domingo, 31 de dezembro de 2017

Israel vs Palestina: Operações Militares XVI (2013-2014)

2013
31 de janeiro: Jamraya airstrike. Bombardeio de um edifício público em Jamraya, na Síria.
Tel Aviv pretextou visar um comboio transportando armas para o Hezbollah. Porém, o alvo real era o Centre D'Etudes et de Recherches Scientifiques - CERS, acrônimo que identifica o centro de pesquisa militar da Síria.
Hafez el Assad assinou o decreto de criação do CERS em 1969. Foi construído e equipado em dois anos e começou a funcionar em 1971 com equipamentos sofisticados. Seu primeiro diretor foi Abdullah Watiq Shahid, físico nuclear de renome internacional que desenvolveu projetos civis até 1973, quando Hafez autorizou intercâmbio entre o CERS e o exército. A partir de então (até hoje) o CERS é a agência principal de desenvolvimento de armamento do país.
O que em si não é crime. Mas como no Oriente Médio só Israel é autorizado a fabricar armas tradicionais, químicas e nucleares, em 2005, George W. Bush publicou a Ordem Executiva 13382 proibindo cidadãos estadunidenses e residentes de fazer negócios com o CERS. O primeiro ministro de então era o general Ariel Sharon.
Aproveitando a deixa, em 2010, Israel alegou que o centro de pesquisa sírio transferira armas para o Hezbollah e o Hamas. E no processo de hasbara (propaganda em hebraico) que sempre precede uma ação militar recriminável, disse que a comunidade internacional devia avisar Damasco que o centro tinha de ser demolido.
Da palavra ao gesto, no fim de janeiro de 2013, a IDF bombardeou o complexo do CER, localizado em Jamraya.
O ataque foi realizado por dez jatos que voaram do Mediterrâneo sobre o Líbano monitorados por radares da OTAN. Os jatos lançaram oito mísseis no CERS, do espaço aéreo libanês, sem entrar na Síria. Retornaram como haviam ido.
Este ataque foi seguido por outro no aeroporto de Damasco nos dias 3 e 5 de maio.
No dia 5 de julho, foi a vez de Israel bombardear um depósito de anti-mísseis em Samiyah, perto de Latakia - quinta cidade síria, com maioria cristã (70%) que abriga um campo de refugiados palestinos originários majoritariamente de Jafa e da Galileia.
No dia 13 de julho, Barack Obama e Binyamin Netanyahu realizaram ataque conjunto em outro depósito de anti-mísseis provenientes da Rússia. No dia 30 de outubro, a IDF bombardeou Snawbar com o mesmo objetivo oficial de destruir armamento inimigo. O real era de enfraquecer a capacidade de defesa da Síria, para quando terminar a guerra civil, o país ficar à mercê dos dois países agressores.
De lá para cá, Israel levou a cabo várias operações de bombardeio na Síria e no sul do Líbano, com o mesmo objetivo de sempre: enfraquecer o exército nacional sírio e o Hezbollah.

