domingo, 29 de março de 2015

Israel vs Palestina: Operações Militares III (1950-53)



Operation Retributions: Esta ampla operação foi inaugurada no início da década de cinquenta. Israel já era um Estado com instituições administrativas, judiciárias, legislativas e militares devidamente constituídas. Todas sob o comando do Primeiro Ministro David Ben-Gurion e de seu chefe de gabinete, general Moshe Dayan, que continuavam a tentar conquistar a Palestina custasse o que custasse. Estes dois homens eram imigrantes europeus, como a maioria absoluta dos comandantes judeus que protagonizaram a Naqba. Lutavam pela posse da terra e não por amor ao solo ou sentimento nacional, patriótico, como os palestinos que resistiam ao espólio.
A assinatura do armistício imposto pela ONU em 1949 não acalmara os árabes. Ainda feridos no âmago pelos massacres e inconformados com o sequestro de mais de dois terços de seu território para a constituição do Estado de Israel - composto de mais de 90 por cento de imigrantes que não tinham nenhuma ligação histórica, familiar ou afetiva com a Palestina.
Talvez tenha sido por causa dessa indiferença à arquitetura histórica que os imigrantes tenham destruído tantos vilarejos ancestrais e sítios arqueológicos. Além de transformarem as cidades em matadouros. Os nativos que sobreviviam ao genocídio escapavam com a a chave de casa, símbolo de nacionalidade e propriedade que passaria de pai pra filho no exílio alimentando a esperança de um dia retornar à terra natal.
David Ben-Gurion não foi apenas o primeiro governante de Israel. Foi também o precursor das práticas violentas e dos discursos de hierarquização "humana" entre nativos e imigrantes que seus sucessores repetiriam até Binyamin Netanyahu, culminando com o Israeli Project (Blog 08/08/14) contemporâneo.
A retórica era parte da estratégia calculada de aproveitar o choque do holocausto para inverter a noção de perseguido e perseguidor; de vítima e algoz; de ocupante e ocupado. Esta estratégia de guerra ludibriou os dirigentes cristãos europeus e americanos, induzidos a assumir a culpa de Hitler e permitir que a história se repetisse com judeus ocupando o papel invertido do que ocupara sob o jugo nazista.
Apesar do clima propício ao revanchismo cego. Alguns judeus esclarecidos não se deixaram enganar pela hasbara (propaganda) e condenaram a punição coletiva do povo palestino, inocente dos crimes nazistas. Dois destes seres humanos eram o que havia de melhor em seus campos profissionais e usaram sua celebridade e influência para sacudir os ocidentais anestesiados pela culpabilidade dos campos de concentração recém-liberados pelo Exército Vermelho soviético (embora em vez dos soldados russos os filmes de Hollywood mostrem os marines neste papel que não representaram na realidade).
Estes dois judeus eminentes que olharam e enxergaram o genocídio que estava acontecendo na Palestina foram a filósofa Hannah Arendt e o físico Albert Einstein.
Suas mentes excepcionais enxergaram que de presas passivas, os judeus que emigraram para a Palestina se transformaram em impiedosos predadores; de ovelhas, a lobos vorazes de presas afiadas e instinto de vingança sanguinária. Contra seus compatriotas europeus que haviam cruzado os braços? Não, contra um povo que, além de isento de culpa, combatera em favor dos aliados para libertá-los dos campos em que Hitler os enclausurara.
Não precisava ter a inteligência de Arendt e Einstein para enxergar o que estava na cara - os Aliados permitiam na Palestina invadida pelos sionistas a injustiça e as atrocidades que combateram na Alemanha nazista.
Não. Não precisava ter a inteligência desses dois brilhantes alemães para entender o óbvio. Mas precisava ter a coragem que distingue as pessoas comuns das extraordinárias. A coragem de fazer a coisa certa quando a maioria absoluta se conforma com a coisa errada.
A coisa certa na época era unir pensamento, palavra a ato, e escrever a carta aberta ao lado, que os dois e outros imigrantes judeus nos EUA mandaram para o New York Times, que a publicou em dezembro de 1948. Nesta missiva onde a pena de Arendt é visível, denunciam as abominações que os "grupos terroristas" sionistas estavam cometendo na Palestina.
Em 1950, o grito de alerta ainda ressoava e continuava a refletir o que estes intelectuais pensavam assim como a realidade no terreno, imutável. Só que as brigadas "terroristas" haviam sido institucionalizadas na Israeli Defensive Forces - a IDF, que continuava a atuar de maneira bárbara nos territórios ocupados em toda i/legalidade.
Depois das operações de limpeza de 1948 e 49, David Ben Gurion apresentou da seguinte maneira a Operation Retributions que fragmentava a limpeza étnica inclemente: "We have the power to set a high price for our blood, a price which would be too high for the Arab communities to bear."
O preço alto era o que Hitler estabelecera na França contra a resistência - por exemplo, após o atentado contra Julius Ritter, o alemão responsável da requisição de franceses para trabalhos forçados na Alemanha, 50 resistentes foram fuzilados; o preço da vida ou simplesmente da segurança de um ocupante variava entre 10 a 88 franceses civis ou combatentes na resistência.
Os imigrantes judeus importariam consigo as horrendas práticas nazistas, inclusive a de hierarquização do valor da vida como fizera Hitler. Ben Gurion queria mostrar a ferro e fogo que um judeu valia mais, muito mais, do que um nativo cristão ou muçulmano. A superioridade de raça, de credo, era a noção predominante que a Operation Retributions tentou aplicar na terra que os israelitas re-conquistavam com a mesma esperteza e a mesma violência que David usara três mil anos antes contra Golias e seu povo filistino.
Esta noção de hierarquia humana foi a pedra fundamental na construção do Estado de Israel e na destruição da Nação palestina.
A Operação Retributions durou seis anos. Como foi prolífica em massacres, fragmenta-la-ei em dois blogs para que não fiquem muito longos.

