domingo, 22 de janeiro de 2017

Goodbye Obama. Watch out for your dangerous legacy!

 
Obama, too little, too late 
Donald Trump já está sentado no trono da Casa Branca.
Portanto, este é o último artigo que escreverei sobre Barack Obama. 
Antes de passar o tool kit autoritário-governamental para seu sucessor, Barack Obama teve o cuidado de brilhar até seu último suspiro como presidente dos Estados Unidos.
Primeiro, atraiu os holofotes da grande mídia em dezembro de 2016 com a abstenção dos EUA na resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU condenando as invasões ilegais israelense na Cisjordânia.
E assim foi tentando deixar uma boa lembrança, ou seja, do que deveria ter sido em vez do que foi concretamente.
Na semana passada chegou ao climax com a anistia de 330 pessoas até o último dia. Commute sentences é uma prerrogativa do presidente dos Estados Unidos. Todos a usam no fim do mandato, e algumas vezes, durante o governo. Obama, durante os oito anos, exerceu esse direito libertando 1.715 detentos por razões diversas.
Os dois mais célebres ficaram para o fim. Para servirem o propósito desejado do impacto inesquecível.
Oscar López Rivera foi um dos anistiados.
O ativista porto-riquenho passou 35 anos de vida preso sem ter cometido nenhum crime. Foi posto atrás das grades por seu papel proeminente na luta pela independência de Porto Rico. Foi acusado  e condenado por “seditious conspiracyfor plotting against the US. E como a condenação foi de complotar contra os EUA e não de lutar pela independência de seu país, foi classificado também como terrorista.
Oscar López Rivera me lembra Marwan Barghouti, o líder palestino detido nas masmorras israelenses desde o dia 15 de abril de 2002 por ser figura de proa na Segunda Intifada que buscava liberdade, autonomia, dignidade e cidadania para um povo oprimido e abandonado.
É claro que os crimes bárbaros cometidos por Israel na ocupação ilegal da Palestina são incomparáveis com a ganância dos Estados Unidos. É claro também que Obama é manipulável, mas não é vil como o primeiro ministro de Israel e a Clinton. Mas Obama está longe, insisto, de ser o grande homem que a grande mídia pinta.    
Oscar López Rivera, como Marwan Barghouti, é um homem pacífico, centrado, seus únicos pecados são lucidez e sede de justiça.
Em uma entrevista recente ao Guardian, Oscar reiterou sua fé na causa nobre de obter soberania total para seu país - não se há de esquecer que Porto Rico ainda é classificado como US “territory”.
A libertação de Oscar é uma prova a mais da fachada hipócrito-progressista de um Obama que, no final das contas, não sacudiu árvores e nem quis mudar nada na Casa Branca. Em vez de dar a Porto Rico a soberania legítima de nação, merecida, libertou um homem de 74 anos. Um homem que combateu pelos EUA no Vietnã, que aprendeu então que a luta armada era uma arma válida e aderiu às Fuerzas Armadas de Liberación Nacional, movimento de libertação que realizou 140 atentados contra alvos do ocupante estadunidense, tais como bases militares, prédios administrativos e financeiros. Tática que López Rivera não aprovava e que chamava de propaganda armada.
O grupo de resistência armada foi desmantelado em 1983 e seus membros aderiram à luta diplomática. Que até hoje não valeu a Porto Rico a soberania almejada; que, diga-se de passagem, poderia ter sido conseguida se o presidente dos Estados Unidos tivesse desejado.

