Por que a IDF atacou no início de novembro e não outro dia?
Quem sabe porque as eleições legislativas nos Estados Unidos seriam no dia 7, a campanha estava na reta final com a atenção mundial voltada para Washington e o governo de Israel contava com a distração da mídia.
Este ataque fazia parte do programa militar de intimidação para a libertação o soldado da IDF e do programa político de inviabilizar de uma vez por todas a formação de um governo pluripartidário na Palestina. Representantes do Hamas e do Fatah estavam em plena roda de discussões de reaproximação e para Israel reinar de braçada precisava manter os dois partidos separados para fragilizá-los.
Por outro lado, o povo israelense como um todo social não se importa realmente com a ocupação, com a colonização, com os abusos, com os assassinatos que seu governo pratica (como os filhos, em sua maioria, não andam se preocupando com corrupção e má-conduta dos pais contanto que desfrutem de alto padrão de vida). A única coisa que desestabiliza um governo em Israel é a demonstração de fraqueza e a televisão mostrar enterro de compatriota que poderia ser um filho - como nos Estados Unidos.
Portanto, a recuperação do soldado Gilad Shalit era uma questão de honra muito mais do que uma questão humana e os foguetes Qassam não passavam de uma desculpa para ganhar terreno.
Caía bem para o primeiro ministro Ehud Olmert que queria apagar da memória de seus compatriotas o fiasco sangrento do Líbano e mostrar que era tão "macho" quanto o carniceiro Ariel Sharon e o embusteiro Ehud Barak.
Para que não houvesse dúvidas quanto a isso, começou outra campanha mortífera. Uma dessas às quais a IDF dá nomes idílicos por sarcasmo ou para amenizar, pelo menos no título, o estrago. A desta vez, que foi inaugurada no dia 1° de novembro de 2006, se chamava
Autumn Clouds - Nuvens de Outono.
(Usarei o nome em inglês como foi divulgado na época pela mesma razão de sempre. Para manter distância com o evento e para não ser cúmplice da romantização de mais um massacre concreto anunciado de maneira abstrata.)
A operação
Autumn Clouds foi curta e "eficaz". Durou seis dias em que muitos palestinos morreram e dezenas foram presos. No sétimo dia a IDF, que se considera sem dúvida com missão divina, descansou enquanto os gazauís enterravam seus mortos.
Já no primeiro dia, ou, melhor, na madrugada do dia 1°, dezenove gazauís perderam a vida em Beit Hanoun. Treze da mesma família. Nove dos dezenove eram crianças.
(De maneira geral, os meninos são mais atingidos porque não se dão conta imediatamente do perigo e não conseguem evitá-lo correndo para um abrigo.)
Neste caso específico nem adiantava porque o ataque foi de madrugada e pegou as famílias acordando ou dormindo.
Os outros mortos eram quatro mulheres e seis homens. A IDF manteve a tradição de atacar na calada. Nesse dia, a rajada de artilharia martelou do alto as casas adormecidas, às 6 horas. A fim de atingir mais civis desprevenidos.
Os numerosos feridos foram carregados para o hospital Kamel Adwan de pijama.
Desde o fim da Guerra do Líbano que Israel vinha martelando a Faixa de Gaza com mísseis e balas. Aliás, olhando mais longe, no período de um ano, segundo a ONG
Human Rights Watch, de setembro de 2005 a 2006 a IDF jogou só na Faixa cerca de 15 mil bombas que causaram dezenas de mortes e centenas de feridos.
O Hamas, no mesmo período, lançou na vizinhança 1.700 foguetes que passavam medo mas eram artefatos obsoletos.
Voltando mais atrás, durante a Intifada, entre junho de 2004 e julho de 2006 os foguetes Qassam mataram 14 israelenses (seis menores), enquanto que os bombardeios da IDF mataram 126 gazauís (29 menores). E segundo a ONU, de julho a outubro de 2006, os foguetes Qassam não mataram ninguém e as bombas da IDF mataram 450 palestinos, só na Faixa de Gaza; a Cisjordânia é outro caso.
Portanto, a matança da IDF era algo corrente, constante e sem propaganda porque os palestinos não têm nenhuma influência sobre a mídia de nenhum país do dito "Primeiro Mundo". Mas desta vez, apesar da campanha eleitoral estadunidense, a morte de muitas pessoas no mesmo dia sempre chama a atenção da grande mídia, pois vira evento televisivo. Quando é da mesma família é mais espetacular ainda.
Foi por isso que o ataque de Beit Hanoun ficou conhecido e foi parar até na Assembleia das Nações Unidas, ainda sensível com a matança no Líbano onde Israel acabara de usar cerca de 130.000 bombas e balas. que deixaram o país aos pedaços.
