um corpo bem hidratado facilita o efeito de medicamentos.
Quando o corpo não está hidratado o suficiente, responde levando água para os órgãos vitais e é aí que aparece a sensação de sede. Quem não tem como saciá-la vai perdendo energia e os órgãos vão falhando até perder a vida. O prazo para o coração parar de bater é de três a sete dias.
E para quem tem filho e quer expô-lo ao sol, lembre-se antes que refrigerante diminui o ritmo de absorção da água do estômago. Daí a sensação de que “só água mata a sede”. Guaraná é bom, mas para evitar desidratação é melhor uma latinha de guaraná e muita água.
Outra coisa, pode comprar águas minerais caríssimas se puder e fizer questão de consumi-las, mas saiba que elas não lhe darão nenhum complemento nutricional além dos que saem da torneira. Aliás, se as garrafas forem transportadas debaixo de sol causticante, durante longo tempo e em viagem chacoalhada, a água pode até chocar, já que é constituída de matéria viva.
Procurei saber disto tudo porque eu mesma tenho muita dificuldade em tomar água antes de ficar com sede, embora as repetidas conversas com especialistas já tenham me convencido que é isto que me mantém viva, com vitalidade e capacidade intelectual mínima.
Espero que além de entender que manter um nível de hidratação adequado é essencial para a regulação das suas funções mentais e fisiológicas normais, você tenha a disciplina de no verão aumentar seu consumo de água. Dois copos por dia a mais bastam para regular o organismo. E como a água não contém gordura, proteína nem carboidratos, ela não tem nenhuma caloria.
A água é mesmo uma maravilha. Nela tudo é lucro. Sem desperdício.
Feliz 2011! com saúde, amor, prosperidade e harmonia.