domingo, 23 de março de 2014

Israel vs Palestina: História de um conflito LII (10-12 2005)


Em outubro de 2005, os rastros dos blocos de invasões civis israelenses ainda eram visíveis na Faixa de Gaza, mas os gazauís já se sentiam menos abafados, apesar da omnipresente e onipotente presença da IDF.
Enfim, talvez  eles se sentissem mesmo era menos apertados em seu território cercado.
Shabak continuava à espreita e deu continuidade à campanha de assassinatos de líderes da resistência palestina. Desta vez a IDF executou Luay Saadi,  figura eminente no Jihad. E este respondeu com um ataque.


Na tarde do dia 26 de outubro Hassan Abu Zeid, de Qabatya, cidadezinha localizada no maltratadado município de Jenin, chegou ao mercado de Hadera com seu colete explosivo e puxou o pino.
Hadera fica perto de Haifa.
Hadera é uma das primeiras parcelas de terra compradas pelo grupo sionista Yehoshua Hankin na Palestina antes desta ser rasgada durante a Naqba. Os primeiros imigrantes europeus chegaram em 1891, começaram com uma fazenda, com outras levas a foram tansformando em povoado até o núcleo judeu virar cidade em 1948. Logo desenvolveu-se bastante graças à mãozinha dada pelo banqueiro Edmond de Rothschild (um dos maiores patrocinadores político-econômicos do Estado de Israel). A partir da década de 60 cresceu graças ao financiamento de sionistas australianos, brasileiros (como seria bom que investissem no nosso próprio país!) e estadunidenses.
Foi lá, em Hadera, que o palestino de 20 anos foi explodir em uma barraca de falafel levando consigo 7 israelenses e deixando para trás cerca de 55 feridos.

Ariel Sharon ordenou em seguida um ataque aéreo da Faixa de Gaza, sem impor nenhuma regra ética. A IDF podia bombardear à vontade, já que não precisava nem tomar cuidado com os colonos que tinham partido. O campo estava inteiramente livre. Embaixo, só tinha gazauís cujas vidas pouco valiam.
Portanto, mesmo com o atentado suicida, o mês terminou com mais mortos do lado palestino, pois os soldados da IDF continuavam à caça e tinham boa mira.
Prova disso foi que no dia 03 de novembro um deles atirou à queima-roupa em um menino de 13 anos na Cisjordânia fazendo mais uma vítima infantil. Uma a mais.
Nem sei porque falo neste garoto. Talvez por ele ter sobrevivido e hoje ser um rapaz, deficiente físico. Como tantos palestinos que quando criança recebem tiro no joelho e por falta de assistência médica bloqueada pelas barragens, no pior dos casos morrem ou perdem a perna, e no melhor, mancam para sempre.


No dia 14, Condoleezza Rice disse que havia um "agreement in sight" para proporcionar aos palestinos liberdade de movimento entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
Palavras.
A manchete do mês não foi a Secretary of State estadunidense e sim o Primeiro Ministro israelense.
O general Ariel Sharon deu um golpe político que deu no que falar. Como a oposição à sua candidatura no Likud aumentava, o que ele fez? Deixou o partido e criou outro pseudo-centrista que chamou de Kadima.
Enquanto isso, a IDF continuava ativa na Cisjordânia aterrorizando familias e prendendo palestinos de todas as idades.


Aí dezembro chegou com um terceiro atentado suicida no  shopping center Sharon, na cidade israelense Netanya. Também organizado pelo Jihad.
Por volta das 11h30, Lotfi Amin Abu Saada explodiu na porta do centro comercial levando consigo cinco pessoas e ferindo umas quarenta.
O rapaz de 21 anos era de Tulkarm, cidade matracada constantemente pela IDF durante e antes da Intifada. Ele tinha uma história familiar de perdas e perdas, o que não justifica o ato violento, mas o explica bem que mal.
A IDF reagiu à reação, é claro. Com a desproporção violenta de sempre.


"Não tenha medo, seu coração é de pedra."