Fontes da IDF confirmaram que "
The army fired a volley of artillery shells at the northern Gaza Strip which missed their target, probably because of a human or technical error."
E, como sempre, prometeram investigar "o incidente".
Os residentes do bairro que foi regado de mísseis contaram que, apavorados, primeiro tentaram abrigar-se e em seguida, quando a tempestada deu uma parada correram para recolher os vivos e os mortos dentro das casas bombardeadas.
Majid, de 55 anos, um dos sobreviventes da família Athamna que sofreu mais perdas, contou que "
was sleeping when the first shell landed. Some people were killed and injured. We went downstairs and the second shell hit while we were taking out the bodies. Then more shells came. I saw bodies cut into pieces. There were children and women. God knows why they hit this house.”
Outro membro da família Athamna, Yazan, de 15 anos, foi atingido por fragmentos de bombas
shrapnel (o que provava o uso de bomba a fragmentação para causar mais dano imediato e semear perigo a médio e longo prazo) no estômago e nas pernas, disse: "
My mother and two grandmothers were killed as they slept. I got out of the house and was running in the street. Then people came to help and the shelling started again.”
Muhammed Odwan, de 21 anos, ocupava outra casa. Hospitalizado com ferimentos graves de
shrapnel nas costas, contou: “
I was in the house sleeping. The shelling started and I got out of my house. All my neighbours were screaming for help and then it started it again as people gathered. My father was killed in the alleyway where we stood. Why did they do this? They want to destroy our houses and force us into exile.”
A grande mídia divulgou este bombardeio, mas esqueceu de informar que já fazia quatro meses que Beit Hanoun estava ocupada militarmente. Durante o estado de sítio, os soldados israelenses e os mísseis já haviam matado 52 habitantes. A IDF se retirara há apenas uma semana para deixar o campo livre para a aeronáutica "trabalhar" à vontade sem os soldados correrem perigo de ser atingidos por fogo amigo.
Durante a ocupação militar da cidade, os soldados haviam invadido casa por casa intimidando, interrogando e vandalizando.
A Operação
Autumn Clouds foi apenas o epílogo. A IDF teria continuado causando vítimas anônimas sem que o mundo reagisse se não tivesse sido este "erro" de matar tanta gente ao mesmo tempo e tanta criança.
De repente, o Hamas, que já estava penando com o bloqueio imposto por Israel, EUA e com a Europa passiva, encontrou-se atolado no problema de desabrigados.
Atef Odwan, responsável pelos refugiados, rasgou o verbo ao visitar a rua e as casas encharcadas de sangue espalhado: “
We cannot accept this destruction. We cannot accept the peace process or talk about stopping resistance. They are trying to break the Palestinian people and its resistance and trying to force us out of our homes. But we have nothing to lose. We have no choice but to stand for our rights.”
Quanto a Abu Mazen (Mahmoud Abbas), declarou três dias de luto na Palestina inteira e foi diplomata: “
This is a horrible, ugly massacre committed by the occupation against our children, our women and elderly in Beit Hanoun. We urge and call the security council to convene immediately to stop the massacres committed against our people and to uphold their responsibility to stop these massacres.”
Por sua vez Ismail Haniyeh, o primeiro ministro eleito, declarou o que Israel desejava. Que as negociações para um governo unitário Hamas e Fatah estavam suspensas.
Seriam retormadas temporariamente no dia 13.
E um porta-voz do governo palestino, Ghazi Hamad, foi contundente: “
After this barbaric operation, Israel proved that it’s not a humane state. It’s a state that believes in killing, and therefore this state should cease to exist.”
E os líderes israelenses?
Eles demonstraram pouco remorso e muito oportunismo, como sempre. A ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni, usou a expressão "
regrettable incident". Já Miri Eisin, porta-voz de Ehud Olmert, nem se deu a fingimento: "
Israeli operations will continue as long as missiles are fired over the border, weapons are smuggled into Gaza and Hamas continues to provoke Israel".
Eram as palavras necessárias para os seus simpatizantes clamarem legítima defesa na grande mídia e insentar o criminoso culpando a vítima. (Como fazem os estupradores que argumentam que cometeram violência bárbara porque se sentiram provocados).
No dia seguinte ao massacre da família Athamna os habitantes de Beit Hanoun tomaram as ruas em passeata indignada brandindo fotografias de duas das crianças mortas para as câmeras e aí não havia como cinegrafistas e fotógrafos profissionais ignorarem as imagens. Nem do terror que dominava a cidade.