1951:
A Operation Retributions começou com o que ficou conhecido como Al-Hamma incident.
Durante o Império Romano, Al-Hamma era conhecida como Emmatha e era sítio turístico de famosas estações térmicas consideradas terapêuticas devido a seu alto conteúdo de sufur. Além dos balneários e banhos públicos, os romanos construíram um anfiteatro e outros edifícios à altura dos recursos naturais da região. Emmatha ficou de pé durante séculos.
Um terremoto causou estragos que foram restaurados no ano 633 DC, durante o reino de Muawiyah I no Califado Umayyad que sucedeu a morte de Maomé. O restaurador aproveitou para adicionar novos prédios que desmoronaram, na maioria, durante o terremoto dos Golã em 749. Foram reconstruídos e de novo destruídos pelo terremoto de 1033. (Hoje excavações arqueológicas descobriram ruínas abertas ao público. Israel acaparou-se do local a fim de privar os palestinos desta mais valia turística).
No recenseamento de 1922, a população de Al-Hammah consistia de 984 cristãos e muçulmanos e de 28 judeus. Em 1936 os palestinos cederam a concessão dos banhos ao empresário libanês Sulayman Nasif que revitalizou a estação balneária que floresceu como na época romana voltando a atrair muitos turistas e migrantes nativos.
O Hagannah "despopulou" o vilarejo de seus habitantes em 1949, mas com a Naqba correndo solta na Galileia, posteriormente, muitos palestinos voltaram e outros chegaram em busca de refúgio. Ao ponto da população cristã e muçulmana chegar a 2.200. O que desagradou bastante Ben Gurion e Moshe Dayan. Sua frota aérea recém-constituída veio a calhar na operação de expulsão desses "intrusos".
As razões da "limpeza" eram as mesmas, matar o máximo de nativos e "confiscar" seus bens móveis e imóveis que os imigrantes judeus cobiçavam para uso próprio.
Esta "oportunidade" chegou no dia 04 de abril de 1951. Apesar da ONU ter vedado a presença de militares israelenses nessa área, nesse dia o comandante da recém-formada IDF no Norte resolveu despachar para lá uma patrulha disfarçada de policiais. A resistência reagiu e matou os sete soldados. Em retaliação, no dia seguinte, quatro avões militares bombardearam a delegacia da cidade e uma base síria em Al Hadid, já que os sírios foram tidos como culpados. Duas mulheres foram mortas e seis pessoas ficaram feridas.
Como a IDF não podia admitir publicamente que desrespeitara a ONU, não pôde revidar com mais um massacre. Ben Gurion resolveu, após ser repreendido pelos bombardeios, mudar de estratégia e proceder à expulsão paulatina dos habitantes por intermédio de terrorismo quotidiano. A perseguição foi implacável; até os últimos palestinos não aguentarem mais os maus-tratos e partirem deixando para trás história e propriedades constituídas por seus antepassados.
Esta operação foi apelidada de "Incidente" porque não atingiu o objetivo de imediato. Não por questões militares ou humanísticas e sim para não danificar os bens materiais que Israel queria recuperar em bom estado. Tanto para os imigrantes judeus ocuparem casas montadas quanto para o governo explorar a infra-estrutura turística sem gastos.
(Na década de 90, via-se o seguinte ao entrar na cidade confiscada. O parque turístico Hamat Gader predominava com piscinas, uma represa e seu estacionamento moderno. A mesquita deserta ainda estava de pé com seu minaret e colunas de mármore intactas. Outras construções antigas, de basalto escuro característico da Galileia antiga, se mantinham, assim como a estação ferroviária (ao lado) que ostentava o nome do vilarejo extinto em sua fachada. Havia mais três imóveis desertos perto da estação e várias casas em pedaços. A Al Hamma de hoje perdeu toda alma.)

Beit Jala raid, foi uma das mini-operações da Retributions. Foi em "resposta" à agressão de uma imigrante judia em Jerusalém, embora não houvesse nenhuma prova que um palestino fosse autor do crime. Muito pelo contrário. Mas isto não importava. Foi desculpa para uma punição coletiva.
Foi outra prática israelense que data dos primórdios de seu Estado: a punição coletiva - crime de guerra e contra a humanidade que nos territórios palestinos ocupados foram estabelecidas como estratégia de limpeza étnica a curto, médio e longo prazo, como se não fosse contrária à Convenção de Genebra.
No dia 04 de dezembro de 1951, a jovem imigrante judia Lea Feistinger foi estuprada, assassinada e seu rosto desfigurado. Seu corpo foi encontrado em uma caverna dentro da cease fire line determinada pela ONU. Por isso, a investigação foi dirigida pelo major Loreaux em nome da Mixed Armistice Commissions (MAC). Como o Major não encontrou nenhum indício que o criminoso fosse palestino e sim que parecia um crime passional, transmitiu a investigação à polícia israelense para que investigasse como um crime comum e não político.
Mas a IDF tomou as rédeas da investigação e desconsiderando o relatório do oficial da ONU, declarou que o criminoso era palestino e que era de Beit Jalla.
Um batalhão entrou no vilarejo no dia 06 de janeiro de 1952 e dinamitou três casas sem avisar as famílias. Nove pessoas morreram no atentado. Um jovem casal, uma mãe e seus quatro filhos de 6 a 14 anos, e mais duas pessoas.
Do ar, caíram panfletos "explicando" este crime: "On 4/12/1951 some persons from among the inhabitants of Beit Jala killed a Jewish girl in the neighbourhood of Bayit VeGan, after committing against her an unpardonable crime. What we have done now is the penalty for that ugly crime. We shall not stand idly by in the face of such crimes. In our quiver there are always arrows for [such criminals]. Let those who can, heed this warning..."
O major Hutchison,d a MAC, investigou a reclamação da Jordânia contra esta punição coletiva injustificável e no final os investigadores da ONU determinaram que os israelenses haviam usado inclusive metralhadoras no atentado, antes de dinamitar as casas. Mas não repreenderam Israel por nada.
Em 1953, o cônsul estadunidense em Jerusalém declararia que os israelenses nem investigaram a possibilidade mais lógica do crime ter sido cometido pelo namorado da moça, outro judeu imigrante, e não por um palestino: "It was never shown that the act was not committed by her Israeli boyfriend".
O embaixador britânico em Tel Aviv chamou o atentado israelense de "simple reprials, degigned to make Arab infiltration umpopular in the Arab villages", e comparou os ataques da IDF aos da Inglaterra contra os egípcios na área do Canal de Suez.
Nem o crime da IDF nem o da jovem Lea foram punidos.