A outra anistia expressiva internacionalmente foi a de Chelsea Manning. Ex-GI de coragem admirável e um senso de justiça que se traduz em atos concretos em prol da verdade e por que não dizer, da humanidade..
Seu crime?
Foi um valioso whitleblower dos crimes de guerra cometidos pelos Estados Unidos nos países que os GIs e os SEALs invadiram e ocuparam em seguida.
Recapitulando, retornemos ao dia 28 de novembro de 2010 quando o Guardian provocou um terremoto na Casa Branca, CIA e Pentágono com as denúncias bem fundadas, dentre outros, de um GI com a consciência extremamente pesada.
A revelação chegou junto com muitas da WikiLeaks que confiou ao jornal inglês mais de 250 mil cabos secretos provenientes de embaixadas estadunidenses. Dentre eles, revelações como a de a Arábia Saudita e seus cúmplices árabes instarem os EUA a bombardearem o Irã e de que os EUA espionavam a cúpula das Nações Unidas.
Além destas duas informações de peso na geopolítica, soube-se que os EUA levantavam rumores que o FSB russo (sucessor do KGB) usava chefes da máfia para operações criminosas, insinuando que o país virara um "virtual mafia state".  Outras conversas de menos importância global vazaram, tipo ataques pessoais contra Putin e Merkell, mas o mais importante foi a confirmação da irresponsabilidade geopolítica dos EUA, já que os cabos reconheciam que "doadores" sauditas eram the biggest financiers of terror groups, e mesmo assim a Casa Branca protegia os príncipes de Ryad porque lhes convinha, a curto prazo. O Estado Islâmico despontava e os "policiais do mundo" assistiam, calados e de braços cruzados.
Veio à tona também cover ups organizados pela CIA e o Pentágono, tais como corrupção no Afeganistão, ameaça nuclear no Paquistão, torturas e abusos no Iraque, e aviões estadunidenses que bombardeavam alvos no Yêmen tidos como base do Al Qaida. Uma conversa entre o general David Petraeus, então US commander in the Middle East, e o presidente yemenita Abdullah Saleh em que este dizia: "We'll continue saying they are our bombs, not yours;" revelou que a intervenção dos EUA de então prenunciou o caos atual.
As revelações de WikiLeaks provaram sobretudo o que muitos já sabiam: ninguém, nenhum dirigente estrangeiro - nem o secretário geral das Nações Unidas - estava a salvo da espionagem e da interferência direta e indireta dos Estados Unidos. Pois Washington além de usar as informações como meio de chantagem, como faz Tel Aviv, usa/va-as para influenciar negociações e as informações ou contra-informações divulgadas pela grande mídia.
Na época, a Casa Branca lançou um comunicado de imprensa que, como sempre, insultou nossa inteligência: "Such disclosures put at risk our diplomats, intelligence professionals, and people around the world who come to the US for assistance in promoting democracy and open government. By releasing stolen and classified documents, WikiLeaks has put at risk not only the cause of human rights but also the lives and work of these individuals."
Mas WikiLeaks continuou firme, mudando a face do mundo. É uma defesa cidadã contra as manipulações da Casa Branca que influenciam o destino de todos os cidadãos do planeta. Pois revelou que the US uses its embassies as part of a global espionage network, com "diplomatas" cujas tarefas são de grampear uns e outros a fim de obter detalhes pessoais, número de cartão de crédito (para saber o que e onde o cidadão consome), impressão digital  e até DNA.
A informação mais controvertida foi sobre a liderança da ONU. Mas Ban Ki Moon também dobrou-se aos EUA só dizendo "We are aware of the reports," e ficou por isso.
Foi aí que emergiu o nome de Bradley Manning, há sete meses trancafiado em um presídio militar. Era ele o delator de relatórios militares em julho e outubro sobre o Afeganistão e o Iraque, cuja identidade não fora até então revelada.
Hoje com a identidade feminina de Chelsea, Manning foi o whistleblower que mais sofreu nas mãos da injustiça estadunidense.
Manning exposed serious abuses , and as a result her own human rights have been violated by the US government for years.“I was stripped of all clothing with the exception of my underwear. My prescription eyeglasses were taken away from me and I was forced to sit in essential blindness.”Those words were part of an 11-page letter written by Chelsea Manning and passed to the Guardian in March 2011 in which she outlined the harsh treatment to which she was being subjected in prolonged solitary confinement in the military brig at Quantico base in Virginia.
Ela foi a whistleblower mais importante dos EUA desde Daniel Ellsberg, que em 1971 fez a denúncia do que ficou conhecido como Pentagon Papers sobre a guerra do Vietnã. Aliás, Daniel, ao ouvir a notícia da anistia de Chelsea ficou satisfeito:“Once in a while, someone does what they ought to do. Some go to prison for it, for seven years; some accept exile for life. But sometimes even a president does it. And today, it was Obama.”
As denúncias de Chelsea foram únicas e lavaram a alma dos jornalistas que realmente cobrem conflitos em que os Estados Unidos estão envolvidos - quase todos que incendeiam o mundo. Na época, as revelações inclusive ajudaram a pôr fim à ocupação selvagem do Iraque.
A retaliação do governo de Barack Obama foi destruí-la, literalmente.
Antes da anistia, um de seus amigos e advogados de defesa, relatou assim seu suplício:  "Chelsea suffered beyond what is imaginable for most people. She was held incommunicado during pre-trial confinement, so that the American people could not hear her voice and her reasons for what she did. She was then, according to the UN special rapporteur on torture, treated in a “cruel, inhumane and degrading way” before her trial by the US military.Then, she was given a heartbreakingly long 35 year sentence, longer than most actual spies, and for that matter rapists and murderers. She faced the prospect of spending the rest of her life behind bars, where she was continually and harshly punished for trivial violations. Recently, she had been put in solitary confinement – a macabre punishment for attempting suicide. No matter your political leanings or views on the role of leaks in our democracy, the treatment Chelsea has suffered over the last ten years is shameful."
Pois é, Chelsea recebeu o mesmo tratamento desumano que recebem os prisioneiros que os Estados Unidos acusam de terrorismo.
Dito isso, once again, the commutation of Chelsea Manning cannot be looked at in a vacuum. President Obama, while commendably showing her mercy, also oversaw a Justice Department that prosecuted more whistleblowers than all other administrations combined, while permeating an unmistakable chill over investigative reporting and press freedom.
Algumas pessoas, inclusive eu, argumentam que a única razão para Obama anistiar Chelsea Manning, além de não querer ter sua morte na consciência, foi a de não querer passar para a história como o presidente estadunidense que mais perseguiu e puniu cidadãos que delatam crimes para servir a Justiça una e indivisível.
Além do recorde do maior número de assassinatos por drones, de ter permitido a instalação do maior número de colonos israelenses na Cisjordânia, Obama ficará para a história com mais este, de maior perseguidor de whistleblowers.  
Por isso, e outras coisas que já disse anteriormente, espero que a anistia tardia de Chelsea Manning não absolva Barack Obama de seus erros, bem maiores do que os acertos.
In the end, Obama shall go down in history as the president who prosecuted more leakers and whistleblowers than all other administrations combined.
É um fato indelével e indiscutível que não pode ser apagado pela hasbara e nem ela cumplicidade da chamada grande mídia.

