domingo, 18 de fevereiro de 2018

Rogue Israel vs Palestina: Anexação & Genocídio camuflados



O projeto sionista de limpeza étnica da Palestina é meticuloso e progressivo, respaldado pela hasbara, que inspirou a propaganda nazista de Goebbels.
Os sionistas não são peremptórios e desajeitados como os nazistas. Não. O holocausto programado e executado paulatinamente por  Ben-Gurion, Golda Meir,Yitzhak Rabin, Ehud Barak, Ariel Sharon, Binyamin Netanyahu é sutil.
Na trama da tragédia palestina, não haverá momento, evento ou ponto definitivo que marque a História como o dia de anexação, a ser conspurcado como a Nakba pelas futuras gerações.
A anexação está sendo feita dia a dia, semana a semana, mês a mês, ano a ano, década a década, desde 1917.
O processo é deliberado e contínuo; planejado nos mínimos detalhes. Como fazem os psicopatas.
A primeira fase foi a da imigração de ashkenasim, judeus europeus, depois de sefaradim, judeus árabes, que despojaram os fellayin (camponeses palestinos) de suas terras e os citadinos de seus comércios, concessões públicas, etecetera. Tudo bem financiado por Edmond de Rothschild, outros magnatas sionistas, sob o patrocínio do império britânico.   
As colônias que deformam a Cisjordânia hoje repetem o modus operandi da invasão sionista que aconteceu de 1917 a 1948, mas que começou no século anterior, sob os auspícios do barão Rothschild. 
A segunda fase começou cinquenta anos após a primeira campanha de ocupação que levou à auto-proclamação do estado de Israel em um pedação da nação palestina usurpada e sistematicamente pilhada, com a cumplicidade da Inglaterra.
Esta fase, atual, contou e conta com o apoio do império que desbancou o britânico, o estadunidense. Desde o início, infalível, qualquer que fosse o partido no poder. Do reconhecimento apressado do estado de Israel na ONU até Jerusalém ser presenteada aos ocupantes pelo Congresso e pelo presidente dos Estados Unidos.
De uma colônia a outra, o número de colonos ilegais chegou a 500 mil. 
Do mesmo jeito que os yishuv (colono judeu) fizeram até 1945.
Naquela época, o fato foi consumado porque já havia imigrantes demais instalados, empresas funcionando, escolas, e todos os grandes negócios de água, energia, infraestrutura, haviam sido tomados dos palestinos e passados para os imigrantes europeus.
Hoje o processo é semelhante e eficaz do mesmo tanto.
Em 1948 os yishuv culminaram sua ocupação com um estado, celebrado e pronto para continuar o projeto do Grande Israel do mar Mediterrâneo ao rio Jordão.
À anexação da Cisjordânia talvez falte um marco. Pois é feita de pequenas vitórias celebradas em gabinetes ministeriais. Tais como uma lei que move uma universidade da jurisdição de um conselho de ensino superior para outro. Um time de futebol de colônia que participa do campeonato nacional israelense, uma colônia a mais, uma empresa a mais que se instala em terras palestinas com incentivos fiscais e emprega os nativos como mão de obra semi-escava, como faziam os yishuv em sua época.
Quando a anexação for efetivada unilateralmente, como com o estado de Israel auto-proclamado, a Comunidade Internacional não se exaltará. O Conselho de Segurança da ONU não realizará sessão de emergência. A União Europeia não ameaçará sanções.
Porque o fato está sendo consumado diariamente com leis ilegais, infrações às leis internacionais e crimes de guerra que ficam impunes e se repetem.
A anexação será. É. E basta, arrotarão os fora-da-lei que governam Israel.
O Knesset (congresso israelense) acabou de aprovar uma lei que coloca as universidades das colônias nos territórios palestinos ocupados sob a égide do Conselho Israelense para o Ensino Superior, organismo civil criado para supervisionar universidades e faculdades dentro do estado israelense.