2014
12-30 de junho: Operation Brother's Keeper.
Três yishuv (colonos judeus) foram capturados no ponto de ônibus da colônia ilegal Gush Etzion, na Cisjordânia. Com o pretexto de resgatá-los, a IDF (Forças israelenses de ocupação) armou uma operação de repressão que lembrou as manobras militares da Segunda Intifada. O subterfúgio não escondeu o objetivo real que era atingir o Hamas em todas suas atividades sociais. Embora o Shin Bet soubesse que o partido não tinha nenhum envolvimento na ação politico-militar, comprovadamente, independente e isolada.
Tudo começou no dia 23 de abril quando o Hamas e o Fatah reataram suas relações políticas e decidiram formar um governo unitário e convocar eleições. Notícia bem-recebida nas capitais europeias e americanas, mas Binyamin Netanyahu ficou possesso com a perspectiva de perder a possibilidade de demonizar o Hamas a fim de dizimá-lo sem reação internacional.
Para pressionar o Fatah a voltar atrás, Israel primeiro retirou-se das negociações ditas de "paz" patrocinadas por John Kerry.
Depois, no dia 15 de maio durante as celebrações da Nakba, soldados da IDF atiraram em adolescentes palestinos em Beitunia, na Cisjordânia. Dois, um de 16 e outro de 17, morreram na hora; outro sobreviveu ao tiro no peito; assim como os oito outros baleados nos braços e nas pernas para ficarem deficientes.
O comportamento dos soldados israelenses de brincar de tiro a alvo humano é corriqueiro; entretanto, nesse dia, a agressão foi registrada por uma câmera de segurança. As imagens foram postadas na internet e foram vistas em toda a Palestina, provocando ira e indignação.
No dia 02 de junho, o governo unitário foi empossado. Os postos chave foram confiados a intelectuais independentes dos dois partidos e Mahmoud Abbas continuou na presidência. O Hamas fez o sacrifício político de declinar representação, privilegiando a unidade e o bem geral.
No dia 12, três jovens yishuv foram sequestrados no ponto de ônibus de sua colônia, uma das mais radicais na Cisjordânia ocupada.
Netanyahu aproveitou para destilar a hasbara que o Hamas era responsável e tinha de pagar. Sua acusação era falsa.
Considerando a enxurrada de abusos diários que a população palestina sofre dos soldados e dos colonos israelenses fanáticos e violentos, era fácil entender que o ato desesperado podia vir de qualquer cidadão revoltado com o recente assassinato impune dos adolescentes palestinos.
O surpreendente é o contrário, que atos como este sejam tão raros.
O Hamas negou participação, mas Netanyahu continuou a acusar o partido mesmo já tendo detido os dois responsáveis e estes terem afirmado, mesmo tendo sido "induzidos" a mentirem, que tinham agido de própria iniciativa.
A Brother's Keeper foi uma operação de hasbara típica. A polícia israelense soube no dia seguinte ao sequestro que os rapazes estavam mortos, já que um deles ligou para emergência e o barulho dos tiros foi captado no telefonema - a informação foi escondida para justificar a busca que não passava de uma manobra de abusos, prisões, assassinatos, demolições de casas, depredação e fechamento de órgãos de imprensa e organismos educacionais e sociais.
As primeiras vitimas foram os membros do Hamas libertados durante o acordo de troca de prisioneiros em que o soldado da IDF Gilad Shalit fora libertado em 2011 - todos foram presos de novo sem motivo algum.
Então ficou claro que era um ataque direto ao Hamas e não uma tentativa de localizar os yishuv. Em poucos dias, cerca de 800 palestinos foram detidos em prisão administrativa - sem acusação nem direito de defesa.  Peter Lerner, porta-voz da IDF, reconheceu que a operação era  "também" para "debilitar" o Hamas, sua infraestrutura e suas instituições educativas e sociais. E asfixiar mais ainda a Faixa de Gaza.
O outro objetivo era provocar uma reação militar que sabiam inevitável. Conseguiu. Foguetes artesanais esporádicos foram lançados no sul de Israel, mas não pelo Hamas e sim por grupos de resistência independentes.
No dia 20 os corpos dos yishuv foram "descobertos" por soldados e outros yishuv.
No dia 29, aviões de combate israelenses bombardearam 12 "alvos" em Gaza matando um membro do Hamas.
No dia 30, mais bombardeios mataram outra pessoa, feriram três gravemente e o Hamas respondeu lançando foguetes em Ashkelon, sem ferir ninguém.
No dia 01 de julho, no funeral dos três yishuv, Binyamin Netanyahu incitou o ódio: "horrific darkness of those who seek our destruction — despicable kidnappers of children, heinous murderers whose brothers rejoice at the spilling of innocent blood”, e foi recriminado até por sionistas estrangeiros por estar pondo lenha na fogueira. Dito e feito, em Jerusalém um bando de yishuv desfilou gritando "Morte aos árabes" e espancando os palestinos que encontravam.
No dia 2 de julho, Muhammad Abu Khdeir, adolescente palestino de 16 anos, foi sequestrado e queimado vivo, chocando o mundo civilizado com a barbaridade do ato dos yishuv.
No dia 4 de julho foi o funeral de Abu Khdeir. No dia 06, as brigadas al-Qassam, a ala militar do Hamas, entraram em cena em solidariedade aos compatriotas brutalizados na Cisjordânia durante o funeral. Lançaram de Gaza um primeiro foguete no sul de Israel, quebrando a trégua que respeitavam desde a Operation Pillar of Defence em novembro de 2012, apesar de Israel tê-la quebrado logo em 2013.
Foi o suficiente para o primeiro ministro Binyamin Netanyahu, secundado pelo presidente Shimon Peres, lançar uma ofensiva paralela desmesurada na Faixa de Gaza.


08 de julho a 26 de agosto : Operation Protective Edge.
A nova ofensiva militar de Israel estava longe de ser improvisada. Foi meticulosa e letal. Em 48 horas, a IDF matou 64 palestinos, dentre estes, 12 crianças.
Dia 14
Dia 17
dia 22
dia 24
31 de julho

6 de agosto

Durante 50 dias Israel usou seu arsenal tradicional e ilegal mais sofisticado na Faixa de Gaza. No final, segundo a ONU, 2.131 palestinos estavam mortos: 1.473 civis, dos quais 501 eram crianças; 11.100 feridos graves, incluindo 3.374 crianças; e 373.000 crianças estavam com sequelas psicológicas.
Do lado israelense, a perda foi de 71 pessoas: 66 soldados. 5 civis e um operário tailandês.
A IDF dizimou 17.000 hectares de infraestrutura agrícola; ou seja, quase toda. 128 lojas e indústrias foram desmanteladas integralmente e 419 muito danificadas.
A infraestrutra de energia elétrica e de saneamento foi destruída, assim como 22 hospitais e postos médicos, 22 escolas e 118 danificadas. 18.000 residências foram demolidas, por tanques ou do alto, deixando cerca de 110.000 pessoas sem teto.
Para melhor compreensão dê uma olhada nos artigos deste blog Rogue State of Israel de julho e agosto de 2014.
No fim dos 50 dias

Trégua durável?
Um ano depois

Balanço de Eran Efrati

Are you buycotting Israel?


PALESTINA
DAILY LIFE UNDER OCCUPATION
The Israeli military destroy three housing units leaving eight families without homes and displacing 37 peoles - 22 of which are children. Durante a operaçao militar em Gaza. Uma constante na Cisjordânia. 18/18/14


