domingo, 1 de setembro de 2013

Síria, EUA e a hipocrisia do "morally obscene"

Putin's wall, Obama's fall, manchete do jornal russo "Pravda" do dia 06/09 

O presidente dos Estados Unidos Barack Obama recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2009 por "extraordinary efforts to strengthen international diplomacy and cooperation between people." Na época foi surpresa generalizada e até Obama ficou com vergonha da honra extremamente precipitada, considerando seu governo espião e militarizado. 
Na semana passada o chefe da Comissão das Relações Exteriores da Duma (parlamento russo) Alexei Pushkov sugeriu no dia 30 de agosto que o Presidente dos Estados Unidos fosse destituído de seu Nobel se bombardeasse a Síria.
"If the United States strike Syria without a sanction from the UN, the world community must demand the Nobel committee should deprive Obama of the Peace Prize."
Pois é...

O recuo de Obama era previsível. Por causa da incerteza do responsável do ataque de arma química mas sobretudo por causa de Vladimir Putin. Vladivostok estava tão cheia de jornalistas quanto Washington. Pois o "Tzar" russo era quem realmente detinha a resposta, era ele cujas palavras determinariam se os Estados Unidos teriam ou não coragem de fazer mais uma besteira histórica.
Putin falou, água parou, Obama recuou.
Os damascenos e os sírios que se refugiaram na capital para serem protegidos dos estupros, atques e pilhagens dos "rebeldes" respiraram aliviados. Aliás, se diziam prontos a resistir em defesa da pátria.
Então quem mesmo era que Barack Obama e o Tony Blair da década de dez, presidente da França François Hollande, querem socorrer de Bashar el-Assad?
A resposta na Síria é clara: ninguém quer bombardeio; o problema é nosso e não dos estrangeiros.
Quem quer bombardeio são os que estão fora puxando as rédeas e dando corda.
Quem anda apoiando o bombardeio da Síria baseado em comunicados de imprensa dos Estados Unidos de arma química e ações "moral obscene", está, no mínimo, sendo ingênuo.
Vamos aos fatos. Por etapas.
Os investigadores da ONU não encontraram absolutamente nada que prove o uso do gás "sarin" ou outro do gênero. A análise vai demorar no mínimo duas semanas, com boa vontade e trabalhando sem parar. 
E como o subúrbio cujos casos clínicos foram detetados foi bombardeado concomitantemente, segundo os próprios moradores do local, pelo Exército e por oponentes para-militares, é impossível afimar com certeza quem foi autor do atentado.
(É bem provável que tenham sido os extremistas estrangeiros infiltrados entre os "rebeldes" sírios.)
Só poderiam ter prova cabal do autor se um satélite-espião estivesse passando naquela hora, naquela região, e tivesse fotografado o local exato de lançamento e aterrissagem do foguete que continha o gás. Não é o caso. Se fosse, e se houvesse prova contra Assad, já teriam sido mostradas. Com certeza.
Mas com a tecnologia moderna, até imagens podem ser fabricadas. Para estas, há de se esperar o próximo comunicado dos EUAM, se tiverem coragem de frabricá-las.

Falando em comunicado, entre os vários hiláricos, se a questão não fosse tão grave, houve a tal prova anunciada pelos Estados Unidos de intercepted phone call.
O mundo todo sabe que eles espionam toda gente. Mas daí a acreditar na mesma estória já usada e mentirosa, é subestimar demais a inteligência dos demais ocidentais.
Quem é bem-informado e tem memória deve se lembrar que este foi o mesmo coelho negro que o então Secretary of State Collin Powell tirou da cartola gringa na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Em 2003, os EUA usaram esta "prova" infame para impor a invasão do Iraque.
"I cannot tell you everything that we know. But what I can share with you, when combined with what all of us have learned over the years, is deeply troubling." Foi a declaração vergonhosa de Powell na época.
O Conselho de Segurança negou, mas os Estados Unidos e a Grã-Bretanha - ou melhor, George W. Bush e Tony Blair - assim mesmo partiram ilegalmente em campanha.
Os dois homens são responsáveis pela morte de dezenas de milhares de iraquianos, de atos bárbaros, e de múltiplos danos e estragos; mas não foram parar na Háguia.
O Tribunal da Háguia julgou Slobodan Milosevic por atos similares - a defesa do ex-Presidente sérvio pelas ordens que deu durante a guerra era que estava defendendo sua pátria dos vizinhos rebeldes.
Os rebeldes que Bush e Blair atacaram nem vizinhos eram.
Os que Barack Obama quer atacar com a cumplicidade do presidente da França François Hollande - que lhe deve um favor com o apoio recebido ao seu recente ataque e invasão do Mali - está a milhares de quilômetros do nosso continente, mas embora não seja vizinho, está pertinho da França. Talvez seja por isso que a maioria dos franceses desaprovam esta ingerência cujas consequências temem.

