domingo, 15 de janeiro de 2012

Israel vs Palestina: História de um conflito IV (1975-1987)


Yasser Arafat começou sua carreira político-diplomática em 1974. Na hora em que a Cúpula Árabe reconheceu a Organização de Libertação da Palestina - OLP como único representante legítimo do povo que representava e a Assembleia Geral das Nações Unidas reafirmaram seu compromisso com um Estado da Palestina independente e soberano, cedendo à OLP uma cadeira de observador na ONU.
Seu primeiro passo foi estabelecer contato com personalidades pacifistas do outro lado da Linha Verde que pudessem influenciar a opinião pública e a política gonvernamental de Tel Aviv.
Para tal nomeou Said Hamami e Issam Sartawi seus emissários junto aos pioneiros israelenses da paz, Matti Peled, o jornalista Uri Avneri (com Arafat na foto abaixo) e o economista Ya'akov Arnon, que por sua vez, criaram o Conselho Israelense para a paz entre Israel e a Palestina - Israeli Council for Israeli-Palestinian Peace.
Em fevereiro de 1976, os fundadores do ICIPP publicaram um manifesto no qual desafiavam a OLP a fazer a Paz mediante a retirada israelense dos territórios ocupados em 1967, o estabelecimento de um Estado Palestino em Cisjordânia e Gaza, e em negociações precisas para garantir a segurança de Israel, baseadas nos acordos assinados com o Egito na retirada do Sinai.
Além disso, o ICIPP não deixou de mencionar que a retirada de seus compatriotas dos Territórios Ocupados não mudaria em nada a situação dos palestinos residentes na área do Estado de Israel, muito pelo contrário. Israel aboliria todas as leis e práticas discriminatórias vigentes para que os autótones árabes se sentissem cidadãos iguais aos imigrantes hebraicos.
O ICIPP ofereceu a Arafat o que achavam o mínimo para que justiça fosse feita. Deixando de lado a questão controvertida dos milhões de refugiados vítimas da Naqba, espalhados mundo afora.

Em 1978 o presidente do Egito Anuwar al-Sadat surpreendeu o mundo indo a Jerusalém para solicitar pessoalmente ao Knesset (Congresso local) que Menahem Begin concordasse com negociações de Paz.
O então líder dos EUA, o senhor Jimmy Carter, a caminho de ser o grande humanista que viraria mais tarde, representou então o papel da locomotiva pacifista e levou ambos os presidentes a Washington, onde patrocinou o Tratado de Paz assinado em Campo David no dia 26 de março de 1979.
O Tratado pôs fim à perspectiva de guerra entre Egito e Israel, porém, deixou de lado a decisão urgente do destino de Cisjordânia e Gaza.
Sadat protegeu só sua casa, apesar das promessas de apoio dadas a Yasser Arafat. Apesar disto, continuou, bem que mal, sendo o escudo que continha os ataques armados de Israel à Palestina.
No mesmo ano, os Estados Unidos e a União Soviética assinaram o SALT II (US - URSS Strategic Arms Limitation Treat) e o governo dos EUA pressionou a URSS para que facilitasse a imigração voluntária, com ênfase na judaica, devido ao escândalo do matemático Anatoly Shcharansky (acusado de espionagem para a CIA, foi condenado a nove anos de prisão - sendo entregue a Israel em troca de espiões).
O resultado da manobra bem-sucedida foi que em 1979, cerca de 180 mil judeus pediram visto de saída, foram ouvidos e foram instalar-se nos territórios palestinos.
Em 1984, o número quaduplicaria. Muitos deles foram direto para as invasões, vulgo colônias/assentamentos, na Cisjordânia e em Gaza.

Em 1980, a resistência armada do Fatah na Cisjordânia atacou colonos judeus na saída de uma sinagoga em Hebron, em resposta ao inferno quotidiano em que eles haviam transformado a vida dos hebronitas.
Os grupos para-militares judeus que protegiam as invasões judias desde 1974 revidaram trinta dias mais tarde, com força triplicada e mortífera.
Atacaram em três frentes com bombas potentes.
À maneira do Irgum, o Jewish Underground armou bombas nos carros dos prefeitos de Nablus, Bassam Shaka'a e de Ramallah, Karim Halfa. A terceira cegou seu desarmador na casa de IbrahimTawil, prefeito de al-Bireh.
O Shin Bet foi surpreendido com a nova forma de terrorismo dos colonos, mas assim mesmo deixou correr a contra-informação que os atentados eram obra de grupos palestinos rivais.
A imprensa engoliu. Os palestinos sabiam que era mentira, mas a mídia já escolhera seu lado desde 1948 e não lhes dava ouvidos. Até eles serem presos mais tarde com a boca na botija. Mas seriam julgados, condenados,... e soltos pelo Primeiro Ministro Shamir em pessoa, com tapinhas nas costas.
Nessa década, pior estava por vir. Nas seguintes, os ataques se banalizariam e continuariam longe da atenção da mídia, como o da foto acima.