Essa lei ilegal não é uma exceção no Knesset e sim uma regra, repetida constantemente nas duas últimas décadas.
Ora, segundo o Direito Internacional, Israel "governa" a Cisjordânia com um regime militar. E a Lei internacional reza que a aplicação do direito civil a um território ocupado equivale a anexação. Pois é. São passos, "invisíveis" e negligenciados, que Israel dá, semanalmente, em direção à anexação irrevogável.
Binyamin Netanyahu sublinhou na semana passada a necessidade de avançar esses planos de forma organizada e não com propostas ad hoc de políticos que querem ocupar manchetes de jornais. E fazendo isso, chamam atenção para o crime organizado que está sendo bem executado na calada.
Tel Aviv já mudou até a nomenclatura. A Palestina já não é chamada de Palestina desde 1967. Mas até pouco tempo, Cisjordânia, ou seja, West Bank, era o termo empregado em todas as circunstâncias. Nos últimos meses, anos, o discurso mudou totalmente.
Por exemplo, na última reunião com o Likud (partido de extrema direita no poder) na segunda-feira passada, Netanyahu disse "no que diz respeito à questão da aplicação da lei israelense na Judeia, na Samaria e no Vale do Jordão", ou seja, além da Linha Verde fronteiriça, ou seja, na integralidade dos territórios palestinos da Cisjordânia, "deve ser uma legislação feita pelo governo e não pelo Legislativo. Este é um processo com consequências históricas... Agiremos de forma inteligente".
A forma e o fundo do que disse foram gravíssimos
A gravação vazou, porém, a mídia focou em outra parte de sua intervenção - anódina, comparada com esta - na qual afirmou que Israel está coordenando e mantendo discussões com a Casa Branca em relação aos planos de anexação.
O gabinete do primeiro ministro foi forçado por Washington a retrair essa parte da declaração. Mas a gravação existe e nela Netanyahu descreve aberta e descaradamente como planeja aplicar as leis (ilegais) de Israel nos territórios palestinos ocupados.
Fazendo isso, tocou no discurso principal. Onde tudo muda.
A anexação não é mais um tema que o Direito israelense sussurra a portas fechadas e em conferências marginais. O governo israelense já descartou as convenções vigentes de dois Estados. E isso passa desapercebido pela grande mídia e é ocultado nas capitais ocidentais. Os únicos que ousam encarar a realidade são duas pessoas que jamais se investiram na solução justa de dois estados - Donald Trump, que botou as cartas na mesa, e John Kerry, que não fez nada, quando teve oportunidade, porque não era a vontade política de seu patrão, Barack Obama, em cujo governo as colônias ilegais quase duplicaram.
A anexação é falada como se fosse um resultado em si. Mas a anexação não é o objetivo final. O objetivo final é simplesmente fortalecer e consolidar o Grande Israel do Mediterrâneo ao Jordão, sem a Faixa de Gaza, que está sendo assassinada lentamente, como veremos abaixo.
A anexação é uma simples ferramenta para concretizar o processo em andamento desde 1917.
Espero que uma das leis que o Knesset e o governo de Israel aprovem em breve chame a atenção de alguém com poder de agir, da grande mídia e da tal comunidade internacional.
Mas o problema é que, com raríssimas exceções, as leis, individualmente, são insignificantes. Os crimes que elas caucionam são bárbaros, mas ao olhar incauto, não parecem aberrantes.
Porém, uma a uma, todas juntas, representam uma anexação dos territórios palestinos ocupados. Por enquanto, com os palestinos dentro, enfim, os que sobrarem. Pelo menos na Cisjordânia, para servirem de mão de obra barata ou escrava.
Na Faixa de Gaza, o projeto é diferente. É de holocausto. Veja abaixo.


