domingo, 10 de janeiro de 2016

Rogue Israel vs Faixa de Gaza: Genocídio programado

Um ser humano que honra o juramento de Hipócrates servindo voluntariamente em Gaza, conta que três anos atrás, um adolescente gazauí sofreu um acidente que só pode acontecer lá (e em Beirute pós-bombardeio e durante ocupação israelense) e por isso morreu, bestamente.
O garoto caiu acidentalmente do terceiro andar, de seu apartamento sem parede, bombardeada em 2012 e sem conserto por causa do bloqueio. Foi levado para o serviço de emergência (sempre lotado) do hospital al-Shifa, o maior da Faixa. A partir daqui deixo o médico canadense contar a história: "I began inserting a chest tube to drain the air and blood that had accumulated outside of the boys lungs - a procedure that usually takes only a few minutes to complete. With the power out, however, I struggled to operate because I couldn't see. I was trying to put this [chest tube] in, in the dark. What would have normally taken me five minutes or less, took me about 25 to 30 minutes to complete, and the boy died... because of womething that was easily preventable. He could have survived, had I been able to see what I was doing. People are dying in Gaza quite often, regularly, every single day because of the lack of electricity."
O depoimento de Ben Thomson é um entre centenas que os médicos estrangeiros prestam à imprensa tentando mostrar que o número de mortos decorrentes das operações militares de Israel nos territórios palestinos ocupados não terminam quando acordos de cessar-fogo são assinados. Muito pelo contrário. Além dos bombardeios esporádicos das cidades e dos ataques aos navios pesqueiros quase diários, centenas de menores e recém-nascidos continuam a sofrer as consequências das bombas fragmentadas, cujos 'filhotes' explodem por toda parte; das armas químicas; da falta de energia, de combustível; de subnutrição; trocando em miúdos, da ocupação e do bloqueio.
Em 2016, a Naqba completa 68 anos e a política genocida visível de Israel na Faixa de Gaza completa uma década.
Aproveito então o início do ano para lembrar que o Daesh, comparado com a IDF, é aprendiz de feiticeiro. El Baghdai aplica uma crueldade desordenada, e ostensiva, como Hitler, a fim de atingir seus objetivos.
Netanyahu (e seus entecessores) têm as costas quentes e procedem a uma limpeza étnica maquiavélica, de chacina rápida explícita a extermínio lento imperceptível, em superfície.
É para não deixar a hasbara prevalescer que entro o ano fazendo um balanço sobre o enclave palestino espremido (literalmente) entre Israel (prolongado por uma buffer zone - zona tampão que surrupia mais 44 por cento da já exígua Faixa que sobrevive graças à intervenção divina) e o Mar Mediterrâneo, cujas águas territoriais de 12 quilômetros foram reduzidas pelo ocupante em apenas três, nos quais os pescadores são constantemente agredidos, detidos e destituídos dos meios de vida própria e de seus compatriotas.
(Talvez antes de ler este artigo, quem ainda não leu queira ler um mais antigo, de 12/02/12,  onde apresento a Faixa sob outro prisma)