Dois anos mais tarde, Anuwar Sadat foi assassinado por um extremista islamita e o escudo que protegia a Cisjordânia e Gaza foi estilhaçado com a rajada de balas e granadas que mataram o presidente do Egito, no Cairo. 
Israel não esperou nem que o ano acabasse. Bombardeou o Quartel General da OLP em um bairro populoso de Beirute e deixou 300 cadáveres libaneses e palestinos, mais 800 feridos sob os escombros das casas vizinhas.
O ataque ficou impune, embora tenha chocado o mundo ao ponto dos EUA suspender temporariamente a exportação de aviões de combate para seu aliado israelense.
O Líbano estava em plena guerra civil desde 1975 e Israel e a Síria estavam pondo lenha na fogueira noite e dia.
Aos olhos da linha dura de Tel Aviv, a OLP representava um perigo maior como pacifista do que como uma organização militar.
Ariel Sharon, que desde 1973 tinha a ideia fixa de forçar o êxodo completo dos palestinos dos territórios ocupados, foi subindo na hierarquia do exército até chegar a Ministro da Defesa em 1981.
Nessa época sua ambição sionista de ocupar toda a Palestina e seu ódio pelos donos das terras não tinha limites. Da campanha de ocupação desenfreada da Cisjordânia e de Gaza até as medidas drásticas que tomaria durante a invasão do Libano.

Em junho de 1982, Israel começa a "Operação Paz para a Galileia" no sul do Líbano sob o pretexto de desalojar forças militares da OLP.
O que era de fato uma retaliação indireta à tentativa de assassinato de seu embaixador em Londres pelo grupo do membro dissidente do Fatah, Abu Nidal, e uma tentativa de erradicar definitivamente a resistência dos milhares de palestinos refugiados no país vizinho.
Em agosto desse ano, Bachir Gemayel, chefe das Forças Libanesas, milícia de cristãos fundamentalistas pró-israelense, é eleito presidente do Líbano.
No dia 01 de setembro os membros da OLP¨deixaram Beirute em direção a um novo exílio, e os sabendo centenas de quilômetros ao sul do Líbano e incapazes de proteger seus compatriotas, no dia 03, as tropas de Israel cercam os campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila, no sudoeste de Beirute, e durante uma semana tentam convencer Gemayel a assinar um Tratado de Paz que autorize Israel a deixar soldados no sul do Líbano.
Mas Gemayel não cede terreno e a temperatura ferve em Tel Aviv.