Na segunda quinzena do mês de dezembro o general Ariel Sharon teve um "minor" ataque cardíaco e saiu do hospital dizendo que voltaria ao trabalho loguinho.
Por trabalho queria dizer à batalha pela re-eleição no início de 2006. Sua plataforma era a mesma, segundo ele; ou seja, "terminar" o conflito com os palestinos.
Só não repetiu quais eram os meios.
O ano de 2005 é considerado o último da Segunda Intifada em que cerca de cinco mil pessoas perderam a vida e cerca de 30.000 sofreram ferimentos mais ou menos graves.
As estatísticas da ONG israelense B'Tselem, entre setembro 2000 a 2005 são as seguintes:   
Vou apresentá-las abaixo com os gráficos da B'Tselem.    
     
3.218 palestinos foram mortos pela IDF na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Dentre eles, 657 eram menores, 187 foram executados sumariamente em ataques premeditados e 296 foram mortos durante estas operações de assassinato, incluindo 29 meninos.          
56 palestinos foram mortos pela IDF em Israel. Inclusive um menor.       
41 palestinos foram assassinados por colonos judeus na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Inclusive três meninos (dezenas foram e continuam a ser feridos quase diariamente).   
Mais de 30.000 palestinos feridos terminaram o ano de 2005 com sequelas graves e o triplo com sequelas menores.

Quanto aos israelenses, 444 civis foram mortos em atentados suicidas da resistência palestina além da Linha Verde, em território israelense.  Oitenta deles menores.
223 colonos foram mortos pela resistência em ou perto de invasões judias na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Inclusive 37 menores.
285 soldados da IDF foram mortos em confronto com a resistência palestina em Israel, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.          
Cerca de 3000 feridos israelenses terminaram o ano de 2005 com sequelas mais ou menos graves.

47 judeus estrangeiros morreram em atentados suicidas palestinos em Israel, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Israel matou 10 cidadãos estrangeiros (entre eles jornalistas e ativistas pacifistas) na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

Em retrospectiva, a Segunda Intifada ou Intifada Al-Aqsa começou em setembro de 2000 quando o general Ariel Sharon, protegido por 1.000 soldados da IDF, forçou entrada no pátio da mesquita Al-Aqsa, na parte palestina da Jérusalem antiga.
E lá, pavaneou-se como um conquistador: "The Temple Mount is in our hands."
Repetiu com ardor provocador esta frase famosa em Israel, pronunciada em junho de 1967 na rádio quando a IDF com seus tanques e caterpillars armados invadiu a última parte de Jérusalem que Israel ainda não surrupiara dos palestinos durante a Naqba.
A mensagem de Sharon era para seus compatriotas cujo apoio contava para eleger-se pelo Likud,  seu partido de então, no pleito que se aproximava.
Porém, a reação imediata veio dos palestinos já frustrados e irritados com o fracasso dos Acordos de Oslo e o colápso das últimas negociações entre Ehud Barak e Yasser Arafat em Camp David.
O general buldozzer, como Sharon era conhecido, conseguiu ser eleito. Aliás, sua carreira foi cimentada na desgraça de palestinos e libaneses.
Sharon foi o planificador da invasão do Libano na década de 80; foi o responsável pelos horrendos massacres nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila no sul de Beirute, em 82; foi o arquiteto dos "empreendimentos" de ocupação concreta através das invasões civis judias, chamadas por uns "assentamentos" por outros "colônias", e do muro de separação, com o propósito firme e claro de roubar terras além da Linha Verde e inviabilizar a criação de um Estado Palestino de terras continuas na Cisjordânia - ou simplesmente, de um Estado, nem mais nem menos.

