Ainda sob efeito traumático da Operação Protective Edge (cujas consequências os gazauís continuam sofrendo na pele e na precariedade - desde o começo do inverno, várias crianças já morreram de frio por estarem desabrigadas ), das operações israelenses correntes de desapropriação e "limpeza" dos palestinos na Cisjordânia, e do baque da carnificina de criminosos sociopatas no Charlie Hebdo no dia 07 de janeiro, a partir de hoje, além de intercalar a História do conflito Israel vs Palestina com a atualidade, uma vez por mês publicarei esta nova série de matérias paralelas que retraçam as inúmeras operações militares israelenses de limpeza étnica da Palestina, precedentes à chacina do ano passado na Faixa de Gaza.
Acho necessário apelar para a história para deixar claro que a selvageria não tem religião nem etnicidade. Ela pode se manifestar em qualquer pessoa, em qualquer hora, em qualquer lugar. Individualmente, como foi o caso dos assassinos dos meus colegas franceses e do dos fregueses do mercadinho de Vincennes assim como de tantos jovens estadunidenses que matam colegas friamente, vide exemplo do caso de Columbine, nos EUA.E não é apenas o Islamismo que fabrica "jihadistas". Não é só o Al-Qaeda e o ISIS que recrutam jovens estrangeiros para fazer seu trabalho sujo. A IDF, Forças Armadas israelenses, está cheia de judeus europeus, estadunidenses, e de outras paragens ocidentais que saem de seus países e do aconchego de seus lares para ir matar Palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Mas como não é em nome de Alah e sim do projeto sionista de limpeza étnica da Palestina, não choca ninguém e não tem espaço na grande mídia. Mas a barbárie é semelhante e até pior, pois é programada por pessoas tidas como 'bem pensantes' e executada minuciosa e perversamente durante anos e décadas tanto como durante horas e instantes.
A selvageria não pode ser considerada maior ou menor conforme o algoz e a vítima. Ela não tem fórmula. Rápida ou lenta, ela não perde a intensidade. Que dure 5 minutos ou 50 anos, ela tem de ser repudiada com a mesma força pois causa o mesmo efeito traumático. Que seja cometida contra jornalistas ocidentais na cidade mais bonita do mundo ou contra um povo indefeso e injustiçado na Terra Santa, ela tem de ser combatida com ênfase igual. Os jihadistas muçulmanos e os jihadistas israelenses são igualmente condenáveis. Só assim os movimentos extremistas perderão seus argumentos ocos que atraem jovens marginais.
O problema é que os dois jihadistas franceses descendentes de argelinos, criados pela "assistência pública" de casa em casa, são crucificados, enquanto que os jihadistas judeus são celebrados até em seriados consagrados, como é o caso do The Good Wife em que a filha de uma das personagens principais, o genial Eli Goldman, está voltando de Israel após ter servido na IDF dois anos e é parabenizada. Por quem? Pelo governador do estado de Chicago. Uma autoridade pública. Como se um judeu nascido e criado nos EUA sair de lá para servir o exército de um país estrangeiro cujas forças armadas cometem crimes de guerra e contra a humanidade não fosse repugnante e sim louvável.
Há de se combater o extremismo crescente entre uma juventude islâmica marginal influenciável, mas se há também de combater o extremismo crescente entre jovens judeus burgueses que, com apoio e incentivo dos pais, pegam em armas para ser o instrumento de Israel cometendo atrocidades na ocupação ilegal da Palestina.
A maioria das operações israelenses no processo de ocupação da Palestina - que registro a partir de hoje - já foram abordadas breve ou exaustivamente em capítulos da História do conflito. Por isso optei por não narrá-las de maneira exaustiva e por deixar de lado as ações terroristas sionistas contra os ingleses durante o Mandato Britânico - já que estes dispunham de exército, como defender-se e em vez disso escolheram partir abandonando os nativos à mercê dos imigrantes que de exterminados pelos nazistas passaram a exterminadores na Palestina.
O vídeo abaixo mostra como a resistência palestina se constituiu.
A fim de facilitar a analogia entre a história e hoje em dia, eis abaixo uma apresentaçãozinha dos principais grupos para-militares israelitas, que os ingleses chamavam então de terroristas.
