domingo, 3 de julho de 2016

Turquia re-pactua com o Diabo

Israel and Turkey reach deal to restore ties 

Na semana passada, Turquia e Israel reataram os laços quebrados em 2010 por causa do assassinato de dez ativistas turcos em águas internacionais no litoral da Faixa de Gaza.
Binyamin Netanyahu ofereceu compensação financeira às familias dos ativistas assassinados, contanto que retirassem a queixa que deram dos assassinos em tribunais nacionais e internacionais.
As familias rejeitaram a condição. Erdogan ficou com cara de bobo. O problema com gente que super-valoriza o dinheiro é que não consegue entender que há coisas muito mais importantes na vida, como por exemplo, a justiça.
Por outro lado, no mesmo dia do acordo, Vladimir Putin recebeu uma carta do presidente da Turquia Tayyip Erdogan que exprimia suas "deep condolences" fingidas, à família do piloto russo executado na fronteira com a Síria, após seu avião ter sido derrubado, no dia 24 de novembro de 2015. Na carta Erdogan prometia a Putin fazer "everything possible' para restabelecer suas relações com a Rússia.
Esta foi uma das condições sine qua non impostas por Tel Aviv - louca para ter apoio de Moscou em seus crimes. Há outras condições, mas o petróleo é a primordial.
Erdogan acedeu logo porque a economia turca ficou estrangulada desde que fez a besteira de indispor-se com seu maior parceiro econômico.
A condição da Turquia foi a compensação financeira às famílias dos ativistas que a IDF executou em 2010 no litoral de Gaza.
Esta iniciativa de Erdogan se deve à pressão da elite político-financeira turca, que não difere da brasileira, de "fazer amizades" e acalmar adversários. No propósito único de fazer negócios, não em benefício comum e sim em benefício próprio.
Pois mesmo os problemas estarem sendo resolvidos no papel, é difícil que o povo acolha Netanyahu, este "novo ex-amigo", com os braços abertos como acolhe Putin, o amigo estremecido.
Fala-se que esta viravolta na política externa da Turquia deve-se à demissão de um único homem - Ahmet Davutoglu - ministro das relações exteriores e arquiteto da política externa do país nos últimos dez anos. O ex-primeiro ministro era fortíssimo no governo e foi encostado em um cargo inexpressivo também por isso.
Em parte, o afastamento de Davutoglu do cargo de ministro e da presidência do partido no poder, AK, contribuiu para a mudança. Porém, outros turcos influentes aderiram à sua visão megalomaníaca do destaque que ele queria para a Turquia no cenário internacional.
Esta política vem sendo incrementada na Turquia desde que o AK conquistou o poder em 2002 e é comum ouvir em Ankara a frase "the world is bigger than five", em referência aos cinco países membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Davutoglu era mais eloquente do que os demais, mas a visão turco-islâmica-dominante, saudosista do império otomano, não era só dele.
Por isso ou por causa disso, a política externa da Turquia vai continuar mudando, mas será por necessidade contextual, internacional e doméstica.
A aliança com Israel é também uma imposição da Casa Branca. Assim como a aproximação dos Emirados Árabes e as iniciativas de aproximação do general Sissi, ditador do Egito patrocinado pelos Estados Unidos. O discurso de Erdogan na reunião de cúpula anual da  OIC - Organisation for Islamic Cooperation. mostrou que seu  pragmatismo não tem nenhum limite moral.
Com o desmoronamento da Síria, a posição de liderança regional ficou vaga. A Turquia quer ocupá-la. Sem contestar o status quo de Israel e sua limpeza étnica nos territórios palestinos ocupados. Erdogan quer ser convidado à mesa dos líderes ocidentais custe o que custar. O importante é ter o apoio dos EUA e dos ditadores árabes.
Putin perdoa, diplomaticamente, mas não esquece. Erdogan sabe que apesar de ter pedido desculpas, foram tardias, e as relações com a Rússia demorarão a ser como antes. Se voltarem a ser, um dia. 
Portanto, apesar das construções que Erdogan vem patrocinando em Gaza - uma gota em um mar de necessidades - são para tapar o sol com a peneira. Para seus eleitores não questionarem porquê ele não ataca a raiz do problema. Ou seja, a ocupação israelense da Palestina.
Não reclama por duas razões.
A primeira é porque Erdogan é mais próximo da extrema direita do que do centro e também é criminoso de guerra. Prova disso é o que faz com os kurdos e o que seus antepassados fizeram com os armênios - um genocídio que até hoje a Turquia se recusa a admitir e redimir-se.  Portanto, o presidente da Turquia está mais perto do exterminador Netanyahu do que de Marwan Barghouti, democrata e gente fina demais para seu agrado.
A segunda razão é que Israel é o melhor mascate do planeta. É um camelô espertinho, mau-caráter mesmo. Desses que destrói a mercadoria da banca vizinha, escondido, e depois, "pesaroso", oferece sua mercadoria a preço alto para o vendedor desfalcado.
No caso da Turquia, como da Grécia, uma das mercadorias é a ameaça do tal "terrorismo".
Semeia tempestade além da Linha Verde e de suas fronteiras e depois, quando o furacão devasta outras paragens, oferece proteção da IDF, do Mossad e seu arsenal de armas regulares, químicas e nucleares, É mesmo incrível como consegue enganar os vizinhos que explora, despreza e dos quais escarninha em Tel Aviv, Nas reuniões bilaterais, os israelenses são só sorrisos.
E o petróleo em tudo isso? Ah, o petróleo que Israel surrupia dos palestinos descaradamente e negocia como se fosse proprietário.
Falsidade pouca é bobagem. Igual, só a dos gringos.
Mas como sou uma otimista incorrigível, até agora, espero que Erdogan se dobre à pressão popular e realmente faça algo por Gaza, e pela Palestina inteira. Inclusive na ONU e junto aos países árabes.
Sonhar não custa.
Inside Story: What's behind Israel & Turkey deal