Em 2000, a revolta que começou com uma centena de pessoas jogando sapato no "conquistador" israelense, piorou em seguida quando a IDF atirou na passeata de estudantes matando sete deles na hora e ferindo dezenas na mesma leva.
Ouvia-se das mesquitas gritos no alto-falante dedicado à reza: "Está havendo um massacre! Chamem ambulâncias! Chamem ambulâncias" E estas eram bloqueadas nas barragens, os jovens perdiam sangue e o desespero ia aumentando assim como a raiva pela impotência.
Em poucas horas ouvia-se na Cisjordânia inteira uma reivindicação única e uníssone: Queremos uma Intifada!
Passeatas surgiram nas principais cidades e os soldados da IDF, perdidíssimos no caos que haviam provocado por estarem/serem despreparados, continuaram a atirar com munição real.
E aí aconteceu o irreversível.
Um ato covarde captado por câmeras de televisão francesa: a execução a sangue frio do menino Mohammed al-Durrah em Gaza por um sniper israelense.
As imagens do menininho - aterrorizado, em prantos, agarrado ao pai que tentava escondê-lo das balas - correu o mundo e indignou o planeta inteiro. As mentiras israelenses para acobertar o crime indignaram ainda mais os estrangeiros que seguiam o malfeito.
Enquanto os estrangeiros se chocavam com o assassinato do menino indefeso, em Israel, os palestinos-israelenses aderiram à Intifada e passeatas pulularam na Galileia em cidades majoritariamente habitadas por palestinos cristãos, como Nazaré. E lá também a IDF abriu fogo e matou 13 palestinos de cidadania israelense.
O assassinato de Mohammed al-Durrah acordou as ONGs internacionais de Direitos Humanos, a ONU, e as denúncias dos horrores que Israel estava cometendo choveram de todos os continentes - embora a mídia televisiva, com exceção do caso de al-Durrah, continuasse a privilegiar imagens dos atentados suicidas da resistência palestina a fim de dar aos israelenses o papel de vítimas.
"Vítimas" mais bem equipadas do planeta e poderosíssimas.
Amos Malka, chefe do Serviço de Inteligência da IDF declarou ao jornal Haaretz que só no primeiro mês da Infidada Al-Aqsa os soldados israelenses atiraram 1 milhão e 300 mil balas nos territórios ocupados. Malka disse na época: "This is a strategic figure that says that our soldiers are shooting and shooting and shooting," Malka said about what amounted to some 40,000 rounds a day. The significance is that we are determining the height of the flames."
O resultado deste uso record de munição foi que em dois meses, no fim do ano de 2000, mais de 275 palestinos tinham sido enterrados e milhares estavam feridos. A IDF perdera 19 soldados.
Os jovens palestinos jogavam pedras e coqueteis Molotov contra tanques e serviam de tiro ao alvo de snipers que atiravam do alto, de helicópteros da IDF, como caçadores atirariam em um rebanho compacto.
"When the soldiers began to fire on the crowds, people knew that their role was finished and participation quickly declined. It was a war," disse Kamel Jaber, membro da ala política do PFLP (Frente Popular de Libertação da Palestina) em 2003.