1953:
Operation Shoshana: Esta operação ficou conhecida na Palestina como o Massacre de Qybia. Foi um dos "fragmentos" mais sangrentos da Operação Retributions.
Aconteceu em outubro de 1953. O comandante foi Ariel Sharon (foto ao lado), que ficaria conhecido na Palestina como General Bulldozer. Aos 25 anos, Sharon já era o aprendiz de carniceiro que minha geração conheceria. Invadiu Qybia com dois batalhões originários do Hagannah - paratroop brigade e a Unit 101. Em seis horas, seu batalhão exterminou 69 moradores. Dos primeiros 42 corpos encontrados, 38 eram de mulheres e dois de crianças. No final das contas, mais de dois terços dos mortos eram mulheres e crianças. E fez juz a seu futuro apelido destruindo 45 casas, uma escola, uma mesquita, o posto de saneamento, a central elétrica, a delegacia.
Este massacre em Qybia foi em "retaliação" ao ataque ao vilarejo Al-Abbasiyya, que após a Naqba os novos proprietários chamaram de Yehud. No dia 12 de outubro, um desconhecido jogou uma granada em uma casa matando a uma mulher e seus dois filhos. A identidade do autor do crime não foi descoberta, mas mesmo assim, a punição coletiva aprendida com os nazistas foi aplicada em seguida.
Sharon seguiu as diretivas de Ben Gurion e no dia 14, cobrou 23 vidas palestinas por cada vida judia perdida dois dias antes.
O ataque começou às 21:30, quando as famílias estavam reunidas e desprevenidas, seguindo a mesma estratégia que a IDF mantém até hoje. Primeiro, os cerca de 300 soldados sitiaram o vilarejo bloqueando as saídas. Em seguida, usaram torpedos Bangalore para romper as cercas que protegiam o povoado e minaram as vias de acesso para impedir que resistentes acorressem em socorro de seus compatriotas e evitar que os habitantes que conseguissem escapar do sítio sobrevivessem.
Concomitantemente, outro batalhão sitiou Budrus - também para impedir possível reação de  socorro e resistência - e pelo menos 25 torpedos foram lançados nesta cidade vizinha para manter a população ocupada e amendrontada enquanto agiam na cidade ao lado.
Enquanto isso, em Qybia,  as tropas de Sharon invadiram a cidade em três frentes, encontrando pouca resistência facilmente dominada devido à desproporção de homens e de arsenal.
A fim de ganhar tempo, em vez de inspecionar as residências, os soldados dinamitaram dezenas de casas sem evacuá-las e as construções acima mencionadas. Não perderam nenhum soldado. Este processo de destruição durou até de madrugada, quando Sharon decidiu que a operação fora cumprida com sucesso.
Em seu diário e no vídeo abaixo, Ariel Sharon escreveu que recebera ordens expressas de inflingir o máximo de danos à cidade: "The orders were utterly clear: Qibya was to be an example for everyone'. Documentos da época indicam que Sharon ordenou pessoalmente às suas tropas de proceder "maximal killing and damage to property". Relatórios pós-operacionais relatam que os soldados entraram nas casas jogando granadas e atirando nas famílias.
Os observadores da ONU que chegaram em seguida, viram cadáveres estendidos nos cômodos de entrada, marcas de balas nas portas de casas demolidas, e concluíram que os residentes foram forçados a permanecer dentro de casa enquanto eram exterminados. A descrição de um deles foi a seguinte: 'Bullet-riddled bodies near the doorways and multiple bullet hits on the doors of the demolished houses indicated that the inhabitants had been forced to remain inside until their homes were blown up over them.'
O Primeiro Ministro de Israel tomou a decisão do massacre junto com seu Ministro da Defesa, o imigrante ucraniano Pinhas Lavon. Nenhum dos dois se arrependeu e Ben Gurion declarou inclusive ter usado a força necessária para mostrar aos palestinos que Israel estava no Oriente Médio para ficar e que sua política de "limpeza" continuaria custasse o que custasse.
Mas este preço pareceu caro à recém criada Organização das Nações Unidas. Estas, no dia 15 de outubro, aprovou uma Resolução condenando o ataque como uma quebra do artigo III do Acordo de armistício.
O Ministro das Relações Exteriores de Israel Moshe Sharett desaprovara e foi o único que exprimiu choque pelo resultado. Escreveu em seu diário no dia 16 de outubro:  "Now the army wants to know how we [the Foreign Ministry] are going to explain the issue. In a joint meeting of army and foreign ministry officials Shmuel Bendor suggested that we say that the army had no part in the operation, but that the inhabitants of the border villages, infuriated by previous incidents and seeking revenge, operated on their own. Such a version will make us appear ridiculous: any child would say that this was a military operation". 
Apesar de seu comentário, no dia 19, Ben Gurion optou pela atitude que pontuaria a hasbara. Ousou isentar a IDF de culpa alegando que o ataque fora realizado por civis israelenses e não por soldados. Seu comunicado foi um insulto a mais à ONU:  "None deplores it more than the Government of Israel, if ... innocent blood was spilled ... The Government of Israel rejects with all vigor the absurd and fantastic allegation that 600 men of the IDF took part in the action... We have carried out a searching investigation and it is clear beyond doubt that not a single army unit was absent from its base on the night of the attack on Qibya." E a seus compatriotas, disse na radio para que a notícia atravessasse as fronteiras: "The [Jewish] border settlers in Israel, mostly refugees, people from Arab countries and survivors from the Nazi concentration camps, have, for years, been the target of (...) murderous attacks and had shown a great restraint. Rightfully, they have demanded that their government protect their lives and the Israeli government gave them weapons and trained them to protect themselves. But the armed forces from Transjordan [Palestinian refugees] did not stop their criminal acts, until [the people in] some of the border settlements lost their patience and after the murder of a mother and her two children in Yahud, they attacked, last week, the village of Kibya across the border, that was one of the main centers of the murderers' gangs. Every one of us regrets and suffers when blood is shed anywhere and nobody regrets more than the Israeli government the fact that innocent people were killed in the retaliation act in Kibya. But all the responsibility rests with the government of Transjordan that for many years tolerated and thus encouraged attacks of murder and robbery by armed powers in its country against the citizens of Israel."
(A hasbara estava em marcha com o discurso que seria usado de década em década até virar o Israeli Project. Ben Gurion ensinou a desculpabilizar o ocupante e culpar o ocupado. Na época, culpava os chamados "transjordanianos", hoje, o Hamas.)
Nem que os observadores ocidentais quisessem, teriam conseguido defender esta versão dos fatos, devido à extensão dos danos materiais e humanos que só poderiam ter sido causados por armas pesadas. Ninguém acreditou na mentira e o historiador israelense Avi Shlaim analisou o comportamento do Primeiro Ministro em um e seus livros: "This was not Ben-Gurion's first lie for what he saw as the good of his country, nor was it to be the last, but it was one of the most blatant."
(E o mais digno de nota é que David Ben Gurion estabeleceu, já no início de Israel, uma linha de discurso e de conduta para todos os primeiros ministros até nossos dias. De um a outro, todos foram visceralmente impregnados desta cultura da distorção da verdade, da expansão territorial, da paranóia securitária e da criminalização da vítima).

Ainda sob influência de Einstein e Arendt, europeus e americanos judeus condenaram o massacre e o jornal estadunidense The National Jewish Post, chegou a publicar em editorial do dia 30 de outubro:  Qibya was in effect another Lidice and no United States person who was living at the time of this detestable Nazi wiping out of an entire village will forget the world’s horror at that act.'
Até os EUA reagiram. Seu State Department exprimiu "deepest sympathy for the families of those who lost their lives"  e se disse convencido que os responsáveis "should be brought to account and that effective measures should be taken to prevent such incidents in the future." Descreveu a operação como "shocking" e confirmou a suspensão (temporária) de sua ajuda econômica a Israel, interrompida no dia 18 de setembro por não estar cumprindo os Acordos do Armistício de 1949 com os países árabes vizinhos. (Uma das infrações era de agredir e matar refugiados palestinos desarmados que tentavam retornar à sua terra natal em busca de familiares perdidos durante a Naqba. Outros eram assassinados nas zonas desmilitarizadas ao locomover-se à procura de familiares refugiados na Faixa de Gaza. E uma minoria de resistentes armados precariamente que tentavam recuperar o que lhes fora surrupiado. Outra infração era a de atravessar as fronteiras jordanianas e sírias à caça de refugiados palestinos com a desculpa de se protegerem.)
Retorno temporário de sobrevientes
As estórias de Ben Gurion chatearam os membros da ONU e no dia 27 de outubro de 1953 o Conselho de Segurança da ONU acabou adotando a Resolução 100 (suspendendo atividade na zona desmilitarizada na Palestina), e no dia 24 de novembro, a Resolução 101 (condenando Israel pela violação do Armistício), expressando "strongest possible censure of this [Israeli] action".
Uri Avnery, então com 30 anos, talvez tenha sido o único jornalista a criticar o massacre em sua recém-criada revista HaOlam HaZeh (This World/Este Mundo). O respeito ao seu ofício de informar lhe custou uma represália dolorida. Suas duas mãos foram quebradas para que aprendesse a ficar calado. Intimidação e chantagem também seriam práticas correntes no novo Estado "democrático".
Quanto à IDF, a Unit 101 foi desmontada. Contudo, apesar das demandas públicas que os responsáveis diretos do massacre fossem punidos, seu comandante, Ariel Sharon não foi nem repreendido.
O tenente-general canadense E.L.M. Burns, enviado da ONU para manutenção da trégua, criticou sem parar a atitude de Israel, que ele descrevia como "constant provocation of the Israeli forces and armed kibbutzim." Concluindo que "The retaliation does not end the matter; it goes on and on ..."
De fato.
Qybia viraria exemplo na IDF de operações a serem evitadas para não indispor a comunidade internacional.
Em 1954, um comando para-militar da resistência palestina retaliou este massacre e outros menores com uma operação sangrenta. No dia 17 de março, um grupo atacou um ônibus israelense matando onze dos 15 passageiros.
A primeira reação do governo de Israel ao que ficaria registrado como massacre de Ma'ale Akrabim foi projetar uma vingança "exemplar", maior do que Qybia. Mas foram dissuadidos durante uma reunião em julho de 1954 em que um dos idealizadores do massacre de 1953, Pinhas Lavon, argumentou: "Guys, you have to understand [that] there can be the greatest and most successful military operation, and it will turn into a political failure, meaning eventually a military failure as well. I'll give a simple example: Qibya."
Pois é, Qibya, que ficaria marcada, como Der Yassin, Nablus, Jenin, Gaza, e quantas outras mais, no inconsciente coletivo de gerações de palestinos.