Em 2006, logo após a vitória do Hamas nas eleições gerais, Dov Zeiglass descreveu da seguinte maneira a resposta de Tel Aviv à punição do voto palestino no exercício da democracia: "The idea is to put the Palestinians on a diet, but not to make them die of hunger" / "A idéia é pôr os palestinos em 'dieta' sem matá-los de fome."   
Na época, este comentário (abusado e abusivo) do conselheiro do então primeiro ministro Ehud Olmert foi interpretado como uma hipérbole para caracterizar o bloqueio que seu país estava começando a impor ao minúsculo enclave palestino já em processo de estrangulamento.
Mais tarde, o quadro clínico provou que a frase acima, assim como outras do mesmo gênero pronunciadas on e off the record por autoridades israelenses, não eram hipérboles nem metáforas e sim conceitos da estratégia política que desde então Israel vem implementando na surdina. Com sucesso de dar inveja a Adolf Hitler e a seus assessores de imaginação tida por fértil, no tocante a limpeza étnica.
Só seis anos após este rompante de Zeiglass que uma longa batalha jurídica de ONGs internacionais de Direitos Humanos forçou Tel Aviv a expor suas intenções e ações reais no documento 'Red Lines' que estabelece diretivas do Ministério da Defesa de como 'tratar' a Faixa com base em dados fornecidos pelo Ministério da Saúde (!) que calculou o mínimo de calorias que os 1.5 milhões de habitantes da Faixa precisavam para não apresentarem sintomas visíveis de subnutrição.
As taxas foram então traduzidas em número de caminhões de aprovisionamento cuja entrada na prisão os burocratas facínoras autorizariam.
Na época, até o jornal israelense Haaretz descreveu esta política extremista de controle de calorias como feita para "make sure Gaza didn't starve". Matar Gaza de fome, mas em um processo de debilitação paulatina, de definhamento dia a dia, invisível aos olhares pouco perspicazes (ou desinteressados) da comunidade internacional.
Segundo o ministério da 'saúde' israelense, os gazauís precisavam de uma média diária de 2.279 calorias para que sua subnutrição fosse apenas interna. Para atingir tal objetivo, era preciso que 170 caminhões aprovisionassem a Faixa diariamente.
Número que na prática foi reduzido, logo no início, por alguns membros do governo o acharem 'excessivo'.
No final das contas, apenas 67 caminhões chegavam ao destino - antes do bloqueio, 400 abasteciam a Faixa diariamente para que a demanda de alimentos básicos fosse satisfeita.
Portanto, além do bloqueio privar os gazauís de alimentos imprescindíveis ao organismo, ele impedia também que tais produtos fossem cultivados e produzidos localmente, já que impossibilitava a entrada de sementes, galinhas, várias matérias primas e maquinário necessário ao bom funcionamento de lavouras e indústrias.
Sem contar que nem esta irrisória quota de 67 caminhões foi podia entrar no enclave porque os soldados israelenses detinham as cargas de alimentos no sol durante horas nos postos de acesso à Faixa - às vezes até deixando as portas abertas para acelerar o apodrecimento dos produtos perecíveis -  e estes chegavam aos armazéns estragados.
Para completar a maldade, Israel 'ajustou' a fórmula para que as cargas de comida pobre em nutrientes fossem dobradas  e as de laticínios, frutas e legumes fossem cortadas pela metade.
Robert Turnerm, diretor de operações da UNRWA (agéncia da ONU responsável pelos refugiados palestinos) observou então que "The facts on the ground in Gaza demonstrate that food imports consistently fell below the red lines". Mas ninguém tomou providências para impedir o crime contra a humanidade.
Como era de se esperar, a hasbara foi posta em marcha e Israel protestou que o Red Lines "jamais seria implementado". Ninguém acreditou e até quem 'acreditou' no inacreditável foi obrigado a perguntar: If the polititians and generals were advised by health experts that Gaza needed at least 170 trucks a day in order to not starve, why the hell they oversee a policy that allowes in only 67? 
Ninguém duvidava que as carências protéicas e a subnutrição registradas na Faixa eram causadas pela 'dieta' preconizada no Red Lines.
Era claro também que a 'dieta' era uma punição coletiva coletiva da população inteira.
Resultado de imagem para gaza malnutritionMas a grande mídia só dedicou algumas linhas ao drama palestino no enclave quando um idôneo funcionário da Cruz Vermelha encaminhou à imprensa o relatório (confidencial) da Cruz Vermelha que confirmava a gravidade do problema: "Chronic malnutrition is on a steadily rising trend and micro-nutrient deficiencies are of great concern".
Isto foi no início de 2008...  E ficou por isso. Por quê?