Falando em intervenção estadunidense em seara alheia e em traidores da pátria, o traíra Temer, que ocupa o Palácio do Planalto em Brasília, também traiu (trai?) nossa pátria amada (Salve! Salve!) complotando com os Estados Unidos, como o ditador do Yêmen e os ditadores árabes fazem regularmente.Lembre-se com este vídeo.
Trocando em miúdos, é incrível que nesse contexto em que as falcatruas realizadas pelos Estados Unidos no campo da espionagem, intervenção diplomática e militar em nação estrangeira, são públicas - assim como derrubadas de governo na África, Ásia, Europa do Leste, como no nosso Cone Sul com a Operação Condor e o atual golpeachment contra a presidente eleita Dilma (para pôr em seu lugar o fantoche que atuou como informante dos EUA, complô denunciado pela wikileaks e abafado pela mídia golpista brasileira) Obama e a Clinton tenham ousado "denunciar" interferência da Rússia nas eleições dos Estados Unidos!

Quando se pensa que os EUA atingiram o cúmulo do absurdo, a Casa Branca ainda consegue surpreender o mundo.
Truth be told, the Russian government may have hacked the DNC and Clinton campaign emails, and it may have given those emails to WikiLeaks (which only proves that when you live by the sword...).
But that’s hardly a slam dunk. 
There are no proofs whatsoever. 
There are only rumours, and hasbara. Tons of hasbara. 
Actually, the recent report from the office of Director of National Intelligence James Clapper underwent a cogent critique even by former Associated Press and Newsweek reporter Robert Parry. Stripping the 25-page DNI report down to its essence, Parry pointed out the same as we did; that is, that it “contained no direct evidence that Russia delivered hacked emails from the Democratic National Committee and Hillary Clinton’s campaign chairman John Podesta to WikiLeaks. The DNI report amounted to a compendium of reasons to suspect that Russia was the source of the information — built largely on the argument that Russia had a motive for doing so because of its disdain for Democratic nominee Clinton and the potential for friendlier relations with Republican nominee Trump. But the case, as presented, is one-sided and lacks any actual proof.”
De fato, o tal relatório divulgado pelo governo Obama tem tantas lacunas quanto os buraquinhos de uma peneira. Para começar, faltam provas que confirmem a verborrea propagandista.
What is missing from the public report is hard evidence to back up the agencies’ claims that the Russian government engineered the election attack. There is no discussion of the forensics used to recognize the handiwork of known hacking groups, no mention of intercepted communications between the Kremlin and the hackers, no hint of spies reporting from inside Moscow’s propaganda machinery.
Check it out below, On Contact
Mas os gringos sabem, melhor do que nós, que a verdade e a mentira não importam. A propaganda é a alma do negócio. Por isso fabricaram - como no pré-bombardeio do Iraque - uma avalanche de frases ditas com a contundência necessária a semear dúvida na cabeça do comum dos mortais e encher espaço de jornal, e pronto. Mesmo sem provas, Putin foi julgado e condenado culpado. Como para a Ucrânia, onde a CIA intalou dezenas de postos para fomentar "inssurreição popular" que derrubasse o presidente pró-russo, e conseguiu seu objetivo: des/controlar o país, fragilizar as fronteiras russas e ostracizar o Kremlin.
Tudo isso pondo a culpa em Putin e convencendo os aliados europeus a apoiarem suas sanções econômicas contra negócios e opulentos cidadãos russos. Sanções que, no frigir dos ovos, beneficiam os Estados Unidos.
É fácil demonizar Vladimir Putin. Concordo que ele é demonizável. Como são todos dirigentes poderosos que dizem o que fazem e fazem o que dizem. 
Os jornalistas e o público gostam é de Obamas, que dão uma de bonzinhos, dão abraços de ursos nos amigos e boxeiam os inimigos com soco inglês em vez de luvas. Sempre sorrindo.
Acontece que esses caras de duas caras são um perigo.
Fazem bobagens por quase sempre visarem o curto prazo.
Como por exemplo, para livrar a barra da derrota vergonhosa, temo que na miopia crônica dos gringos, os Democratas e a imprensa dita progressista empurrem Donald Trump a alienar Vladimir Putin da equação geopolítica e polarizar ainda mais o Kremlin, até o ponto de uma confrontação irreversível.