domingo, 24 de dezembro de 2017

Vinde a mim as criancinhas

Neste período sempre entro no espírito natalino, no Brasil, cercada de carinho, amigos e família.
Talvez por isso fique ligada à Palestina e à sina de seu povo sofrido. Espezinhado justamente na terra que viu Jesus Cristo nascer.
É por isso que volto à carga com o Handala, "mascote" deste blog por ter virado o meu desde a década de oitenta. Desde o massacre dos palestinos refugiados nos Campos de Sabra e Shatila em 1982.
Antes dessa atrocidade, eu mal seguia, ou seguia mal, a ocupação e o conflito. Desde então faço o meu mea culpa militando pela justiça informando sempre que possível.
Vale lembrar que neste fim de ano de 2017, enquanto celebramos o amor absoluto, a moral e a ética encarnada pelo aniversariante do dia 25 de dezembro, permitimos, por omissão, que milhões de palestinos da diáspora sejam proibidos de retornar à pátria. 
Permitimos, por omissão, que Israel "anexe" mais territorio palestino e prossiga sua limpeza étnica inexoravel, posto que incontestada.
Permitimos, por omissão, que menos de dez por cento da população de Gaza tenha acesso a água potável. Que a população gazauí inteira continue concentrada na Faixa bloqueada por terra, água e mar. Que os palestinos da Cisjordânia continuem sob ocupação violenta e sob ataque constante dos colonos judeus ilegais.
Permitimos, por omissâo, que Jerusalém seja capturada e judeinizada, em detrimento de nosso patrimônio cristâo.  
Por pecarmos por passividade, pensemos nos palestinos e tentemos fazer o que Jesus faria por eles boicotando Israel e informando os ignorantes sobre o que se passa lá.  
Na Palestina há milhões de meninos de olhar triste, deficientes físicos por causa de tiros, bombas, armas químicas, desesperançados de um dia serem cidadãos normais com passaporte e liberdade de ir e vir sem a ameaça de serem presos, maltratados, baleados, mas que resistem vivendo, estudando, olhando pra frente, perseverando. 
Aí um artista criou uma personagem baseada nestes meninos. Que os ilustra e os homenageia de maneira séria e lúdica. 
Um menininho que não é risonho, faceiro, mas enternece todos os que o veem.
Este menininho diferente dos seus filhos e dos dos seus amigos, perdeu a inocência desde que se entendeu por gente. Desde que os primeiros soldados israelenses invadiram sua casa, a puseram de cabeça para baixo, o trancaram em um cômodo amontoado com as pessoas que lhe eram mais caras, instalaram-se em seu lar como se fosse a casa da sogra, serviram-se na geladeira e nos armários, surrupiaram "lembranças" de valor às vezes inestimável, e ficaram, ficaram, até se mudarem para outra residência para azucrinar e despojar mais famílias e ele finalmente poder sair e ver o pai que idolatra ser humilhado em uma barragem, despido de roupas e de dignidade, e seu peito disparar, ficar bem apertado, seus olhos lacrimejarem, sua cabecinha pesar uma tonelada de pensamentos sombrios e desesperados.
Esse menininho diferente dos demais se chama Handala.


Pronunciado Hanthala, Hanzala, Handhala, e em português, Randala.

Handala é criação do artista palestino Naji Salim Husain Al-Ali.
Nasceu no Koweite para o jornal Al-Siyyasa.

O nome desta personagem viva, sagaz, determinada, tranquila,
que virou emblema da Palestina,
deriva de uma planta chamada handhal, em árabe.

Planta resistente, de raízes profundas, firmes, fecundas e com capacidade de regenerar-se inclusive quando extirpada com violência.
Handala é um garotinho horrorizado com a injustiça adulta maléfica, gratuita, e não cresce nunca;
como a personagem do Tambor, do escritor alemão Günther Grass. 
Pois as injustiças das quais seu povo é alvo e a indiferença que permite que invasores extingam sua raça dia a dia lhes são doloridas e incompreensíveis.
Inadmissíveis até para nós, autônomos e livres.  
Handala então não cresce e empunha a chave de sua casa desapropriada (para um sionista estrangeiro vindo de além mar usurpar ou simplesmente para ser explodida ou queimada) e na outra mão uma espada imaginária para abrir o caminho de espinhos que o ocupante semeou com minas e invasões bárbaras em suas terras milenares. 
Handala representa a nação palestina inteira e o próprio Naji al-Ali que aos 10 anos de idade foi também desraizado de sua cidade natal al-Shajarah - entre Nazaré e o Mar da Galileia.
E é com esta idade do choque fatídico que retornará ao lar, um dia, Insha'Allah!
Shajarah significa "árvore" em árabe.
Naji nasceu lá e desde o dia em que foi despojado de passado, futuro e nacionalidade, agarrou-se à força da árvore e botou os pés na estrada como se fossem troncos móveis prontos a retornar à terra natal e seus braços, galhos potentes que em suas extremidades seguravam mãos criativas e ágeis a serviço de sua legítima causa.   
A cidade de Naji e seus ancestrais foi destruída em 1948, na Naqba.
Shajarah foi batizada em homenagem a Jesus Cristo. 
Em suas peregrinações, O Redentor que celebramos no dia 25 de dezembro lá sentou-se com os apóstolos à sombra de uma árvore solitária e transmitiu ensinamentos, caridade e curou viajantes de mazelas e grandes males. 
Jesus estava a caminho de Nazaré; onde foi rejeitado.
Shajarah foi destruída por grupos para-militares sionistas junto com outras 480 cidades palestinas,
cujos habitantes foram massacrados ou engrossaram a diáspora durante a Naqba.
Como Naji e seus pais.

A família de Naji conseguiu escapar deixando para trás fazenda cultivada, vida despreocupada de classe média-alta, infância inacabada, risos, sonhos, traquinagem, para acabar na miséria total em um campo de refugiados.
No Líbano, em Ein al-Hilwah.

E mais tarde, em Shatila.
Campo tristemente célebre por causa do massacre selvagem do qual mais tarde seria alvo, junto com Sabra.
Foi na escola, sagrada para os palestinos, que Naji começou a desenhar de memória as atrocidades que vivenciara e as que lhe eram contadas - as vias dolorosas dos que ficaram.
Seu talento o levou à Academia de Arte do Líbano.
Não conseguiu formar-se.
Suas atividades político-artísticas o levaram ao cárcere,
para onde são banidos todos os resistentes indesejados.
Nessa época assinava seus desenhos Naji, simplesmente.  