Por quê?
Porque os Estados Unidos e os demais cúmplices de Israel deram ouvidos ao argumento do general Ehud Barak que o objetivo de tal medida 'aparentemente' cruel era "wage economic warfare that would generate a political crisis, leading to a popular uprising against Hamas."
Advogados chamaram esta frase do War Lord israelense de litigância de má-fé. Eu acho que era mesmo uma visão deformada da realidade. Deformada por uma projeção errônea do caráter palestino, de que sob pressão e esformeados renunciaram ao território que lhes cabe.
Dito isso, quaisquer que fossem os pensamentos traduzidos nesta frase, essas artimanhas e os bombardeios sucessivos provaram que a evacuação dos col:onos e da administração israelennse da Faixa de Gaza em 2005, em vez de marcar o fim da ocupação, marcou o oposto. De fato, Tel Aviv intensificou o monitoramento da vida dos palestinos presos no enclave nos mínimos detalhes. Drones policiam dia e noite o presídio a céu aberto; os celulares não fornecem nenhuma privacidade, os telefones fixos são grampeados sem consulta do judiciário; cada garfada e cada gole d'água insalubre que entra na boca de um palestino  é calculada à risca para que se envenene toda vez que mata a sede e a fome; a energia é racionada abaixo do suportável e o combustível  permitido está aquém do necessário ao aquecimento de hospitais, escolas e lares, como denunciam os médicos estrangeiros voluntários.
E é mais do que provável que existam outros documentos secretos, além do Dahiya Plan*, que ainda não tenham vazado. "The Dahiya doctrine is a "security concept", as the Israeli army termed it, involving the wholesale destruction of a communisty's infrastructure to immerse it so deeply in the problems of survival and reconstruction that other concerns, including fighting back or resisting occupation, are no longer practicable. Seen in this context, Weisglass' "diet" can be understood as just one more refinement of the Dahiya doctrine: a whole society refashioned to accept its subjugation through a combination of violence, poverty, malnutrition and a permanent struggle over limited resources. This experiment of Palestinian despair is both illegal, it goes with saying, and grossly immoral," definiu-o bem o colega Jonathan Cook.

Quando os outros forem descobertos, ver-se-á certamente outras experiências de engenharia social genocida. Afinal, os israelenses aprenderam bem com os nazistas e se aperfeiçoaram ainda mais durante as décadas de ocupação em que puderam testar armas químicas (urânio empobrecido, fósforo branco e sabe-se lá o que mais) e convencionais (bombas a fragmentação, etc.) nos libaneses e nos palestinos antes de junto com seu padrinho semearem zizania e morte pelo mundo. Aliás, ouve-se nas altas esferas que Gaza é um "testing ground" para o mercado mundial israelense e estadunidense de armamento.
É bem provável que futuros historiadores descubram que cientistas sionistas calcularam também o mínimo de horas e minutos que os palestinos precisavam para sobreviver em Gaza; a lotação humana in/suportável; o nível de desemprego in/tolerável; quantos goles d'água mantêm a máquina sem que pare, já que determinaram que o grau de insalubridade provoca doenças crônicas e atrofia física e mental, sem matar.
Pois deve ter sido estes mesmos calculistas da desumanidade que aconselharam a IDF, em 2006, a bombardear a única central elétrica da Faixa e a impedir que fosse devidamente consertada. Os mesmos que se opuseram à central de desalinisação da água - única saída para os gazauís obterem água potável, já que os colonos judeus deixaram atrás de si as fontes exauridas e poços contaminados. E devem ser eles que estão por trás do banimento dos camponeses das áreas agrícolas, no propósito de super-popular ainda mais as cidades e os campos de refugiados já lotados. E a lista de cálculos científicos do mal é interminável em Gaza, incluindo a proibição da pesca**;  a proibição de exportação das flores e outros produtos que levavam divisas para a Faixa. O propósito é claro, destruir o comércio e a iniciativa privada para obrigar a população a dobrar o joelho e mendigar ajuda internacional.
O pior é que Israel está conseguindo realizar seu plano de exterminação sem ser incomodado.
Um relatório das Nações Unidas (Gaza in 2020 - A livable place?) divulgado em 2012 previa que em 2020 a população da Faixa chegasse a 2.1 milhões de pessoas. Mais de 60% destas, menores de 15 anos. Dois milhões que viverão trancadas no espaço mais populoso do planeta, sem recursos, caso o bloqueio e a ocupação continuem.