E quem seriam os culpados por este crime de uso de arma química?
Não em Washington, mas em Damasco, rolam vários boatos sobre os responsáveis potenciais, caso o gás tenha realmente sido jogado.
Do meu lado, olho, ouço e aplico a investigação política que é como a da polícia em vários aspectos. Um deles é tentar responder à pergunta Quem lucra com o crime?

Bashar el-Assad?
Nada. Só perde.
Para desafiar os EUA, como leu-se ali e acolá? Que besteira. Quem tem os problemas internos do tamanho dos de Bashar não se ocupam  de megalomania alheia.
O que lhe tira o sono são os milhares de "rebeldes" extremistas estrangeiros que tem de combater se quiser manter-se e salvar seu país de um futuro negro.
Como disse Vladimir Putin, seria "utter nonsense" para um governo usar tal tática em uma guerra que está vencendo. Pois é um fato inegável: Bashar está para cantar vitória, a calma voltar e os refugiados retornarem os lares despojados dos bens que deixaram.
Além do mais, o gás em questão só atingiu civis e soldados do Exército regular. Nenhum "rebelde" foi afetado.... Por que será? A bom entendedor,...

Os grupos rebeldes oficiais?
Será que os EUA são tão míopes a ponto de fornecer gás a pessoas que poderiam em seguida usá-lo contra Israel? Pouco provável.
Mas não se exclui este ato ignóbil de agentes infiltrados para realizar os atentados e pôr culpa em Assad.
Entregar uma ou duas bombas cheias de gás em vez de munição regular é fácil e indetectável.
http://youtu.be/U10D0-wiJ8A

Os "rebeldes" estrangeiros extremistas?
Não é descartável. Podem contrabandear o gás e usá-lo para desacreditar ainda mais Assad. E como não são sírios, ou os que são estão convencidos de ter razão religiosa absoluta, não têm nenhuma preocupação com a população local.

Mas se o ataque tivesse sido obra das tropas oficiais, murmura-se off the record, que teria sido de iniciativa de Maher, irmão de Bashar e comandante da potente Quarta Brigada.
(A frase acima está no condicional porque estes rumores são fraquíssimos e sem fundamento. Sem confirmação física nem verbal de nenhum militar. Fala-se em Maher porque todos têm certeza que Bashar jamais minaria seu próprio terreno estando com a vitória assegurada.) 
Maher foi preterido pelo pai na hora da sucessão, apesar de Bashar não ter nem vontade nem vocação militar e Maher ter até demais. O caçula da família foi preterido porque tem péssimo gênio. É um temperamental notório. Seu "estopim curto" sempre deu pano pra manga. Ele e a família da viúva de Hafez e mãe de ambos. Mancomunado com a família da mãe Aniseh, sobretudo com seu primo Rami Maklouf, Maher montou um império de negócios legítimos e menos legítimos na Síria, no Líbano e em Dubai. Razão pela qual a mãe e a irmã, duas mulheres terríveis, abandonaram o navio e se mudaram para Dubai no início de 2013 onde vivem vida de nababas.
Voltando a Maher, é irmão e rival de Bashar. Sua ambição é incomensurável. Não me surpreenderia que estivesse, através da mãe e irmã em Dubai, mexendo os pauzinhos nas costas de Bashar para tomar seu lugar. Como os genros de Saddam Hussein fizeram em Amam com a CIA.
A ironia da História em casos desse tipo é que é Bashar que ficará com a fama de déspota sanguinário.
Com o dinheiro e o poder tentacular de Maher nos países árabes e até ocidentais, vai sair por cima qualquer que seja o desfecho deste capítulo sangrento sírio. Se sobreviver. No ano passado foi alvo de um atentado dos "rebeldes", a mídia o deu por morto, mas estava em Moscou sendo tratado. Voltou à ativa e continua sendo um dos alvos prioritários dos para-militares.

