A Palestina, sobretudo a Faixa de Gaza, voltou à valsa da revolta na semana passada.
Desde agosto do ano passado que os familiares de Maysara Abu Hamdeya, pediam, através de advogado, a liberdade deste homem de 64 anos para que ele fosse tratado de um câncer no esôfago. As demandas foram vãs, e Maysara acabou sendo transportado em urgência para o hospital para morrer e ser em seguida velado pela família.
É claro que é bem provável que o câncer o tivesse matado de qualquer jeito, mas a revolta foi pela negligência que sofreu durante a doença que o consumia e as dores insuportáveis que esta lhe inflingia. Sem que ele obtivesse analgésicos adequados.
Negligência comum, com os prisioneiros palestinos.
Apesar das demandas do advogado, Maysara só foi levado ao hospital Soroka em dezembo de 2012 "por problemas de visão", foi dito então. Os testes solicitados pela família só foram feitos em janeiro quando sua saúde já se deteriora muito. Foi então que o câncer foi oficialmente diagnosticado e sua família pediu sua libertação para tratá-lo. E foi ignorada.
A IDF (Forças armadas israelenses) capturaram Maysara em 2002, durante a Segunda Intifada, a Al Aqsa. Ele foi condenado à prisão perpétua por suspeita de participação de tentativa de atentado em um bar de Jerusalém ocidental ocupada.
Enfim, fazia parte dos 4.713 prisioneiros políticos palestinos de todas as idades - dos 12 aos 72 - presos em Israel.
É o maior número de presos políticos do mundo.
Muitas mezes mal-tratados.
Muitas vezes detidos sem perspectiva de julgamento. Como o jogador de futebol da seleção palestina Mahmoud Sarsak.
http://mariangelaberquo.
O enterro de Maysara foi em Hebron, sua cidade natal, e a procissão funerária virou passeata. Não apenas em Hebron, mas em várias cidades da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
Centenas de palestinos, sobretudo jovens, saíram às ruas de Gaza, Hebron, Nablus, Tulkarm e Ramallah para manifestarem contra a arbitrariedade que os esmaga.
Pois o caso de Maysara não é isolado e "estamos cansados de ouvir discursos e promessas de negociações de paz quando no terreno somos tratados como cães vira-latas ou objetos que estorvam o dono da casa!" disse um hebronita de olhos embaçados.
Só em 2013, Maysara é o segundo prisioneiro político palestino a morrer sob "custódia" israelense. O primeiro foi Arafat Djaradat (foto do enterro à direita). , de 30 anos, que faleceu durante um interrogatório em que a tortura dos verdugos foi longe demais.
Desde 2005 que os palestinos pararam seus atentados em Israel, mas os atendados da IDF e do Shin Bet na Cisjordânia e na Faixa de Gaza continuaram sem piedade.
Na quarta-feira, logo após a morte de Maysara, soldados da IDF mataram dois jovens "que nos jogavam pedras" em um checkpoint na Cisjordânia. Os jovens não foram mortos com balas de borracha e sim com balas de verdade.
E a violência da IDF continuou toda a semana.
Segundo a ONU, apenas em 2012, a IDF matou seis civis na Cisjordânia. Os feridos são raramente recenceados. E nesta estatística não estão incluídos os gazauís assassinados em ataques esporádicos nem no bombardeio organizado.
Com tudo isso, duas semanas após sua passagem meteórica na Cisjordânia, as palavras de Barack Obama soavam ainda mais como jacota e conversa fiada do que promessas de um estadista honrado.
Statistics on Palestinians in the custody of the Israeli security forces. At the end of Feb. 2013, some 4,713 Palestinian security detainees and prisoners were held in Israeli prisons. A few dozen other Palestinians (we do not have precise figures) are held in IDF facilities for short periods of time. The following data were provided by the IPS.
Falando nisso, ou seja, na tal ida de Barack Obama ao Oriente Médio, embora já tenha passado duas semanas, vou aproveitar para abordar a visita. Que foi, diga-se de passagem, para fortalecer os laços securitários que unem os dois países mais do que para Obama pressionar Binyamain Netanyahu para que este seu maior aliado se humanize e veja a vida a, pelo menos, médio prazo.
Esta foi a primeira viagem internacional do presidente estadunidense reeleito e em geopolítica isto é uma mensagem de importância do visitado. (Mais ou menos como a primeira visita do Papa ao Brasil. Que é uma deferência, embora já estivesse marcada por Bento XVI, e que mostra a importância do nosso país na hierarquia do Vaticano e do próprio Francisco que foi eleito com ajuda importante dos nossos cardeais.)
Voltando a Barack Obama, havia calado sua viagem porque, a meu ver, o mercador de ilusões estadunidense não disse nada que valesse a pena ser registrado. Porém, como recebi muitos emails sobre o assunto, vai uma palavrinha abaixo.
Começando pelo fim. Ou melhor, a véspera da partida para a Jordânia.
Na quinta-feira, dia 21, a excursão terminou com um banquete em Tel Aviv em homenagem ao presidente estadunidense.
Durante os três dias de visita a Israel e uma passagem rápida pelos territórios ocupados, viu-se uma sucessão de tapinhas nas costas, ouviu-se muitas palavras, uma enxurrada de frases bem articuladas.