Bombas israelenses. Drones israelenses. Cortes de energia impostas por Israel. E não há como escapar. Não há saída por terra, mar ou ar. A vida cotidiana em Gaza é moldada pela política israelense genocida, que transformou o enclave costeiro em uma prisão de máxima segurança onde os presos são famílias - mães, pais, filhos, avós, cujo único crime é ter nascido em Gaza, na Palestina. Dá para imaginar viver do nascimento à velhice (quando não é morto bem mais cedo) desse jeito?
assim?
Gaza is crumbling

Para quem nãos abe, a Faixa de Gaza é uma faixa estreito do território palestino no litoral do Mar Mediterrâneo. Tem apenas 25 quilômetros de comprimento e seis de largura. O enclave costeiro tem cerca de 2 milhões de habitantes, portanto, é um dos lugares mais densamente povoados do planeta.
Três quartos da população gazauí é composta de refugiados expulsos de suas terras e cidades em 1948, durante a Nakba,ou seja, o massacre organizado por Israel para "limpar" a Palestina dos palestinos para os imigrantes sionistas se instalarem em suas propriedades urbanas e rurais. O bloqueio que Israel instalou há 11 anos condenou 80 por cento das famílias à pobreza.


Gaza hospital



domingo, 11 de fevereiro de 2018

Peace Prize for the BDS Movement?


Norwegian parliamentarian Bjørnar Moxnes officially nominated the BDS movement for Palestinian rights for a Nobel Peace Prize. He did so with the support of his party, the progressive Rødt (Red) Party, explaining why BDS “should be supported without reservation by all democratically-minded people and states.”
His full statement:
As a member of the Norwegian parliament, I proudly use my authority as an elected official to nominate the Boycott, Divestment and Sanctions (BDS) movement for Palestinian rights for the Nobel Peace Prize.
Nominating the BDS movement for this recognition is perfectly in line with the principles I and my party hold very dear. Like the BDS movement, we are fully committed to stopping an ascendent, racist and right-wing politics sweeping too much of our world, and securing freedom, justice and equality for all people.
Inspired by the South African anti-apartheid movement and the American Civil Rights movement, the grassroots, Palestinian-led BDS movement is a peaceful, global human rights movement that urges the use of economic and cultural boycotts to end Israeli violations of Palestinian human rights and international law.
The BDS movement seeks to end Israel’s half-century of military rule over 4.5 million Palestinians, including the devastating ten-year illegal siege collectively punishing and suffocating nearly 2 million Palestinians in Gaza, the ongoing forcible eviction of Palestinians from their homes, and the theft of Palestinian land through the construction of illegal settlements in the occupied West Bank. It seeks equal rights for Palestinian citizens of Israel, currently discriminated against by dozens of racist laws, and to secure the internationally-recognized legal right of Palestinian refugees to return to homes and lands from which they were expelled. Palestinian refugees constitute nearly 50 percent of all Palestinians, and they are being denied their right to return, guaranteed by law to all refugees, simply because of their ethnicity.
The BDS movement’s aims and aspirations for basic human rights are irreproachable. They should be supported without reservation by all democratically-minded people and states.
The international community has a longstanding history of supporting peaceful measures such as boycotts and disinvestment against companies that profit from human rights violations. International support for such measures was critical in the struggle against apartheid in South Africa and the racist colonial regime in former Rhodesia.
If the international community commits to supporting BDS to end the occupation of Palestinian territory and the oppression of the Palestinian people, new hope will be lit for a just peace for Palestinians, Israelis and all people across the Middle East.
The BDS movement has been endorsed by prominent figures, including the former Nobel Peace Prize winners Desmond Tutu and Mairead Maguire. It is gaining support from unions, academic associations, churches, and grassroots movements for the rights of refugees, immigrants, workers, women, indigenous peoples and the LGBTQI community. It is increasingly embraced by progressive Jewish groups and anti-racist movements across the world.
Eleven years since BDS’ launch, it’s high time for us to commit to doing no harm, and for all states to withdraw their complicity in Israel’s military occupation, racist apartheid rule, ongoing theft of Palestinian land, and other egregious human rights violations.
Awarding a Nobel Peace Prize to the BDS movement would be a powerful sign demonstrating that the international community is committed to supporting a just peace in the Middle East and using peaceful means to end military rule and broader violations of international law.
My hope is that this nomination can be one humble but necessary step towards bringing forth a more dignified and beautiful future for all peoples of the region."

