1992
No dia 16 de fevereiro de 1992 um Apache, helicóptero de combate que os EUA oferece à IDF, bombardeou o carro de Abbas Musawi, líder do Hizbollah. Junto com Abbas, Israel executou sua esposa, seu filho de cinco anos, mais quatro pessoas que se encontravam no veículo, e feriu outras tantas.
Tel Aviv alegou que era punição pela captura e morte de um soldado israelense em 1986 e sequestro de um soldado estadunidense em 1988.
Porém, o que o atentado terrorista visava era, por um lado, minar os esforços de paz entre Líbano & Síria que na mesma hora divulgavam de Damasco intenção conjunta de ir a Washington 'dar uma chance à paz'. Por outro lado, visava provocar reação dos libaneses para 'justificar' uma nova operação sanguinária.
Vazou na época que o primeiro ministro Shamir não queria matar e sim sequestrar Abbas Musawi para trocá-lo por soldados israelenses presos no Líbano. No entanto, seu então chefe de gabinete, o general Ehud Barak, conceguiu convencê-lo a ordenar o assassinato da família inteira e de quem quer que estivesse no perímetro do atentado terrorista.
Até o NYTimes, porta-voz de Israel em Nova York, foi obrigado a admitir o óbvio, embora tenha carregado na tinta ao se referir à vítima para transformá-lo em culpado: "The dramatic afternoon raid on a motorcade carrying the Shiite Muslim leader, Sheik Abbas Musawi, outside Jibchit in southern Lebanon kept this part of the Middle East locked in a new cycle of violence that was likely to cast a pall on United States-brokered peace talks scheduled to resume in Washington next week."
Em seguida, a resistência palestina atacou um batalhão da IDF causando baixas e esta 'retaliou' contra dois campos de refugiados.
Em Tunis, Ahmed Abderrahman, porta-voz da OLP, justificou que ao atacar os soldados israelenses os três palestinos haviam exercido "their legitimate right to resist against the Israeli army of occupation. It was a resistance act, like the French resistance against Nazi occupation."
Os resistentes palestinos mataram soldados. A IDF bombardeou civis em campos de refugiados. Em Ramallah, a porta-voz da delegação palestina nas negociações de paz e deputada do Fatah, Hanan Ashrawi, deplorou o bombardeio de civis: "To use the air force and state policy to kill women and children, that's not terrorism?" Na época, Rachelle Marshall relatou bem os fatos no artigo Israel Derails the Peace Train Again.
Mal a notícia da morte de Abbas al-Musawi foi divulgada, Hassan Nasrallah foi empossado na Secretaria Geral do Hizbollah. Nasrallah não perdeu tempo, inaugurou seu mandato anunciando uma política de retribuição, "If Israel hits Lebanese civilian targets, then Hizbollah will retaliate with attacks on Israeli territory."
Nesse ínterim, o Hizbollah continuaria a atacar as forças israelenses de ocupação no território libanês em retaliação a uma série de mini-operações israelenses contra palestinos e libaneses. Operações corriqueiras cujos nomes caíram no esquecimento.
Um dia chegou a notícia de uma com nome, que foi de fato um grande fora, uma operação frustrada no Iraque. Repertoria-la-ei porque é quase anedótica, se não tivesse tido consequências dramáticas mais tarde, quando os EUA interviriam no país diretamente e deixariam atrás de si o caos.
Operation Bramble Bush: Plano de assassinato do presidente do Iraque Saddam Hussein, cujo 'ensaio' aconteceu no dia 05 de novembro de 1992 no deserto do Negev.
Ao sair a notícia da doença terminal do tio de Saddam, Khairallah Taifah, Israel planejou um atentado durante o funeral. Soldados das forças especiais Sayeret Matkal deveriam infiltrar-se no Iraque através da Jordânia até Tikrit, de onde lançariam mísseis Midras teleguiados que atingissem Saddam e quem estivesse no diâmetro da explosão. A operação foi aprovada e o general Ehud Barak, então comandante da IDF, supervisionou de perto os ensaios. O segredo foi quebrado devido a um "training accident" na presença de Uri Saguy, chefe de Inteligência militar, e o episódio acabou sendo relatado como uma tentativa de assassinato de Hassan Nasrallah, em vez de Saddam Hussein, e os censores militares reclamaram da imprensa ter "violated censorship laws". Esquecendo que tais leis vigoram em Israel e não na imprensa dos países estrangeiros democráticos.