Resultados da pesquisa

Continuando na Turquia, mas em outro registro, após o atentado ocorrido em Istanbul na semana passada, recebi várias perguntas sobre os prévios. Como a memória geral é normalmente falha, eis abaixo um recapitulativo dos atentados em território turco desde janeiro de 2015, em ordem retroativa. Está em inglês porque os emails que recebi estavam em línguas estrangeiras. A maioria é por causa da política repressiva interna e as perseguições às minorias étnicas, religiosas e políticas. O que não justifica a violência, mas explica.
Following the last attacks in Turkey, here goes a retroactive TIMELINE in the last two years.

2016
28/06: Istanbul, Ataturk Airport.41 killed - 239 injured. Attackers reportedly tried to penetrate the control point coming into the airpot. Security personnel then opened fire to neutralise the attackers who then detonated their explosives, authorities said.
There was no immediate claim for the attack. Blames on Daesh/ISIS
13/06: Tunceli, Ovacik. 9 injuredThe explosion happened near a housing block for civil servants. 
Extreme left wing HBP claimed responsibility.
08/06: Mardin, Midyat. 6 killed - 20 injured.
A car bomb exploded near a police station in a region where government forces are batting Kurdish separatists. PKK claimed responsibility.
07/06: Istanbul, Beyazit. 11 killed - 36 injured. Explosion happened near a metro station on the Grand Bazar. TAK claimed responsibility.
19/05: Gaziantep. A suspected Daesh member blew himself up during a police raid.
10/05: Diyarbakir, Baglar. 3 killed - 45 injured.
An armoured police van carrying inmates and policemen was struck in the centre of the city.
PKK claimed.
01/05: Gaziantep. 2 killed - 22 injured. A vehicle blew up near the city's main police station. Assailants also fired automatic weapons.No claim. Blamed on Daesh.
27/04. Bursa. 13 injured. Female suicide bomber is believed to have targeted woprshippers at the city Grad Mosque. TAK claimed responsibility.
31/03: Diyarbakir. 7 killed - 27 injured. The explosion hit a police vehicle near a busy bus terminal.
PKK claimed responsibility.
20/03: Istanbul, Istiklal street. 5 killed - 27 injured. Suicide bomber hit a shopping district where a lot of pedestrians were miling around. No claim of responsibility. Blamed on Daesh.
13/03: Ankara. 37 killed - 70 injured. The second explosion in the capital within weeks set several cars on fire, created a shower of debris and was heard miles away.  KTAK claimed responsibility. 
17/02: Ankara. 28 killed - 61 ijured. During rush hour, a large explosion targeted a military vehicle with people inside. Kurdistan Freedom Haws - TAK claimed responsibility.
14/01: Diyarbakir. 6 killed - 39 injured. A car bomb went off near a police station in the kurdish majority procince. Nearby, houses with civilians inside were also hit with rocket attacks and gunfire. PKK claimed responsibility.
12/01: Istanbul, Sultanahmet. 10 killed - 15 injured. A suicide bomber blex himself up in a square popular cith tourists. No claim of responsibility. Blamed on Daesh.
2015
23/12: Istanbul, Sabina Gökcen International airport. 1 injured. A cleaner was working on a Pegasus Airline plane when a blast went off. It is unclear if it was a bomb. Kurdistan Freedom Hwaks - Tak, claimed reesponsibility.
17/02: Istanbul, Bayrampasa metro station. 5 injured. During rush hour, a pipe bomb exploded on an overpass near a metro station. Extreme left group MLKP claimed responsibility.
10/10: Ankara. 95 killed - 200 injured. Two blasts went off during a rally organised by several leftist groups. No claim. Officials said Daesh was the prime suspect.
10/08: Istanbul, Sultanbeyli. 7 injured. Explosion targeted a police station and caused a fire that spread to nearby buildings. PKK claimed responsibility.
20/07 Suruc. 32 killed - 100 injured. Suicide attack targeted activists planning to entre the Syrian-Kurdish town of Kobane and help rebuild it. the explosion happened during a press event. No claim of responsibility. Blamed on Daesh.
01/06: Diyarbakir. 2 killed. Over 100 injured. Two successive explosions hit an opposition rally.
No claim of responsibility. Blamed on Daesh.
06/01 Istanbul, Sultanahmet. 1 killed - 1 injured. Female suice bomber from Dagestan detonated explosives in the main tourist district of the city. No claim of responsibility.