Passemos à hipocrisia do título, das grandes palavras que a Casa Branca gosta de usar - "morally obscene", "red line",  quando quer justificar o injustificável.
Primeiro, quem tem autoridade para traçar "red lines" além do Tribunal da Háguia?
Que eu saiba, ninguém, pois os promotores e os juízes estrangeiros desta guerra civil e do uso criminoso de arma química são os mesmos que são coniiventes com a invasão da Linha Verde que delimita Israel/Palestina e que pisotearam a tal "linha vermelha" em outras circunstâncias, em outros lugares, com estes e outros meios.
Sempre fora de suas fronteiras, é claro. Com vidas que, a seu ver, eram "expendable". Como chamam as vidas que tiram na defesa de suas próprias causas.
Continuo contra a intervenção militar unilateral na Síria porque as consequências serão catastróficas e infinitas.
Vide o Afeganistão, bombardeado por vingança contra Bin-Laden (que é saudita, lembre-se de passagem), para "liberar as mulheres do jugo dos taliban". Foi a desculpa "ética" dada mais tarde.
Resultado para o país "salvo": Guerra interminável e as mulheres em questão não estão nada gratas.
Resultado para os EUA e aliados: Pilhagem de recursos naturais afegãos já aqui citados e controle do conduto de petróleo. 
Vide também a intervenção no Iraque porque Saddam Hussein estava "prestes" a usar armas químicas (contra quem?) que nunca foram encontradas.
Resultado para o país: um povo rasgado e mergulhado no abismo de uma guerra civil sectária interminável.
Resultado para os EUA e os 1% de bilionários que elegem seu presidente, um elefante imóvel estadunidense onipresente - o complexo militaro-diplomático-empresarial de 440.000 km², à beira do rio Tigre (para controlar a água), e para proteger os "negociantes" estrangeiros que pilham o que tem valor no Iraque.

Quanto ao uso "morally obscene" de arma química... Peraí!
Não foram os Estados Unidos que forneceram esta arma terrívela Saddam Hussein para que ele combatesse o Irã do aiatolá Khomeini na década de Oitenta?
Não foram os Estados Unidos que usaram Napalm no Vietnã a torto e a direito impunemente?
Não foram os Estados Unidos que usaram Fósforo branco, arma química terrível, em novembro de 2004 em Fallujah, no Iraque para dominar a cidade?
Não foi Israel, afilhado dos Estados Unidos, que usou a mesma arma química várias vezes no Líbano e na Faixa de Gaza com horríveis resultados em centenas de crianças?
Não é Israel que anda pesquisando uma arma química mais "cosmética" para usar nos palestinos?
Ah! Arma química só é morally obscene quando é usada pelos Estados Unidos, seus aliados e seu afilhado.
Entendo, mas onde é mesmo que está a moral?
E quem usa tem moral para punir outro infrator pelo mesmo ato?
Falando nisso, não há base legal para a punição pela ONU porque a Síria não assinou o tratado de não-uso de arma química. Assinado pelos EUA e Israel que usam sem serem questionados.
O uso de arma química é sim amoral, qualquer que seja o utilizador.