(Sete anos mais tarde, Israel recidivaria com a Operation Bramble Bush II, também contra Saddam Hussein. Agentes do Mossad foram enviados ao Iraque como olheiros para armar uma armadilha contra o presidente, porém, o assassinato foi de novo abortado. Desta vez por causa da operação conjunta EUA & Inglaterra Desert Fox, executada do dia 16 a 19 de dezembro de 1998 - os dois aliados bombardearam o Iraque durante quatro dias seguidos, em um ensaio para a invasão em 2003 com os resultados que se conhece: falência da economia, das instituições público-governamentais, sectarismo religioso, e a emergência do Estado Islâmico.)
1993
Julho: Operation Accountability, chamada no Líbano de Seven-Day War.
Esta operação de Israel no Líbano durou do dia 25 ao dia 31 de julho e aconteceu um plena negociação dos Acordos de Oslo.
O general Ytkhak Rabin era primeiro ministro e foi ele que ordenou a operação comandada por Ehud Barak, então chefe da IDF.
Os israelenses registraram a perda de um soldado e três feridos. Cerca de 120 civis libaneses foram mortos e mais de 500 ficaram feridos durante a ofensiva que desalojou 300 mil libaneses e palestinos em cidadezinhas e campos de refugiados no sul do Líbano.
A população civil foi a mais atingida porque o objetivo de Israel era, além de 'punir' o Hizbollah, aterrorizar , provocar o caos no sul do país, e empurrar um grande fluxo de refugiados em direção de Beirute a fim de forçar o governo a tomar medidas ainda mais restritivas às guerrilhas anti-ocupação.
Atingir o primeiro alvo foi fácil. Filas e filas de famílias sulistas enchiam as estradas que levavam à capital. O êxodo foi tamanho que o Human Righst Watch declarou que Israel "is in grave violation of International humanitarian law".
Atingir o segundo objetivo, o de cutucar Ahmed Jibril, comandante da Frente Popular pela Libertação da Palestina, e Hassan Nasrallah, também não foi difícil. O Hizbollah estava desprevenido e respondeu jogando uma penca de foguetes Katyusha no norte de Israel, indiscriminadamente. Acabaram matando dois civis, ferindo treze, e dando a Tel Aviv mais uma oportunidade de fazer-se de vítima de seus próprios ataques.
No final da semana, os Estados Unidos mediaram um cessar-fogo. Israel prometeu 'frear' seus ataques a civis e o Hizbollah concordou em parar de jogar foguetes no norte de Israel.
O acordo foi celado com um aperto de mãos. O que não evitaria escaramuças pontuais na zona fronteiriça nos meses seguintes e uma chuva de mísseis israelenses em 1994 no Vale Beqaa, onde a IDF matou cerca de trinta membros do Hizbollah.
Noam Chomsky: Limited War” in Lebanon
1996
Abril: Operations Grape of Wrath (para o Líbano, April War).
A operação começou no dia 11 de abril e durou até o dia 26. Onze dias, durante os quais 170 civis libaneses foram mortos e mais de 350 sofreram ferimentos graves. Cerca de meio milhão de civis foram desalojados e deslocados, incluindo 150 mil meninos. Os únicos civis que ficaram no sul do Líbano foram indigentes, velhos e camponeses que queriam proteger suas lavouras de tabaco - pois era período de transplante de sementes. Uma das razões dos bombardeios na primavera, período de plantio e colheita.
Seis mil prédios e casas foram bombardeados, dentre os quais, 500 foram totalmmente destruídos e 2.500 bastante atingidos. Habitantes de Khirbit Salim, por exemplo, relataram que seu vilarejo foi bombardeado todos os dias. Por isso, das 500 casas, 30 foram destruídas.
Segundo um observador de uma ONG internacional de Direitos Humanos, "These villages, close to the Israeli-occupied zone, are known in the area to be supportive of Hizballah, but the homes and buildings hit bore no relation to whether or not they housed Hizballah fighters or other Hizballah assets. The extent and pattern of destruction seems clearly disproportionate to any military threat those sites represented."