Ariel Sharon reconhece seu crime em Qibya

Em 2003, Eric Ridenour publicou o seguinte artigo no Electronic  Intifada


domingo, 22 de março de 2015

Israel vota e confirma Radicalismo


Netanyahu betrays, deceives, commits war crimes.  
Will Western countries let him procede?
ONU deixará Netanyahu continuar seus crimes?  

A eleição em Israel parecia empatada até a véspera quando Binyamin Netanyahu rasgou o verbo e conseguiu distanciar-se de seus concorrentes com palavras mágicas de rascismo e promessas de arrepiar. Um delas, aplaudidíssima, foi categórica: "Comigo no comando, não haverá Estado da Palestina". Assim definiu seu próximo mandato, acrescentando complôs internacionais contra seu país e ofensas aos 20% de "concidadãos" palestino-israelenses. Um colega do Haaretz deu o tom: Netanyahu resorts to race-baiting to win elections.
Portanto, em seu 4° mandato, o 34° Primeiro Ministro de Israel desde sua auto-determinação em 1948, vai deve cumprir sua promessas ipsis litteris. Embora, a posteriori, tenha engolido o sapo de balbuciar o contrário a fim de não alienar o padrinho estadunidense.
Diga o que disser, ninguém duvida que seu instinto criminoso impere no "novo" governo.
Será que Barack Obama acabará dobrando-se ao lobby sionista e mordendo a isca? Será que voltará a estender a mão para que Netanyahu a morda e o esbofeteie rapidinho?
Os boatos que vazam levam a crer que os líderes ocidentais estão pouco dispostos a engolir mais sapo desse indivíduo pouquíssimo recomendável. Porém, quando se trata de Israel, do lobby sionista e sua força econômica, nunca se sabe se o bom senso de justiça vai durar nos palácios presidenciais e se resultará em medidas concretas que invertam o status quo israelense da ocupação e da limpeza étnica da Palestina.
Esta coalizão governamental que Netanyahu está formando é a décima primeira desde que os Estados Unidos começaram a "patrocinar" o famigerado "peace process" 24 anos atrás.
24 anos de expansão e de massacres intermitentes dos palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Até quando vai durar? Até quando a Háguia deixará este malfeitor infringir as leis que regems a justiça internacional?
Os governos de Israel duram uma média de dois anos. É quanto dura estas coalizões heterogêneas em que todos só concordam em um tema: a limpeza étnica da Palestina. Os meios variam em menos ou mais violentos dos que Netanyahu emprega; e aí brigam, o Primeiro Ministro convoca novas eleições (são sua prerrogativa) e recomeça o mesmo ciclo com o líder legitimizado pelas urnas que revelam a crescente fascização do país.

Os eleitores foram claros ao votar. Apesar da péssima gestão econômica, acusações de corrupção e mãos manchadas de sangue, os israelenses preferiram Netanyahu à União Sionista (que é farinha do mesmo saco colonizador, mas com uma vitrine mais democrática voltada para assuntos internos) que durante a campanha fugiu do tema da Palestina como vampiro foge de cruz. Falar da Naqba (Blog 15/05/11), nem pensar!

The Nakba that continues / A Naqba contínua

O slogan da campanha da oposição foi Rak lo Netanyahu - Qualquer um, menos Netanyahu.
Não adiantou nada. Os israelenses decidiram pela terceira vez seguida: Netanyahu! Que a Naqba continue até a "solução final". Termo que alguns israelenses já usam sem escrúpulo.
Para mim, a vitória de Netanyahu não foi surpresa. Desde a ascensão do Likud ao poder em 1977 que a Direita vem ganhando terreno assutadoramente, até em Tel Aviv. Ariel Sharon e Binyamin Netanyahu são os in/dignos representantes desse partido e atraíram uma carrada de simpatizantes com seus crimes de guerra e suas infrações às leis internacionais.
Todos os Primeiros Ministros israelenses tentaram e conseguiram ganhar terreno e jamais respeitar as fronteiras palestinas delimitadas pelas Nações Unidas. Apesar de não ter parado a colonização judia na Cisjordânia, Yitzhak Rabin foi o único que entendeu que os palestinos precisavam de um Estado delimitado para todos viverem, progredirem e dormirem em paz. Os demais não fizeram nenhum esforço nem de dialogar. As "negociações de paz" foram sucessivas mascaradas para ganhar tempo para expandir sua dominação e enganar  os países ocidentais.
E depois desta mensagem clara de guerra que os israelenses enviaram, Obama comentou que "the possibility seems dim for the Israelis and Palestinians to agree to live side-by-side in peace and security. We can't continue to premise our public diplomacy on something that everybody knows is not going to happen, at least in the next several years." Completando que "ninguém" espera a criação de um Estado da Palestina "overnight", mas que o objetivo é dar esperança aos palestinos "for a secure state adjoining Israel". É a chamada "double-talk". Nega a possibilidade de Estado em uma frase e dá esperança em outra para os palestinos ficarem quietinhos deixando Israel tomar-lhes tudo a passos largos e quando chegar a tal hora, nos "next several years" se encontrarem sem nada.

RT, Naomi Dann do Jewish VoiceNetanyahu wins, apartheid continues


É por isso que fiquei satisfeita com a vitória de Binyamin Netanyahu. Não por afinidade nem simpatia, é claro, e sim porque sua eleição leva o Ocidente a um impasse que tem de ser ultrapassado.
Se a União Sionista tivesse levado a melhor, a política de ocupação continuaria em meio a negociações intermináveis e os palestinos ficariam ao Deus dará. Pois a União Sionista, apesar do nome radical, gozava de simpatia na Europa e nos EUA e os presidentes desses países poderiam ter continuado a ser enganados sem indignar a opinião pública internacional.
A vitória de Netanyahu não deixa margem a hesitação e nem a esperanças infundadas. Todos sabem que apesar de voltar atrás no discurso após ser repreendido pelo Presidente dos Estados Unidos, o Primeiro Ministro cumprirá sua palavra de riscar a Palestina do mapa porque é isso que pensa, é isso que deseja febrilmente e foi por isso que o bilionário gringo Sheldon Adelson financiou sua campanha e deu-lhe apoio midiático em seu jornal gratuito Yisrael Haynom - Israel Today (Blogs 25/02/2015 e 08/03/205) .
A União Europeia e os demais países têm de resolver o problema que causaram após darem a judeus uma terra que pertencia a outro povo.