Só faltava o toque da encenação final para deixar claro que a montagem fora feita nos mínimos detalhes, inclusive as piadas "improvisadas".
Todos elogiaram o cardápio. A companhia... deixa pra lá.
À mesa, Obama começou seu discursinho com um gracejo pré-frabricado. Brincou que o presidente de Israel, o "indesencarnável" Shimon Peres, movera sua taça de vinho... A garçonete chegou com uma taça cheia loguinho e os jornalistas perspicazes comentaram em voz baixa que o diretor do esquete "humorístico" pecara pelo timing. Em bom português, pela sincronização das cenas que deveriam, para serem credíveis, ser defasadas.
Do jeito que foi, mostrou a afinidade entre os dois governos.
Além de confirmar a certeza que a visita do presidente dos EUA foi, do início ao fim, poeira nos olhos, patati patatá, e joguemos pra frente a batata quente.
Poucos antes, nesse fechamento gastronômico, Obama recebera das mãos de Peres a Medalha de Distinção - a maior comenda israelense.
Por serviços prestados, é claro.
O encontro entre os dois chefes de Estado recém-reeleitos - Barack Obama e Binyamin Netanyahu - não deixou de lembrar o último encontro em Washington.
Naquele dia na capital dos Estados Unidos, o Primeiro Ministro de Israel humilhara o presidente dos Estados Unidos grosseiramente quando este, na Casa Branca, ousou abordar as fronteiras de 1967.
O israelense calou a boca do estadunidense como se fosse vassalo e não presidente.
Obama engoliu o sapo, "esqueceu" de falar na Resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU e fez mais uma bobagem neste dossiê em que tropeça desde 2009.
Para completar, tirou Dennis Ross do ostracismo em que sua incompetência, se não tiver sido sua parcialidade, o jogara e o pôs de conselheiro.
É de amargar. Um homem que só não causou mais prejuízo ao Oriente Médio do que Henry Kissinger e Madeleine Albright, estava de volta ao palco.
Por que Dennis Ross que na era Clinton complicou a situação em vez de melhorar?
Dizem as más línguas que é porque Ross é judeu como Albright e Kissinger. Assim agrada a AIPAC e seria bem-vindo em Tel Aviv onde a extrema-direita reina.
"Mas e os direitos palestinos? Quem vai cuidar?" perguntou um negociador da paz.
John Kerry? Talvez. Casado com a luso-moçambicana Maria Teresa Thierstein Simões-Ferreira - ex-esposa do milionário Heinz naturalizada estadunidense - Kerry é católico praticante. Teresa também, além de filantrópica que defende causas importantes, sem controvérsia.
Mas voltando a Obama e à visita no Oriente Médio, estava programado que o lado oriental da Linha Verde ele só veria do alto e rápido.
Mesmo assim, esperava-se que ele olhasse para baixo e visse o muro da vergonha, a Cisjordânia entrecortada de colônias e de barragens.
Para compensar estas imagens intragáveis, os israelenses têm sempre um coringa na manga. O museu Yad Vashem Holocausto, onde exibem ao visitante uma foto do velho Grande Mufti de Jerusalém com Adolf Hitler. É a maneira insidiosa que encontraram de contaminar todo palestino com o nazismo até essa foto ser tirada de lá.
Tentam assim esconder que os palestinos lutaram ao lado dos britânicos na Segunda Guerra Mundial. Em troca da liberdade que nunca alcançaram.
Mas como Deus é grande, a visita presidencial terminava realmente em Belém. O presidente da Autoridade Palestina acompanhou Barack Obama e John Kerry à Basílica da Natividade, onde os dois homens passaram vinte minutos observando detalhes.
Pergunto-me se Obama lembrou-se que votou contra a Basílica ser tombada pela Unesco no dia 29 de junho de 2012... atendendo demanda do governo israelense.
Na saída, o helicóptero os esperava para transportá-los ao aeroporto Ben Gurion sem que Kelly e Obama pisassem em mais um palmo da Cisjordânia antes de seguirem viagem para a Jordânia.
Mas como Deus escreve certo por linhas tortas, uma tempestade de areia impediu que decolassem e os dois convidados de honra foram obrigados a ir para o aeroporto de carro.
Aí, querendo ou não, tiveram de ver todos os muros e passar por todas as barreiras que impedem o trânsito da população palestina.
Até quem tem sangue de barata arrepia quando é submetido ao apartheid. Mesmo a experiência sendo acidental.
Barack Obama foi à Palestina com agenda pragmática, mas o futuro dirá se saiu de lá o mesmo homem e se terá coragem de impor a justiça na qual afirma acreditar.
O futuro dirá se seus princípios humanos ultrapassam o temperamento conciliador que estrangula sua boa vontade.
O fato é que fez tudo errado. Falarei sobre seus foras in/voluntários em outra oportunidade.
Por enquanto fiquei admirada com sua capacidade inesgotável de falar sem dizer nenhuma novidade e mesmo assim abafar.
Em outubro do ano passado, o presidente dos Estados Unidos dissera com uma firmeza que não lhe é peculiar: "When I go to Israel, I want to make sure that we are actually moving something forward."
Discursos longos, puxados a sustância abstrata, não faltaram.
Porém, nenhuma proposta concreta foi apresentada.