On 1 July 2016 a Border Police officer shot and killed Sarah Hajuj, 27, from Bani Nai’m, at a checkpoint at the Tomb of the Patriarchs. The Israel Police said she had tried to stab a policewoman. Footage captured by a Palestinian passerby and B’Tselem’s inquiry indicate the lethal shooting was unjustified: Hajuj - whose face had been pepper-sprayed - was alone in the room and armed policemen were at the door. The shooting is part of a broadly-backed policy by senior officials, permitting lethal fire not only as a last resort and granting shooters immunity.For More Information: http://www.btselem.org/firearms/20160...





Oren Razan, correligionário de Binyamin Netanyahu, lidera uma agressão contra sua compatriota Haneen Zoabi, um dos pouquíssimos deputados judeus lúcidos e humanos no Knesset. Ela estava no navio Mavi Marmara que Israel atacou em 2010 matando dez ativistas humanitários que tentavam levar mantimentos para Gaza, na Flotilha da Liberdade. A vídeo está em hebraico, mas não precisa de legenda para entender a brutalidade do selvagem do Likud, ao impedir que Haneen se prounciasse sobre a decisão de Netanyahu de pagar compensação à família das vítimas da IDF. Condição sine qua non estabelecida por Erdogan para que o acordo entre Israel e Turquia fosse assinado, pois era uma espinha atravessada na população turca inteira. Que continua com outras atravessadas.

No dia 1° de julho houve um rebuliço no checkpoint militar de Qalandia, na Cisjordânia ocupada. Os soldados israelenses atacaram mulheres e crianças com armas, gases e cavalos.



Em resposta às manchetes lamentando, com razão, a morte da colona israelense de 13 anos na semana passada, eis uma informação necessária para contrabalancear os dois pesos e duas medidas que predominem na grande mídia.
É claro que todo assassinato é condenável.
Porém, só em 2016, colonos israelenses e soldados da IDF que ocupam a Cisjordânia e a Faixa de Gaza mataram, diretamente, 16 meninos palestinos. Em casa, na rua de sua cidade, em sua terra milenar. Em suma, dentro das fronteiras palestinas - não as da Palestina histórica, mas as de 1967 - reconhecidas internacionalmente.
Estes dezesseis meninos e menias foram assassinados só no primeiro semestre deste ano que está na metade - ou seja, do dia 1° de janeiro ao dia 03 de julho de 2016.
Um menininho que saiu pra nadar com os amiguinhos foi assassinado "por acaso" há poucos dias. Foi notícia? Só na mídia alternativa. No resto, não, é claro, pois morte de palestino já foi banalizada. Palestino não é gente, é animal a ser exterminado.
Notícia é quando, em ato de desespero por causa da ocupação israelense cruel e inclemente, um palestino mata uma coloninha cuja família rouba a terra do desesperado e o espezinha dia a dia.
Notícia também pela raridade do fato. Mas isto a grande mídia deixa de fora das manchetes porque tem de alimentar a hasbara israelense ou dobrar-se à pressão do patrão sionista que insiste em que os israelenses sejam eternas vítimas.
Propaganda é a alma do negócio. Hitler sabia disso. Netanyahu, melhor ainda. Dê uma olhada nas estatísticas do link em azul e veja o absurdo .
For every Israeli child killed, 15.8 Palestinian children have been killed since 2000.
Para cada criança palestina morta desde o ano 2000, 18.8 crianças palestinas foram assassinadas por colonos judeus ou pelas forças armadas israelense de ocupação.
E não se há de esquecer que é Israel que infringe as leis internacionais ocupando a Palestina e subjugando os palestinos. Não o contrário.


I loathe Ban Ki-moon for his passivity and submission to the United States. This video below, captured on June 29th, shows that he is weaker than I think. Because he sees the problem in Palestine, he understands that it can't continue, he admits it in Gaza, but when he goes back to New York, he does nothing.
Unless he will surprise us with a big change. I hope he does.
 

: "Elie Wiesel is dead. He spent his last years inciting hatred, defending apartheid and palling around with fascists.

Elie Wiesel went from a victim of war crimes to a supporter of those who commit them. He did more harm than good and should not be honored."

I agree 100%.

"Elie Wiesel repeatedly lauded Jewish settlers for ethnically cleansing Palestinians in East Jerusalem."



Elie Wiesel denied Armenian genocide and opposed memorializing gay and Roma holocaust victims.



Pressione o cantor Carlos Santana para que desista de seu show em Israel






BRASILn


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