Map of the Israeli Apartheid Wall in the West Bank / Mapa do Muro e quanta terra surrupia 

Agora que Israel mostrou sua cara ultra-sionisto-fascista, Abu Mazen tem de investir na união nacional, reforçar a OLP pluripartidária e deixá-la governar seus passos.
Mahmoud Abbas não tem mais condições políticas para continuar a ajudar Israel na coordenação da segurança interna, responsável pela escravização crescente dos palestinos na Cisjordânia .
Resta saber como os palestinos, o povo oprimido, reprimido e enjaulado há décadas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza reagirá a este status quo definitivo que representa Netanyahu. Sujeitar-se-ão ao regime de Apartheid que representa a "solução" da Palestina incorporada ao grande Estado judeu de Israel onde os nativos cristãos e muçulmanos viveriam sob o jugo dos judeus imigrantes? Ou recorrerão a uma forma de resistência direta que obrigue Israel a acordar sob o barulho de uma terceira intifada?
A escolha é deles. Viver livre ou como escravo. O preço da liberdade é alto, a curto prazo, e o da escravidão atual já é caríssimo e incomensurável a médio e longo prazo.

An angry White House vows to confront Netanyahu. 
But will it end key U.S. upport for Occupation?

Barack Obama disse uma coisa e no double-talk, falou para um de seus conselheiros mais próximos, o Chief of Staff da Casa Branca Denis McDonough, dizer outra: "An occupation that has lasted for almost 50 years must end, and the Palestinian state is the best guarantee of Israel's long-term security. In the end we know what a peace agreement should look like. the borders of Israel and an independent Palestine should be based on the 1967 lines with mutually agreed swaps".
Em outras palavras, os palestinos poderão, eventualmente, em alguns anos, ter seu Estado, porém, não em terras contínuas e sim em retalhos, para que Israel mantenha suas colônias na Cisjordânia intocáveis. A Faixa de Gaza ganharia o que a Cirjosdânia perderia e a IDF se retiraria. E Hebron, como é que fica?
Resta Abu Mazen-Mahmoud Abbas botar o keffieh de Abu  Ammar-Yasser Arafat partir para a luta sem se deixar intimidar nem enrolar. Pois já cedeu demais. Respeitou todos os compromissos que lhe foram exigidos durante as tais negociações de paz enquanto Ehud Olmert e Binyamin Netanyahu quebraram todas suas promessas de imediato.
Eis o que John Locke tem a dizer sobre isso em seu livro Second Treatise of Government.
On Israel's illegal occupation: "In all states and conditions, the true remedy of force without authority, is to oppose force to it. The use of force without authority, always puts him that uses it into a state of war, as the aggressor, and render him liable to be treated accordingly."
On Israelis 'negotiating' with Palestinians: "Should a robber break into my house, and with a dagger at my throat make me seal deeds to convey my estate to him, would this give him any title?"

After Netanyahu wins Israel votes with racism 
and vows of permanent occupation, 
How will world respond?
Como o mundo responderá ao plano macabro de Netanyahu? 

É bem provável que o "novo" governo acelere as medidas racistas, belicosas e anti-democráticas já cometidas ou vislumbradas durante o mandato anterior de Netanyahu. O Likud não consegue governar sozinho e seus aliados são os "usual suspects of ultra-zionism", os dois partidos de extrema direita: Yisrael Beiteinuand, de Avigdor Lieberman, e o Habayit Hayehudi, de Naftali Bennett.
Netanyahu contará com 67 dos 120 deputados do Knesset. Todos eles, mais alguns da União Sionista, devem aprovar com aplausos suas leis pró-apartheid.
É bem provável que uma série leis anti-democráticas sejam aprovadas e incrementadas. Dentre elas, as que monitoram e limitam o financiamento de ONGs de Direitos Humanos, as que restringem a liberdade de expressão, que reduzem a autoridade da Supreme Court, a que cancela o estatuto oficial do árabe e a pior de todas, a nation-state law.
Esta lei nation-state foi apresentada por um deputado do Likud no ano passado. Ela define jewishness (intraduzível) como identidade prioritária na nação, em qualquer circunstância, legal e legislativa. O que significa que as leis que garantem igualdade de direitos a todo cidadão israelense a despeito de sua religião podem ser derrubadas sob pretexto que violam o caráter predominante de Estado Judeu. Esta lei só garante direitos comunitários aos judeus. Portanto, nega aos cidadãos palestinos cristãos e muçulmanos naconalidade e direitos. Significa concretamente que os 20% de palestino-israelenses ficariam/rão abstratamente apátridas dentro do país em que nasceram, Israel - que foi a Palestina de seus ancestrais antes da Naqba.
Além destas leis anti-democráticas e "eugenistas", há expectativa de implementação de um grande leque de medidas discriminatórias, tais como uma variante do Prawer Plan que tenciona "relocalizar" na marra milhares de beduínos palestinos para roubar sua terra milenar.
Com certeza, Sheldon Adelson e seus cúmplices continuarão infringindo as leis internacionais investindo milhões de dólares na expansão de colônias/invasões judia ilegais na Cisjordânia.
Com certeza, os sequestros, assassinatos, prisões, "poda de grama" e bloqueio da Faixa de Gaza serão presentes em 2015, 2016, até a ONU forçar que o ocupante pare seus crimes e respeite as leis internacionais.

Dê uma olhada no vídeo abaixo o que os palestinos cristãos e muçulmanos 
que fincaram pé em Nazaré sofrem no quotidiano.

Netanyahu's fear materializes as joint list wins 3rd in Israeli
Arabs voted in Droves

Apesar dos pesares ou por causa dos pesares, continuo achando que tem uma vantagem clara na re-eleição de Netanyahu. Pelo menos acaba a fachada sionista liberal que camuflava a recusa de Israel desmantelar seu projeto colonial. O discurso mentiroso que acordos diplomáticos são impedidos pela liderança palestina já perdeu qualquer credibilidade.
E mais importante, o argumento usado nos EUA que Israel é a única democracia do Oriente Médio está desmascarado pela verdade nua e crua de ser meia-verdade, atualmente, e em breve, nem isso, quem sabe?
Pois não há como ser uma democracia para os judeus sionistas e ser um regime repressivo para os israelenses liberais, ativistas e os palestinos.
Democracia relativa não existe. Sobretudo quando se sabe que a "oposição" é representada por três arabofóbicos - Tzipi Livni, Ala Herzog e Yair Lapid. Ora, um dos baners da campanha da União Sionista era uma foto de Netanyahu e Naftali Bennet com o aviso "With Bibibennet we will remain stuck with the palestinians for eternity" "Com Bibibennet ficaremos presos aos palestinos eternamente". Desconsiderando o fato de 20 por cento da população ser composta da palestinos cristãos e muçulmanos.
Como estou em uma onda positiva, ainda estou saboreando a satisfação destes 20 por cento terem respondido presente à lista árabe única e votado em massa elegendo 14 representantes parlamentares. Quase 25 por cento a mais do que na eleição passada e por isso passaram a representar a terceira coalizão política do Knesset.
Os palestinos-israelenses consideram o chefe desta coalizão, Ayman Odeh, um verdadeiro líder. É verdade que é incisivo, sagaz e domina a ironia como meio de calar seus detratores. Um comentarista israelense chegou a considerá-lo uma ameaça: "He's really dangerous. He projects something every Israeli can relat to." A ameaça à qual se refere é a visão igualitária do futuro que Ayman passa. Visão que no contexto do governo autoritário atual é utópica e pode ser esmagada com decretos e armas.