Aliás, por incrível que pareça, os redatores dos discursos de Obama abraçaram com mais ênfase a narrativa sionista da Palestina ser o "lar histórico judeu do que os presidentes que o antecederam. Deixando quase subentendido que os palestinos - os habitantes indígenas- eram "convidados" indesejados em sua própria terra natal.
Seus discursos têm incorporado sistematicamente os argumentos israelenses de segurança, do "anti-semitismo", do "terrorismo palestino", da "rejeição da existência de Israel". Razões dadas às seis décadas de ocupação e à expropriação abusiva e ilegal.
Obama apresentou a Paz, livre de ocupação e confisco de terra alheia, como um "sacrifício". E não como uma restauração dos direitos inalienáveis dos palestinos viverem em segurança e liberdade em seu país natal.
Obama disse nas entrelinhas que Israel podia contar com o apoio cego dos EUA, mas que sem negociar a paz, o país ficará cada vez menos seguro, cada vez menos democrata e cada vez mais isolado.
Trocando em miúdos, a visita foi aos israelenses.
Aos palestinos Obama não ofereceu nada.
Tapinhas nas costas em Tel Aviv, tapas nas mãos em Ramallah.
A mesma história.
Não ousou emitir uma palavra que chateasse o novo governo de coalição direita & extrema-direita apoiado pelo Knesset "renovado".
Aí me perguntam se a visita do Presidente dos EUA foi um sucesso em algum ponto... Bem, qualquer análise que envolva Obama tem de partir do pragmatismo doentio que lhe é peculiar.
Como já disse antes, este é o modus operandis que o caracteriza desde que entrou na política. Este MO intensificou-se desde que ocupa a Casa Branca. Modus operandis que prima sobre sua inteligência e suas qualidades.
Apesar de sua visão ampla, que em outro político se traduziria em medidas evolutivas, Obama é um realista pessimista. Ele pode soar como um idealista, mas seu pragmatismo - intrínseco e irremovível - faz com que lidere com freio de mão engatado. Avance recuando. Ande parado.
Acho que a visita de Obama a Israel teve um objetivo mais doméstico do que internacional.
Primeiro, antes de sair, reuniu todos os judeus influentes para" tranquilizá-los" que a visita não teria nenhuma surpresa. Não diria nada de que abalasse o status quo atual.
A promessa foi cumprida ao pé da letra.
Para garantir uma atmosfera menos poluída em casa, Obama tem de evitar uma grande catástrofe no Oriente Médio. Isto é, um evento que prejudique demais Israel.
Portanto, foi e disse que Israel podia contar com ele, com a CIA, com o Pentágono para o que der e vier... no tocante ao programa nuclear iraniano. Mas insinuou que vai aceitar a mão diplomática que os aiatolás estão estendendo.
Trocando em miúdos, o ambíguo Barack Obama só revelou o "leão visível".
Os Estados Unidos continuam sendo a maior potência militar do mundo e o maior (e único) aliado incondicional de Israel. Contudo, o poder político gringo está se esvaindo e Washington não pode mais garantir o apoio forçado das demais potências aliadas. Menos ainda das potências emergentes, ou seja, do BRICs.
Portanto, que Israel se cuide e para o próprio bem, negocie. Este é o único caminho.
Disse isto sem dizer, mas calou-se até nas entrelinhas sobre a colonização desmedida.
Sem contar que cometeu um pecado capital em sua visita a Ramallah. Entrou na Mukata'a "sem ver" o túmulo de Yasser Arafat. Coisa quase impossível. Um tapa na cara dos palestinos. Yasser Arafat é o Tiradentes local. Ignorá-lo, passar por seu túmulo sem prestar-lhe homenagem é como ir à França e não visitar o túmulo do soldado desconhecido. É como ir a Israel e não visitar Yad Vashem.
Querendo ou não, Yasser Arafat é para os palestinos o que George Washington é para os estadunidenses, o que Mahatma Ghandi é para os indianos, enfim, até seus rivais políticos e oponentes internos reverenciam sua memória.
Em toda escola palestina, em toda instituição pública, em toda universidade, o retrato de Yasser Arafat tem lugar de destaque.
Arafat é o pai da Nação Palestina. É quem devolveu aos palestinos o sentimento de dignidade. É o motor que empurra o país para a autonomia e a liberdade.
Não honrando a memória do ex-líder palestino, ou melhor, fazendo de conta que o ignora, Obama insultou o país inteiro. Foi estúpido.
O fato é que seu corpo estava na Cisjordânia, mas sua cabeça estava em Israel o tempo todo.
Seu medo de Netanyahu foi maior, é maior do que sua inteligência e seu bom senso.
Sem contar que na Casa Branca Obama cercou-se de judeus sionistas. São seus conselheiros mais próximos. Fora do trabalho, idem. Seu círculo de amizade gira em torno do mesmo perfil de pessoas.
Que eu saiba, não tem nenhum palestino na Casa Branca nem nas imediações. Na vida pessoal do presidente dos Estados Unidos idem.
É compreensível que tome o partido incondicional de Israel, pois seria pedir demais que fosse impermeável à sensibilidade sionista de seus próximos e que tivesse alguma objetividade.
O que falta ao presidente dos Estados Unidos é empatia com os palestinos.
É entender o que vivem, o que sentem, o que carecem, com o que sonham, o que merecem, o que precisam.
Precisam de um presidente dos Estados Unidos que enxergue com igualdade os seres humanos e que priorize a justiça às suas simpatias pessoais judias.