A partir do nascimento de Handala, Naji deixou de assinar seus desenhos porque viraram símbolo universal de resistência. Assiná-los seria restringir a arte ao artista; enclausurar a personagem em um universo fictício; individualizar o menininho que representava milhões de crianças sem face e sem identidade. Tirar-lhe sua veracidade.   
O garotinho desajeitado, descalço, maltrapilho, de cabelos esparsos, virou sua própria imagem.
E ao mesmo tempo, a de todos os palestininhos obrigados a serem adultos antes da hora, concentrados entre muros gigantescos, vigiados noite e dia por zepelins e drones espiões armados, bombardeados esporadicamente por aviões, esmagados pelo peso da ocupação israelense que os sangrava, e contudo, ele lá estava, fincado na terra de seus ancestrais.
De pé, embora à míngua e descalço.    
Mais do que isso.
Além disso, Handala passou a retratar todas as crianças apátridas que vivem drama semelhante ao que a Palestina vive desde a Naqba. 
Handala é o palestininho e também toda guria e todo guri maltratado, abusado, oprimido, asfixiado por uma engrenagem sócio-econômico-política que não se preocupa nem um pouquinho com o que, diretamente, não a atinge.

Naji foi assassinado em Londres, em 1987.
Um assassinato político, encomendado, que nunca foi solucionado.
Como não será o de Yasser Arafat. 

Naji incomodava muita gente, é claro.
Assim como incomodam mundo afora todas as consciência livres que raciocinam, sentem e agem em prol de causas justas que as extrapolam. 
Naji era perseguido por ser palestino e por causa de Handala.
Dois pecados capitais no mundo inclemente dos expansionistas e dos venais.
E como Jesus Cristo
(crucificado pelo Sinédrio israelita para ser esquecido
mas que para sempre será seguido e lembrado)

através de sua obra e de seu exemplo de resistência ativa através da arte,
Naji ficou para a posteridade.
Graças a Handala.
Prova que talento bem utilizado, para atos desinteressados, de solidariedade e generosidade,
nos aproxima Dele através de Sua mensagem e nos dá asas e longevidade.
Como todo ser humano inspirado por missão que ultrapassa seu pequeno universo e seu ego para alçá-lo ao âmbito da magnanimidade, Handala é Naji e Naji é Handala.
E no espírito natalino de fraternidade universal, somos todos Handala.
Somos todos solidários às penas do povo palestino traído, espoliado, ocupado, espezinhado, preso por invasores bárbaros em um labirinto de muros e sedento de justiça e de água. 
Somos todos maltrapilhos; sem carteira de identidade;
mas com raízes tão profundas, com uma cultura tão arraigada,
com um amor tão grande pela terra de nossos antepassados,
que velamos pela chave de casa e alimentamos a esperança de um dia voltar.
Voltar a uma terra sem muros,
sem arame farpado,
sem estradas proibidas,
sem barragens,
 sem medo de ser acordado à noite e espremido em um quarto,
 sem soldados que o humilham o tempo todo,
sem selvagens "colonos" usurpadores,
sem estrangeiros indesejados.

Voltar.
Exercer seu direito inalienável de retorno.
Voltar e encontrar Handala lá.
Vestidinho de bermuda, camiseta e tênis; livre; de kefié na cabeça erguida; 
jogando futebol nas ruas e campos sem tanques, colonos e soldados malvados, 
com um sorriso imenso estampado em um rostinho bochechudo que coroe um corpinho bem nutrido e pronto para crescer e virar cidadão de um Estado reconhecido, soberano, livremente constituído, chamado Palestina.  
Boa sorte, Handala!
Feliz Natal!
E um 2018 cheio de saúde e alegria, e de soberania e liberdade à Palestina!

“The child Handala is my signature, everyone asks me about him wherever I go.
I gave birth to this child in the Gulf and I presented him to the people.
His name is Handala and he has promised the people that he will remain true to himself.
I drew him as a child who is not beautiful; his hair is like the hair of a hedgehog who uses his thorns as a weapon.
Handala is not a fat, happy, relaxed, or pampered child.
He is barefooted like the refugee camp children, and he is an icon that protects me from making mistakes.
Even though he is rough, he smells of amber.
His hands are clasped behind his back as a sign of rejection at a time when solutions are presented to us the American way."
Handala was born ten years old, and he will always be ten years old.
At that age, I left my homeland, and when he returns, Handala will still be ten, and then he will start growing up.
The laws of nature do not apply to him.
He is unique.
Things will become normal again when the homeland returns.
I presented him to the poor and named him Handala as a symbol of bitterness.
At first, he was a Palestinian child, but his consciousness developed to have a national and then a global and human horizon.
He is a simple yet tough child, and this is why people adopted him and felt that he represents their consciousness."
Naji
LIBERDADE A MARWAN BARGHUTI!!!!

We should live our lives as though Christ was coming this afternoon.
My faith demands - this is not optional - my faith demands that I do whatever I can, wherever I can, whenever I can, for as long as I can with whatever I have to try to make a difference."Jimmy Carter 

 Forbidden pîlgrimage

Global BdS Movement: http://www.bdsmovement.net/
 

domingo, 17 de dezembro de 2017

Israel vs Palestina: Operações Militares XV (2011-12)


2011
Dia 5 de abril: Sudan airstrikes.
Israel  bombardeou um navio no Porto Sudão, alegando que este transportava armas iranianas para o Hamas na Faixa de Gaza bloqueada. 119 pessoas morreram no ataque. No mesmo dia, bombardeou o carro de Abdul Latif Ashkar, um membro do Hamas que sobreviveu à tentativa de assassinato. 