E por que Israel está praticando este genocídio?
Por simples ódio infundado e racismo como o de Hitler pelos Israelitas?
Também. Mas não apenas.
É também pelo vil metal.
O que neste caso é representado pelo ouro negro que desperta a cobiça de Tel Aviv, de seus comparsas estrangeiros, e também de países árabes que, por cobiça própria, poderiam complicar os planos de exterminação já em andamento.
É difícil acreditar que o Qatar esteja abrigando Khaled Meshaal (presidente do Hamas) por solidariedade...
Mas enquanto os ditadores árabes insasiáveis não mostram as caras às claras, é chocante ver os gazauís passarem sede e fome sabendo da riqueza petroleira que possuem em suas águas territoriais.

As reservas foram descobertas em 2000. Lembro que Yasser Arafat regozijava, repetindo: É um presente de Deus! Que vai puxar nosso povo pro alto!
Deve estar tremendo na cova. Pois em vez disso, puxou seu povo pra mais baixo ainda.
Pois em vez disso, Abu Amar (Arafat) foi assassinado e Israel acelerou a militarização das águas territoriais da Faixa, alegando que era para proteger seus valiosos recursos, sabotando, concomitantemente, qualquer possibilidade dos palestinos acederem ao patrimônio que lhes cabe de direito.
Foi por isso que Tel Aviv restringiu as águas territoriais da nação ocupada que tem o direito de 12 milhas náuticas e ficou reduzida a apenas três. Além de ataca os pescadores diairiamente. Netanyahu nem se lembra (...) de ter prometido ao Hamas no acordo de cessar-fogo do ano passado, que devolveria aos palestinops suas águas territoriais. Os ataques estão cada vez maisfrequentes e violentos; daí o protesto organizado no fim do ano passado.


Em 2014, a Marinha israelense abriu o jogo ao declarar em um jornal de negócios que todos os pesqueiros palestinos que trafegassem perto de sete milhas náuticas de 'suas' plataformas de petróleo seriam "interceptados".
E é o que a Marinha ocupante faz, a fim de seus técnicos roubarem as riquezas naturais palestinas sem serem perturbados.
Portanto, enquanto Israel prepara a plataforma Leviathan o debate que inflama as altas esferas sionistas é se a IDF vai reforçar a já potente Marinha. Isto além do contrato de US$470 milhões assinado em maio com a Alemanha para a compra de quatro novos navios de patrulha armados, e do vergonhoso acordo de cooperação militar com a Grécia(, cujo governo de esquerda vendeu a alma pro diabo.
Tudo isso sem pagar um centavo aos donos das águas territoriais em que instalou gasodutos como o El-Arish em plenas águas do bloqueio naval ilegal de Gaza. Desde 2008 que o Egito o usa para transferir gás para Israel, fornecendo ao rogue state 40 por cento do consumo nacional. Enquanto a entrada de quase nenhum combustível é autorizada na Faixa.
Nesse ínterim, a British Gas assinou um contrato com Mahmoud Abbas e vem negociando com Binyamin Netanyahu o direito de prospectar e de exportar o gás palestino.
O problema é que quando o Hamas ganhou as eleições legislativas, Abbas já pisara na bola, ao negociar com o primeiro ministro israelense da época, Ehud Olmert, o depósito das divisas em uma conta secreta de um paraíso fiscal à qual só a AP teria acesso... Tudo acabou em pizza porque a maior dependência da Palestina com Israel é no plano de energia. Dependência que Israel quer manter custe o que custar, para o ocupado.
(Aliás, Mahmoud Abbas passou da hora de aposentar-se. Só vem causando estrago. Como questiona Lamis Andoni no artigo cujo link ponho abaixo: "Quando uma liderança, eleita ou não, busca legitimidade através da potência ocupante, ela perde automaticamente a legitimidade." Abu Mazen, que foi companheiro de Abu Amar na OLP, deixou de existir há anos. Talvez antes mesmo de assumir o comando. OU talvez sempre tenha sido apenas Mahmoud Abbas, temeroso, conciliador, fraco. Cada vez que vai à ONU, renova esperanças que ele mesmo mata. Barghouti, já!)