Porém, para o bem da Terra e de nós terrestres, os Estados Unidos não podem mais ser os policiais, promotores e juízes do mundo.
Há de se refutar suas tentativas de justificar intervenções militares com encenações e expressões típicas dos EUA - "morally obscene", "crossed a red line". Que como disse seriam risíveis se não houvesse tantas vidas em jogo em Damasco hoje e sabe-se lá quantos anos ou décadas mais. Vide o estado atual da Líbia e do Iraque pós-intervenção "humanitária".
Humanitária que nada.
Há um ano Kofi Annan apresentou saída diplomática viável que os Estados Unidos recusaram por miopia, picuínha com a Rússia e razões obscuras.
Se Barack Obama estivesse interessado em resolver o problema em vez de agravá-lo como há meses anda fazendo, teria pressionado os grupos "rebeldes" oficiais, sírios, há meses para que se sentassem à mesa com Assad para negociar; como Vladimir Putin propusera após convencer Bashar.
O problema dos Estados Unidos é que quando olham para a Síria não a veem. Veem o Irã.
Quando falam em bombardear Damasco sonham em bombardear Teerã.
Quando se apresentam como defensores do povo sírio exposto ao regime de Bashar el-Assad visam sim a defesa do povo israelense, cujos governantes fazem horrores com os palestinos, do lado.
Quando se esforçam para enganar o mundo com teorias mirabolantes, o fazem por despeito e não por bons sentimentos.
O fato é que o Irã, através do Hezbollah, no Líbano, vem fornecendo apoio moral e militar ao governo de Damasco desde que os "rebeldes" começaram a receber armas pesadas de fornecedores "anônimos".
Hoje, derrotar Bashar el-Assad é, para Tel Aviv e Washington, uma questão distante do humanismo. Uma questão que extrapola a racionalidade. Derrotar o regime sírio é, em seu entender, derrotar a república islâmica iraniana.
Como digo, é totalmente irracional. E o que é irracional e sectário está a anos luz de qualquer moral.
Intervenção pacificadora de soldados da ONU, por que não?
Intervenção militar OTAN-EUA, jamais! É uma lose lose situation. Todos perderão no final porque os extremistas vão nadar de braçada em toda a região até a Europa.
Se o objetivo dos EUA fosse mesmo de ajudar o povo sírio, como poderia pensar na solução unilateral draconiana que vem propagando!?
Esta estória de "cross the red line" para convencer os incautos é bobagem.
A única solução na Síria continua sendo diplomática.
Uma decisão que não incluir a Rússia, a China e o Irã está fadada ao fracasso. Ou algo pior. Uma guerra maior do que qualquer guerra "cirúrgica" que os EUA estão prontos para bancar; a fim de escoar sua enorme produção de armas.
Os EUA são míopes, mas tem gente lá que enxerga o que está na cara e por isso Obama está menos afoito do que parece.
O perigo dos Estados Unidos é que são como os extremistas muçulmanos e sionistas. Acham que a razão está sempre de seu lado, que a fórmula certa é a deles, que seu bem-estar suplanta o alheio.
Mas as pessoas sensatas no mundo não são obrigadas a aderir à cegueira deles.
Até o New York Times pôs on line a vídeo de 2012 mostrando os rebeldes executando friamente sete prisioneiros, identificados como soldados do Exército sírio regular.
Os estadunidenses responsáveis também não querem mais guerras "cirúrgicas", sobretudo quando estas podem virar mundiais.

Finalizo este assunto com um suspiro de agradecimento pela existência de Vladimir Putin que assegura um equilíbrio que a ONU deveria.
E transcrevo o que ele disse em Vladivostok sobre o tema sírio, "...I am convinced that [o ataque químico] is nothing more than a provocation by those who want to drag other countries into the Syrian conflict, and who want to win the support of powerful members of the international arena, especially the United States."
Ele sim, desafiou os EUA. Pediu que apresentassem sua proposta para uma intervenção militar ao Conselho de Segurança da ONU (em vez de tomar atitudes hollywoodianas). E como seu colega da Duma (Câmara parlamentar russa), sugeriu que Barack Obama faça juz a seu Prêmio Nobel pensando nas vítimas de uma intervenção de forças estrangeiras na Síria.
"US threats to use military force against Syria are unacceptable and Washington would be violating international law if it acted without the approval of the UN security council."
E disse o óbvio, que a crise na Síria tem de ser discutida democraticamente no G20 em São Petersburgo na próxima semana. "This (a reunião de cúpula do G20) is a good platform to discuss the problem. Why not use it?"
O Presidente dos Estados Unidos recebeu a mensagem. Se há alguém que a Casa Branca e o Pentágono temem é Putin. Aliás, não só eles.
Porém, off the record, fala-se em Amman e em Washington que "The first Syrian rebels to be trained by a CIA programme in Jordan are sneaking into the warzone and ready to strike back at the Assad regime."
É a Operação Condor "CIA-USA" nos países árabes. Para os EUA, eles representam o perigo que nós latino-americanos representávamos há 50 anos.
Parafraseando livremente Camões, Mudam-se os tempos, mudam-se os lugares, os EUA manteem o jugo de suas vontades imediatas para proteger o American Way of Life.