Na Assembleia das Nações Unidas, o embaixador de Israel, Daniel Carmon, teve de exprimir hipocritamente "
deep sorrow and regret over the accidental killing of innocent civilans." Porém, não deixou de acrescentar a perfídia que iria ser registrada em ata e chegar aos jornais. Que o Hamas é que tinha de ser condenado pelo "incidente". E teve o descabimento de completar: "
If Palestinian terror did not continue to assault Israelis, if Qassam rockets stopped sailing out of Gaza into Israel, the incident in Beit Hanoun would never have happened. A single decision is needed: The Palestinian Authority government must decide to stop using terrorism as a means to achieving its goals."
Ele estava confundindo o terrorismo de Estado que Israel pratica em pequena e grande escala com o direito inalienável de resistência de um povo contra o ocupante.
Enquanto isso seu chefe em Tel Aviv, Ehud Olmert, em uma conferência de negócios, vendo que pisara na bola deu uma de George W. Bush: "
I am very uncomfortable with this event. I'm very distressed with this mistake caused by technical failure." E instou o Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, a "encontrá-lo imediatamente".
Quanto ao outro Israel, o dos cidadãos justos e decentes que militam ou são simpatizantes de organizações como
Peace Now,
B'Tselem,
Gush Shalom, saíram às ruas de Tel Aviv com membros dos partidos Meretz e Hadash para protestar contra os atos ignóbeis de seu governo.
Concretamente, além deste choque do primeiro dia, a
Autumn Clouds consistiu de três bombardeios sucessivos e um sítio de Beit Hanoun para que os moradores não poderem escapar ilesos. Dezenas deles foram presos frenetica e indiscriminadamente.
Além das casas, a IDF destruiu toda a infra-estrutura da cidade, inclusive água, telefone e eletricidade, para ilhar os habitantes e continuar a asfixiar a Faixa economicamente estragando estruturas imprescindíveis e caras.
A população recebeu ordem de ficar em casa e as famílias ficaram trancadas vivendo dos mantimentos que tinham ou de nada, sem luz, sem água e incomunicáveis. Enfim, com a visita dos soldados que iam "revistar" os cômodos vandalizando o que as bombas haviam deixado intato e prendendo a torto e a direito "suspeitos".
Revoltada, uma mocinha explodiu-se em um posto militar israelense no norte da Faixa levando consigo um soldado.
Ora, o foco principal do ataque da IDF ser Beit Hanoun não significava que o resto do território gazauí estivesse são e salvo. Em Jabaliya, por exemplo, Israel bombardeou as portas de uma escola e quando a poeira assentou, um aluno de 17 anos estava morto e quatro outros foram carregados para o hospital
in extremis. Segundo a IDF, visavam outro alvo e atingiram a escola por acaso.
Outro míssil foi lançado na casa da deputada do Hamas Jamila Shanti. Ela saiu incólume, porém duas mulheres que lá se encontravam organizando uma passeata morreram.
A passeata feminina para resgatar os familiares abrigados em uma mesquita aconteceu no dia 03 de novembro e a IDF abriu fogo .
Quinze mulheres conseguiram refugiar-se na mesquita e uma delas, Nahed Abou Harbiya, contou a história: "
All the women headed to the mosque to get the Palestinian resistance men, but the Israeli occupation forces were firing heavily at us with their machine guns and also threw stun grenades at us. We entered the mosque and indeed we got all the resistance men out and put female attire on them so that the Israeli occupation forces wouldn't arrest them."
Os soldados atiraram assim mesmo. Duas foram parar no chão baleadas, mais dez sofreram ferimentos graves, mas no final das contas, os resistentes foram resgatados.
Em outro bombardeio quatro militantes do Hamas foram mortos "para compensar" a ousadia das gazauís.
Enquanto isso, na Cisjordânia um ministro foi sequestrado em Ramallah e uma senhora foi morta em um ataque a Belém. Em Nablus um menino foi morto e vários foram feridos em uma incursão paralela das forças de ocupação.
No dia 07 de novembro Israel anunciou o fim da Operação
Autumn Clouds.
Quando os moradores saíram às ruas sedentos e famintos viram o que os jornalistas viram: uma cidade em ruínas.
Uma mulher descreveu o seguinte: "
The worst raid we have ever witnessed. The army brought destruction into every single street and nearly every single house, this is the tsunami of Beit Hanoun."
De fato, muitos prédios estavam esburacados e parcialmente demolidos pelas balas e mísseis. Uma mesquita estava demolida, menos o minaret, só Deus sabe como ele ficou de pé sobre os escombros.