A moral da história é que a descoberta de ouro negro nas águas territoriais palestinas só serviu como um prextexto a mais à ocupação e só proporcionou oportunidades a Israel. A maior foi de, com a cumplicidade internacional, manter os palestinos prisioneiros no minúsculo enclave em que aplica a doutrina Dahiya de vez em quando para poder melhor escravizá-los
Escravidão que algumas vozes combatem.
Em um novo relatório, a ONG de Direitos Humanos Al-Haq denuncia: "A apropriação ilegal, expropriação e obstrução da exploração palestina do próprio petróleo e gás constitui pilhagem e quebra do direito de auto-determinação nacional do povo palestino".
E o Annexing Energy aproveita para denunciar os cúmplices de Israel, multinacionais e Estados, inclusive membros da União Européia, que assinam acordos com Israel referentes às plataformas Tamar e Leviathan, "apoiando e aproveitando o bloqueio ilegal das águas territoriais palestinas."
Pois é, no frigir dos ovos, a moral não pesa nada na balança dos petro-dólares.

Quem se preocupa com a nova descoberta de médicos palestinos que as toxinas que Israel despeja em Gaza através de suas bombas químicas e tradicionais estão provocando doenças congênitas que já vêm sendo diagnosticadas em meninos e em recém-nascidos?
Como prova, a Dra. Shirine Abed divulgou rm outubro de 2015 uma análise de doenças cardíacas congênitas baseada em crianças admitidas na UTI do hospital al-Naser logo após as operações militares israelenses em Gaza. This could be attributed to the environmental toxins they are exposed to during the wars. All of us here are exposed to toxins that are carcinogenic, but babies are particularly vulnerable in the first three months of gestation.”
Seu estudo foi confirmado por um casal que perdeu um bebê de 12 dias em abril de 2009. A mãe, Rola, estava grávida de cinco meses quando a IDF regou a Faixa e sua casa com fósforo branco e sabe-se lá o que mais.After the phosphorous explosion she didn’t feel the same,” acrescentou seu marido Wesam, que na época não entendera o perigo da exposição à essa nociva arma química. E falou também na terceira grande operação militar israelense no do ano passado: These were mythic nights; the strikes made a huge noise when they hit the ground and left an acrid smell that would last for days. I kept thinking, if they targeted our house, which ones of my family would I help escape.”
Graças a Deus saíram inteiros da Operação Protective Edge. Incólumes, o futuro dirá. Pois sem dúvida continuam sendo envenenados paulatinamente pela água e armas químicas ainda não identificas.
Shirine explica: "While difficult to measure, artillery fire and airstrikes leave a toxic imprint on the landscape that lasts for years, particularly in places where rubble is not quickly cleared away. We note that an increased prevalence of birth defects are reported in countries after wars." 
Enquanto os gazauís continuam morrendo do efeito das operações militares israelenses (sem serem contabilizadas no número de perdas de guerra) o petróleo jorra no mar Mediterrâneo e os detentos do maior presídio do plaeta ficam, literal e figurativamente, a ver navios, à míngua e sonhando com a liberdade que se distancia com a cumplicidade de países ocidentais que só querem enriquecer-se mais. Que se danem os palestinos e a humanidade!
O Natal já passou e com ele nossa responsabilidade cristã de ajudar os fracos e oprimidos, de cumprir com a justiça implícita na prática do cristianismo?
Vou concluir estas dolências gazauís onde comecei, no crime contra a humanidade de privar a Faixa de Energia. Como Ben Thomson explica: "In Gaza, the availability of light in an emergency room often determines whether a patient lives or dies. The besieged Palestinian territory has been suffering from a chronic power deficit for years amid Israel's blockade - a situation that worsened after the 2014 Israeli assault, which destroyed Gaza's power plant, again. Even before OPE Israel supplied electricity to Gaza met less than half of the territory's estimated needs. The solution is to have a sustainable, consistent, reliable source of energy that can be stored and used. Fortunately, Gaza is one of the richest countries worldwide in such a resource: sunlight. Gaza has an average of 320 days of sunshine a year, making solar energy an attractive alternative power source." 
A partir desta constatação, Ben teve a ideia de lançar junto com sua equipe de médicos canadenses o proejto Empower Gaza, que visa a instalação de painéis solares nos principais hospitais do território. Seis já foram providos. O United Nation Development Programme está apoiando o projeto assegurando o transporte e passagem de baterias e painéis nos postos de fronteira que mantêm o bloqueio. Além desta tarefa difícil (que Israel permitiu por lucrar com isso e por saber que em segundos destruirá tudo na próxima operação militar) ajudou na instalação de panéis em escolas, postos de saúde e reservatórios de água, apedido da Palestinian Solar Initiative,  que visa suprir a demanda urgente de 30 por cento da energia no litoral do enclave com fontes renováveis até 2020, em uma tentativa de reverter o processo da previsão de insolvabilidade financeira e habitacional da Faixa.
(As doações estão abertas e são benvindas. O projeto e os médicos são sérios.)
O uso doméstico de energia solar também está sendo desenvolvido. Uma unidade solar de US$1.500 pode atender as necessidades de uma família, com eletricidade para geladeira, aquecimento (faz muito frio em Gaza no inverno), lâmpadas, bomba d'água, etc. O custo parece baixo, mas inacessível à absoluta maioria dos moradores da Faixa que apresenta o maior índica de desemprego do planeta, devido ao bloqueio. O que obriga as famílias a recorrerem a métodos perigosos: "Some leave the fire on when they go to sleep. Last winter, we had at least three or four incidents where the fire spread in the home because the family left it while they were sleeping... It was a real tragedy", conta Nader Abd el-Naby, um dos residentes do enclave.
Mosab Mostafa, que acabou de formar-se na universidade para engrossar a fila de diplomados desempregados, interveio na conversa: "These days, people are suffering from a lack in cooking gaz. Every one of us wakes up and goes to bed thinking of how to get a filled canister."
A iniciativa privada em Gaza vê a falta de energia um dos maiores empecilhos ao investimento e crescimento revelados no estudo do Banco Mundial sobre a taxa recorde de desemprego - 43 por cento.
Fecho o artigo de hoje com as palavras deste médico de verdade que com seus colegas estrangeiros faz um trabalho voluntário admirável na Faixa. Por ser mesmo bom caráter, Ben Thomson fez questão de dar o crédito a quem merece: "Empower Gaza was inspired by local Palestinian healthcare workers and engineers. This is by Palestinians, for the Palestinians."
Pois é.