Following the USA's recognition of Jérusalem as the capital of Israel on 6 December 2017, the occupied Palestinian territory experienced heightened tensions and Israeli violence. As of 30 January 2018, 20 Palestinians had been killed and over 5.000 Palestinians injured, due to excessive use of force by the IDF. Against the backdrop of the dire humanitarian situation in the Gaza Strip, the limited escalation observed in recent weeks across the Gaza concentration camp and Israel raises particular concern because of its potential to trigger a new round of hostilities, as the population is lacking energy, food and water.

And Israeli military continues to target minors, mainly and daily.
IDF soldiers killed 14 children in the Occupied Palestinian Territory (OPT) during 2017, according to Defense for Children International - Palestine documentation. In addition, nine-year-old Mohammad Abu Hdaf died on December 6 due to injuries sustained during an Israeli drone strike in the Gaza Strip in 2014.
Five children were killed by live ammunition in the West Bank, including East Jerusalem, and the Gaza Strip. Five more children also sustained fatal gunshot wounds.

Why is Israel jailing so many Palestinian minors?

Each year approximately 500-700 Palestinian Under 17, some as young as 12 years, are detained and prosecuted in the Israeli military court system. The most common charge is stone throwing.
The numbers below shows the number of Palestinian children currently in Israeli detention at the end of each year. The table is updated annualy. The figures are compiled by DCI-Palestine from sources including the Israeli Prison Service (IPS) and Israeli army temporary detention facilities.
2008, 319; 2009, 355;  2010, 289;  2011, 192;  2012, 198;  2013, 199;  2014, 197;  2015, 220;  2016, 375;  2017, 321.

The following statistics show the number of children killed as a result of Israeli military and settler presence in the Occupied Palestinian Territory since the beginning of the second Palestinian uprising against occupation, or Intifada, according to DCI-Palestine's documentation. These numbers do not include children killed while involved in clashes.
2000, 94;  2001, 98;  2002, 192;  2003, 130;  2004, 162;  2005, 52;  2006, 124;  2007, 50;  2008, 112;  2009, 315;  2010, 08;  2011, 15;  2012, 43;  2013, 5;  2014, 546;  2015, 31;  2016, 35;  2017, 14.

Ahed Tamini continua presa /  is still in jail

Israeli occupation forces have already killed
four minors unarmed Palestinians minors in 2018
Musab Tamimi
Ameer Abu Musaed,
Ali Qino
Laith Abu Naim

Their deaths came in a month marked by high injuries from Israeli forces. The United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs reported that Israeli forces injured 150 children between January 2 and 29 with live ammunition, rubber-coated metal bullets, tear gas inhalation, or tear gas canisters. Since December 2017, there has been a spike in injuries to children. Heightened levels of violations were carried out when Israeli forces used widespread force to quash demonstrations launched across the OPT in response to U.S. President Donald Trump’s recognition of Jerusalem as Israel’s capital.



OCHA  





Apartheid Adventures 

BRASIL - DIRETAS, JÁ!

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Dois livros em defesa da Palestina

Na segunda feira, cerca de 13 mil funcionários da Agência da ONU para refugiados palestinos, UNRWA, entraram em greve na Faixa de Gaza para protestar contra a decisão de Donald Trump de cortar o financiamento dos Estados Unidos para a agência. Reem Abu Hmeid, professor em uma escola da UNRWA, explicou: "Estamos protestando pelo direito dos refugiados, o direito de retorno. Nunca desistiremos deste direito de retorno às nossas terras ocupadas. É o dever da UNRWA e das Nações Unidas nos prover educação e serviços médicos ".
É um fato.
Aproveito a deixa para apresentar o novo livro de Norman Finkelstein, GAZA, um inquérito de seu Martírio.