Esta foi a primeira viagem internacional do presidente estadunidense reeleito e em geopolítica isto é uma mensagem de importância do visitado. (Mais ou menos como a primeira visita do Papa ao Brasil. Que é uma deferência, embora já estivesse marcada por Bento XVI, e que mostra a importância do nosso país na hierarquia do Vaticano e do próprio Francisco que foi eleito com ajuda importante dos nossos cardeais.)
Voltando a Barack Obama, havia calado sua viagem porque, a meu ver, o mercador de ilusões estadunidense não disse nada que valesse a pena ser registrado. Porém, como recebi muitos emails sobre o assunto, vai uma palavrinha abaixo.
Começando pelo fim. Ou melhor, a véspera da partida para a Jordânia.
Na quinta-feira, dia 21, a excursão terminou com um banquete em Tel Aviv em homenagem ao presidente estadunidense.
Durante os três dias de visita a Israel e uma passagem rápida pelos territórios ocupados, viu-se uma sucessão de tapinhas nas costas, ouviu-se muitas palavras, uma enxurrada de frases bem articuladas.
Só faltava o toque da encenação final para deixar claro que a montagem fora feita nos mínimos detalhes, inclusive as piadas "improvisadas".
Todos elogiaram o cardápio. A companhia... deixa pra lá.
À mesa, Obama começou seu discursinho com um gracejo pré-frabricado. Brincou que o presidente de Israel, o "indesencarnável" Shimon Peres, movera sua taça de vinho... A garçonete chegou com uma taça cheia loguinho e os jornalistas perspicazes comentaram em voz baixa que o diretor do esquete "humorístico" pecara pelo timing. Em bom português, pela sincronização das cenas que deveriam, para serem credíveis, ser defasadas.
Do jeito que foi, mostrou a afinidade entre os dois governos.
Além de confirmar a certeza que a visita do presidente dos EUA foi, do início ao fim, poeira nos olhos, patati patatá, e joguemos pra frente a batata quente.
Poucos antes, nesse fechamento gastronômico, Obama recebera das mãos de Peres a Medalha de Distinção - a maior comenda israelense.
Por serviços prestados, é claro.
O encontro entre os dois chefes de Estado recém-reeleitos - Barack Obama e Binyamin Netanyahu - não deixou de lembrar o último encontro em Washington.
Naquele dia na capital dos Estados Unidos, o Primeiro Ministro de Israel humilhara o presidente dos Estados Unidos grosseiramente quando este, na Casa Branca, ousou abordar as fronteiras de 1967.
O israelense calou a boca do estadunidense como se fosse vassalo e não presidente.
Obama engoliu o sapo, "esqueceu" de falar na Resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU e fez mais uma bobagem neste dossiê em que tropeça desde 2009.
Para completar, tirou Dennis Ross do ostracismo em que sua incompetência, se não tiver sido sua parcialidade, o jogara e o pôs de conselheiro.
É de amargar. Um homem que só não causou mais prejuízo ao Oriente Médio do que Henry Kissinger e Madeleine Albright, estava de volta ao palco.
Por que Dennis Ross que na era Clinton complicou a situação em vez de melhorar?
Dizem as más línguas que é porque Ross é judeu como Albright e Kissinger. Assim agrada a AIPAC e seria bem-vindo em Tel Aviv onde a extrema-direita reina.
"Mas e os direitos palestinos? Quem vai cuidar?" perguntou um negociador da paz.
John Kerry? Talvez. Casado com a luso-moçambicana Maria Teresa Thierstein Simões-Ferreira - ex-esposa do milionário Heinz naturalizada estadunidense - Kerry é católico praticante. Teresa também, além de filantrópica que defende causas importantes, sem controvérsia.
Mas voltando a Obama e à visita no Oriente Médio, estava programado que o lado oriental da Linha Verde ele só veria do alto e rápido.
Mesmo assim, esperava-se que ele olhasse para baixo e visse o muro da vergonha, a Cisjordânia entrecortada de colônias e de barragens.
Para compensar estas imagens intragáveis, os israelenses têm sempre um coringa na manga. O museu Yad Vashem Holocausto, onde exibem ao visitante uma foto do velho Grande Mufti de Jerusalém com Adolf Hitler. É a maneira insidiosa que encontraram de contaminar todo palestino com o nazismo até essa foto ser tirada de lá.
Tentam assim esconder que os palestinos lutaram ao lado dos britânicos na Segunda Guerra Mundial. Em troca da liberdade que nunca alcançaram.
Mas como Deus é grande, a visita presidencial terminava realmente em Belém. O presidente da Autoridade Palestina acompanhou Barack Obama e John Kerry à Basílica da Natividade, onde os dois homens passaram vinte minutos observando detalhes.
Pergunto-me se Obama lembrou-se que votou contra a Basílica ser tombada pela Unesco no dia 29 de junho de 2012... atendendo demanda do governo israelense.
Na saída, o helicóptero os esperava para transportá-los ao aeroporto Ben Gurion sem que Kelly e Obama pisassem em mais um palmo da Cisjordânia antes de seguirem viagem para a Jordânia.
Mas como Deus escreve certo por linhas tortas, uma tempestade de areia impediu que decolassem e os dois convidados de honra foram obrigados a ir para o aeroporto de carro.