Para quem ainda não viu, eis o documentário "Gaza: Left in the dark" abaixo.

Em complemento do artigo, dê uma olhada na exposição interativa da Al Jazeera: Gaza, life under siege.

* Apesar de ter sido exposta no wikileaks em 2008, a doutrina que os generais israelenses chamam Dahiya e aplicam no Líbano e na Palestina desde o início do terceiro milênio contiua sendo ignorada pela grande maioria.
Julian Assange só revelou um cabo piratado no United States State Department com o sumário de um general israelense de planos de guerra aprovados e usados no Líbano em 2006, na Faixa de Gaza em 2006, 2008, 2012, 2014, e em outras 'oportunidades' nos territórios Paletinos ocupados, mas foi o bastante.
Dahiya é o nome de um bairro residencial de Beirute que a IDF (Forças Armadas Israelenses) deixou em escombros durante a Copa do Mundo de 2006. Em seu planejamento guerreiro, a Doutrina Dahiya diz respeito ao massacre intencional de civis e destruição de cidades, bairros, propriedades públicas e privadas, como uma forma de punição coletiva da população.
A estratégia Dahiya não deixa dúvidas quanto à intenção do crime e é um procedimento ilegal conforme a Convenção de Genebra. O que significa que os líderes israelenses, soldados e generais são passivos de prisão e julgamento semelhante ao de Nuremberg que condenou os nazistas após a Segunda Guerra.
O objetivo de Israel é tentar dobrar a resistência e concomitantemente, fazer com que Gaza fique inabitável a médio prazo.
Que os israelenses se julgam superiores aos demais povos e que são capazes de crimes hediondos já se sabe - a Naqba é a prova cabal.
O que choca é saber que os chefes de gabinete do National Security Council, Secretary of state e Secretary of Defence dos EUA receberam o tal cabo, o que implica em que as maiores autoridades estadunidenses estão a par do plano Dahiya de cometer crimes de guerra. Ora, no cabo, o general Eizenkot é claro ao dizer que não eram recomendações e sim um plano aprovado de usar força desproporcional, justificando que aos olhos de Israel não existem civis, todos são bases militares; o que é uma falsificação grotesca da realidade. O plano é uma admissão evidente de sucessivos crimes de guerra friamente premeditados e executados.
A pergunta é Como os grandes deste mundo sabem e deixam as bombas rolarem? Como o Presidente oe o Congresso estadunidense continuar a financiar um governo estrangeiro que admite cometer crimes e não ter nenhuma intenção de parar? Eles não deveriam estar todos na Háguia sendo julgados e condenados?
O problema é que hoje em dia a população israelense em sua grande maioria é cúmplice ativa ou passiva. Maioria absolutíssima. Poucos têm a lucidez de entender que Dahiya é a médio e longo prazo, um suicídio.
Most of the world have never heard of what Israeli generals call the Dahiya doctrine. Even though it was in Julian Assange's wikileaks in 2008.  It summarizes an Israeli general's statement on approved war plans that were used in Lebanon during the FIFA World Cup in 2006, in the Gaza Strip in 2006, 2008, 2012, 2014, and in other occasions.
The name Dahiya refers to a civilian neighbourhood of Beirut that was leveled, utterly destroyed by Israel in the Second Lebanon War in 2006. In Israel's war planning, the Dahiya doctrine refers to Tel Aviv's intentional and massive killing of civilians and destruction of civilian villages, neighbourhoods, homes and properties, as a collective punishment of the population.
The Dahiya plan leaves no doubt, none, that it involves the knowing and intentional commission in carrying out of war crimes. This procedure is flagrantrly illegal under the Geneva Conventions and Israeli leaders, soldiers and generals could be tried for the crimes that the Nazis were tried for in Nuremberg, for carrying out intentional mass killings.