A artilharia da IDF usou 24.000 balas nessas cidades e a aeronáutica jogou 600 bombas em alguns alvos militares, mas sobretudo em residências e infra-estruturas civis, inclusive um reservatório de água que servia 4 cidades.
No único dia 18, até um quartel da UNIFIL foi visado, quatro soldados irlandeses foram feridos, e a ONU deixou claro em seu relatório que não acreditava no erro que a IDF alegara: "It is unlikely that the shelling of the United Nations compound was the result of gross technical and/or procedural errors." Mas os EUA correram em socorro de Israell, rejeitando as acusações e contra-atacando: "They [the U.N.] are more interested in pointing a finger instead of creating a climate of peace and stability in the region."
O quartel era localizado perto de um abrigo das Nações Unidas em Qana, no qual famílias buscaram refúgio e foram massacradas. No fim do dia, 106 civis estavam mortos e 116 gravemente feridos.
As vidas não tinham preço, mas as instalações da UNIFIL, sim. Portanto, a assembléia das Nações Unidas aprovou uma Resolução obrigando Israel a arcar com a despesa de US$1.7 milhões necessários à reconstrução do abrigo que destruíra. Um terço dos membros votaram a favor, um terço se abstiveram, vois países votaram contra - EUA e Israel. A moção seria colocada na pauta anualmente até 2003 com o mesmo resultado e o embaixador estadunidense bloqueado com o mesmo discurso: que "financial resolutions, such as this, have to be adopted by consensus to apply", e apoiando o argumento de Israel, que dizia: "Any damage caused to the United Nations interim Force in Lebanon is the direct consequences of terrorist aggression and Lebanese collusion."
Tirando a UNIFIL, o prejuízo material que os libaneses sofreram foi estimado em mais de US$200 milhões.
O cessar-fogo foi negociado de novo pelos Estados Unidos e foi bastante criticado por observadores internacionais: "Despite the improvements [comparing to 1993], the agreement contains some significant ambiguities and loopholes that threaten to undermine its purpose. The agreement does not explicitly proscribe reprisal, which is the issue over which the 1993 understandings broke down, and there is nothing in the agreement that commits both sides to ensuring that attacks on legitimate military targets adhere to the principles of discriminate fire and proportionality to limit collateral civilian casualties and damage.
Without violating this understanding, nothing herein shall preclude any party from exercising the right of self-defense. And the U.S. has provided Israel with an "interpretive letter" spelling out what Israel and the U.S. understand this point to mean. This letter remains secret.
Finally, we are concerned about a statement made by Israeli Prime Minister Shimon Peres on April 27 that "if [Hizballah] violates the agreement, then the agreement is no longer binding." This statement is a good illustration of the problems created by the failure to incorporate international humanitarian law in the agreement, which would have clarified that attacks on civilians are prohibited under any circumstances, even if the agreement is violated"
Netanyahu accuses UN chief Ban of ‘giving terror a tailwind’. After UN’s Ban says reacting to occupation is ‘natural,’ prime minister fires back, saying UN has long lost its neutrality and moral standing. Jonathan Lis.
Is Deadly Gunfire the Only Way to Stop a Palestinian Girl With a Knife? The youngest of the knife-wielders to date, 13, was a fourth-grade dropout who milked sheep. Last Saturday she walked, with a dagger, toward a settlement and tried to stab a guard, who shot her to death.Gideon Levy and Alex Levac.
No dia 16 de fevereiro de 1992 um Apache, helicóptero de combate que os EUA oferece à IDF, bombardeou o carro de Abbas Musawi, líder do Hizbollah. Junto com Abbas, Israel executou sua esposa, seu filho de cinco anos, mais quatro pessoas que se encontravam no veículo, e feriu outras tantas.
Tel Aviv alegou que era punição pela captura e morte de um soldado israelense em 1986 e sequestro de um soldado estadunidense em 1988.
Porém, o que o atentado terrorista visava era, por um lado, minar os esforços de paz entre Líbano & Síria que na mesma hora divulgavam de Damasco intenção conjunta de ir a Washington 'dar uma chance à paz'. Por outro lado, visava provocar reação dos libaneses para 'justificar' uma nova operação sanguinária.
Vazou na época que o primeiro ministro Shamir não queria matar e sim sequestrar Abbas Musawi para trocá-lo por soldados israelenses presos no Líbano. No entanto, seu então chefe de gabinete, o general Ehud Barak, conceguiu convencê-lo a ordenar o assassinato da família inteira e de quem quer que estivesse no perímetro do atentado terrorista.