 The Empire FilesUS-Russia Relations in "Most Dangerous Moment"
Putin nunca foi e duvido que seja amigo de Trump.
Um precipício cultural os separa e é irreconciliável; pois classe e inteligência são de nascença e não se adquire conhecimento em um dia. Nem em quatro ou oito anos. A prova disso é que Obama entrou e saiu ignorando as diferenças e as semelhanças que regem os países e as regiões do mundo que ele pretendeu liderar, mas em vez disso, desagregou sem parar, uma a uma, no grito.
Apesar da hasbara da Clinton Criminal e de Obama Hypocrite, nada une Putin a Trump. Tudo os divide. E Putin usou esses dois últimos meses para marcar seu território, que defenderá com unhas e dentes porque está convencido que doravante, o centro da Terra é o Kremlin. O Czar reina.
Um dos territórios que Putin remarcou geopoliticamente foi o Oriente Médio. 
No propósito de tomar a posição dos EUA de árbitro internacional, acabou de patrocinar uma reunião de cúpula em Moscou entre o dirigente do Fatah, Mahmoud Abbas, e do Hamas, Khaled Meshaal. 
Enquanto em Paris setenta países se reuniam para conversar fiado sobre o destino dos palestinos a prazo indeterminado, em Moscou, os dois líderes eram reaproximados por Dimitri Medvedev com objetivos concretos a curto prazo.
A reunião durou três dias e na terça-feira à noite, os participantes decidiram organizar eleições e formar um novo Conselho Nacional que inclua palestinos exilados. O acordo inclui também o Jihad e grupos independetes seculares, é claro, se não, não teria validade. 
O mais importante da reunião é a mudança de ponto de vista dos palestinos. Finalmente, Abu Mazen (Abbas) parou de confiar nas promessas vãs de Washington e botou seu destino nas mãos da Rússia.
Vale lembrar que as últimas eleições palestinas foram em 2006, e embora tenham sido organizadas pelos países ocidentais, seu resultado - a vitória do Hamas - não foi aceito e desde então a Faixa de Gaza vive bloqueada e a espoliação da Cisjordânia cresce sem parar.

Fatah and Hamas have been at loggerheads since the latter seized Gaza in a near civil war in 2007, after it won the 2006 legislative elections - the last ones in which all Palestinian parties took part..
Last year the Palestinian government postponed the first municipal polls in the occupied West Bank and Gaza Strip in 10 years after the high court ruled they should be held only in the Fatah-run West Bank.
The Palestinian representatives also met on Monday with Russian Foreign Minister Sergey Lavrov, and asked him to dissuade incoming US President Donald Trump from carrying out a campaign pledge to move the US embassy in Israel from Tel Aviv to Jerusalem.
The  agreement in Russia signals the Palestinians looking away from the United States, which has been involved in the so called "peace process" for decades.
However, a Palestinian leader who is close to Hamas leadership said that "things are far from clear or final yet. In principle, all of the Palestinian factions have agreed to form a national unity government, including Hamas, and to establish a new Palestinian National Council. But Abbas has yet to make a decision that will take concrete steps in that direction.”
Furthermore, Abu Mazen will also have to consider the position of the regional Arab powers who might cast a veto on the whole thing because of their animosity toward Hamas.
Nevertheless, from now on, those countries will have to take their grievances to the Kremlin, should they dare to take any action against Putin...
 PALESTINA
Opressão diária sob-ocupação
On 20 Jan. 2017, during clashes with Palestinian minors in the village of Sa’ir in Hebron District, Israeli Border Police pursued several young women onlookers and assaulted them. The end of the incident was captured on film: a masked officer is seen grabbing a 13-year-old girl’s arm and striking her cousin on the head. B’Tselem has documented many cases of Israeli security forces’ violence against Palestinian minors. By holding no one accountable, the military’s senior command - including its law enforcement system - allows such cases to recur.
  OCHA
PCHR: 
BRASIL
DIRETAS, JÁ!

Piauí 

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