E um rapaz que ajudou no resgate das vítimas dentro das casas, declarou com a voz embargada: "
It is saddest scene and images I have ever seen. We saw heads, we saw hands scattered in the street. I saw people comingo out of a house covered in blood. I started screaming to wake up the neighbours."
O dia 09 de novembro foi o dia do enterro coletivo das vítimas.
No dia 11 os Estados Unidos vetaram uma Resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando os assassinatos. Dinamarca, Eslováquia, Inglaterra e Japão não os apoiaram, mas se abstiveram.
No dia 15 um foguete Qassam atingiu uma israelense de 58 anos em Sderot, uma cidade próxima da Faixa, e feriu mais duas pessoas. O foguete visava um segurança do ministro da Defesa israelense Amir Peretz. O segurança foi atingido e o Ministro jurou vingança.
No dia 16 de novembro, após a Resolução aprovada no Conselho de Dreitos Humanods da ONU, Espanha, França e Itália se ofereceram para mediar o conflito solicitando um cessar-fogo mútuo, mas sem precisar qual seria sua contribuição. Suspeitou-se inclusive que fosse para implementar o
Road Map proposto pelos Estados Unidos e não para ir ao socorro dos palestinos.
E as Nações Unidas?
Bem, a ONU designou um comitê de investigação e após o veto do Conselho de Segurança policiado pelos Estados Unidos, o
United Nations Commission on Human Rights - UNCHR reuniu-se por iniciativa dos países árabes e não alinhados para votar uma Resolução condenando o crime recente. Foi nela que o embaixador israelense representou seu papel de vítima.
A reunião foi no dia 15 de novembro. O Conselho de Direitos Humanos da Organização não exige a unanimidade do Conselho de Segurança e por isso conseguiu adotar a Resolução
S-3/1. Concretamente, o arcebispo sul-africano Desmond Tutu e a professora britânica Christine Chinkin foram encarregados de chefiar uma delegação de investigação em Beit Hanoun para recolher informações e depoimentos.
A Resolução foi aprovada por grande margem. Apenas seis votos contrário: Israel, Estados Unidos, e seus cúmplices de costume: Austrália, e aquelas ilhinhas das quais só se ouve falar quando cometem esses impropérios na ONU, Marshall Islands, Micronesia, Nauru, Palau. Dessa vez o governo do Canadá se absteve para não irritar sua opinião pública.
No começo dos debates, Riyad Mansour, que participa do Conselho como "Permanent Observer of Palestine, lembrou o recidivismo malfeitor deste grupinho: "The meeting today is being held in line with the “uniting for peace” principle as a final resort to defend the principles on which the United Nations was founded, and to allow States to collectively carry out what the Security Council was incapable of carrying out. The meeting has also been called to defend the Charter principles and the rule of international law, which are the safeguards of the principles of humanity, sending the message that no State is above the law. A serious and firm action is needed to respond to crimes, such as the massacre of civilians in Beit Hanoun, where Israeli occupying forces killed 82 Palestinians, 22 of them children. The six-day aggression by Israelis has culminated in the shelling of a residential neighbourhood as people slept soundly, killing 19 people, 16 of them members of the same family. The Council has rightfully carried out its job of maintaining peace and security by convening a meeting, yet the same permanent member has used the veto for the thirty-first time since the 1967 occupation began. The repeated use of the veto send the wrong message to Israel that it is above international law. It also sends the message to the Palestinian people that violence is condoned. The principles on which the Charter was founded must now be respected. No one is above the law. The massacre in Beit Hanoun must be acknowledged, and the Israeli aggression must be stopped."
O nosso embaixador Ronaldo Sardenberg declarou que o Brasil deplorava as mortes de Beit Hanoun, apoiava a decisão do Conselho de Direitos Humanos e esperava que Israel investigasse do seu lado.
The stalemate in the peace process had kept the whole region in a state of permanent instability. Virtual diplomatic paralysis posed a renewed challenge to the United Nations and particularly the Security Council; unless prompt and concrete measures were adopted, the Organization might face a full-scale crisis beyond its control. Inaction accentuated the perception of ineptitude, disse ele, além de fazer outras considerações diplomáticas, e votou a favor da Resolução, como teria votado o povo brasileiro.
Como disse acima, a assembleia foi convocada pelo Grupo Árabe e o OIC - Movimento dos países não-alinhados - no propósito de "take the collective action needed to stop the “military madness” that targeted children in their sleep. The redeployment from Gaza has not been sincere because conditions have worsened for the Palestinian people, with increased shellings and withholding of revenues. Humanitarian workers on the ground have described it as a humanitarian disaster. The aggression has been expanded to include the systematic and organized destruction of the public infrastructure. Israel had imposed a “suffocating siege” on the Gaza Strip and isolated it from the world. Through the direct orders of the Israeli Prime Minister, psychological warfare has been made part of the collective punishment, with air force jets carrying out low altitude sorties and deliberately causing sonic booms."