Do dia 18 a fim de agostoGaza Strip air raids.
Operação de punição coletiva em represália a uma série de investidas realizadas por onze resistentes palestinos na rodovia 12, no Negev, perto da fronteira de Israel com o Egito.
Embora tudo apontasse para um ato espontâneo isolado, Israel aproveitou para culpar o PRC - Comitê de Resistência Popular, coalizão baseada em Gaza que negou qualquer participação, embora parabenizasse o ato.
Apesar de não ter nenhuma prova, a IDF bombardeou sete "alvos" na Faixa palestina, destruindo propriedades e matando cinco membros da coalização de resistência, inclusive seu líder Kamal al-Nairab e Immad Hammad, chefe da ala militar da organização.
Civis também morreram e muitos foram feridos.
 

2012
9-14 de março de 2012: Operation Returning Echo.
Avião israelense lança míssil no carro do novo chefe do PRC Zuhir al-Qaisi, conhecido como Abu Ibrahim, atingindo o veículo em cheio.
Abu Ibrahim sobrevivera, por estar ausente, ao bombardeio de sua casa em Rafah no dia 14 de janeiro, que causara a morte de um de seus familiares e deixara mais cinco pessoas gravemente feridas. Porém, não sobreviveu a este. Foi assassinado junto com seu genro Mohammed Ahmed al-Hanani. A execução do líder do PRC constituiu uma violação dos acordos Shalit de troca de prisioneiros.
Na época, a provocação foi clara e o Haaretz argumentou que a IDF visava uma escalada no confronto, boa para Israel. Era "part of a plan to 'sell' an Israeli attack on Iran". Outro argumento para o ataque, segundo o jornal Al-Hayat, era "marketing the Iron Dome project and testing Hamas's military capabilities".
Por sua vez, o ministro da defesa Ehud Barak insinuou que o assassinato de Abu Ibrahim - premeditado com meses de antecedência -  era um meio de dissuasão, mas ficou claro que era mesmo provocação.
Provocação que surtiu efeito. A resistência palestina lançou uma bateria de foguetes e Binyamin Netanyahu autorizou o início da operação Returning Echo, já pronta para começar há dias.
Dentre os resistentes, além de Abu Ibrahim, mais dezenove foram assassinados: Ahmad Hanini, Hussein Barham Al-Breim (51), Mansour Kamal Abu Nuseira (20), Mahdi Abu Shawish (24), Ahmad Hajjaj, Fayiq Saad, Muatasim Hajjaj, Shadi Sayqali, Hazim Qureiqi, Ubeid Gharably, Muhammad Hararah, Muhammad Maghari, Mahmoud Najim,Muhammad al-Ghamry (26), Ahmed Deeb Salem (24), Raafat Abu Eid (24), Hamadah Salman Abu Mutlaq (24), Bassam al-Ajla, Muhammad Thaher. Morreram também cinco civis e 74 foram feridos gravemente. Do lado de Isrel, 23 pessoas sofreram ferimentos.
Um colunista do Haaretz observou no final que "The death of Zahid al-Kaisi met the criteria of cost-benefit analysis well. A few days of fear in Sderot are a small investment that will bring a big profit in terms of punishment and deterrence".
Por outro lado, o 'sucesso' do Iron Dome system foi alardeado por Israel e despertou curiosidade.
Poranto, os objetivos de Isarel foram atingidos.
O produto bélico fora demonstrado e podia ser colocado no mercado, como todas as armas que Israel fabrica. São testadas nas operações militares na Palestina e no Líbano, duas vítimas e vitrines dos armamentos fabricados em Ashkelon.


14-21 de novembro: Operation Pillar of Defense (nome internacional) - Operation Pillar of Cloud (nome local).
No dia 14 de novembro, a IDF começou a operação Pillar of Cloud assassinando Ahmed Jabari, líder da ala militar do Hamas na Faixa de Gaza.
A semana que antecedeu a agressão aérea massiva foi marcada por uma escalada da violência israelense, inclusive ataques de Shujayya, um bairro residencial no leste da Faixa.
Durante a semana, 174 palestinos foram assassinados. 101 dos quais eram civis, incluindo 13 mulheres e 33 meninos. Centenas de palestinos foram feridos nos bombardeios de suas moradias.
Sete dos resistentes assassinados, eram tidos pela IDF como alvos prioritários e foram diretamente visados. Além de Ahmed Jabari, a IDF executou Hab's Hassan Us Msamch, no dia 15; Ahmed Abu Jalal e Khaled Shaer no dia 16; Osama Kadi e Muhammed Kalh, no dia 17; e Ramz Harb, no dia 19.
Seis israelenses morreram. Dois soldados e quatro civis. O número de feridos civis foi facilmente contabilizado - 239, precisamente. Mais 20 soldados.
Segundo a IDF, Israel levou a cabo 1.500 bombardeios aéreos, sete lançamentos navais de mísseis e 360 tiros de morteiros.
O ataque foi indiscriminado em alvos militares, administrativos e civis - comércios, fábricas, lavouras e casas. Daí o grande número de feridos. 
A resistência palestina lançou 765 foguetes artesanais no território israelense e 135 tiros de morteiro.
Pela primeira vez, alguns foguetes alcançaram Tel Aviv e Jerusalém ocidental.
 

17/11
 
 
Real News: The media war
21/11/12: Debate:  As Bus Bomb Hits Tel Aviv, Sharif Abdel Kouddous on Egypt's. From Short-Term Ceasefire to Long-Term Peace, How to Resolve the Israel-Gaza Crisis?