O vídeo abaixo mostra como a resistência palestina se constituiu.
A fim de facilitar a analogia entre a história e hoje em dia, eis abaixo uma apresentaçãozinha dos principais grupos para-militares israelitas, que os ingleses chamavam então de terroristas.
A amputação da Palestina começou em 1947. O desmembramento continua inexoravelmente até nossos dias. À nossa vista.
The Promised Land? I (10')
Haganah - predominante grupo para-militar sionista que seria a base das forças armadas oficiais de Israel, hoje conhecida como IDF (Israeli Defensive Forces) hoje conhecida como IOF (Israeli Occupation Forces).
Era liderado pelo imigrante polonês David Ben Gurion, secundado pelo general Moshe Dayan - filho de imigrantes ucranianos; Golda Meir - imigrante ucrano-estadunidense que mal falava hebraico, e outros dirigentes com mais ou menos eminência histórica. Além destes, vários outros futuros primeiros ministros israelenses foram "terroristas" ativos nestas forças para-militares: Yitzak Rabin, Ariel Sharon, Yigal Allon; e ministros, tais como Rehavam Levi (assassinado em 2001 pelo PFLP durante a Segunda Intifada).
Como a IDF, o Haganah se considerava moral, porém, por baixo do pano não hesitava, com raras excessões, a cometer barbaridades em nome do de seu objetivo máximo: sionismo e a "limpeza" da Palestina.
O Haganah era composto de várias brigadas, quase todas parte da IDF atual: Palmach - Givati/Harel, Negev, Yiftach - Golani, Oded, batalhões armados especiais, e batalhões regulares. A partir de junho de 1948 a IDF, forças armadas oficias e regulares, absorveu o Haganah no papel, embora a mentalidade "terrorista" para-militar permacesse durante o começo, retornasse após 1967, reassumisse postura totalmente amoral a partir da Primeira Intifada na década de 80 e agravada à potência máxima a partir da Segunda Intifada, no início deste milênio.
Irgun - Grupo criado pelo imigrante russo extremista Avraham Tehomi era de vocação para-militar revisionista com práticas literalmente terroristas cuja política era baseada nos ensinamentos de seu criador - Ze'ev Jabotinsky - que delcarava que "every jew has the right to enter Palestine, only active retaliation will deter the Arabs; only Jewish armed force will ensure the Jewish state".
O Irgun é o predecessor político do partido de extrema-direita Herut ("Liberdade"), que virou o Likud atual, ativo nos governos israelenses desde 1977. O imigrante belga Menahem Begin foi um de seus líderes durante a Naqba.
Lehi - Grupo mais conhecido como The Stern Gang, dirigido pelo imigrante polonês Avraham Stern. Para entender esta gangue que assumia publicamente o que o Irgun e o Haganah faziam na calada, basta ler a delcaração de Stern em seu artigo "Terror" publicado no jornal do Lehi He Khazit (A Frente): "Neither Jewish ethics nor Jewish tradition can disqualify terrorism as a means of combat. We are very far from having any moral qualms as far as our national war goes. We have before us the command of the Torah, whose morality surpasses that of any other body of laws in the world: "Ye shall blot them out to the last man." But first and foremost, terrorism is for us a part of the political battle being conducted under the present circumstances, and it has a great part to play". Estes dizeres eram contra os ingleses, entretanto, o lema prosseguiu contra os nativos palestinos árabes cristãos e muçulmanos.
Shin Bet - Serviço de Segurança Geral, conhecido pela sigla Shabak. Seu lema em hebraico é מגן ולא יראה:- defender sem ser visto. Era o serviço de contra-espionagem do Haganah e prosseguiu sua inclemente trajetória na IDF até agora.
Agora passemos à cronologia anunciada acima, após a segunda parte do Promised Land?
Shin Bet - Serviço de Segurança Geral, conhecido pela sigla Shabak. Seu lema em hebraico é מגן ולא יראה:- defender sem ser visto. Era o serviço de contra-espionagem do Haganah e prosseguiu sua inclemente trajetória na IDF até agora.