A Primeira Intifada (1987-1992) foi definida pela desobediência civil generalizada. Greves, pedradas e estilingadas para protestar contra medidas drásticas do ocupante, inclusive contra a célebre ordem infame dada pelo futuro "liberal" Yitzhak Rabin de "break the bones of stone-throwing Palestinians".
Mas apesar da dureza da IDF, os jogadores de pedras e os grevistas aguentaram firme durante meses.
Logo no início da Segunda Intifada ficou claro que ela seria diferente da primeira.
O general Ehud Barak, então Primeiro Ministro, foi ainda mais violento do que seu mentor, o general Rabin, e usou e abusou de suas forças armadas desde o início, sem comedimento, deixando explícito que as passeatas e os protestos pacíficos seriam impossíveis.
A eleição de Ariel Sharon já no início do ano seguinte foi a maior prova que a resistência pacífica era uma quimera mais do que impossível.
A violência dos soldados ao invadir as casas aumentava, as humilhações nas barragens e as prisões se multiplicavam e foi aí que começaram os atentados. E não o contrário.
Ação e reação.
Aliás, falando em bombas-suicidas, na época, perifericamente, falava-se muito no assunto.  
Robert Pape, cientista político professor na Universidade de Chicago e e chefe do Project on Security and Terrorism, estudou bem os atentados suicidas e foi contundente em seu livro Dying to Win: The Strategic Logic of Suicide Terrorism:
"Suicide attacks are always one of last resort", disse Pape. "What you see is that it almost always comes later, after the ordinary violence - when you have ordinary violence that doesn't rollback the occupation." E cita a Palestina como exemplo. Lá, todas as facções políticas foram envolvidas nos atentados suicidas, sem distinção de ideologia em 'micro'. O que importava era a resistência, em 'macro', ao ocupante.
"Religion itself has very little to do with it. The core issue with what is called Palestinian terrorism is a response to the loss of autonomy in the West bank and Gaza."
Mahmoud Zahar, co-fundador do Hamas, em 2005 também se exprimiu sobre a assimetria do conflito que obrigava os palestinos a recorrer a atos desesperados.
"How do you expect people facing such aggression to stop [using] one of the methods that sends a clear message that if you are going to kill my son, your son should expect to be killed.
Just give us, as the Israelis have, helicopters, guns, tanks, and so on - and at that time we are going to face army for army.
But if you are going tie my hands and throw me into the sea and tell me I am not allowed to use my legs - this is nonsense. We are not playing in a movie here. We lost our people, our houses, our future - they destroyed everything in our lives. We are fighting to live."
Robert Pape, por sua vez, acha que "In terms of producing political or strategic results, what you see is that suicide 'terrorism' is significantly effective at the strategic level."
Mas como a capacidade militar de Israel é ilimitável, como disse Schweitzer, diretor de programas de terrorismo no Israeli Institute of National Security Studies, "There is no question that suicide attacks were efficient in the sense that the Israeli casualties were very high...Of course, the Palestinians also paid a price for it, in terms of the Israeli firm hand and the [determination] to fight filthy against it."
E que determinação!
Moshe Ya'alon, encarregado das operações militares de 2002 a 2005, descreveu a "guerra" contra a Intifada como um esforço de enfiar na cabeça dos palestinos que eles jamais conseguiriam vencer através de luta armada.
"Because if we do not do that, Israel will be in serious trouble," declarou Ya'alon em uma entrevista ao Ha'aretz.
Foi assim que na Operação Defensive Shield em 2002, quando a IDF invadiu a Cisjordânia e reocupou as principais cidades palestinas na maior operação militar desde a guerra de 1967, a ordem era usar a violência "necessária" a intimidar a resistência.
O resultado foi mais de 500 palestinos assassinados no período e seis mil presos, segundo relatório da ONU sobre a invasão de Jenin.
E apesar de todo o aparato militar de tanques apoiados por aviões e helicópteros de combate à "Apocalipse Now", por incrível que pareça, o pequeno Golias encarnado na população de Jenin e a Brigada al-Aqsa, braço armado do Fatah, resistiu ao assalto de mais de 1.000 soldados da IDF durante dias. Até o campo de refugiados ser transformado pelas bombas largadas do alto em uma grande cratera vulcânica e as ruas, as casas, serem esmagadas pelos caterpillars armados que deixaram mais de 4.000 pessoas desabrigadas. Em dez dias, 52 palestinos foram mortos. A IDF, apesar de toda a parafernália bélica sofisticada, perdeu 23 soldados no que ficou conhecido como a Batalha de Jenin.