Aí, querendo ou não, tiveram de ver todos os muros e passar por todas as barreiras que impedem o trânsito da população palestina.
Até quem tem sangue de barata arrepia quando é submetido ao apartheid. Mesmo a experiência sendo acidental.
Barack Obama foi à Palestina com agenda pragmática, mas o futuro dirá se saiu de lá o mesmo homem e se terá coragem de impor a justiça na qual afirma acreditar.
O futuro dirá se seus princípios humanos ultrapassam o temperamento conciliador que estrangula sua boa vontade.
O fato é que fez tudo errado. Falarei sobre seus foras in/voluntários em outra oportunidade.
Por enquanto fiquei admirada com sua capacidade inesgotável de falar sem dizer nenhuma novidade e mesmo assim abafar.
Em outubro do ano passado, o presidente dos Estados Unidos dissera com uma firmeza que não lhe é peculiar: "When I go to Israel, I want to make sure that we are actually moving something forward."
Discursos longos, puxados a sustância abstrata, não faltaram.
Porém, nenhuma proposta concreta foi apresentada.
Aliás, por incrível que pareça, os redatores dos discursos de Obama abraçaram com mais ênfase a narrativa sionista da Palestina ser o "lar histórico judeu do que os presidentes que o antecederam. Deixando quase subentendido que os palestinos - os habitantes indígenas- eram "convidados" indesejados em sua própria terra natal.
Seus discursos têm incorporado sistematicamente os argumentos israelenses de segurança, do "anti-semitismo", do "terrorismo palestino", da "rejeição da existência de Israel". Razões dadas às seis décadas de ocupação e à expropriação abusiva e ilegal.
Obama apresentou a Paz, livre de ocupação e confisco de terra alheia, como um "sacrifício". E não como uma restauração dos direitos inalienáveis dos palestinos viverem em segurança e liberdade em seu país natal.
Obama disse nas entrelinhas que Israel podia contar com o apoio cego dos EUA, mas que sem negociar a paz, o país ficará cada vez menos seguro, cada vez menos democrata e cada vez mais isolado.
Trocando em miúdos, a visita foi aos israelenses.
Aos palestinos Obama não ofereceu nada.
Tapinhas nas costas em Tel Aviv, tapas nas mãos em Ramallah.
A mesma história.
Não ousou emitir uma palavra que chateasse o novo governo de coalição direita & extrema-direita apoiado pelo Knesset "renovado".
Como já disse antes, este é o modus operandis que o caracteriza desde que entrou na política. Este MO intensificou-se desde que ocupa a Casa Branca. Modus operandis que prima sobre sua inteligência e suas qualidades.
Apesar de sua visão ampla, que em outro político se traduziria em medidas evolutivas, Obama é um realista pessimista. Ele pode soar como um idealista, mas seu pragmatismo - intrínseco e irremovível - faz com que lidere com freio de mão engatado. Avance recuando. Ande parado.
Acho que a visita de Obama a Israel teve um objetivo mais doméstico do que internacional.
Primeiro, antes de sair, reuniu todos os judeus influentes para" tranquilizá-los" que a visita não teria nenhuma surpresa. Não diria nada de que abalasse o status quo atual.
A promessa foi cumprida ao pé da letra.
Para garantir uma atmosfera menos poluída em casa, Obama tem de evitar uma grande catástrofe no Oriente Médio. Isto é, um evento que prejudique demais Israel.
Portanto, foi e disse que Israel podia contar com ele, com a CIA, com o Pentágono para o que der e vier... no tocante ao programa nuclear iraniano. Mas insinuou que vai aceitar a mão diplomática que os aiatolás estão estendendo.
Trocando em miúdos, o ambíguo Barack Obama só revelou o "leão visível".
Os Estados Unidos continuam sendo a maior potência militar do mundo e o maior (e único) aliado incondicional de Israel. Contudo, o poder político gringo está se esvaindo e Washington não pode mais garantir o apoio forçado das demais potências aliadas. Menos ainda das potências emergentes, ou seja, do BRICs.
Portanto, que Israel se cuide e para o próprio bem, negocie. Este é o único caminho.
Disse isto sem dizer, mas calou-se até nas entrelinhas sobre a colonização desmedida.
Sem contar que cometeu um pecado capital em sua visita a Ramallah. Entrou na Mukata'a "sem ver" o túmulo de Yasser Arafat. Coisa quase impossível. Um tapa na cara dos palestinos. Yasser Arafat é o Tiradentes local. Ignorá-lo, passar por seu túmulo sem prestar-lhe homenagem é como ir à França e não visitar o túmulo do soldado desconhecido. É como ir a Israel e não visitar Yad Vashem.
Querendo ou não, Yasser Arafat é para os palestinos o que George Washington é para os estadunidenses, o que Mahatma Ghandi é para os indianos, enfim, até seus rivais políticos e oponentes internos reverenciam sua memória.
Em toda escola palestina, em toda instituição pública, em toda universidade, o retrato de Yasser Arafat tem lugar de destaque.
Arafat é o pai da Nação Palestina. É quem devolveu aos palestinos o sentimento de dignidade. É o motor que empurra o país para a autonomia e a liberdade.
Não honrando a memória do ex-líder palestino, ou melhor, fazendo de conta que o ignora, Obama insultou o país inteiro. Foi estúpido.