Norman Finkelstein explica estes grupos para-militares que protagonizaram a Naqba
A Resistência
Agora passemos à cronologia anunciada acima, após a segunda parte do Promised Land?
The Promised Land? II (12')
O Plano Dalet foi de conquista por meio de fogo e balas das cidades palestinas árabes populadas majoritariamente por cristãos e muçulmanos. Ou seja, o Plano Dalet gerou a Naqba, pois focava na "expropriação" forçada das cidades palestinas. Em caso de resistência do nativo de abandonar o lar ancestral, sua cidade, sua terra, o invasor procedia à execução sumária que seus líders em Tel Aviv haviam ordenado. E em caso de rendição, alguns palestinos eram "autorizados" a ficar, contanto que se sujeitsassem ao comando militar dos imigrantes israelitas.
Esta operação ganhou o nome de uma figura religiosa judaica. Seu objetivo era através de uma série de estratagemas assumir o controle da parte de Jerusalém que a ONU traçara para a minoria de palestinos judeus, dentro e fora das fronteiras pré-determinadas.
Shimon Avidan comandava os 1.500 homens das Brigadas Givati e Harel (armadas por Stalin através da Tchekoslováquia) que acabaram controlando a estrada de Jerusalém.Operation Harel: do dia 15 a 21 de abril, durante os quais o Haganah "limpou" as estradas entre Tel Aviv e Jerusalém dos resistentes palestinos.
Operation Bi'ur Hametz ou Passover Cleaning: Nos dias 21 e 22 de abril o Haganah capturou todos os bairros palestinos de Haifa, que contava então 135 mil habitantes divididos proporcionalmente entre semitas judeus e árabes cristãos e muçulmanos. No dia 23, dos mais de 65 mil, só sobravam 4 mil palestinos na cidade. Os demais tinham sido forçados ao êxodo pelas forças militares israelitas que os ameaçavam e queimavam suas propriedades.
O general Moshe Dayan foi escolhido para administrar as propriedades palestinas "desapropriadas" e ordenou a "coleta" de tudo que os imigrantes judeus pudessem aproveitar para si mesmos.
Golda Meir, a ogra falsamente tida como virtuosa, concordou com a medida de pilhagem.
O procedimento lembra o de David nas cidades palestinas após covardemente assassinar Golias. A história de quase três milênios antes se repetia com a mesma determinação de desapropriar os nativos da terra que os israelitas haviam estabelecido como a eles prometida.
Operation Hametz: Na manhã do dia 25 de abril, o Irgun, sob o comando do Haganah, começou a tomada de Jaffa. A ofensiva militar incluiu três dias de tiros de morteiro ininterruptos no centro da cidade. Houve pouca resistência porque a população palestina civil estava desarmada e indefesa.
91 palestinos foram mortos, vários feridos e só não houve mais sangue derramado por causa da intervenção dos soldados ingleses. Porém, o êxodo forçado foi massisso e imediato. Ben Gurion conta em seu diário que a única pessoa que encontrou na cidade no fim da operação foi uma palestina cega que vagava.
Na mesma operação, além de Jaffa, o Irgun e o Haganah "despopularam" também os vilarejos de Sagiya, Kafr'Ana, al-Khariyya, Salama, Yazur, BaytDajan, Al-Safiriyya e Al-Abbasiyya. Enxotando mais de 50 mil palestinos em 5 dias.
Operation Yevusi: Esta operação da Brigada Harel durou duas semanas, do dia 22 de abril ao dia 03 de maio. Visava "despopular" os bairros cristãos palestinos Katamon e Augusta Victoria, que ficavam no caminho do Monte Scopus. Os para-militares sionistas não conseguiram todo o seu intento porque os soldados britânicos intervieram a tempo. Mesmo assim, causaram muito dano. O comandante Yitzhak Sadeh ordenou o requisicionamento de toda comida dos armazéns e das residências palestinas e depois as pilharam uma atrás da outra "religiosamente". O que não queriam carregar, vandalizavam, como fazem até hoje nas casas que ocupam na Cisjordânia. Depois se apropriaram de várias propriedades das quais seus donos haviam sido enxotados ou na qual haviam sido executados.
