A razão evocada foi o atentado frustrado da bomba-suicida na barragem.
O resultado foi a morte de mais oito palestinos e cerca de cem feridos graves.
O resultado foi a morte de mais oito palestinos e cerca de cem feridos graves.
No dia dois, outro bomba-suicida explodiu em Jerusalém ocidental levando consigo onze israelenses.
E no dia seguinte, um resistente do Tanzim matou sete soldados e três colonos em uma operação militar em barragens próximas da invasão de Ofra, na Cisjordânia.
E no dia seguinte, um resistente do Tanzim matou sete soldados e três colonos em uma operação militar em barragens próximas da invasão de Ofra, na Cisjordânia.
A IDF não esperou nem um dia para investir outro campo de refugiados. Perdeu um soldado, matou 15 palestinos e deixou dezenas de pessoas em estado crítico.
No dia anterior, a Arábia Saudita apresentara às Nações Unidas seu plano de paz em que condicionava a regularização de relações diplomáticas e econômicas à retirada israelense - civil e militar - dos Territórios Ocupados. Conforme às fronteiras de 1967.
Enquanto os árabes tentavam sensibilizar Sharon com petro-dólares, os ataques da IDF continuavam.
Mais 17 palestinos perderam a vida em uma escalada militar de mau presságio.
Três foram mortos em Rafah, na Faixa de Gaza e 13 na Cisjordânia, em Jenin, Nablus e Ramallah. Onde no campo de refugiados Amari, seis pessoas perderam a vida em um atentado contra Hussein Abu Kawaik.
Três foram mortos em Rafah, na Faixa de Gaza e 13 na Cisjordânia, em Jenin, Nablus e Ramallah. Onde no campo de refugiados Amari, seis pessoas perderam a vida em um atentado contra Hussein Abu Kawaik.
O míssil que atingiu o carro deste membro eminente do Hamas, matou sua esposa, seus três filhos e um casal que estava nas proximidades.
Abu Kawaik perdeu a família, mas "só" saiu ferido e com o coração partido.
Enquanto isto em Jenin várias mulheres perdiam a vida no quinto dia de bombardeio consecutivo.
No dia 05, a IDF torpedeou ainda mais certas áreas urbanas da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Helicópteros Apache e caças F-16 sobrevoavam os territórios palestinos semeando destruição, morte, sofrimento, se revezando nos ataques aéreos.
Marwan Barghuti, chefe do Fatah na Cisjordânia, vendo a hecatombe à sua volta, lançou um apelo oficial aos compatriotas - que atacassem todas as barrangens da IDF, em apoio às operações militares do Tanzim, que ele liderava.
A iminência de uma insurreição mais danosa para seus soldados não fez Sharon recuar e sim reforçar o bombardeamento cego que organizara. Do alto. Bem do alto.
No dia 06, declarou estado de guerra. Na fala e no ato. Ordenou o bombardeio da Mukata'a de Arafat em Ramallah e, concomitantemente, o centro de Belém - a cidade que abriga a Basílica da Natividade foi escolhida como alvo em desafio aos padres que davam assistência à população local e em outras localidades, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Era só a introdução do que seria feito um pouco mais tarde, durante o sítio da Natividade.
Em Ramallah, Arafat escapou de novo, por um fio, mas perdeu seis compatriotas.
Um deles era Khalil Suleiman, médico do Crescente Vermelho. A ambulância em que estava foi bombardeada perto de Jenin ferindo mais três para-médicos que tentavam exercer seu ofício de salvar quem pudesse ser salvo.
Dezessete pessoas tinham sido mortas nos ataques e as ambulâncias corriam de um lado para o outro recolhendo ou tratando dos feridos mais graves. E como sempre, eram bloqueadas em chechpoints que a IDF improvisava no intuito de atrasar os socorros. Quando não, simplesmente para eliminar a assistência médica aos bombardeados.
Em 17 meses esta Intifada já contava 1442 mortos (majoritariamente palestinos). Mais do que os 1420 da Primeira Intifada de 1987 a 1993.
Não bastaram.