Até o NYTimes, porta-voz de Israel em Nova York, foi obrigado a admitir o óbvio, embora tenha carregado na tinta ao se referir à vítima para transformá-lo em culpado: "The dramatic afternoon raid on a motorcade carrying the Shiite Muslim leader, Sheik Abbas Musawi, outside Jibchit in southern Lebanon kept this part of the Middle East locked in a new cycle of violence that was likely to cast a pall on United States-brokered peace talks scheduled to resume in Washington next week."
Em seguida, a resistência palestina atacou um batalhão da IDF causando baixas e esta 'retaliou' contra dois campos de refugiados.
Em Tunis, Ahmed Abderrahman, porta-voz da OLP, justificou que ao atacar os soldados israelenses os três palestinos haviam exercido "their legitimate right to resist against the Israeli army of occupation. It was a resistance act, like the French resistance against Nazi occupation."
Os resistentes palestinos mataram soldados. A IDF bombardeou civis em campos de refugiados. Em Ramallah, a porta-voz da delegação palestina nas negociações de paz e deputada do Fatah, Hanan Ashrawi, deplorou o bombardeio de civis: "To use the air force and state policy to kill women and children, that's not terrorism?" Na época, Rachelle Marshall relatou bem os fatos no artigo Israel Derails the Peace Train Again.
Mal a notícia da morte de Abbas al-Musawi foi divulgada, Hassan Nasrallah foi empossado na Secretaria Geral do Hizbollah. Nasrallah não perdeu tempo, inaugurou seu mandato anunciando uma política de retribuição, "If Israel hits Lebanese civilian targets, then Hizbollah will retaliate with attacks on Israeli territory."
Nesse ínterim, o Hizbollah continuaria a atacar as forças israelenses de ocupação no território libanês em retaliação a uma série de mini-operações israelenses contra palestinos e libaneses. Operações corriqueiras cujos nomes caíram no esquecimento.
Um dia chegou a notícia de uma com nome, que foi de fato um grande fora, uma operação frustrada no Iraque. Repertoria-la-ei porque é quase anedótica, se não tivesse tido consequências dramáticas mais tarde, quando os EUA interviriam no país diretamente e deixariam atrás de si o caos.
Operation Bramble Bush: Plano de assassinato do presidente do Iraque Saddam Hussein, cujo 'ensaio' aconteceu no dia 05 de novembro de 1992 no deserto do Negev.
Ao sair a notícia da doença terminal do tio de Saddam, Khairallah Taifah, Israel planejou um atentado durante o funeral. Soldados das forças especiais Sayeret Matkal deveriam infiltrar-se no Iraque através da Jordânia até Tikrit, de onde lançariam mísseis Midras teleguiados que atingissem Saddam e quem estivesse no diâmetro da explosão. A operação foi aprovada e o general Ehud Barak, então comandante da IDF, supervisionou de perto os ensaios. O segredo foi quebrado devido a um "training accident" na presença de Uri Saguy, chefe de Inteligência militar, e o episódio acabou sendo relatado como uma tentativa de assassinato de Hassan Nasrallah, em vez de Saddam Hussein, e os censores militares reclamaram da imprensa ter "violated censorship laws". Esquecendo que tais leis vigoram em Israel e não na imprensa dos países estrangeiros democráticos.
(Sete anos mais tarde, Israel recidivaria com a Operation Bramble Bush II, também contra Saddam Hussein. Agentes do Mossad foram enviados ao Iraque como olheiros para armar uma armadilha contra o presidente, porém, o assassinato foi de novo abortado. Desta vez por causa da operação conjunta EUA & Inglaterra Desert Fox, executada do dia 16 a 19 de dezembro de 1998 - os dois aliados bombardearam o Iraque durante quatro dias seguidos, em um ensaio para a invasão em 2003 com os resultados que se conhece: falência da economia, das instituições público-governamentais, sectarismo religioso, e a emergência do Estado Islâmico.)
1993
Julho: Operation Accountability, chamada no Líbano de Seven-Day War.
Esta operação de Israel no Líbano durou do dia 25 ao dia 31 de julho e aconteceu um plena negociação dos Acordos de Oslo.