Last year we saw the latest application of the Dahiya doctrine in Israel's Operation Protective Edge in Gaza. Israel purpose was and is to try and end resistance to the occupation, and on the process, to make Gaza uninhabitable over a few years to drive the Gazans survivors out.
What is interesting about this extermination plan is that in the USA, Chiefs of Staff of National Security Council, secretary of state and secretary of Defence got the cable. Which means that all Amecrican officials know about this Dahiya doctrine plan to commit war crimes, as Israeli general Eizenkot makes very clear that was not a recommendation of what Israel should do, but an already approved plan to use disproportionate force. From Israeli perspective, he says, there are not civilian villages: they are military bases; which is a complete falsification. The plan is a clear admission of repeated war crimes.
The question is: How can the world stand by? How can the US President and Congress continue to fund a government that openly admits it commits and will continue to commit war crimes? 
Shouldn't they all be in the Hague by now?
The Settlers

** PCHR-Gaza: Israeli Buffer Zone Policies Typically Enforced with Live FireMay 11, 2015.
Following disengagement from the Gaza Strip in September 2005, Israel unilaterally and illegally established a so-called "buffer zone", an area prohibited to Palestinians along the land and sea borders of the Gaza Strip. The precise area designated by Israel as a "buffer zone" is not clear and this Israeli policy is typically enforced with live fire. The establishment of the 'buffer zone' is illegal under both Israeli and international law.
gazamappnn.png
Preventing Palestinians from accessing their lands and fishing areas violates numerous provisions of international human rights law, including the right to work, the right to an adequate standard of living, and the right to the highest attainable standard of health. Enforcing the "buffer zone" through the use of live fire often results in, inter alia, the direct targeting of civilians and/or indiscriminate attacks, both of which constitute war crimes.
Following the Israeli offensive on the Gaza Strip in November 2012, a ceasefire agreement between Israel and Palestinian armed groups was brokered by the Egyptian government, which included terms related to access to land and sea. In an online statement on 25 February 2013, the Israeli Coordinator of Government Activities in the Territories (COGAT) declared that fishermen could now access the sea up to six nautical miles offshore, and that farmers could now access lands in the border area up to 100m from the border fence. However, both references have since been removed from the statement.
Then, on 21 March 2013, the Israeli forces' spokesperson announced re-reducing the fishing area allowed for Palestinian fishermen from 6 nautical miles to 3 nautical miles. However, on 21 May 2013, Israeli authorities decided to allow fishermen to sail up to 6 nautical miles.
Following the latest Israeli offensive on the Gaza Strip (08 July - 26 August 2014), a ceasefire agreement between Israel and Palestinian armed groups was brokered by the Egyptian government, which allowed fishermen to sail up to 6 nautical miles. However, the Israeli naval forces have not allowed fishermen to sail up to this limit as all Israeli attacks have taken place within the 6-nautical- mile fishing area.
Dimensions on land, inside Palestinian territory