O pior foi na Faixa de Gaza. No campo de refugiados super-populado de Jabaliya, ao qual Sharon enviou um batalhão com dois mil soldados dentro de tanques e caterpillars armados.
Fazia três meses que Yasser Arafat estava confinado em prisão domiciliar cercado de tanques e soldados. Enquanto isso Sharon enchia os presídios israelenses de palestinos de todas as idades.
Na iminência da visita de Anthony Zinni, o general afrouxou as garras que prendiam Arafat e disse que "autorizaria" que circulasse. Contanto que fosse apenas nos Territórios Ocupados. Ir ao exterior ou encontrar enviados estrangeiros que não viesem dos EUA, nem pensar.
Confiando na impunidade, no mesmo dia, um grupo para-militar israelense jogou uma bomba no patio de uma escola palestina em Jerusalém ferindo vários alunos.
As autoridades israelenses nem tomaram conhecimento e ninguém foi punido pelo trauma, ferimento e desmembramento dos meninos.
O PFLP retaliou na Cisjordânia, na invasão da colônia de Ariel. Deixaram onze feridos.
Ariel Sharon solidarizou-se imediatamente com os colonos atingidos e fez do dia 08 de março o mais sangrento desta campanha - a que estava por vir seria ainda mais carniceira.
Atacaram para ferir os nativos no que lhes era sagrado.
Não podendo bombardear Jerusalém sem atingir israelenses, já que a cidade antiga é dividida em três partes - cristã, judia, muçulmana - voltaram a atacar Belém.
Ao pôr do sol, os palestinos contavam 40 mortos e a IDF perdera seis soldados na investida.
A perda dos soldados deveu-se à resistência ferrenha do Tanzim que defendeu a cidade com unhas, dentes e seu arsenal precário aproveitado ao máximo.
Até Ariel Sharon ficou apertado quando seus compatriotas viram os seis caixões de seus jovens compatriotas enfileirados. Então disse que estava pronto para negociar um cessar-fogo.
Entretanto, continuou a atacar.
Entretanto, continuou a atacar.
A conversa fiada só fez piorar a situação que já periclitava.
No dia 09 dois bombas-suicidas do Hamas explodiram concomitantemente em Netanya e em Jerusalém ocidental - em um bar próximo da casa de Ariel Sharon, matando 11 israelenses nos dois atentados.Sharon não deixou por menos. Bombardeou a sede da Autoridade Palestina em Ramallah, de onde Arafat despachava.
Mas isto foi só o começo.
Reocupou Ramallah com todo seu materiel bélico.
Os tanques avançaram cuspindo fogo e deixaram no caminho 27 mortos.
No dia seguinte tropas do exército, com apoio aéreo dos F-16 e Apaches, fizeram um limpa de homens, adolescentes e crianças em várias cidades e casas da Cisjordânia - para atingir o máximo de famílias.
Os presídios já estavam cheios de prisioneiros políticos. Do dia 9 ao dia 12, mais de dois mil palestinos se encontraram atrás das grades ou em salas de tortura. O mais novo tinha 12 anos o mais velho nos sessenta.
No dia 12, Israel lançou sua maior ofensiva em 20 anos com 20.000 soldados e mais de 150 tanques marchando sobre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. Mais da metade usados em Ramallah.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas reagiu apresentando a Resolução 1397 que mencionava pela primeira vez a perspectiva de dois Estados "Israel e Palestina, convivendo lado a lado dentro de fronteiras reconhecidas e seguras".
A Síria desaprovou por considerar a Resolução inútil, já que não delimitava fronteiras e nem desocupava nem um metro do território ocupado, mas os argumentos de seu embaixador foram irrelevados.
Com o sítio de Ramallah a liberdade provisória de Yasser Arafat foi revogada e vinte e três palestinos perderam a vida nessa empreitada militar.
No dia 13, enquanto Anthony Zinni não chegava dos EUA, Sharon reforçou o toque de recolher e aproveitou para continuar a bombardear de madrugada. De longe. A salvo.
Foi nesse dia 13 fatídico que em uma investida terrestre a IDF matou um colega jornalista a sangue frio. Um veterano de 42 anos que sobrevivera ao Kosovo e ao Afeganistão sem um arranhãozinho.