Operation Yiftach. Foi outra ofensiva Palmach, a tropa de elite do Haganah, sob o comando de Yigal Allon, que seria mais tarde Primeiro Ministro de Israel. Desta vez a "limpeza" devia ser feita na Galileia oriental, em Safed, antes do Mandato Britânico terminar no dia 14 de maio. Esta ofensiva durou do dia 28 de abril ao dia 23 de maio. Já na manhã do dia 11 de maio os para-militares começaram a "evacuação" das famílias palestinas de seus lares, de seus comércios, de suas cidades.
No final da operação, conta o judeu imigrante da Irlanda Chaim Herzog que seria o quinto presidente de Israel, "The only civilians who remained in Safed were about 100 Muslims, average age 80 and 34-36 elderly Christians".
Até o início de junho, todos seriam "removidos". Os muçulmanos seriam deportados para o Líbano e os cristãos seriam temporariamente poupados, sendo "apenas" transitoriamente deslocados, na marra, para Haifa - não em um trem como faziam os nazistas e sim em um caminhão lotado. 4-5.000 beduinos e outros que ficaram na área de Hula seriam deportados de caminhão para a Síria durante a Guerra de Suez em 1956.
Operation Matateh - Operation Broom: Esta foi uma ofensiva do Haganah dez dias antes do fim do Mandato Britânico, com o ojetivo de "capturar" terras palestinas férteis entre os lagos Hula e Tibérias e "limpar" a área de acampamentos beduínos.
Quatro clãs beduínos viviam na região há séculos. As ordens de Allon foram respeitadas ao pé da letra: "The destruction of bases fo the enemy; to destroy points of assembly; to join the lower and upper Galilee with a relatively wide and safe strip; to expell the inhabitants and blow up their houses". Foi o que os para-militares sionistas fizeram metodicamente. Explodiram mais de 50 casas na área.
No dia 04 de maio as autoridade sírias informaram o governo britânico que mais de 2 mil refugiados palestinos haviam atravessado a fronteira. Segundo o responsável deste desastre, "Operation Broom had a tremendous psychological impact on the population of Safed and of the Hula Valley to the north". O chamado 'Efeito', neste caso, foi um trauma que os palestinos transmitiram a filho, neto, bisneto, enfim, à posteridade.
Além das duas cidades citadas, a unidade Palmach "despopulou" e destruiu Arab al-Shamalina, al-Butayha, al-Qudayriyya e al-Zanghariyya. No mesmo dia, 04 de maio.
Operation Maccabi: O Haganah lançou esta operação no dia 08 de maio contra o Exército de Libertação da Palestina. Atacaram os palestinos com duas brigadas. A Givati na Frente ocidental e Harel na Oriental, sobretudo na área de Latrun que os sionistas cobiçavam.
Do dia 09 ao 11 a Brigada Harel tomou o vilarejo Bayt Mashir. Entre 14 e 15 de maio, as brigadas sionistas tomaram Abu Shusha, Al-Na'ani e al-Quab ao norte de Latrun.
A resistência palestina era composta de civis e de ex-soldados que lutaram com o Exército Britânico na Segunda Guerra com a promessa de independência após o Armistício. A Inglaterra não cumpriu a palavra e estava se retirando da Palestina deixando os nativos desprotegidos, ao Deus dará, sem cidadania.
Ao Haganah não faltava munição nem armas. Era abastecido regularmente por Stalin (por sabe-se lá que cargas d'água. Decisão sua, privada, inexplicável para os russos na época. É bem provável que fosse para livrar-se dos judeus que o incomodavam, por vias indiretas, prejudicando os palestinos com os quais pouco se preocupava).
Diante da desproporção de meios, uma legião árabe composta de soldados da Síria, Iraque, Jordânia e Egito veio ao socorro dos palestinos encurralados. Conseguiram que a Maccabi fracassasse. Entretanto, os israelitas já estavam programando outra operação com assistência estrangeira e de muitas, muitas armas.
Esta Operação se fragmentaria em várias com o mesmo objetivo de conquistar o Forte Latrun em Jerusalém, e em seguida, a cidade.