O general Ytkhak Rabin era primeiro ministro e foi ele que ordenou a operação comandada por Ehud Barak, então chefe da IDF.
Os israelenses registraram a perda de um soldado e três feridos. Cerca de 120 civis libaneses foram mortos e mais de 500 ficaram feridos durante a ofensiva que desalojou 300 mil libaneses e palestinos em cidadezinhas e campos de refugiados no sul do Líbano.
A população civil foi a mais atingida porque o objetivo de Israel era, além de 'punir' o Hizbollah, aterrorizar , provocar o caos no sul do país, e empurrar um grande fluxo de refugiados em direção de Beirute a fim de forçar o governo a tomar medidas ainda mais restritivas às guerrilhas anti-ocupação.
Atingir o primeiro alvo foi fácil. Filas e filas de famílias sulistas enchiam as estradas que levavam à capital. O êxodo foi tamanho que o Human Righst Watch declarou que Israel "is in grave violation of International humanitarian law".
Atingir o segundo objetivo, o de cutucar Ahmed Jibril, comandante da Frente Popular pela Libertação da Palestina, e Hassan Nasrallah, também não foi difícil. O Hizbollah estava desprevenido e respondeu jogando uma penca de foguetes Katyusha no norte de Israel, indiscriminadamente. Acabaram matando dois civis, ferindo treze, e dando a Tel Aviv mais uma oportunidade de fazer-se de vítima de seus próprios ataques.
No final da semana, os Estados Unidos mediaram um cessar-fogo. Israel prometeu 'frear' seus ataques a civis e o Hizbollah concordou em parar de jogar foguetes no norte de Israel.
O acordo foi celado com um aperto de mãos. O que não evitaria escaramuças pontuais na zona fronteiriça nos meses seguintes e uma chuva de mísseis israelenses em 1994 no Vale Beqaa, onde a IDF matou cerca de trinta membros do Hizbollah.
Noam Chomsky: Limited War” in Lebanon
1994
Maio. Operação de sequestro de Mustafa Dirani, libanês ligado ao Movimento Amal associado à Síria, no dia 21.
Mustafa foi mantido em detenção administrativa no propósito de servir de barganha em uma eventual negociação de troca de prisioneiros entre Israel, que ocupava o sul do Libano, e o Hizbollah. Mas também por acreditar que ele soubesse do paradeiro de um de seus pilotos, Ron Arad, capturado em outubro de 1986 pelo Amal.
Um batalhão das forças especiais da IDF sequestrou Mustafa, em casa, e ao ser interrogado sob tortura, Mustafa disse que transferira Arad para o Hizbollah, que por sua vez o transferira à Guarda Revolucionária Iraniana, que na época tinha uns oficiais no Libano. Porém, nem o Hizbollah, nem o Irã, forneceram informação sobre o militar israelense. Arad jamais seria encontrado.
Quanto a Mustafa, dez anos mais tarde, em janeiro de 2004, seria trocado (junto com 22 militantes libaneses e 12 prisioneiros políticos palestinos) pelos corpos de três soldados israelenses e pelo "shady" coronel-'empresário' de tráficos ilícitos Elchanan Tannenbaum.
Outubro. Operação de resgate do soldado da IDF Nachshon Wachsman, capturado pelo Hamas seis dias antes. Às 20 horas da sexta-feira, dia 04 de outubro, dia do anúncio do Prêmio Nobel da Paz para Yasser Arafat, Yitzhak Rabin e Shimon Peres, a tropa de elite da IDF, Sayeret Matkal, invadiu o vilarejo palestino Bir Nabala, começou o procedimento de resgate de seu camarada na casa em que estava preso e deparou-se com uma sólida porta de aço, em vez da de ferro que esperava. Ao tentar forçar a entrada, o comando foi recebido a bala e respondeu com seu arsenal pesado. Na troca de tiros, o refém foi morto junto com os três palestinos que o guardavam e o chefe da tropa de choque da IDF. No tiroteio, dez soldados foram feridos. A operação foi um fiasco.
O Hamas capturara o soldado da Brigada Golani esperando trocá-lo por seu líder preso, Ahmed Yassine. Na época, havia centenas de palestinos (membros da resistência, estudantes e até meninos) sofrendo horrores anoninamente nos cárceres israelenses. A detenção do soldado da IDF virou notícia e foi levado até ao conhecimento do presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.