Rafaelle Ciriello era um fotógrafo italiano free lance que estava na Palestina pelo Corriere della Sera.
Foi assassinado em Ramallah.
Amadeo Ricucci, um colega da RAI Uno que estava com Rafaelle quando foi assassinado, contou que os dois estavam seguindo um grupo do Tanzim em uma área tranquila (aliás, todas as cidades palestinas em estado de sítio pareciam cidades fantasmas em que não se via viv'alma, tirando os grupos de resistência esporádicos, e os tanques da IDF) próxima de um campo de refugiados que estava sendo atacado pela IDF e defendida por um punhado de resistentes do Fatah.
Os dois estavam com outro jornalista em uma viela, dentro de um prédio. De repente apareceu um tanque na entrada da viela, Rafaelle deixou os colegas e saiu para fazer a que viera, ou seja, fotografar.
Foi baleado ao aproximar-se do tanque para fazer a foto. Não levou apenas um, dois, três,... levou seis tiros. "Por acaso". Morreu no hospital no mesmo dia.
O tanque bateu em retirada, o governo italiano pediu satisfação, o porta-voz da IDF alegou ignorância da presença de jornalistas em Ramallah (!) - área vedada, segundo os oficiais - e completou que os repórteres que trabalhassem nos lugares em que a IDF estivesse em operações militares (isto é, em toda a Palestina ocupada) estavam "pondo a própria vida em risco".
Em poucas palavras, o público só podia aceder a imagens e comunicados fornecidos pelos órgãos oficiais de Tel Aviv e de Washington.
A IDF se outorgava o direito de atirar nos profissionais da imprensa internacional que ousassem cumprir com a obrigação de informar, em vez de veicular apenas a versão que o governo de Israel divulgava.
No mesmo dia um repórter francês foi ferido em outro "acidente". E também ficou por isso.
O sinal "PRESS" respeitado em todos os lugares e normalmente bem-vindo, a partir deste dia, viraria alvo. Sujeito a tiro.
(No mesmo ano, em agosto, a IDF anunciaria a conclusão da investigação do "acidente" das seis balas que causaram a morte de Rafaelle. Dizia, "Não há nenhuma evidência e nenhum conhecimento de uma força (armada) ter atirado na direção do fotógrafo." Ponto final.)
O assassinato de Rafaelle jamais seria punido. Desde então, Israel é o único país que se diz "democrático" em que os jornalistas estrangeiros correm risco de vida pelo simples fato de exercerem seu ofício.
No mesmo dia 13 em que Rafaelle foi assassinado, pela primeira vez o Conselho de Segurança da ONU, ou seja, os Estados Unidos, concordaram com um Estado da Palestina.
Não é que Zinni fosse simpatizante da justa-causa.
Era, mas era mais ainda um bom oficial cansado de guerra, que fora encarregado da missão de patrocinar a paz. Que garantisse a segurança de Israel, nota bene implícita no encargo.
Com inteligência e perspicácia, deve ter entendido que para ser bem sucedido, tinha de conceder aos palestinos o direito de Estado; assim acalmá-los e consequentemente, proteger Israel dos efeitos dramáticos que a ocupação gerava.
Era, mas era mais ainda um bom oficial cansado de guerra, que fora encarregado da missão de patrocinar a paz. Que garantisse a segurança de Israel, nota bene implícita no encargo.
Com inteligência e perspicácia, deve ter entendido que para ser bem sucedido, tinha de conceder aos palestinos o direito de Estado; assim acalmá-los e consequentemente, proteger Israel dos efeitos dramáticos que a ocupação gerava.
No dia 15, as Nações Unidas em peso apoiaram a Resolução do Estado da Palestina, finalmente autorizada pelos EUA.
O embaixador da Síria voltou a argumentar que esta Resolução era frágil demais por não atingir o cerne do conflito, que era a ocupação do território palestino.
O embaixador da Síria voltou a argumentar que esta Resolução era frágil demais por não atingir o cerne do conflito, que era a ocupação do território palestino.
De fato, o Estado era empírico, pois deixava de estipular o principal - extensão territorial e fronteira bem marcada, com garantia militaro-logística da ONU.