Israel e os Estados Unidos serviram aos embaixadores e à imprensa a mesma lengalenga e o embaixador da Síria foi direto ao assunto sem panos quentes.
(Uma das razões pelas quais Israel e os EUA não querem ver Bashar el-Assad nem pintado de ouro é sua defesa inflexível dos direitos dos palestinos e de seu próprio terreno, as colinas do Golã, invadidas por Israel em 1967 e ocupadas até hoje.)
Além de falar no direito de exercício de defesa de um povo ocupado, o embaixador sírio disse: 156 delegations have taken the floor today to defend Palestine, which Israel has just tried to prevent from speaking in the Assembly. I hope the vote will change Israel’s position regarding cooperation with the will of the international community. Now iss the time to strengthen the cause of peace and ask Israel to end its crimes against and punishment of the Palestinian people. The international community has voted in favour of countless resolutions calling on Israel to end its occupation of Palestinian Territory, but that has only been met with repudiation, and today, a “Hollywood-style” accusation that delegations that voted for the present text are supporting terrorism.
The distorted view of the situation is what preventes the Palestinian people from creating their own state. Israel desperately attempts to convince everyone that the suffering of the Palestinians only began some 15 months ago, in the wake of democratic elections and Israel’s subsequent withdrawal from Gaza. But the truth is that Israel’s cruelty against the Palestinians runs deep and has been ongoing – from its military incursions, to its illegal building of a separation wall and its arrogance – all of which deserves the adoption of a resolution condemning it.
The international community desires peace above all, and when that principle becomes evident in Israel’s policies, the Assembly will not need to meet in special session. The fact that the Human Rights Council has met three times on Israeli practices in recent months proves that the situation in the Occupied Territory is weighing heavily on the international community’s conscience. We reject the Council’s failure to act on the matter last week. It is time for Israel to stop hiding behind a country that pretends to be a “super-Power”. No country is above international law."
Pois é, em teoria.
Na prática, o comitê restrito designado pela ONU para esta missão investigativa tentou entrar na Faixa de Gaza três vezes e israel barrou sua entrada sem nenhum respeito dos acordos internacionais.
Como se sabe, Israel controla todas as idas e vindas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, pois policia as fronteiras, a alfândega, como se a Cisjordânia e a Faixa de Gaza lhes pertencessem.
Tel Aviv obstaculou o trabalho dos representantes da ONU e não cooperou em nada.
A missão determinada nessa Resolução de novembro de 2006 só seria efetuada em maio de 2008 graças ao Arcebispo que não baixou os braços. Mas quando conseguiu entrar na Faixa com sua colega britânia, já era tarde. Desmond Tutu e Christine Chinkin conseguiram passar dois dias em Beit Hanoun, chegada no dia 27, partida no dia 29.
A conclusão oficial da investigação foi a seguinte: "
In the absence of a well-founded explanation from the Israeli military – who is in sole possession of the relevant facts – the mission must conclude that there is a possibility that the shelling of Beit Hanoun constituted a war crime."
A conclusão oficiosa chegou pela voz indignada do arcebispo sul-africano: "
The right to life has been violated not just through the killings [in Beit Hanoun], but also through the lack of an adequate investigation of the killings."
A comissão da
UNCHR foi incapaz de cumprir o papel que lhe fora dado e a ONU não tomou nenhuma medida concreta para cumprir o papel que seu estatuto de autoridade internacional máxima lhe confere. Provou uma vez mais sua fraqueza e sua submissão a Washington.
A Cruz Vermelha reclamou do assassinato de paramédicos ressaltando que os dois veículos atingidos estavam "
clearly marked".
A investigação de Israel sobre o "acidente" que causou a morte da família Athamna e seus vizinhos e os "acidentes paralelos" foi nos moldes das investigações anteriores. A Anistia Internacional não ficou satisfeita com a dissimulção:
The Israeli investigation had been seriously inadequate and failed to meet international standards.
A Liga Árabe declarou que "
These massacres of children, women and civilians are unjustified and incomprehensible and unexpected. Israeli policies in the Palestinian territories have gone too far."
A União Europeia botou panos quentes: "We
recognize the legitimate right to self-defense, but Israel must exercise utmost restraint... Action should not be disproportionate or in contradiction to international law. We call on Israel to end its incursion in Gaza and press Palestinian leaders to put an end to the firing of rockets on Israeli territory."
Palavras, palavras, palavras, vãs e vagas.
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