26/11  

domingo, 10 de dezembro de 2017

Reality check on JERUSALEM



"The truth", noted Oscar Wilde, "is rarely pure and never simple".
Yet, the point remains: US President Donald Trump, not dissimilarly from Arthur Balfour one century ago, is imposing a unilateral understanding of the local reality without knowing much of its complex past and present. To pay the price for this will be, once again, Israelis and Palestinians alike.
US President Donald Trum has said it is time to officially recognise Jerusalem as the capital of Israel.
Arthur Balfour, who gave his name to the 1917 Declaration, visited Palestine for the first time in his life in 1925. On that occasion, he presided over the opening of Jerusalem's Hebrew University, accompanied by Chaim Weizmann and his wife, Vera.
Despite Balfour's very limited knowledge of the local reality, his actions were based on the rock-solid conviction that the ideas that he was embracing were "rooted in age-long traditions, in present needs, in future hopes of far profounder import than the desires and prejudices of the 700,000 Arabs who now inhabit that ancient land".
Each observer and historian can have a different opinion about these aspects and Balfour's approach. 
Today Trump's unilateral decision is ill-fated. Despite growing absolutist claims, "Uru-Shalem" (the city "founded by Shalem", a god venerated by the Canaanites), founded by the Canaanites around 5,000 years ago, has not belonged to one single people in its entire history.
This is a further reason why, in its nature, Jerusalem must be internationally, or at least bilaterally, shared.

As to why to make the move now and not earlier or later, I believe there are three main reasons, none of which are mutually exclusive.
First, US domestic politics. Today’s announcement plays well with Trump’s base amongst right-wing Christian evangelicals, as well as with the likes of influential individuals like Sheldon Adelson. “Hallelujah!” proclaims alt-right site Breitbart’s main splash today, welcoming the news.
The fact that such constituencies are already committed to Trump does not rule out the fact that policy steps can be taken as a gift to the converted; Trump-ism has never been about building wide coalitions, or reaching out across various divides, but about energising and mobilising a base.
Don’t forget, of course, that a pledge to move the US embassy to Jerusalem was part of Trump’s election campaign; for a president who has struggled to fulfil his promises, a win is a win.
Second, Benjamin Netanyahu, along with other senior Israeli officials, might well have done a good job in persuading the Trump administration to make such a move – something that the likes of Jared Kushner, Jason Greenblatt and US envoy to Israel David Friedman would be personally amenable to anyway.
For Netanyahu – and this is already evident in remarks made this morning – such a shift in American policy fits nicely with his narrative about a confident, nationalistic Israel expanding its diplomatic ties, the warnings of international isolation from his political enemies shown to be hollow threats
Whether Trump’s decision on Jerusalem is actually in the best interests of Netanyahu, or his coalition, is a separate matter; but misguided or otherwise, Netanyahu would appear to have been urging the Trump administration to take such a step.
Third – and this is perhaps where many commentators are missing a trick – the Trump administration might well envisage, and justify, the Jerusalem shift in the context of its much-heralded efforts at securing the “deal of the century”.
At first glance this can seem counter-intuitive, since everyone from Jordan to the European Union has criticised the Jerusalem announcement as detrimental to efforts at advancing so-called Israeli-Palestinian “peace” and a “two-state solution”.
para
In fact, Trump is more likely to view, and present, the Jerusalem move as a gesture to Israel that will creat the expectancy of pressure for a corresponding "gesture" in retur, such as economic-focuses measures in the occupied West Bank.
Whether or not this calculation quite adds up, is another question – though Mahmoud Abbas and his team have, over the years, demonstrated a notable capacity for giving US efforts “one more chance”.
In other words, rather than being an inexplicable spanner in the works of the Trump administration’s wider efforts at birthing the “ultimate deal”, the White House – and perhaps Saudi Crown Prince Mohammad Bin Salman too – may well see the move as part and parcel of that very project (hence the weak response, thus far, from Riyadh).
On the ground, meanwhile, the reality for Palestinian residents of what is an apartheid city remains unchanged: home demolitions, municipal discrimination, brutal raids, and settler-driven displacement. This is Jerusalem’s grim reality that, by their long-standing inaction, Israel’s allies have played a crucial role in facilitating. Trump thus joins a crowded field of the complicit.