Documentário do jornalista John Pielger:
The War You Don't See (2010 - 1h36m)

"Poor Obama.
Right at the start of his meeting with history, he [Barack Obama] made The Speech in Cairo. A great speech. An uplifting speech. An edifying speech. 
He talked to the educated youth of the Egyptian capital. He spoke about the virtues of democracy, the bright future awaiting a liberal, moderate Muslim world.
Hosni Mubarak was not invited. The hint was that he was an obstacle to the bright new world.
Perhaps the hint was taken. Perhaps the speech sowed the seed of the Arab spring.
Probably Obama was not aware of the possibility that democracy, virtuous democracy, would lead to Islamist rule. He tried to reach out tentatively, tenderly, to the Muslim Brothers after they won the election. But probably at the same time, the CIA was already plotting the military takeover.
So now we are exactly where we were the day before The Speech: ruthless military dictatorship.
Poor Obama.
NOW WE have a similar problem in Syria.
The Arab Spring begat a civil war. More than a hundred thousand people have been killed already, and the number grows with every passing day.
The world stood by, looking on passively. For Jews, it was a reminder of the holocaust, when, according to the lesson every boy and girl learns at school here, “the world looked on and kept silent.”
Until a few days ago. Something has happened. A red line has been crossed. Poison gas has been used. Civilized mankind demands action. From whom? From the President of the United States, of course.
Poor Obama.
SOME TIME ago Obama made a speech, another one of Those Speeches, in which he drew a red line: no arms of mass destruction, no poison gas.
Now it seems that this red line has been crossed. Poison gas has been employed.
Who would do such a terrible thing? That bloody tyrant, of course. Bashar al-Assad. Who else?
American public opinion, indeed public opinion throughout the West, demandeds action. Obama has spoken, so Obama must act. Otherwise he would confirm the image he has in many places. The image of a wimp, a weakling, a coward, a talker who is not a doer.
This would hurt his ability to achieve anything even in matters far removed from Damascus – the economy, health care, the climate.
The man has indeed talked himself into a corner. The need to act has become paramount. A politician’s nightmare.
Poor Obama.
HOWEVER, SEVERAL questions raise their heads.
First of all, who says that Assad released the gas?
Pure logic seems to advise against this conclusion. When it happened, a group of UN experts, no nincompoops they, were about to investigate the suspicions of chemical warfare on the ground. Why would a dictator in his right mind provide them with proof of his malfeasance? Even if he thought that the evidence could be eradicated in time, he could not be sure. Sophisticated equipment could tell.
Secondly, what could chemical weapons achieve that ordinary weapons could not? What strategic or even tactical advantage do they offer, that could not be provided by other means?
The argument to disprove this logic is that Assad is not logical, not normal, just a crazy despot living in a world of his own. But is he? Until now, his behavior has shown him to be tyrannical, cruel, devoid of scuples. But not mad. Rather calculating, cold. And he is surrounded by a group of politicians and generals who have everything to lose, and who seem a singularly cold-blooded lot.
Also, lately the regime seems to winning. Why take a risk?
Yet Obama must decide to attack them on what seems to be very inconclusive evidence. The same Obama who saw through the mendacious evidence produced by George Bush jr. to justify the attack on Iraq, an attack which Obama, to his great credit, objected to right from the beginning. Now he is on the other side.
Poor Obama.
AND WHY poison gas? What’s so special, so red-lining about it?
If I am going to be killed, I don’t really care whether it is by bombs, shells, machine guns or gas.
True, there is something sinister about gas. The human mind recoils from something that poisons the air we breathe. Breathing is the most elementary human necessity.
But poison gas is no weapon of mass destruction. It kills like any other weapon. One cannot equate it to the atomic bombs used by America ion Hiroshima and Nagasaki.
Also, it is not a decisive weapon. It did not change the course of World War I, when it was extensively used. Even the Nazis did not see any use for it in World War II – and not only because Adolf Hitler was gassed (and temporarily blinded) by poison gas in World War I.