West Bank, a haven for Jewish settlers
Cisjordânia, paraíso para os invasores judeus
Mas os palestinos resistem à espoliação, na medida do im/possível 
The Occupation and its Resistance


Why Benjamin Netanyahu deserves the Israeli people,  
and they deserve him

"If after everything, the Israeli phoenix rises from the ashes and gets reelected, something is truly broken, possibly beyond repair.
The first conclusion that arose just minutes after the announcement of the exit polls was particularly discouraging. The nation must be replaced.
Not another election for the country's leadership, but general elections to choose a new Israeli people – immediately. The country urgently needs that. It won’t be able to stand another term for Benjamin Netanyahu, who emerged last night as the man who will form the next government.
If after six years of nothing, if after six years of sowing fear and anxiety, hatred and despair, this is the nation's choice, then it is very ill indeed.
If after everything that has been revealed in recent months, if after everything that has been written and said, if after all this, the Israeli phoenix succeeded in rising from the ashes and getting reelected, if after all this the Israeli people chose him to lead for another four years, something is truly broken, possibly beyond repair.
Netanyahu deserves the Israeli people and they deserve him. The results are indicative of the direction the country is headed: A significant proportion of Israelis has finally grown detached from reality.
This is the result of years' worth of brainwashing and incitement. These Israelis voted for the man who will lead the United States to adopt harsh measures against Israel, for the man whom the world long ago grew sick of.
They voted for the man who admitted to having duped half the world during his Bar-Ilan speech; now he has torn off his mask and disavowed those words once and for all. Israel said "yes" to the man who said "no" to a Palestinian state.
Dear Likud voters, what the hell do you say "yes" to? Another 50 years of occupation and ostracism? Do you really believe in that?
On Tuesday the foundations were laid for the apartheid state that is to come. If Netanyahu succeeds in forming the next government in his spirit and image, then the two-state solution will finally be buried and the struggle over the character of a binational state will begin.
If Netanyahu is the next prime minister, then Israel has not only divorced the peace process, but also the world. Piss off, dear world, we're on our own. Please don't interfere, we're asleep, the people are with Netanyahu.
The Palestinians can warm the benches at the International Criminal Court at The Hague, the Israel boycotters can swing into high gear and Gaza can wait for the next cruel attack by the Israeli army.
The battle for all these has yet to be officially decided. The next prime minister will be crowned by Moshe Kahlon and the heads of other small parties. At the time of this writing, Kahlon has yet to declare his intention. The ball is in these parties' court; they will decide if Netanyahu continues.
Most of them despise him, but it's doubtful whether they will have the courage to turn their backs on the public. That will be their test. That will be the test of their courage and integrity. Moshe Kahlon and Aryeh Dery, do you truly believe Netanyahu is better than Isaac Herzog for the society and social welfare you purport to care for?
Does the country's decent and courageous president, Reuven Rivlin, believe Netanyahu will be a better prime minister than Herzog? There is a lot resting on his shoulders now – but the fact that a figure like Netanyahu and a party like Likud succeeded in maintaining power as the country's leading faction already says a great deal.
Netanyahu is threatening to surpass David Ben-Gurion as Israel's longest running leader. He is already in second place, and yet it's hard to think of one significant achievement on his part.
The list of damage he has done is long. But he is the nation's, or much of the nation's, chosen one. That choice must be respected, even if it makes it difficult to hope for a good outcome.
The only consolation is that another Netanyahu term will prompt the world to act. That possibility is our only refuge". Gideon Levy  Haaretz
Gideon Levy, most hated man in Israel
Gideon Levy, o israelene mais odiado pelos compatriotas

IS NETANYAHU’S VICTORY A CLARIFYING MOMENT?  
Jamie Stern-Weiner. March 19, 2015.

Israelis living in a Bubble - a "bolha" Tel Aviv


Uma das provas do desespero da situação de Israel é a ilusão de um punhado de liberais-democratas que o Partido Trabalhista ainda representa valores democráticos, humanistas, e pragmáticos (digo pragmáticos porque é claro que a solução dos dois Estados é, a longo prazo, fundamental para a existência pacífica até de Israel). 
O artigo (abaixo) de Uri Avnery - a consciência moral da inteligentzia israelense - mostra quão iludido está este grupo; com raríssimas excessões, como a de Gideon Levy e outros poucos jornalistas lúcidos (vítimas de ostracismo e constantes insultos).
Mas como acho importante divulgar o que os israelenses anti-ocupação e anti-limpeza étnica pensam, eis o que que crê (será?) o mais respeitado deles. A postura de Gideon já vimos nos vídeos e artigo acima.