O fato é que seu corpo estava na Cisjordânia, mas sua cabeça estava em Israel o tempo todo.
Seu medo de Netanyahu foi maior, é maior do que sua inteligência e seu bom senso.
Sem contar que na Casa Branca Obama cercou-se de judeus sionistas. São seus conselheiros mais próximos. Fora do trabalho, idem. Seu círculo de amizade gira em torno do mesmo perfil de pessoas.
Que eu saiba, não tem nenhum palestino na Casa Branca nem nas imediações. Na vida pessoal do presidente dos Estados Unidos idem.
É compreensível que tome o partido incondicional de Israel, pois seria pedir demais que fosse impermeável à sensibilidade sionista de seus próximos e que tivesse alguma objetividade.
O que falta ao presidente dos Estados Unidos é empatia com os palestinos.
É entender o que vivem, o que sentem, o que carecem, com o que sonham, o que merecem, o que precisam.
Precisam de um presidente dos Estados Unidos que enxergue com igualdade os seres humanos e que priorize a justiça às suas simpatias pessoais judias.
clique no link acima para ver a proporção de desapropriações forçadas
Agora cedo espaço a cidadãos dos países que a indecisão e o partidarismo de Obama atingem diretamente.
Primeiro uma palavrinha curta do palestino Yasser Abed-Rabbo, assessor de Mahmoud Abbas.
"There can be no real [peace] process with the continuation of settlement activities on our lands. The issue of settlements is central."
No mais, transpareceu o seguinte: The Palestinians cannot negotiate a border between Israel and a future Palestine while Israel unilaterally shapes that line through accelerated settlement building.
The Palestinians want a state in the West Bank, Gaza and East Jerusalem territories Israel captured in the 1967 war - but are ready for minor adjustments to accommodate some settlements closest to Israel.
Desde 1967, Israel construiu dezenas de invasões na Cisjordânia. Muitas delas em Jerusalém Oriental. Instalaram nelas 560 mil imigrantes ilegais - 60 mil destes depois que Obama assumiu a presidência quatro anos atrás.
"The conflict between Israel and Palestine has very solid factual causes. But it has also been rightly described as a “clash between traumas”: the Holocaust trauma of the Jews and the Naqba trauma of the Palestinians (without suggesting equivalence between the two calamities.)
Many years ago in New York I met a very good friend of mine. He was an Arab citizen of Israel, a young poet who had left Israel and joined the PLO. He invited me to meet some Palestinians at his home in a suburb of New York. His family name, by the way, was the same as Obama’s middle name.
When I entered the apartment, it was crammed full with Palestinians – Palestinians of all stripes, from Israel, Gaza, the West Bank, the refugee camps and the Diaspora. We had a very emotional debate, full of heated arguments and counter-arguments. When we left I asked Rachel what, to her mind, was the most outstanding common sentiment of all these people. “The sense of injustice!” she replied without hesitation.
That was exactly what I felt. “If Israel could just apologize for what we have done to the Palestinian people, a huge obstacle would have been removed from the road to peace,” I answered her.
It would have been a good beginning for Obama in Ramallah if he had addressed this point. It was not the Palestinians who killed six million Jews. It was the European countries and – yes – the USA which callously closed their doors to the Jews, who were desperately trying to escape the lot awaiting them. And it was the Muslim world which welcomed hundreds of thousands of Jews fleeing from Catholic Spain and the inquisition some 500 years ago.
OUR CONFLICT is tragic, more than most. One of its tragedies is that neither side can be entirely blamed. There is not one narrative, but two. Each side is convinced of the absolute justice of its cause. Each side nurses its overwhelming sense of victimhood. Though there can be no symmetry between settlers and natives, occupier and occupied, in this respect they are the same.
The trouble with Obama is that he has completely, entirely, totally embraced one narrative, while being almost completely oblivious to the other. Every word he uttered in Israel gave testimony to his deeply-rooted Zionist convictions. Not just the words he said, but the tone, the body language, all bore the marks of honesty. Evidently, he had internalized the Zionist version of every single detail of the conflict.
Nothing like this was in evidence in Ramallah. Some dry formulas, yes. Some honest efforts to break the ice, indeed. But nothing that touched the hearts of the Palestinians.
He told his Israeli audience to “put yourselves in the shoes of the Palestinians”. But did he do so himself? Can he imagine what it means to wait every night for the brutal banging on the door? To be woken by the noise of bulldozers approaching, wondering whether they are coming to destroy your home? To see a settlement growing on your land and waiting for the settlers to come and carry out a pogrom in your village? Being unable to move on your roads? To see your father humiliated at the road blocks? To throw stones at armed soldiers and brave tear gas, rubber-coated steel bullets and sometimes live ammunition?
Can he even imagine having a brother, a cousin, a loved one in prison for many, many years because of his patriotic actions or beliefs, after facing the arbitrariness of a military “court”, or even without a “trial” at all?
This week, a prisoner called Maisara Abu-Hamdiyeh died in prison, and the West Bank exploded in rage. Israeli journalists ridiculed the protest, stating that the man died from a fatal disease, so Israel could not be blamed.
Did any of them imagine for a moment what it means for a human being to suffer from cancer, with the disease slowly spreading through his body, deprived of adequate treatment, cut off from family and friends, seeing death approaching? What if it had been their father?