Distance from the border fence, up to which access is permitted:
· Second Intifada (2000): 150 metres
· According to Israel (2010) :300 metres
· 22 November 2012: unclear parameters
· 21 March 2013: 300 metres.
In reality, attacks against civilians take place anywhere upto approximately 1.5 kilometres inside the border fence. This constitutes approximately 17% of the total territory of the Gaza Strip.

At sea, off the coast of the Gaza Strip

Distance from the shore, up to which access is permitted:
· Oslo Accords (1994): 20 nautical miles (nm)
· Bertini Commitment (2002): 12 nm
· October 2006: 6 nm
· End of 2007 : 3 nm
· 22 November 2012: 6 nm
· 25 February 2013: unknown
· 12 March 2013: 3 nm
· 21 May 2013: 6 nm
In addition, access is consistently denied in the following areas:
· 1.5 nm in the north along the maritime boundary with Israel
· 1 nm in the south along the maritime boundary with Egypt.
Impact on land:

· Approximately 27,000 dunums, 35% of the Gaza Strip's agricultural land, can only be accessed under high personal risk, as Israeli attacks may result in injury or death of civilians.
· 95% of the restricted area is arable land.
· After the evacuation of settlements (2005) and 'Operation Cast Lead'
(2008-2009), the majority of Palestinian families living in the border areas abandoned their land and homes.
Impact at sea:

· Palestinians are completely prevented from accessing 85% of the Palestinian maritime areas recognised in the 1994 Gaza Jericho Agreement.
· Approximately 3,700 fishermen work under high personal risk every day at sea.
· Approximately 8,200 persons work in the fishing industry.
· Approximately 65,000 persons, including individuals who work in the fishing industry and their dependents, are affected by the "buffer zone" restrictions at sea.
· The area near the coast is markedly over-fished.



Desemprego leva o trabalho infantil a Gaza
Mahmoud Abbas, your time is running out When a leadership, elected or not, seeks legitimacy from an occupying power, it automatically loses legitimacy.Lamis Andoni.

Norman Finkelstein: Is it anti-semitic to compare Israel with nazism? Is there a "new anti-semitism"? 

Birzeit University rises up against Israel's arrestsIsraeli forces have arrested dozens of politically active students amid a rise in violence in West Bank and Jerusalem.

O ONU divulgou que em 2015, os colonos e soldados israelenses assassinaram 170 palestinos  (141  deles, de outubro a dezembro) nos territórios palestinos ocupados - sangue frio ou por atos de resistência. 26 israelenses foram mortos por atos de resistência no mesmo ano (22, de outubro a dezembro).
15.377 palestinos e 350 israelenses foram feridos durante o ano.
Israel demoliu mais 539 casas palestinas para instalar colonos judeus.

Quanto aos presos políticos palestinos encarcerados em Israel em 2015, a Addameer divulgou as seguintes estatísticas:
tal Number of Political Prisoners
Administrative Detainees
Child prisoners
Female prisoners
1948 Territories prisoners
East Jerusalem prisoners
Gaza prisoners
Palestinian Legislative Council members
5
Prisoners before Oslo
30
Prisoners serving a sentence above 20 years
457
Prisoners serving life sentences
501
Prisoners serving more than 20 years
30
Prisoners serving more than 25 years
15
B'Tselem: A Third generation of Palestinien children is living under occupation

Conferência em Nova York do corajoso jornalista israelense Gideon Levy
https://youtu.be/qSsRH4pc510
https://youtu.be/4LsKECJAmR4
https://youtu.be/DABOvMaFtLo

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