"The Messiah hasn't come and Bibi hasn't gone. That's the sad outcome. 
Sad, but not the end of the world...
The battle for the salvation of Israel must start right now.
Some people say that the best course now is a so-called National Unity Government.
Looks like a nice idea. Unity always sounds nice.
I can muster some good arguments for it. The combination of the two major parties creates a bloc of 54 seats (of 120). Such a coalition needs only one other party to form a majority. There are several possibilities, headed by Moshe Kahlon's 10 seats.
The advocates of this choice have one good argument: it's the Lesser Evil. The only other possibility is an extreme right-wing-religious government, which will not only stop any step towards peace, but also expand settlements, enact more laws to choke democracy and impose reactionary religious laws.
It's a good argument, but it has to be rejected outright.
The Unity Government would be dominated by the Right. At best it would be a government of total immobility. It would be unable and unwilling to make even the slightest move towards ending the historic conflict, terminating the occupation and recognition of Palestine. Settlements would expand at a frantic pace. The chances of an eventual peace would move even further away.
It would do a lot of harm. The Labor Party would be obliged to justify and beautify this disastrous course, disarm the Obama administration and progressive Jewish forces throughout the world. It would be a huge fig leaf for evil.
It would also leave Israel without an effective opposition. If the government coalition broke up somewhere along the way, the Labor party would be too besmirched to constitute a credible alternative. The initial success of Yitzhak Herzog in rousing the old party from its comatose state cannot be repeated a second time. Labor would become a spent force, a vegetable.
Fortunately for the Labor Party, this possibility died almost immediately after the election. Netanyahu killed it with one stroke.
By the way, a curious side effect of a National Unity Government would have been that the leader of the (Arab) Joint List, Ayman Odeh, would have become Leader of the Opposition.
By law, the title is bestowed automatically on the chief of the largest opposition party. It confers on its holders many of the privileges of a cabinet minister. The Prime Minister is obliged to confer with them regularly and share government secrets with them.
But even if there is no Unity Government, and Herzog becomes Leader of the Opposition, one outstanding result of the election is the changed situation of the Arabs in the Knesset.
There is a certain humor to this. It was Avigdor Lieberman, the almost pathological Arab-hater, who induced the Knesset to raise the minimum threshold to 3.25%. This was intended to eliminate the three small Arab parties (including the Communists, who also have some Jewish voters), who responded by overcoming their mutual disagreements and animosities and forming the joint list. Lieberman had great difficulties in crossing his own threshold, and Eli Yishai's party, which includes the heirs of the fascist Meir Kahane, was – thank God - left outside the Knesset.
It is to be hoped that the Joint Arab List will not break up. Odeh represents a new generation of Arab citizens, which is much more willing to integrate in Israeli society. Perhaps next time the old taboos will at long last disappear and the Arab citizens will become a real part of Israel's political life. This time, Labor did not yet dare to accept it as a full-fledged member of a Leftist coalition.
I don't like to say "I told you so". It does not make one more popular. This time I cannot avoid it, because there is a lesson to be learned.
At the beginning of the election campaign I wrote two articles in Haaretz, suggesting that the initial momentum created by the Herzog-Livni union should be continued and intensified by creating a much larger Unity List, including the "Zionist Camp" (Labor) , Meretz, Lapid's Yesh Atid and, if possible, even Moshe Kahlon's new party.
The response? None whatsoever. None of the parties even took official notice.
The idea was that such a united front would create an irresistible momentum and attract voters who would not vote for any of these parties individually (or not vote at all). Together with the joint Arab list they would have created a blocking force that would have made a Likud comeback impossible.
I added that if the proposal was not accepted, all the parties involved may.
The morning after the elections, Meretz leader Zehava Galon resigned. It was the honorable thing to do.
Meretz barely overcame the threshold clause and shrunk to four seats, though many voters (including me) rallied to its help at the last moment.
The party has suffered from a long line of lackluster leaders. But its malaise goes much deeper. It is existential.
From its very beginning, Meretz was a party of the Ashkenazi intellectual elite. It says the right things. But it is resented by the masses of the Oriental community, hated by the religious, pushed away by the Russian immigrants. It lives on an isolated island, and its members give the impression of being quite happy to be among themselves, without all the riff-raff.
Zehava Galon is a very good person, honest and well-meaning, and her resignation (immediately after the first results came in and it seemed that Meretz had shrunk to 4 seats) does her credit. But the party has become – well – boring. Nothing new from it for a long, long time. Its message is right, but stale.
Meretz needs a leader – an inspiring person who arouses enthusiasm. But most of all it needs a new attitude – one that allows it to come out of its shell and actively appeal to voters who shun it now. It needs to work very hard to appeal to Orientals, Russians, Arabs and even the moderately religious.
But it is unfair to demand this only of Meretz. It applies to the entire social and liberal part of Israel, the camp for peace and social justice.
The election results have shown that the dark prophecies about a decisive, irreversible shift of Israel to the right are unfounded. The dividing line runs through the middle, and can be shifted.
(The general picture has not changed. The right-wing (Likud, Bennet, Lieberman) has gained only one single seat: from 43 to 44. The center-left (Zionist Camp, Meretz, Lapid has lost 8 seats: from 48 to 40, but most of them went to Kahlon, who gained 10. The orthodox went from 17 to 14. The Arabs gained 2 – from 11 to 13. The false impression of a huge change was created by the advance polls with their artificial dramas.)
But in order to effect this, there must be a readiness to start from the beginning.
The present setup of the Israeli left will not do. That is the simple truth.
The most outstanding fact of this election is that the outcome reflects exactly the demographic composition of Israeli society. Likud won decisively within the Oriental Jewish community, which includes the lower socio-economic strata. Likud also retained its partial foothold in the Ashkenazi community.
The Zionist Camp and Meretz won decisively within the well-situated Ashkenazi public – there, and nowhere else.
The attitude of the Likud people to their party resembles the attitude of football fans to their team. It has a big emotional content.
I was always convinced that election propaganda and all the media hullabaloo of the election carnival have little, if any effect on the outcome. It is the demographic facts that are decisive.
The left must invent itself anew according to this reality. Otherwise it has no future.
If one of the existing parties can do it, fine. If not, a new political force must be formed. Now.
Non-party organizations, with which Israel is lavishly endowed, cannot do the job. They can, and do, try to remedy many existing faults. Their activists fight for human rights, propagate good ideas, highlight abuse. But they cannot do the main job: change the policy of the state. For this we need a political party, one that can win elections and set up a government. That is the most important requirement. Without it, we are heading for disaster.
First of all, our failures must be clearly analyzed and admitted. The fateful failure to win over a large part of the Oriental Jewish community, even the second and third generation. This is not a fact ordained by God. It must be recognized, analyzed and studied. This can be done.
The same, and even more so, goes for the immigrants from the former Soviet Union. They are totally estranged from the Left. There is no reason for that in Israel today. The second and third generation can and must be won over.
The taboo that prevents the Jewish left from uniting with the Arab political forces must be broken. It is an act of self-castration (on both sides) and dooms the left to impotence.
There is no reason for the complete break between the secular left and even moderate religious forces. The provocative anti-religious stand that is typical for some parts of the center and left is plain stupid.
So what to do?
First of all, a new leadership must be encouraged to emerge. Zehava Galon's (first) laudable example should be followed by others and by herself. Really new leaders must come forward, who are not a replica of the old.
The greatest danger is that after the first shock, everything will settle down again to the old ways, as if nothing had happened.
A determined effort must be made to pinpoint the frictions between the Left and the estranged sectors. Test groups must be set up in order to get to the roots – conscious and unconscious, practical and emotional - of the estrangement.
Overbearing attitudes must be shed. No one sector has an exclusive right to the state. Everybody has a right to be listened to and to express their deeper feelings and aspirations. Exclusiveness, often unconscious, must be replaced with inclusiveness.
To my mind, it is a mistake to try to hide our convictions. On the contrary, the fact that the words "peace" and "Palestine" were not mentioned at all in the campaign did not help the Left. Honesty is the first requisite for convincing people.
In short, if the Left wants to win next time - which may come much sooner than expected - it must start to reform itself and overcome the reasons for its failure.
It can be done. The time to begin is right now."
Uri Avnery, 21/03/15.
Cross Talk: Bibi's Back (25')