Operation Bin Nun Alef. A brigada para-militar, sob o comando de Shlomo Shamir, um imigrante ucraniano que faria fortuna em seu novo país, consistia de 2.100 homens e munição à vontade. Foram apoiados por 300 para-militares da Brigada Harel que estava na área de ataque.
A legião de árabes era maior e terminou a batalha com 5 mortos e 6 feridos. Os israelitas contaram 72 mortos, 140 feridos e 6 prisioneiros.
Ariel Sharon, o buldozer sanguinário (que permitiria 34 anos mais tarde o massacre dos palestinos nos campos de refugiados de Sabra e Shatila em Beirute e que seus compatriotas elegeriam primeiro ministro em décadas seguintes) era então tenente comandante de um batalhão. Foi um dos feridos. Shlomo Shamir era de novo o comandante desta operação dos dias 24 e 25 de maio e teve de bater em retirada.
No fim de maio, as reservas dos imigrantes judeus estavam se esgotando e Ben Gurion estava convencido que a Legião Árabe retomaria o controle de Jerusalém. Aí o lobby sionista acionou seus aliados e no dia 29 o Conselho de Segurança da ONU declarou que tencionava impor um cessar-fogo de 4 semanas. Este veio a calhar aos israelenses porque permitiu que se reorganizassem e esperassem a chegada da cavalaria estadunidense na forma do coronel voluntário David Marcus com a patente de aluf (general). O militar gringo assumiu o comando de duas brigadas e em pouco tempo organizou tudo, transformando a estrutura para-militar precária em uma estrutura moderna de exército regular.
Operation Bin Nun Bet. Esta nova operação foi dirigida por Shlomo Shamir nos dias 30 e 31 de maio. Outra derrota, que David Marcus atribuiu à infantaria, embora analistas a considerassem mais um erro tático de dispersar as forças em objetivos variados em vez de concentrar todas as brigadas no objetivo principal que era o forte de Latrun.
Mais tarde conseguiriam um sucesso relativo, livrando-se do sítio.
Esta vitória foi concreta mas amarga por causa de uma perda grave. A dele, do aluf estadunidense David Daniel Marcus, morto por fogo amigo durante a noite de 10 para 11 de junho. O chamado Mickey Marcus ficou com a fama de primeiro general moderno do país recém-autoproclamado. Viraria vários filmes em Hollywood, onde os produtores sionistas reinam em absolutistas. Kirk Douglas representaria seu papel em Cast a Giant Shadow como se fosse um herói e não um conquistador desvairado.
Operation Pleshet: Esta operação teve o nome da área em que foi realizada do dia 29 de maio ao dia 03 de junho. Seu objetivo era capturar Isdud e obstacular o avanço do Egito em defesa dos palestinos.
Foi precedida de bombardeamento aéreo israelense das linhas egípcias. No final das contas Israel teve de bater em retirada devido à fraca ineligência que tinha de seus antagonistas. Terminaram de mãos vazias, sem o território que queriam e sofreram duras perdas militares.
Em seguida o Egito, super-estimando as forças israelenses, cometeria um erro estratético passando do ataque à defesa, o que o faria perder a vantagem que ganhara, embora ainda haja controvérsia sobre a internção do Egito de chegar ou não até Tel Aviv.
Operation Yoram: Esta realizada nos dias 8 e 9 de junho tinha o mesmo objetivo de tomar o forte. Os para-militares israelenses começaram a operação com uma barragem de artilharia no vilarejo de Latrun e em posições estratégicas em volta. A Legião Árabe aguentou firme e no dia seguinte atacou o Kibbutz Geser de onde o Haganah lançava suas ofensivas. O kibbutz foi derrotado em quatro horas. Mas os legionários acabaram se retirando para proteger outros lugares e o Haganah voltou a ocupá-lo forçando os habitantes da cidade à diáspora.
De perseguidos, os judeus imigrantes passavam a perseguidores; de vítimas a algozes; de exterminados a exterminadores. A Naqba estava em marcha, inexorável. À vista do mundo inteiro. E como hoje, os palestinos matavam soldados e os israelenses matavam civis aos punhados. Impunemente.
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