Além desta e de outras operações pontuais, a Intifada al-Aqsa foi palco também de operações a médio e longo prazo.
A mais perversa a curto, médio e longo prazo foi a chantagem e cooptação de palestinos para transformar cidadãos normais em espões/dedos-duros; ou seja, palestinos forçados a informar e a denunciar familiares, amigos, enfim, outros palestinos. Como os ingleses fizeram com os irlandeses e os nazistas com os franceses.
A mais desastrosa foi a operação de assassinatos. Só entre novembro de 2000 e setembro de 2004, Israel procedeu a pelo menos 273 execuções sumárias.
Dentre elas, as de líderes históricos influentes como Abu Ali Mustafa, secretário geral da PFLP, em 2001 e em 2004, os líderes criadores do Hamas, o Sheikh Ahmed Yassin e Abdel Aziz Rantissi.
Durante esta campanha famigerada, um fato marcante ocorreu em julho de 2002. Um avião israelense jogou uma bomba de 2 toneladas em um bairro residencial de Gaza. Na casa onde se encontrava Salah Shehade, chefe das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, com sua família. Quinze pessoas morreram junto com Salah, inclusive sua mulher e seus nove filhos.
Esta "operação" foi bastante criticada até em Israel, ao ponto de inspirar o que ficou conhecido como a "pilots' letter" - declaração assinada por vários pilotos da Força Aérea Israelense que se recusavam a participar de bombardeios nos territórios palestinos ocupados.
Na época, Dan Halutz, chefe da FAI, disse para os pilotos que haviam jogado a bomba não ficarem com nenhum remorso: "Sleep well at night, knowing that you are not responsible for the contents of the target. Your execution was perfect. Superb ... You did exactly what you were instructed to do."
Incrível.
A retaliação da resistência à chacina foi contra um único alvo. O PFLP não queria responder com o mesmo grau de violência e assassinou um politico do partido "União Nacional", de extrema-direita, e então ministro do turismo. O general Rehavam Ze'evi. Foi baleado por um membro da resistência em outubro de 2001, no hotel em que estava hospedado em Jérusalem, na Cisjordânia.
Em 2002, da Muqata'a de Ramallah sitiada, Yasser Arafat, que se encontrava em prisão domiciliar (até sua morte em 2004) ordenou a prisão dos culpados pelo assassinato do general-ministro, em Ramallah. Mais tarde a IDF invadiria a prisão de Ramallah, sequestraria os prisioneiros e os levaria para um "centro de detenção" israelense, além da Linha Verde...
As operações de assassinato organizadas pelo Shabak para a IDF levar a cabo prosseguiriam até depois de 2005.
Segundo Schweitzer, "The assassinations were a crucial element in "containing" the uprising... Of course, the contribution of the IDF in the cities was crucial, and the establishment of the fence was a major component, too.
The Palestinians suffered major losses in their leadership, their senior leadership, because most of them were either killed or in prison."

Apesar da pressão e da violência crescente da IDF e dos colonos israelenses na Cisjordânia, o fim da Intifada foi uma vontade política dos palestinos. Estavam cansados de guerrear na arena das armas, na qual se encontravam em posição extremamente fraca e literalmente, desarmada, e desentendidos com a cobertura pro-israelense da mídia internacional que lhes dava o papel de bandidos sendo que era evidente que eram eles as vítimas.
Em 2005, o Fatah e o Hamas resolveram usar o palco político para exprimir-se, e os palestinos, o BDS Movement, como ação pacífica positiva.
O ano de 2006 veria o Hamas apresentar-se às eleições democráticas a fim de conquistar terreno pelas vias públicas, legais, batalhando às claras.
Porém, os politiqueiros guerreiros israelensens não permitiriam, jamais, que a paz reinasse tão facilmente.
Sobre isso, Aziz Dweik, um dos líderes do Hamas na Cisjordânia, diria: "If things went as they were expected to, yes. They were really pretty close to having a solution to what they call resistance. But they were not given the chance. I think in the future Israel will be sorry for that."