A Síria dizia que tinha de começar pelo fim da ocupação do território estabelecido nas fronteiras de 1967, e depois declarar os territórios desocupados um Estado livre e soberano. Sem tal medida, argumentavam os sírios, a noção de Estado era vaga demais para ser efetivada. E que a ONU tinha de ligar ato a palavra senão esta Resolução não passaria de uma a mais, na longa lista de Resoluções que Israel não respeitava.
As Nações Unidas anotaram, e ficaram de deliberar mais tarde.
A Síria dizia que tinha de começar pelo fim da ocupação do território estabelecido nas fronteiras de 1967, e depois declarar os territórios desocupados um Estado livre e soberano. Sem tal medida, argumentavam os sírios, a noção de Estado era vaga demais para ser efetivada. E que a ONU tinha de ligar ato a palavra senão esta Resolução não passaria de uma a mais, na longa lista de Resoluções que Israel não respeitava.
As Nações Unidas anotaram, e ficaram de deliberar mais tarde.
No dia 14 Anthony Zinni chegou a Jerusalém para negociar uma diminuição da violência e com otimismo, um cessar-fogo, após o fracasso das tentativas anteriores.
No dia 17 foi a vez da Europa manifestar-se.
A União Europeia resolveu pronunciar-se a respeito da Intifada condenando os atentados palestinos e lamentando as vítimas civis israelenses. Sem mencionar nem uma vez o número multiplicado de civis palestinos vítimas dos bombardeios e sem condenar as investidas da IDF.
No tocante ao conflito propriamente dito, "o objetivo é duplo: criar um Estado palestino democrático viável e independente pondo fim à ocupação que data de 1967 e assegurar o direito de Israel viver com segurança dentro de suas fronteiras garantidas pelo engajamento internacional e particularmente dos países árabes".
A União Europeia resolveu pronunciar-se a respeito da Intifada condenando os atentados palestinos e lamentando as vítimas civis israelenses. Sem mencionar nem uma vez o número multiplicado de civis palestinos vítimas dos bombardeios e sem condenar as investidas da IDF.
No tocante ao conflito propriamente dito, "o objetivo é duplo: criar um Estado palestino democrático viável e independente pondo fim à ocupação que data de 1967 e assegurar o direito de Israel viver com segurança dentro de suas fronteiras garantidas pelo engajamento internacional e particularmente dos países árabes".
Concluíram com a consideração óbvia que "A União Europeia continua convencida que a paz no Oriente Médio só pode ser global se incluir a Síria e o Líbano".
Sem no entanto precisar a ocupação israelense dos Golan sírio e do sul do Líbano.
Os palestinos entenderam que estavam mesmo sozinhos.
No dia 20 de março um bomba-suicida explodiu um ônibus no norte de Israel levando consigo sete locais. No dia seguinte, outro explodiu na Jerusalém ocidental ocupada, levando consigo três pessoas e deixando várias feridas. Retaliações pesadas seguiram.
No dia 24, cerca de 350 mil pessoas, ou seja, dez por cento da população libanesa, participaram de uma passeata de solidariedade com a Intifada e de recusa de todo compromisso com Israel.
Em Damasco, milhares de sírios cobriram as ruas om a mesma finalidade, exigindo que Assad não permitisse a limpeza étnica anunciada.
Nos dias 27 e 28, em reunião de cúpula em Beirute, os países árabes, pressionados pelas ruas de suas capitais, discutiram então a oferta de paz feita a Israel. Cinquenta por cento dos presidentes estavam ausentes. Inclusive o principal interessado. Yasser Arafat continuava em prisão domiciliar em Ramallah.
No primeiro dia do encontro, no dia 27, dia de Pessah - páscoa judia- em represália à violência das Forças de ocupação e à execução de Ra'ed Karmi, um alto dirigente do Fatah de Tulkarm, um bomba-suicida do Hamas explodiu em um hotel de Netanya, em Israel. Levou consigo 29 pessoas e deixou mais de cem feridos.