Maio. Operação de sequestro de Mustafa Dirani, libanês ligado ao Movimento Amal associado à Síria, no dia 21.
Mustafa foi mantido em detenção administrativa no propósito de servir de barganha em uma eventual negociação de troca de prisioneiros entre Israel, que ocupava o sul do Libano, e o Hizbollah. Mas também por acreditar que ele soubesse do paradeiro de um de seus pilotos, Ron Arad, capturado em outubro de 1986 pelo Amal.
Um batalhão das forças especiais da IDF sequestrou Mustafa, em casa, e ao ser interrogado sob tortura, Mustafa disse que transferira Arad para o Hizbollah, que por sua vez o transferira à Guarda Revolucionária Iraniana, que na época tinha uns oficiais no Libano. Porém, nem o Hizbollah, nem o Irã, forneceram informação sobre o militar israelense. Arad jamais seria encontrado.
Quanto a Mustafa, dez anos mais tarde, em janeiro de 2004, seria trocado (junto com 22 militantes libaneses e 12 prisioneiros políticos palestinos) pelos corpos de três soldados israelenses e pelo "shady" coronel-'empresário' de tráficos ilícitos Elchanan Tannenbaum.
Outubro. Operação de resgate do soldado da IDF Nachshon Wachsman, capturado pelo Hamas seis dias antes. Às 20 horas da sexta-feira, dia 04 de outubro, dia do anúncio do Prêmio Nobel da Paz para Yasser Arafat, Yitzhak Rabin e Shimon Peres, a tropa de elite da IDF, Sayeret Matkal, invadiu o vilarejo palestino Bir Nabala, começou o procedimento de resgate de seu camarada na casa em que estava preso e deparou-se com uma sólida porta de aço, em vez da de ferro que esperava. Ao tentar forçar a entrada, o comando foi recebido a bala e respondeu com seu arsenal pesado. Na troca de tiros, o refém foi morto junto com os três palestinos que o guardavam e o chefe da tropa de choque da IDF. No tiroteio, dez soldados foram feridos. A operação foi um fiasco.
O Hamas capturara o soldado da Brigada Golani esperando trocá-lo por seu líder preso, Ahmed Yassine. Na época, havia centenas de palestinos (membros da resistência, estudantes e até meninos) sofrendo horrores anoninamente nos cárceres israelenses. A detenção do soldado da IDF virou notícia e foi levado até ao conhecimento do presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.
1996
Abril: Operations Grape of Wrath (para o Líbano, April War).
A operação começou no dia 11 de abril e durou até o dia 26. Onze dias, durante os quais 170 civis libaneses foram mortos e mais de 350 sofreram ferimentos graves. Cerca de meio milhão de civis foram desalojados e deslocados, incluindo 150 mil meninos. Os únicos civis que ficaram no sul do Líbano foram indigentes, velhos e camponeses que queriam proteger suas lavouras de tabaco - pois era período de transplante de sementes. Uma das razões dos bombardeios na primavera, período de plantio e colheita.
Seis mil prédios e casas foram bombardeados, dentre os quais, 500 foram totalmmente destruídos e 2.500 bastante atingidos. Habitantes de Khirbit Salim, por exemplo, relataram que seu vilarejo foi bombardeado todos os dias. Por isso, das 500 casas, 30 foram destruídas.
Segundo um observador de uma ONG internacional de Direitos Humanos, "These villages, close to the Israeli-occupied zone, are known in the area to be supportive of Hizballah, but the homes and buildings hit bore no relation to whether or not they housed Hizballah fighters or other Hizballah assets. The extent and pattern of destruction seems clearly disproportionate to any military threat those sites represented."
A artilharia da IDF usou 24.000 balas nessas cidades e a aeronáutica jogou 600 bombas em alguns alvos militares, mas sobretudo em residências e infra-estruturas civis, inclusive um reservatório de água que servia 4 cidades.
No único dia 18, até um quartel da UNIFIL foi visado, quatro soldados irlandeses foram feridos, e a ONU deixou claro em seu relatório que não acreditava no erro que a IDF alegara: "It is unlikely that the shelling of the United Nations compound was the result of gross technical and/or procedural errors." Mas os EUA correram em socorro de Israell, rejeitando as acusações e contra-atacando: "They [the U.N.] are more interested in pointing a finger instead of creating a climate of peace and stability in the region."