THE OCCUPATION is not an abstract matter. It is a daily reality for two and a half million Palestinians in the West Bank and East Jerusalem - not to mention the restrictions on Gaza.
It does not concern only the individuals practically denied all human rights. It primarily concerns the Palestinians as a nation.
We Israelis, perhaps more than anyone else, should know that belonging to one’s nation, in one’s own state, under one’s own flag, is a basic right of every human being. In the present epoch, it is an essential element of human dignity. No people will settle for less.
The Israeli government insists that the Palestinians must recognize Israel as the “Nation-State of the Jewish People”. It adamantly refuses to recognize Palestine as the “Nation-State of the Palestinian People”. What is Obama’s position on that?
FOLLOWING THE visit, Secretary of State John Kerry is now working hard to “prepare the ground” for a “resumption” of the “peace talks” between Israel and the PLO. Many quotation marks for something so flimsy.
Diplomats can string together hollow phrases to conjure up the illusion of progress. That is one of their main talents. But after a historic conflict lasting some 130 years, no progress towards peace between the two peoples can be real, if there is no equal respect for their national history, rights, feelings and aspirations.
As long as the US leadership cannot bring itself to that point, the chance of its contributing to peace in this tormented country is close to nil."
Uri Avnery, jornalista israelense.
Many years ago in New York I met a very good friend of mine. He was an Arab citizen of Israel, a young poet who had left Israel and joined the PLO. He invited me to meet some Palestinians at his home in a suburb of New York. His family name, by the way, was the same as Obama’s middle name.
When I entered the apartment, it was crammed full with Palestinians – Palestinians of all stripes, from Israel, Gaza, the West Bank, the refugee camps and the Diaspora. We had a very emotional debate, full of heated arguments and counter-arguments. When we left I asked Rachel what, to her mind, was the most outstanding common sentiment of all these people. “The sense of injustice!” she replied without hesitation.
That was exactly what I felt. “If Israel could just apologize for what we have done to the Palestinian people, a huge obstacle would have been removed from the road to peace,” I answered her.
It would have been a good beginning for Obama in Ramallah if he had addressed this point. It was not the Palestinians who killed six million Jews. It was the European countries and – yes – the USA which callously closed their doors to the Jews, who were desperately trying to escape the lot awaiting them. And it was the Muslim world which welcomed hundreds of thousands of Jews fleeing from Catholic Spain and the inquisition some 500 years ago.
OUR CONFLICT is tragic, more than most. One of its tragedies is that neither side can be entirely blamed. There is not one narrative, but two. Each side is convinced of the absolute justice of its cause. Each side nurses its overwhelming sense of victimhood. Though there can be no symmetry between settlers and natives, occupier and occupied, in this respect they are the same.
The trouble with Obama is that he has completely, entirely, totally embraced one narrative, while being almost completely oblivious to the other. Every word he uttered in Israel gave testimony to his deeply-rooted Zionist convictions. Not just the words he said, but the tone, the body language, all bore the marks of honesty. Evidently, he had internalized the Zionist version of every single detail of the conflict.
Nothing like this was in evidence in Ramallah. Some dry formulas, yes. Some honest efforts to break the ice, indeed. But nothing that touched the hearts of the Palestinians.
He told his Israeli audience to “put yourselves in the shoes of the Palestinians”. But did he do so himself? Can he imagine what it means to wait every night for the brutal banging on the door? To be woken by the noise of bulldozers approaching, wondering whether they are coming to destroy your home? To see a settlement growing on your land and waiting for the settlers to come and carry out a pogrom in your village? Being unable to move on your roads? To see your father humiliated at the road blocks? To throw stones at armed soldiers and brave tear gas, rubber-coated steel bullets and sometimes live ammunition?
Can he even imagine having a brother, a cousin, a loved one in prison for many, many years because of his patriotic actions or beliefs, after facing the arbitrariness of a military “court”, or even without a “trial” at all?
This week, a prisoner called Maisara Abu-Hamdiyeh died in prison, and the West Bank exploded in rage. Israeli journalists ridiculed the protest, stating that the man died from a fatal disease, so Israel could not be blamed.
Did any of them imagine for a moment what it means for a human being to suffer from cancer, with the disease slowly spreading through his body, deprived of adequate treatment, cut off from family and friends, seeing death approaching? What if it had been their father?
THE OCCUPATION is not an abstract matter. It is a daily reality for two and a half million Palestinians in the West Bank and East Jerusalem - not to mention the restrictions on Gaza.
It does not concern only the individuals practically denied all human rights. It primarily concerns the Palestinians as a nation.
We Israelis, perhaps more than anyone else, should know that belonging to one’s nation, in one’s own state, under one’s own flag, is a basic right of every human being. In the present epoch, it is an essential element of human dignity. No people will settle for less.
The Israeli government insists that the Palestinians must recognize Israel as the “Nation-State of the Jewish People”. It adamantly refuses to recognize Palestine as the “Nation-State of the Palestinian People”. What is Obama’s position on that?
FOLLOWING THE visit, Secretary of State John Kerry is now working hard to “prepare the ground” for a “resumption” of the “peace talks” between Israel and the PLO. Many quotation marks for something so flimsy.
Diplomats can string together hollow phrases to conjure up the illusion of progress. That is one of their main talents. But after a historic conflict lasting some 130 years, no progress towards peace between the two peoples can be real, if there is no equal respect for their national history, rights, feelings and aspirations.