The status of Jerusalem remains one of the most vexed – and volatile – sticking points in efforts to resolve the Israeli-Palestinian conflict. After occupying the eastern part of the city in the war of June 1967, Israel annexed the territory, and its political leaders proclaimed the city Israel's "eternal, undivided capital." But the international community, including the United States, continues to regard East Jerusalem as occupied territory, and to reject Israel’s decision to settle its citizens there. Nor is Israel's claim that Jerusalem is its capital city widely recognized. Most foreign nations, including the U.S., continue to maintain their embassies in Tel Aviv.
Before the creation of the State of Israel, the newly formed United Nations had, in 1947, voted on a partition plan to divide historical Palestine what was then British-Mandate Palestine into separate Jewish and Arab states. Although that partition map put Jerusalem within the boundaries of the envisaged Palestinian Arab state, it designated Jerusalem and Bethlehem as corpus separatum, under international rule. The special status was decided on the basis of Jerusalem’s religious importance to all three Abrahamic faiths, as home to Al-Aqsa Mosque, Church of Holy Sepulchre, and the Western Wall of the Jewish temple built by Herod. There were also 100,000 Jews living in Jerusalem at the time, and the partition map envisaged an equivalent Arab population in the combined Jerusalem-Bethlehem entity.
The leaders of what became Israel indicated acceptance of the partition plan, but it was rejected by Arab leaders, who responded to Israel's declaration of independence the following year by going to war. The resulting conflict substantially redrew the map, as Israeli forces fought their way to Jerusalem and cleared much of the Palestinian population out of the coastal plain and the Gallilee. Whereas the original partition had allocated 55 percent of the territory to a Jewish state and 45 percent of it to a Palestinian Arab state, the war of 1948 put Israel in control of 78 percent of the territory. The remaining 22 percent, comprising Gaza and the West Bank (including East Jerusalem), was now controlled by Egypt and Jordan respectively.
Jerusalem remained a divided city, with the holy sites in the eastern part under Jordanian control. The international community continued to regard the city as having a distinct status.
The rough, hand-drawn lines on a map sketched by Israeli and Jordanian commanders in November of 1948, which later became the official 1949 Armistice Line, left parts of Jerusalem as a no-man's-land, outside either Israeli and Jordanian control. Special arrangements were made for Mount Scopus, which lay in the Jordanian controlled zone, but was home to an Israel hospital and the Hebrew University of Jerusalem. The 1949 Armistice Line, also known as the Green Line – or more colloquially as "the 1967 borders" – is often referred to in two-state negotiations between Israel and the Palestinians.
The war of June 1967, however, left Israel in control of the remaining 22 percent – the West Bank, East Jerusalem and Gaza. Israel then annexed East Jerusalem, redefining the municipal boundaries of the city to incorporate other West Bank towns and villages, making it the largest city in the country.
Despite the annexation, however, Palestinians in East Jerusalem were not granted citizenship of Israel in the way that those Palestinians who remained in the country after the 1948 war had been. Instead, East Jerusalem Palestinians were given “permanent resident” status, the same status as non-Jewish foreigners who moved to Israel, according to the Israeli human rights group B’tselem. East Jerusalem Palestinians live under constant fear of their Jerusalem identifications being revoked if they cannot prove their residency. B'tselem says 14,000 have suffered that fate since 1967.
Despite the international community – including Israel's staunchest ally, the U.S. – rejecting Israeli settlement in East Jerusalem, 12 Israeli settlement blocs housing more than 190,000 Jewish settlers have been built on occupied land in the city since 1967.
In 1980, Israeli Knesset passed the Jerusalem Law, which states that “Jerusalem, complete and united, is the capital of Israel.” However, United Nations Security Council Resolution 478, adopted by 14 votes to none, with an abstention from the US, declared the law "null and void." No foreign country today has an embassy in Jerusalem.
Although Congress, in 1995, passed a law requiring that the U.S. Embassy be relocated from Tel Aviv to Jerusalem, it allowed the executive branch the option of, every six months, signing a waiver on implementation that law. Since then, every U.S. president starting with Bill Clinton has, twice a year, waived implementation of that law.
The U.S. State Department’s continued recognition of Jerusalem as corpus serparatum has sparked a legal battle with the parents of 12-year-old Menachem Zivotofsky, a U.S. citizen born in Jerusalem whose birth certificate doesn't place the city in Israel. The U.S. Supreme Court is currently considering arguments about whether the State Department should be required to use "Jerusalem, Israel" on documents issued to U.S. citizens born there. Zivotofsky's birth certificate gives his birthplace simply as "Jerusalem."
The status of Jerusalem has proved to be a major stumbling block in efforts to forge a two-state solution to the Israeli-Palestinian conflict. Failure to reach agreement on the issue was a key reason for the failure of the 2000 U.S.-mediated Camp David negotiations between the Palestinian Liberation Organization and Israel mediated by the U.S.
The PLO demanded Palestinian sovereignty over Jerusalem east of the Green Line. Israel proposed giving the Palestinians custodianship over Muslim and Christian holy sites in East Jerusalem, but not sovereignty. The Israeli side also demanded that large settlement blocs in East Jerusalem would remain part of Israel.
Then opposition leader Ariel Sharon rejected even that offer by Israel's government, and took a large security contingent on a walking tour of the Temple Mount — also the precincts of the Islamic holy sites — triggering Palestinian protests that escalated into the Second Intifada...


The international community officially regards East Jerusalem as occupied territory. Additionally, no country in the world recognises any part of Jerusalem as Israel's capital, with the exception of Russia, which announced its recognition of West Jerusalem as the capital of Israel earlier this year.
As of now, all embassies are based in Tel Aviv.
Palestinians in Jerusalem
Despite Israel's de-facto annexation of East Jerusalem, Palestinians who live there were not granted Israeli citizenship.
Today, some 420,000 Palestinians in East Jerusalem have "permanent residency" ID cards. They also carry temporary Jordanian passports without a national identification number. This means that they are not full Jordanian citizens - they need a work permit to work in Jordan and do not have access to governmental services and benefits such as reduced education fees.
Palestinian Jerusalemites are essentially stateless, stuck in legal limbo - they are not citizens of Israel, nor are they citizens of Jordan or Palestine.
Israel treats Palestinians in East Jerusalem as foreign immigrants who live there as a favour granted to them by the state and not by right, despite having been born there. They are required to fulfil a certain set of requirements to maintain their residency status and live in constant fear of having their residency revoked.
Any Palestinian who has lived outside the boundaries of Jerusalem for a certain period of time, whether in a foreign country or even in the West Bank, is at risk of losing their right to live there.
Those who cannot prove that the "centre of their life" is in Jerusalem and that they have lived there continuously, lose their right to live in their city of birth. They must submit dozens of documents including title deeds, rent contracts and salary slips. Obtaining citizenship from another country also leads to the revocation of their status.
In the meantime, any Jew around the world enjoys the right to live in Israel and to obtain Israeli citizenship under Israel's Law of Return.
Since 1967, Israel has revoked the status of 14,000 Palestinians, according to Israeli rights group B’Tselem.
Settlements
Israel's settlemen projetc in East Jerusalem, which is aimed at the consolidation of Israel's control over the city, is also considered illegal Under international law.
The UN has affirmed in  several resolutions that the settlement projetc is in direct contravention of the ourth Geneva Convention, which prohibits an occupying country from transferring its population into the areas it occupaies.
There are several reasons behind this: to ensure that the occupation is temporary and to prevent the occupying state from establishing a long-term presence through military rule; to protect the occupied civilians from the theft of resources; to prevent apartheid and changes in the demographic makeup of the territory.
Yet, since 1967, Israel has built more than a dozen housing complexes for Jewish Israelis, known as settlements, some in the midst of Palestinian neighbourhoods in East Jérusalem.
About 200,000 Israeli citizens live in East Jerusalem under army and police protection, with the largest single settlement complex housing 44,000 Israelis.
Such fortified settlements, often scattered between Palestinians' homes, infringe on the freedom of movement, privacy and security of Palestinians.
Though Israel claims Jerusalem as its undivided capital, the realities for those who live there cannot be more different.
While Palestinians live under apartheid-like conditions, Israelis enjoy a sense of normality, guaranteed for them by their state.