The Israeli Salvation Front
"The 2015 election was a giant step towards the self-destruction of Israel.
The decisive majority has voted for an apartheid state between the Mediterranean Sea and the Jordan River, in which democracy will slowly disappear.
The decision is not yet final. Israeli democracy has lost a battle. It has not yet lost the war.
If it does not draw the lessons, it will lose the war, too.
All the justifications and alibis of the Israeli Left are useless. It's the bottom line that counts.
The country is in existential danger. Not from the outside, but from the inside.
An Israel Salvation Front is needed now.
We have no other country.
First of all, the full extent of the debacle must be acknowledged and full responsibility must be taken.
The leaders who lost must go. In the struggle for the life of the state, there is no second opportunity.
The struggle between Isaac Herzog and Binyamin Netanyahu was a match between a lightweight boxer and a heavyweight.
The idea of a National Union government must be rejected and roundly condemned. In such a government, the Labor Party would again play the contemptible role of a fig leaf for the policy of occupation and oppression.
Now a new generation of leaders is needed, young, energetic and original.
The election pitilessly exposed the deep chasms between the different sectors of Israeli society: Orientals, Ashkenazis, Arabs, "Russian", orthodox, religious and more.
The Salvation Front must encompass all sectors.
Every sector has its own culture, its own traditions, its own faith(s). All must be respected. Mutual; respect is the foundation of the Israeli partnership.
The foundation of the Salvation Front needs a new authentic leadership that must emerge from all sectors.
The State of Israel belongs to all its citizens. No sector has exclusive ownership of the state.
The huge and growing gap between the very rich and the very poor, which largely parallels the gap between the ethnic communities, is a disaster for all of us.
The salvation of the state must be based on a return to equality as a basic value. A reality in which hundreds of thousands of childre live under the poverty line is intolerable.
The income of the upper 0.01%, which reaches to the heavens, must be brought down to a reasonable level. The income of the lowest 10% must be raised to a humane level.
The almost total separation between the Jewish and the Arab parts of Israeli society is a disaster for both and for the state.
The Salvation Front must be based on both peoples. The chasm between them must be eliminated, for the good of both.
Empty phrases about equality and fraternity are not enough. They lack credibility.
There must come into being a sincere alliance between the democratic forces on both sides, not only in words but in actual daily cooperation in all areas.
This cooperation must find expression in frameworks of political partnership, joint struggles and regular joint meetings in all areas, based on respect for the uniqueness of each partner.
Only a permanent joint struggle can save Israeli democracy and the state itself.
The historic conflict between the Zionist movement and the Palestinian Arab national movement now threatens both peoples.
The country between the Mediterranean Sea and the Jordan River is the homeland of the two peoples. No war, oppression or uprising will change this basic fact.
If this conflict continues without end, it will endanger the existence of both peoples.
The one and only solution was and is their co-existence in two sovereign states: a free and independent State of Palestine side by side with the State of Israel.
The two-state solution is not a recipe for separation and divorce. On the contrary, it is a recipe for close co-existence.
The 1967 borders, with mutual agreed changes, are the basis of peace.
The co-existence of the two states in the joint homeland does necessitate frameworks of partnership at the highest level, as well as open borders for the movement of people and goods. It also needs solid security arrangements for the good of both peoples.
Jerusalem, open and unified, must be the capital of both states.
The painful tragedy of the Palestinian refugees must find its just solution, agreed upon by the two sides. This solution will include return to the Palestinian state, a limited symbolic return to Israel and the payment of generous compensation by international funds to all.
Israel and Palestine shall work together so as to achieve a return of Jewish property left in Arab countries or the payment of generous compensation.
The State of Palestine will keep its affinity with the Arab world. The state of Israel will keep its affinity with the Jewish people in the world. Each of the two states will have sole responsibility for its immigration policy.
The problem of the Jewish settlers in Palestine will find its solution in the framework of agreed border changes between the two states, the inclusion of some settlements in the Palestinian state with the agreement of the Palestinian government and the re-settlement of the rest of the settlers in Israel.
Both states shall cooperate in the creation of a democratic regional partnership, in the spirit of the "Arab Spring", while resisting anarchy, terrorism and religious and nationalistic fanaticism throughout the region.
The masses of Israelis and Palestinians will not believe in the chances of peace and co-existence if there is no real and open partnership between the peace camps of both peoples.
To establish such a partnership, organizations and individuals of both sides must start right now to conduct joint political action, such as constant consultation and joint planning on all levels and in all areas.
The jewish character of the State of Israel finds its expression in its culture and its affinity with the Jews throughout the world. It must not express itself in its interior regime. All citizens and all sectors must be equal.
The democratic forces within the Jewish and the Arab public must join hands and work together in their daily actions.
International pressure by itself will not save Israel from itself. The salvation forces must come from within.
World-wide pressure on Israel can and must assist the democratic forces in Israel, but cannot take their place.
Basic values do not change. However, the ways of talking about them with the public must change.
The old slogans are ineffective. The values must be re-defined and re-formulated in up-to-date language, in line with the concepts and language of a new generation.
The two-state vision was defined after the 1948 war by a small group of path-blazers. Since than, huge changes have taken place in the world, in the region and within Israeli society. While the vision itself remains the only practical solution of the historic conflict, it must be poured into new vessels.
There is a need for political unity, a unifying salvation front that brings together all the forces of peace, democracy and social justice.
If the Labor Party is able to re-invent itself from the bottom up, it can constitute the basis of this camp. If not, an entirely new political party must be formed, as the core of the Salvation Front.
Within this front, diverse ideological forces must find their place and engage in a fruitful internal debate, while conducting a unified political struggle for the salvation of the state.
The regime within Israel must assure complete equality between all Jewish ethnic communities and between the two peoples, while safeguarding the affinity of the Israeli-Jewish public with the Jews in the world and the affinity of the Israeli-Arab public with the Arab world.
The situation in which most of the resources are in the hands of 1% of the population at the cost of the other 99%, must come to an end. A reasonable equality between all citizens, without connection with their ethnic origin, must be restored.
There is no social message without a political message, and there is no political message without a social message.
The Oriental Jewish public must be full partners in the state, side by side with all other sectors. Their dignity, culture, social status and economic situation must be accorded their proper place.
The religious-secular confrontation must be postponed until after peace is achieved. The beliefs and ceremonies of all religions must be respected, as well as the secular worldview.
The separation of state and religion – such as civil marriage, mass transportation on Shabbat - can wait until the struggle for existence is decided.
The protection of the judicial system, and above all the Supreme Court, is an absolute duty.
The various associations for peace, human rights and social justice, each of which conducts its laudable independent struggle in its chosen field, must enter the political arena and play a central role together in the unified Salvation Front."
Uri Avnery. 28/03/15

Comunicado de Imprensa do Al Mezan Human Rights Center
In the early morning hours of Sunday, 22 February 2015, and for the second time in two months, the Israeli authorities opened the floodgates of a dam in the Gaza Valley, which flows into the Gaza Strip from the east. As a result, dozens of Palestinian houses and properties were damaged. The Israeli authorities constructed the floodgate that restricts the natural flow of rainwater into Gaza and depletes Gaza’s aquifer.
Al Mezan’s monitoring shows the water level at about three meters above the level of the valley, resulting in the flooding. The homes of residents of the valley’s watercourse were also flooded, where water flowed 200 meters deep. Dozens of poultry and livestock died, and personal belongings were damaged, including furniture, as people were taken by surprise by the sudden wave of water. Travel between Al Nuseirat refugee camp, Al Zahra Town, and Al Moghraga areas was stopped.
The mayor of the Al Moghraga Municipality, Yousif Abu Hweshel, told Al Mezan Center for Human Rights that approximately 50 houses were flooded, dozens of poultry and livestock were killed, and personal belongings were damaged; people were surprised by the sudden flow of water. About 30 families left their homes and sought shelter at Al Wafa Association for Elderly People.
Al Mezan condemns the Israeli conduct that came without prior warning or coordination with Gaza’s local authorities or international organizations working in Gaza. Israeli surveillance of Gaza ensures that Israeli authorities are aware of the consequences of initiating a huge, sudden flow of water into the Strip. Similar conduct was carried out in past few years and hundreds of dunams of agricultural lands, livestock, and houses were affected. The Israeli authorities put in place preparatory precautions on their side of the border; however, Palestinian authorities, with whom Israel had regular coordination, were not informed.
In the light of the above, Al Mezan asserts that the Israeli authorities bear the responsibility for damages resulting from Gaza Valley’s flooding. Al Mezan calls upon the international community to take effective steps to halt the Israeli violations against Gaza’s population, which include the policy of preventing the natural flow of water into the Gaza Strip amid an acute shortage in drinking water for Gaza’s population.

No Daily Show, Jon Stewart ironiza a vitória de Netanyahu

Após anos de censura à verdade, de apoio incondicional aos governos sucessivos de Israel, até o New York Times está abrindo os olhos / Even the New York Times is swinging away from Israel.
Do the Democrats and Israel Have a Future Together? by 

Em 2013, o jornalista Max Blumenthal explicou à Real News a afinidade 
entre a Direita, o Centro e a "Esquerda" israelense. 


https://boycottisraeltoday.wordpress.com/boycott-israel/


PS. Exemplo de decência, Grécia: Greek Prime Minister Aircraft Used for Sick Child’s Transfer to Germany. by Philip Chrysopoulos