Supporting Palestinian state-bid - in Tel Aviv  Nov.29 - Uri Avnery spoke as veteran of the two states idea"The Hamas movement officially opposes the very existence of the State of Israel, and here I stand on the podium speaking in Hebrew about peace between Israel and the future State of Palestine.
Did they protest? On the contrary, they applauded, and after the event I was invited to lunch with the respected sheikhs.
That was in 1994, and perhaps the background requires some explanation: a year before, Prime Minister Yitzhak Rabin decided to expel from the country 415 Islamic activists. The Chief-of-Staff, Ehud Barak, testified in court that this measure was absolutely essential for the security of the state. The Supreme Court confirmed the expulsion.
The activists were taken by bus to the northern border, but the Beirut government did not allow them to be deported into Lebanon. For a whole year, the expellees vegetated in tents in an open field between the two armies, exposed to the rain and the cold in winter and to the burning sun in summer, until they were finally allowed to return.
I considered the expulsion a grievous violation of human rights, as well as politically foolish. So I proposed, in a "Peace Now" meeting, the setting up of a protest tent in front of the Prime Minister's office. The leaders of Peace Now did not agree with protesting against an act of the Labor Party leader. But some other peace activists combined to set up the tent, together with leaders of the Arab community in Israel, both religious and secular.
We spent 45 days and nights together. Some days, snow was falling and the cold was bitter. Bedouins from the Negev and activists from Arab villages brought us food and coal-burners, women-activists from Jerusalem brought us a large kettle of warm soup every evening. Owing to our profound disappointment with Peace Now we decided there and then to found a new peace movement. That's how Gush Shalom came into being.
I was curious how the Islamic militants would behave towards us upon their return. I was very pleased when they decided to express their gratitude publicly: together with my friends, the tent dwellers, I was invited to that event in Gaza. There I met several of the people who are now leading Hamas, after the assassinations of Sheikh Ahmed Yassin, who was in prison at the time, and Abd-al-Aziz al-Rantisi, who was one of the expellees.
I remembered this experience when I heard that at tomorrow's meeting with Condoleezza Rice, Ariel Sharon will demand that the Americans refuse all contact with Hamas representatives who are running for office in the coming Palestinian elections. Official spokesmen also expressed their anger at the decision of the EU to allow diplomats "beneath the rank of ambassador" to meet with them.
Sharon now demands the exclusion of Hamas from the elections, as long as they do not officially recognize the State of Israel and abjure terrorism. More than that: he has already declared that there will be no peace negotiations until the Palestinian Authority destroys the "terror infrastructure" (meaning: Hamas) and disarms it.
That, too, reminds one of something. For years, successive Israeli governments had demanded that all the world boycott the PLO, until it abolishes the "Palestinian National Charter". This document, dating from the 60s, called for the dismantling of the State of Israel. Later, the PLO adopted many new resolutions that negated the Charter and recognized Israel. In the 1993 Oslo agreement Yasser Arafat gave up 78% of the country of Palestine that existed until 1948. But nothing helped. For many years, Israeli propaganda was riding on the miserable Charter in order to justify an extreme anti-Palestinian policy, until the Palestinians - much to the chagrin of many Israelis - abolished it altogether.
That created a vacuum. Sharon is now using Hamas to fill it.
One of the more colorful idioms of the English language is "red herring". That is a smoked herring (the red color is imparted to it in the process of smoke-curing) that has a strong smell. A person being chased by dogs draws it across his path in order to distract the animals so they lose the trail.
Much as his predecessors used the PLO Charter, Sharon is now using Hamas to distract attention from his promise to immediately dismantle the settlement "outposts", freeze the settlements and start political negotiations with the Palestinians. He draws the herring across the Road Map.
As for the matter itself: Is the participation of Hamas in the elections a good or a bad thing, as far as Israeli interests are concerned?
I say that it's a good thing.
Some 30 years ago, I called for negotiations with the PLO, which was then considered a terror-gang and a bunch of murderers. At the time we coined the phrase: "Peace is made between enemies". Today that applies to Hamas, too. There is no doubt that Hamas is about to win a significant share of the vote in the parliamentary election, after it achieved excellent results in the recent municipal elections. It does not get these votes because it refuses to recognize Israel. Rather, there are two main reasons for its success: the prestige it has acquired for valiantly fighting against the Israeli occupation and its being untouched by the corruption that marks some of the other personalities and factions.
The Palestinians consider the violence, which is usually referred to in Israel as "terrorism", to be legitimate resistance. They believe that Israel would not have decided to leave the Gaza Strip if not for the armed struggle, since Israel, according to their belief and experience, "understands only the language of force". Until now, no one can point to a single achievement of the Palestinians that was attained by any other means.
It is an irony of fate (or a triumph of folly) that Hamas was created, in fact, with the help of Israel itself. Much as the Americans created the al-Qaeda of Osama bin-Laden in order to fight against the Soviet army in Afghanistan, Israel supported the Islamic movement in the occupied territories as a counterweight to the PLO. The assumption was that pious Muslims would spend their time praying in the mosques and would not support the secular PLO, which was then considered the arch-enemy.
But when the first intifada broke out at the end of 1987, the Islamists organized as Hamas (the Arabic initials of "Islamic Resistance Movement") and quickly became the most efficient underground fighting organization. However, the Security Service started to act against them only after a whole year of the intifada had passed.
Now the existence of Hamas is an accomplished fact. It has deep roots in the community, also because of its widespread social services which were initially financed by the Saudis and others.
Historical experience shows that such movements tend to become more moderate as they are integrated in the political system. A movement that has ministers in the cabinet, a faction in Parliament and mayors in towns and villages, acquires an interest in stability. True, in the beginning it may cause a radicalization of the style of the Palestinian National Authority, but in the long run it will make the achievement of a settlement much easier.
If one wants a real peace that will be accepted by the whole Palestinian public, one should bless the integration of Hamas in the Palestinian political system. But if one wants to obstruct peace in order to annex most of the West Bank to Israel and preserve the settlements, it is logical that one opposes it - as Sharon does.
Uri Avnery, junho de 2005