Recomendo o livro GAZA, an inquest into its Martyrdom a quem quiser entender melhor o funcionamento da Faixa e o suplício dos palestinos concentrados neste território pequenininho.
Norman Finkelstein é um escritor claro, ativista incorruptível e surpreendentemente erudito para um estadunidense. É a pessoa mais bem informada em documentos. Acumula em seu escritório décadas de arquivos e no coração, uma tonelada de indignação contra  ocupação da Palestina para compartilhar com o mundo.
Desde que cubro o dito "conflito" Israel vs Palestina , recuso-me a usar a palavra guerra que meus colegas usam erroneamente.
Guerra é uma luta orientada para objetivos, temperada por risco mortal e estratégico. O que Israel faz na Palestina não enquadra nessa definição.
Após a Operação israelense Protective Edge em 2014, Norman inaugurou o termo "responsabilidade proporcional". Eu não aderi à terminologia porque para mim o único responsável é o ocupante, segundo as leis internacionais. Ele mais tarde voltou atrás após muito pesquisar. É acadêmico, distante do terreno, procurou respostas científicas, encontrou e neste livro as apresenta em detalhes.
Em "Gaza: uma inquérito de seu martírio", Norman decidiu desconstruir a falsa narrativa de "guerra" em Gaza, refutando suas partes componentes.  
Gaza é um depoimento exaustivo, acadêmico e de cidadãos presentes neste enclave sofrido e carente.
Desde o início, Norman é específico sobre sua tarefa. "Este livro não é sobre Gaza. É sobre o que foi feito com Gaza. "As próximas 400 páginas confrontam e desmascaram uma década de manchetes de violência".
Norman acusa não apenas os atores políticos e militares israelenses, mas também as ONGs e instituições internacionais que não exercem corretamente seu trabalho de proteger os direitos dos gazauís. Estes são bombardeados por Israel e depois "traídos" por um grupo de instituições cúmplices do agressor.
O livro conjuga academicismo rigoroso e indignação com o comportamento dos que possibilitam direta e indiretamente a violência israelense.
Norman se desculpa antecipadamente por um eventual tédio da leitura, mas achei sua pena muito legível, apesar do conteúdo ser chocante para quem não conhece Gaza. Ultrajante, para os demais.
Para os que não conhecem muito a Faixa, Norman incluiu notas de rodapé explicativas, e não notas finais. Funcionam também como fonte para leitura adicional. 
À pergunta de por que Israel ataca Gaza?
Norman explica: porque é "mal defendida, mas orgulhosamente desafiadora". 
Gaza tem sido o foco de guerra contra a paz.
Ali, Israel renovou periodicamente sua dissuasão regional, sem correr o risco de lutar contra um inimigo bem equipado. "Porque Gaza não possui armamento defensivo, Israel dispara à vontade da terra, do mar e do ar. Essa unilateralidade torna cada vez mais importante examinar minuciosamente as escolhas do agressor.
O escrutínio que Norman faz de Gaza é implacável. Usa estatísticas para mostrar a assimetria brutal de violência e danos. Como por exemplo na operação Cast Lead, a invasão de três semanas de 2008/9, na qual 6300 casas de Gaza foram destruídas, contra uma casa israelense.
Denuncia a hasbara (propaganda) israelense de alegações repetidas, absorvidas na linguagem da grande mídia - mas nunca fundamentadas. Depois que 29 ambulâncias foram danificadas ou destruídas na Operação Cast Lead, o relatório (e o relatório comissionado) da ONG israelense Physicians for Human Rights, concluiu que as ambulâncias tinham sido "visadas" em uma campanha cujo "significado subjacente era de criar terror sem misericórdia".
A hasbara rebateu com o" amplo "uso militar das ambulâncias do Hamas", sem fornecer provas fiáveis. O investigador da ONU, Goldstone, não conseguiu encontrar nenhuma. A ONG israelense B'Tselem também não. Magen David Adom, a "Cruz Vermelha" de Israel, também contesta a acusação. Porém, a hasbara primou sobre a verdade no inconsciente coletivo internacional. 
Na operação Protective Edge em 2014, Israel quase dobrou o número de de ambulâncias danificadas ou destruídas - 45. Repetiu a lenga lenga e ficou por isso, como sempre.
Aliás, Norman ilustra bem o uso da doutrina Dahiya. Antes de mostrar seu ponto de vista, tenho de esclarecer do que se trata. É uma estratégia militar formulada pelo general israelense Gadi Eizenkot que teoriza o contexto de guerra assimétrica nas áreas urbanas e exige o uso "desproporcionado" de força do agressor contra a resistência atacando civis em áreas urbanas, como argumento demoníaco de dissuasão.
Para ilustrar a intencionalidade da doutrina Dahiya em todas as operações israelenses, Norman mostra como Israel se auto-incrimina impunemente. O vice-primeiro, Eli Yishai, disse durante a Operação Cast Lead que "[deveria ser] possível destruir Gaza, para que eles entendessem que não podem mexer com a gente ... Milhares de casas de casas, túneis e indústrias serão demolidas. "
Ameaçou cometer crimes de guerra e cumpriu.
E nem tendo se auto-incriminado foi levado à Haia para ser julgado.
Crimes de guerra que ninguém pensa em punir.
Por que as ONGs e as instituições retrocederam e se abstêm de investigar mais agressivamente possíveis violações das leis internacionais?
Norman atribui o "lapso" ao fato da opinião pública internacional ter se acostumado e aceitar os "massacres periódicos" em Gaza, do temor das represálias israelenses de difamação e outros procedimentos criminosos, e à covardia política.
O livro termina com um apêndice sobre "o repúdio do Direito Internacional pelos ocupantes". Neste, Norman insta a Assembleia Geral da ONU a exigir o fim dessa indiferença; independentemente de qualquer "processo interminável de negociação de paz, cujo propósito óbvio é tornar a ocupação irreversível e consignar ao esquecimento o povo da Palestina".
Concordo plenamente.