But, having drawn the line in the Syrian sand for poison gas, Obama could not ignore it.
Poor Obama.
BUT THE main reason for Obama’s long hesitation is of quite a different order: he is compelled to act against the real interests of the United States.
Assad may be a terrible son-of-a-bitch, but he serves the US, nevertheless.
For many years the Assad family has supported the status quo in the region. Israel’s Syrian border is the quietest border Israel has ever had, in spite of the fact that Israel has annexed territory that indisputably belongs to Syria. True, Assad used Hizbullah to provoke Israel from time to time, but that was not a real threat.
Unlike Mubarak, Assad belongs to a minority sect. Unlike Mubarak, he has behind him a strong and well-organized political party, with an authentic ideology. The nationalist pan-Arabist Ba’ath (“resurrection”) party was founded by the Christian Michel Aflaq and his colleagues mainly as a bulwark against the Islamist ideology.
Like the fall of Mubarak, the fall of Assad would most likely lead to an Islamist regime, more radical than the Egyptian Muslim Brotherhood. The Syrian sister-party of the brothers was always more radical and more violent than the Egyptian mother-movement, (perhaps because the Syrian people are by nature of a far more aggressive disposition.)
Moreover, it is in the nature of a civil war that the most extreme elements take over, because their fighters are more determined and more self-sacrificing. No amount of foreign aid will prop up the moderate, secular section of the Syrian rebels strongly enough to enable them to take over after Assad. If the Syrian state remains intact, it will be a radical Islamist state. Especially if there are free, democratic elections, as there were in Egypt.
As seen from Washington DC, this would be a disaster. So we have here the curious picture of Obama driven by his own rhetoric to attack Assad, while all his own intelligence agencies work overtime to prevent a victory of the rebels.
As somebody recently wrote: it is in the American interest that the civil war go on forever, without any side winning. To which practically all Israeli political and military leaders would say: Amen.
So, from the US strategic viewpoint, any attack on Assad must be minimal, a mere pinprick that would not endanger the Syrian regime.
As has been noted, love and politics create strange bedfellows. At the moment, a very strange assortment of powers are interested in the survival of the Assad regime: the US, Russia, Iran, Hizbullah and Israel. Yet Obama is being pushed to attack him.
Poor Obama.
TRYING TO understand the mindset of the CIA, I would say that from their point of view, the Egyptian solution is also the best for Syria: topple the dictator and put another dictator in his place. Military dictatorship for everybody in the Arab region.
Not the solution Barack Obama would have liked to be identified with in the history books.
Poor, poor Obama.
Uri Avnery, jornalista ativista israelense.
Israel using white phosphorus on Gaza
Israel usando fósforo branco
And the "great deceiver" Mark Regev denies the impossible 
Afterwards, the same Mark Regev denies his denial
Human Righst Watch: Rain of fire

Israel using whitephosphorus in Lebanese civilians (2006)
E no Líbano 

2 comentários:

  1. PERFEITO,COM LOUVOR!!!!!

    Lembro que a presença dos inspetores da ONU na Síria só ocorreu devido a insistência das autoridades sírias e russas que além disso questionou o porquê da antecipação do encerramento das investigações que coincidiu com essa atuação histórica do Putin.Essa guerra revelou pra minha grata surpresa nestes dois grandes líderes(Bashar e Putin) características de todo bom estadista.

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  2. Transcrito de um jornal israelense:

    "The last to make such statements was Israeli minister of military affairs Moshe Yaalon. In a meeting earlier this month with US joint chief of staff Martin Dempsey, Yaalon said that the axis of evil that is made up of Tehran Damascus and Beirut must not be allowed to achieve victory in Syria."

    Desse modo,não dá pra não enxergar que pagarão pra ver.
    Como já dizia o antigo filósofo:
    "Os olhos só vêem o que a mente está preparada pra entender."

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