PS ATUALIDADE: No dia 22 de março os palestinos celebram o Dia da Água. É também o dia de início de uma campanha internacional de uma semana ativa contra a multinacional israelense MEKOROT.
(Blog de 21/11/210)
Há anos Mekorot vampiriza a Cisjordânia onde enriqueceu furtando os recursos hídricos dos palestinos e os deixando à míngua. Enquanto isso, assina contratos milionários com governos estrangeiros mal informados ou mal intencionados. Confira no link abaixo os eventos em sua cidade e as razões de boicotar esta vampira de água:  http://stopmekorot.org/6-reasons-to-boycott-mekorot/
Comunicado do BDS Movement:
World Water Day sees launch of First International Week To Boycott Mekorot  
Campaigners from around the world are taking part in a week of action against Israeli national water company Mekorot, the main agent of Israeli water apartheid against Palestinians. The week launches on 22 March, World Water Day, and lasts until 30 March, when Palestinians mark Land Day in protest of Israeli systematic land and resource theft. The mobilizations come in response to a call from Palestinian organizations PENGON/Friends of the Earth Palestine, the Palestinian BDS National Committee and the Land Defense Coalition. 

Denouncing Mekorot’s Water Apartheid 

The Stop Mekorot campaign emerged out of citizen action in countries where Mekorot attempted to establish a presence through lucrative contracts often connected to water privatization drives. Mekorot claims to sell its "expertise" on water but hides its role in the persistent denial of water to Palestinians, including collusion with the Israeli military to destroy Palestinian water infrastructure, while providing unlimited amounts to Israelis. Mekorot's practices have been denounced by the UN and human rights groups yet governments have dealt with the company with a business as usual approach. However there are signs of change. In the Netherlands, Vitens the largest water supplier in the countries, ended an agreement with Mekorot just days after it signed an agreement citing Mekorot's involvement in Israel's military occupation of Palestinians. In Argentina campaigners were successful in suspending a major multi-million dollar government contract with Mekorot to build a wastewater treatment plant.  

For basic 6 reasons to boycott Mekorot see: http://stopmekorot.org/6-reasons-to-boycott-mekorot/ 

Stopping Mekorot’s water apartheid from going global 
The Stop Mekorot campaign aims to denounce partnerships with Mekorot and hold it accountable for its complicity with violations of international law and the abuse of human rights of Palestinians. To launch the week on World Water Day, campaigners have organized: 

  • a Thunderclap on twitter to raise public awareness about Mekorot at 6 pm GMT. Over 250 people have signed up to the Thunderclap with a social reach of over 300 000. 
  • The makers of the series "Apartheid Adventures" have contributed with a YouTube video that satirizes Mekorot's claims vs the brutal reality of occupation, the video can be found here:https://www.youtube.com/watch?v=xunD5IgGFyc (available in English, Spanish, Portuguese, Italian and French) 
  • Across the world campaigners are organizing actions to mark the week:
  • In Portugal, the first country to launch a campaign in 2009, activists will gather in Lisbon's main square to call for EPAL, Lisbon's water utility company, not to renew its MoU with Mekorot, up for renewal again in the summer. This follows efforts in the Portuguese parliament to denounce the contract this week. In Italy, a ‘water checkpoint’ will be presented with a street theatre performance in protest of the cooperation agreement signed between Rome's water company Acea and Mekorot.
  • A series of events and discussions will be held in Argentina, the US, Greece, Uruguay. 
  • In a dozen countries in Europe, the Americas and Asia, media initiatives and awareness raising efforts are taking place. 
The full calendar can be found on stopmekorot.org website.

To take part on the activities for the week see: http://stopmekorot.org/take-action



Documentário alemão de Leon Geller e Marcus Vetter:
The Heart of Jenin (legendado em inglês)
I (10')
II (10')
III (10')
IV (13')


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