Prior to the 1993 Oslo Accords, in which the Palestinian Liberation Organization (PLO) and Israel officially began negotiating under a two-state for two peoples paradigm, the West Bank and Gaza Strip were under full Israeli Civil Administration control. The office was tasked with the handling of bureaucratic responsibilities of the occupied territories while the Israeli military was responsible for security.
With the onset of the Oslo process, however, limited autonomy and self-rule was given to the Palestinians in the West Bank (though not in Gaza). The West Bank was divided into the following three administrative divisions, with civil administrative control of some areas transferred to the newly created Palestinian Authority (PA) while Israel maintained civil control over the majority of the territory. Under the terms of the Oslo process, full Palestinian governance was to have been achieved by 1999. But 15 years later, any Israeli transference of sovereignty remains elusive, especially with the presence in the West Bank of more than 300,000 Israeli settlers, more than twice the amount there during the signing of the Oslo Accords.
Area A
Comprising 18 percent of the West Bank, Area A is under PA civil control and security authority. Although it is comprised entirely of Palestinian cities – including Hebron, Nablus, Ramallah, Bethlehem and some towns and villages that do not border Israeli settlements – they are separated by areas controlled by Israel, including checkpoints, settlements and military outposts.
An exception is found in Hebron, the largest Palestinian city in the West Bank. While it lie in Area A, less than 1,000 Israeli settlers are living among hundreds of thousands of Palestinian residents, a state of affairs which prompted Israel to divide the city into two zones in the 1990s: H1, 80 percent of the entire city which is administered by the PA; and H2, 20 percent of the city which is controlled by Israel.
Palestinians from Area A cannot travel to other areas within the West Bank — even other parts of Area A — without crossing Israeli checkpoints. Despite Palestinian civil and security governance, Israel still maintains a de facto veto of final authority, sometimes raiding homes and businesses or detaining and arresting Palestinians.
Area B
Comprising about 22 percent of the West Bank, Area B is under Palestinian civil administration while Israel retains exclusive security control with limited cooperation from the Palestinian police. Area B includes more than 400 villages and farmland. Despite PA civil control, such areas are often threatened by the expansion of Israeli settlements into Palestinian land.
Area C
Under full Israeli civil administration and security control, Area C is the largest division in the West Bank, comprising 60 percent of the territory. The PA only has responsibility for providing education and medical services to the 150,000 Palestinians living there. With the exception of Hebron, all Israeli settlements are in Area C, where Israel has full authority over building permissions and zoning laws. Area C contains most of the West Bank's natural resources and open areas. More than 70 percent of the Palestinian villages in Area C are not connected to the water network while Israeli settlements are, according to the U.N. Office for the Coordination of Humanitarian Affairs. Israel's Civil Administration has planned for Palestinian development in less than 1 percent of Area C, and 99 percent of the area is off limits or heavily restricted for Palestinian construction.
East Jerusalem
Like the West Bank, East Jerusalem has been occupied by Israel since 1967 — which is illegal under international law.But Israel’s method of control over the territory differs. In 1980, Israel unilaterally declared Jerusalem a unified city, effectively consolidating power over Palestinian East Jerusalem, which would be the future capital of an independent Palestine as envisioned under the two-state Oslo process.
Unlike Palestinian residents of West Jerusalem and the rest of Israel, Palestinians living in East Jerusalem are given a unique identification card, which — unlike their Palestinian neighbors in the West Bank – allows them to travel throughout Israel and the West Bank. However, they are not granted an Israeli passport nor can they vote in Israeli élections.
Israel maintains full civil control in East Jerusalem, where they provide municipal services, health insurance and building permits to the Palestinian residents. Under its control over East Jerusalem, Israel has increased the presence of settlers around Palestinian towns and left other physical barriers separating those towns from the West Bank. According to the Israeli human rights organization B'Tselem, about 40 percent of the residents in annexed East Jerusalem are Jews living in settlements or previously-owned Palestinian homes.


Inside Story: Jerusalem, a momentous change, but at what cost?

PALESTINA


What it means to leave the Gaza Strip for the first time
Palestinian writer Mousa Tawfiq left Gaza via Israeli-controlled Erez checkpoint in September 2017, It was his first time seeing Palestine beyond the occupied Gaza Strip. 


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