As long as the US leadership cannot bring itself to that point, the chance of its contributing to peace in this tormented country is close to nil."
Uri Avnery, jornalista israelense.
Abaixo transcrevo as perguntas que o universitário palestino Rabeea Eid dirigiu ao Presidente dos Estados Unidos.
O jovem jornalista conseguiu furar a peneira dos alunos selecionados na Universidade de Haifa para ovacionar Barack Obama em Jerusalém e levantou algumas lebres escondidas.
Como mostra a vídeo abaixo, no meio da fala de Obama, Rabeea lhe dirigiu três perguntas em hebraico antes dos seguranças israelenses e estadunidenses o retirarem da sala.
Na onda da desinformação, o comunicado oficial que foi para os jornais dos Estados Unidos dizia que o heckler interpelara Obama a propósito do espião israelense Jonathan Pollard.
Mas com a disseminação da vídeo nas redes sociais e no youtube, a assessoria de imprensa da Casa Branca foi obrigada a retratar-se.
Antes de reportar as perguntas que abalaram Tel Aviv, Washington, e foram ignoradas pela mídia internacional bem-comportada, uma palavrinha sobre este rapaz de 24 anos que passou do anonimato à celebridade com poucas palavras.
Rabeea é nativo de Eilabun, cidade que sofreu um dos piores massacres israelitas - Operação Hiram - em outubro de 1948.
Tecnicamente, o rapaz tem a nacionalidade israelense, pois a Galileia faz parte da terra que Israel usurpou após o traçado das Nações Unidas que delimitava as duas nações deixando-a à Palestina.
Mas cultural e historicamente, Rabeea é palestino cristão. Formou-se em política e filosofia na Universidade de Haifa e escolheu a carreira jornalística. Trabalha no semanário Al Fasl Mqal e é editor chefe do site arabs48.com.
Após o "escândalo" e após recuperar a liberdade, declarou ao Canal 10 da TV israelense que considerou o discurso de Obama "exctremista e sionista ao falar de um Estado Judeu, que para mim e para os palestino espalhados pelo mundo é inaceitável."
Em seu site Walla, disse que gritou "contra a ocupação e pela liberdade da Palestina."
Rabeea Eid virou ídolo, da noite pro dia, graças a estas quatro perguntas básicas que dirigiu ao presidente dos Estados Unidos:
"Did you really come here for peace or to give Israel more weapons to kill and destroy the Palestinian people?
Did you happen to see the apartheid wall on your way here?
There are Palsetinians sitting in this hall. This state should be for all of its citizens, not a Jewish state only.
Who killed Rachel Corrie? Rachel Corrie was killed by your money and weapons!"
O jovem jornalista conseguiu furar a peneira dos alunos selecionados na Universidade de Haifa para ovacionar Barack Obama em Jerusalém e levantou algumas lebres escondidas.
Como mostra a vídeo abaixo, no meio da fala de Obama, Rabeea lhe dirigiu três perguntas em hebraico antes dos seguranças israelenses e estadunidenses o retirarem da sala.
Na onda da desinformação, o comunicado oficial que foi para os jornais dos Estados Unidos dizia que o heckler interpelara Obama a propósito do espião israelense Jonathan Pollard.
Mas com a disseminação da vídeo nas redes sociais e no youtube, a assessoria de imprensa da Casa Branca foi obrigada a retratar-se.
Antes de reportar as perguntas que abalaram Tel Aviv, Washington, e foram ignoradas pela mídia internacional bem-comportada, uma palavrinha sobre este rapaz de 24 anos que passou do anonimato à celebridade com poucas palavras.
Rabeea é nativo de Eilabun, cidade que sofreu um dos piores massacres israelitas - Operação Hiram - em outubro de 1948.
Tecnicamente, o rapaz tem a nacionalidade israelense, pois a Galileia faz parte da terra que Israel usurpou após o traçado das Nações Unidas que delimitava as duas nações deixando-a à Palestina.
Mas cultural e historicamente, Rabeea é palestino cristão. Formou-se em política e filosofia na Universidade de Haifa e escolheu a carreira jornalística. Trabalha no semanário Al Fasl Mqal e é editor chefe do site arabs48.com.
Após o "escândalo" e após recuperar a liberdade, declarou ao Canal 10 da TV israelense que considerou o discurso de Obama "exctremista e sionista ao falar de um Estado Judeu, que para mim e para os palestino espalhados pelo mundo é inaceitável."
Em seu site Walla, disse que gritou "contra a ocupação e pela liberdade da Palestina."
Rabeea Eid virou ídolo, da noite pro dia, graças a estas quatro perguntas básicas que dirigiu ao presidente dos Estados Unidos:
"Did you really come here for peace or to give Israel more weapons to kill and destroy the Palestinian people?
Did you happen to see the apartheid wall on your way here?
There are Palsetinians sitting in this hall. This state should be for all of its citizens, not a Jewish state only.
Who killed Rachel Corrie? Rachel Corrie was killed by your money and weapons!"
Barack Obama no palco vs Rabeea Eid na plateia
E enquanto Obama falava em Jerusalém para a juventude dourada israelense,
a IDF cacetava os meninos palestinos em Hebron.
Palestra de Noam Chomsky em Londres no dia 18 de março de 2013
Trailer do documentário: The sons of Eilaboun
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