Isto aconteceu em um momento em que os eleitores de Ariel Sharon também já reclamavam do seu estilo de governo. Cobravam as promessas eleitorais de acabar com os efeitos colaterais da Intifada dentro de seu território. Pois desde que assumira o poder, em vez das perdas israelenses diminuirem, tinham sido multiplicadas por seis. Haviam passado de 50 no dia de sua posse a 400 até o fim de março - civis e militares.
O número de mortos palestinos era quase o quáduplo, mas estas mortes ficavam longe dos noticiários.
Aproveitando o ataque de Netanya e a reação horrorizada dos compatriotas e da opinião pública internacional - servida com imagens copiosas das vítimas israelenses ensanguentadas - no dia 29 de março, Ariel Sharon deu o golpe fatal à trégua que Zinni negociava.
Em vez de pisar no freio da violência, lançou a ofensiva mais mortífera de sua era.
O nome da operação militar - Defensive shield "Escudo Defensivo" - era uma ironia. Ou eufemismo para Fogo Ilimitado.
A "Operação Defensive Shield" - ODS - seria a operação materialmente mais destrutiva e a maior chacina humana empreendida por Israel desde a Naqba.
No dia 30 de março, vendo a amplitude da investida, os danos e a censura de informação da IDF que impedia o trabalho dos jornalistas, dos enviados da ONU e das ONGs médicas humanitárias, o Conselho de Segurança da ONU adotou a Resolução 1402 exigindo a retirada das tropas israelenses de Ramallah.
Esta tentativa de intervenção seria vã pelas mesmas razões de sempre.
No dominó da ODS, depois de Ramallah, nos dias 1°, 2 e 3 de abril, as forças de ocupação investiriam Tulkarm (ao lado) e Qalquilya - também com apoio aéreo dos helicópteros e aviões de combate.
Belém, Nablus e Jenin seriam as próximas vítimas.
Em quatro dias, seis das principais cidades palestinas, cidadezinhas e campos de refugiados vizinhos seriam assediados e estariam sob fogo cerrado.
Nas próximas etapas, veremos o pesadelo de cada um desses locais sitiados.
"IDF soldiers and officers have been given clear orders: to enter cities and villages which have become havens for terrorists; to catch and arrest terrorists and, primarily, their dispatchers and those who finance and support them; to confiscate weapons intended to be used against Israeli citizens; to expose and destroy terrorist facilities and explosives, laboratories, weapons production factories and secret installations. The orders are clear: target and paralyse anyone who takes up weapons and tries to oppose our troops, resists them or endangers them - and to avoid harming the civilian population."
Primeiro ministro Ariel Sharon diante do Knesset no dia 8 de abril de 2002
Entrevista de Jon Elmer com Uri Avnery. 3
Jon Elmer: According to the United States and Israel, it is the Palestinians--more specifically, Arafat--who must take the initiative in ending the "cycle of violence." Edward Said once said: "Since when does a militarily occupied people have responsibility for a peace movement?" Is it the responsibility of the Palestinians to end the violence?
Uri Avnery: Violence is part of the resistance to occupation. The basic fact is not the violence; the basic fact is the occupation. Violence is a symptom; the occupation is the disease--a mortal disease for everybody concerned, the occupied and the occupiers. Therefore, the first responsibility is to put an end to the occupation. And in order to put an end to the occupation, you must make peace between the Israeli and Palestinian people. This is the real aim, this is the real task.
Reservista da IDF, sargento do Armored Corps, Breaking the Silence.
"How did the fact that you were armored corps find expression?
There are tank posts that do surveillance.
And if a tank-post is fired at?
Depends on when, depends on the commander. There were all kinds of open-fire instructions. Some were strict, some less strict. Sometimes they were authorized by the brigade commander, sometimes by the company commander, sometimes by an officer. Sometimes people would simply fire and report about that they were firing, hey, all's well. With us it didn't happen often, but I saw people around us doing it, all kinds of other corps.
You saw people around you shot at and return accurate fire?
Not necessarily shot at. They just fired, no reason, then reported it like it was a proper thing. Hey, if the firing is a proper thing, then it's a proper thing."
Reservista da IDF, Forças israelenses de ocupação
Shovrim Shtika - Breaking the Silence 1