The Bg lie about Gaza is that the Palestinians have been the aggressors

Norman Finkelstein on his book
I
II
III
IV

Aproveito para apresentar outro livro importante sobre a Palestina: Cracks in the Wall, de Ben White.
Depois de décadas de ocupação e anexação insidiosa, Israel criou um apartheid, a realidade de um estado na Palestina histórica.
Os esforços de paz falharam por causa de uma verdade inconveniente: o máximo que os israelenses oferecem não corresponde ao mínimo suportável pela Palestina e nem aos padrões do Direito internacional.
Mas, apesar da situação no terreno ser sombria, Ben White argumenta que existem fendas cada vez maiores nos principais pilares de apoio de Israel. A oposição às políticas israelenses e até as críticas ao sionismo estão crescendo nas comunidades judaicas, bem como entre progressistas ocidentais.
A eleição de Donald Trump serviu de catalisador para esses processos, inclusive a mudança de partido tomado por Israel incondicionalmente passar a ser uma questão de divisão nos Estados Unidos. Agora os liberais contrários ao sionismo podem exprimir-se sem medo de recriminações de seus líderes Barack Obama e Hillary Clinton.
Por outro lado, a campanha de boicote liderada por palestinos está ganhando impulso e provocando uma reação desesperada por Israel e seus aliados.
Com uma análise acurada, Ben White faz uma análise bem feita da questão e diz que está na hora de mudar o rumo evitando os erros do passado. Um caminho para frente, além do apartheid na Palestina.
A solução, diz, não é partição e separação étnica, mas igualdade e autodeterminação - para todos.
Utópico?

PALESTINA

Freedom fighter Ahed Tamini is still in jail in Israel

Israeli occupation forces have already killed
three 16-year-old unarmed Palestinians in 2018: 
Musab Tamimi
Ameer Abu Musaed,
Ali Qino