O quartel era localizado perto de um abrigo das Nações Unidas em Qana, no qual famílias buscaram refúgio e foram massacradas. No fim do dia, 106 civis estavam mortos e 116 gravemente feridos.
As vidas não tinham preço, mas as instalações da UNIFIL, sim. Portanto, a assembléia das Nações Unidas aprovou uma Resolução obrigando Israel a arcar com a despesa de US$1.7 milhões necessários à reconstrução do abrigo que destruíra. Um terço dos membros votaram a favor, um terço se abstiveram, vois países votaram contra - EUA e Israel. A moção seria colocada na pauta anualmente até 2003 com o mesmo resultado e o embaixador estadunidense bloqueado com o mesmo discurso: que "financial resolutions, such as this, have to be adopted by consensus to apply", e apoiando o argumento de Israel, que dizia: "Any damage caused to the United Nations interim Force in Lebanon is the direct consequences of terrorist aggression and Lebanese collusion."
Tirando a UNIFIL, o prejuízo material que os libaneses sofreram foi estimado em mais de US$200 milhões.
O cessar-fogo foi negociado de novo pelos Estados Unidos e foi bastante criticado por observadores internacionais: "Despite the improvements [comparing to 1993], the agreement contains some significant ambiguities and loopholes that threaten to undermine its purpose. The agreement does not explicitly proscribe reprisal, which is the issue over which the 1993 understandings broke down, and there is nothing in the agreement that commits both sides to ensuring that attacks on legitimate military targets adhere to the principles of discriminate fire and proportionality to limit collateral civilian casualties and damage.
Without violating this understanding, nothing herein shall preclude any party from exercising the right of self-defense. And the U.S. has provided Israel with an "interpretive letter" spelling out what Israel and the U.S. understand this point to mean. This letter remains secret.
Finally, we are concerned about a statement made by Israeli Prime Minister Shimon Peres on April 27 that "if [Hizballah] violates the agreement, then the agreement is no longer binding." This statement is a good illustration of the problems created by the failure to incorporate international humanitarian law in the agreement, which would have clarified that attacks on civilians are prohibited under any circumstances, even if the agreement is violated"
UNIFIL
NEWS Palestina
Netanyahu accuses UN chief Ban of ‘giving terror a tailwind’. After UN’s Ban says reacting to occupation is ‘natural,’ prime minister fires back, saying UN has long lost its neutrality and moral standing. Jonathan Lis.
Israel's current head of state is an obnoxious loudmouth jewish supremacist (Part 10). Norman Finkelstein.
Is Deadly Gunfire the Only Way to Stop a Palestinian Girl With a Knife? The youngest of the knife-wielders to date, 13, was a fourth-grade dropout who milked sheep. Last Saturday she walked, with a dagger, toward a settlement and tried to stab a guard, who shot her to death.Gideon Levy and Alex Levac.
Video: Israeli soldiers daily bullying of Palestinians at checkpoints in the occupied West Bank.
66 days of hunger strike: palestinian journalist Mohammed al-Qeeqs' life at severe risk. Detido pelas forças israelenses de ocupação sem motivo, sem acusação nenhuma, faz mais de dois meses que o jornalista palestino Mohammed al-Qiq está em greve de fome.
Seu objetivo é ser ouvido e receber a justiça que lhe é devida: a liberdade de vida e de exercer sua profissão de jornalista. Sua mulher afirma que sua greve só tem uma saída, do presídio israelense - vivo ou morto.
What we can do: global, 3 Fevruary: Gaza activists plan twitter campaign for Mohammed al-Qeeq.
Hunger-striking Palestinian reporter's appeal rejected. Rights groups criticise Israel's detention of Muhammad al-Qeeq, in critical condition.
Seu objetivo é ser ouvido e receber a justiça que lhe é devida: a liberdade de vida e de exercer sua profissão de jornalista. Sua mulher afirma que sua greve só tem uma saída, do presídio israelense - vivo ou morto.
What we can do: global, 3 Fevruary: Gaza activists plan twitter campaign for Mohammed al-Qeeq.
Hunger-striking Palestinian reporter's appeal rejected. Rights groups criticise Israel's detention of Muhammad al-Qeeq, in critical condition.