No dia 14 de setembro Gemayel é assassinado em Beirute e no dia seguinte Ariel Sharon convida os falangistas a entrarem nos dois campos de refugiados que seus soldados haviam cercado e instalado miradores para vigiar o que se passava, com o objetivo de limpá-los da resistência.
No dia seguinte começou a matança em Sabra e Shatila.
Um dos maiores pesadelos dos jornalistas. Até dos mais empedernidos.
O balanço final de 3.500 mortos em dois dias está longe de refletir o horror de adultos e crianças encurralados em um círculo de proteção de soldados israelenses que obstruíam as saídas para que não escapassem da chacina.
Foram massacrados um a um com a selvageria inédita. Perpetrada por jovens treinados para virarem assassinos. Como os child soldier das duas últimas décadas em países em que a guerra civil faz parte do dia a dia.
O procedimento de "formação" dos jovens falangistas foi precursor do dos Warlords da África.
As crianças libanesas cresciam com um fusil nos ombros, eram incitados à luta dopados de mandrax. Gemayel abriu casernas e criou brigadas para estes meninos-soldados-drogados, com uma divisa: lá onde os outros não ousam.
Uma noite, trezentos deles foram embarcados em um navio israelense para Haifa, onde seguiram três meses de "estágio de sobrevivência".
Sobreviventes contam que as provas de interrogatório eram extremas - surras, jatos de água quente e fria, eletricidade, suplício do pneu, enfim, torturas para "endurecê-los".
O instrutor israelense projeta um filme sobre o Holocausto e os convence que a causa sionista é a única que é justa.
Um destes jovens soldados conta que foram recebidos no campo por uma mulher nua, "Nikha", uma general, com metralhadora a tiracolo, que os obrigou a correr e rastrejar nus e humilhados até vomitar de cansaço.
No culto da personalidade, estas máquinas treinadas para matar consideram Gemayel como pai.
De volta ao Líbano, o "grande homem" triunfa e logo depois ficam sabendo que foi assassinado.
Da noite pro dia, ficam órfãos e cheios de ódio pronto para ser extravasado.
Maroun Machaalani, braço direito do chefe de segurança Elie Hobeika, os reune e anuncia que vai levá-los até os assassinos de Gemayel para que justiça seja feita.
'Você não quer vingar Bashir? Éclaro que sim. Então vamos lá!"
Quando deixam o quartel, são bombas relógio prontas para explodir em Sabra e Shatila.
Ariel Sharon sabe disso. Pois foi para isto que foram treinados.

São 'avisados' que vão se confrontar com para-militares perigosos e cada grupo pega um itinerário.
"O meu fez uma parada para Hobeika conversar com oficiais israelenses", diz um dos participantes do massacre. Acrescentando que detestava estes aliados acidentais que lhes forneciam caminhões militares, uniformes e que nesta operação rodeavam a área com tanques pesados.
Os jovens falangistas estão armados de kalachnikovs, de fuzis M16, lança-torpedos e granadas.
"Tínham nos falado de combatentes, mas só encontramos homens de mais de quarenta anos que matamos de cara. As mulheres apareceram primeiro, suplicando, achando que fossem nos enternecer, mas tínhamos ordens claras: 'Entrem, atirem, matem tudo que respira!' e as cumprimos. Fomos de casa em casa derrubando a porta de entrada. Metralhávamos, jogávamos granada e passávamos à do lado. A primeira pessoa que matei, hesitei, a segunda foi mais fácil, depois é como jogar bolinha de gude. À noite pedimos para os israelenses iluminarem os campos para facilitar nosso trabalho e eles jogaram foguetes incandescentes até 5 horas da madrugada."
De manhãzinha, cansados da maratona macabra, os homens invadem os armazéns e se servem à vontade; furtam até serem revezados.


Um dos que chegaram nessa hora, conta: "Levei susto de encontrar tantos mortos em tão pouco tempo. Tinha mulheres nuas, as mãos cortadas, a cabeça despedaçada..."
Mesmo assim, ele e seus companheiros continuam os estupros, as mortes, a pilhagem.
"Lembro de uma palestina loira, de lenço, que suplicava, dizendo que era virgem e um companheiro se jogou sobre ela, aproveitou à vontade e depois a matou. Nós ríamos, do lado. Na febre do delírio, tem de torturar também; matar não basta. Encostei um velho na parede com uma faca no pescoço para que não mexesse e quebrei os braços dele. Morrer com uma bala é rápido, não é nada. Com faca, ele morre duas ou três vezes."
No segundo dia acontece uma reunião entre chefes militares falangistas e israelenses e no final os jovens recebem uma ordem peremptória: "Terminem com os feridos e livrem-se dos cadáveres!"
Um buldozer cava um grande buraco na entrada dos campos. É a cova comum para onde levam os feridos, em duas filas, os homens à esquerda e as mulheres à direita. "Cada um tinha de empurrar no buraco o cadáver do que era morto na frente dele ou dela antes de ser executado por bala ou facada. Os israelenes forneciam os plásticos para transportar e cobrir os cadáveres que atrapalhavam. Alguns foram queimados ou destruídos com produtos químicos."

Estes são alguns dos relatos dos hoje homens que levaram a cabo a chacina.
Um jornalista norueguês que conseguiu penetrar em Shatila no dia 17, junto com o diplomata Gunnar Flakstad, viu os falangistas "limpando" as ruas e removendo corpos de casas destruídas.
Os falangistas só deixaram os campos às 5 horas da manhã do dia 18, empurrando os poucos sobreviventes para fora e atirando em um e em outro ao acaso, como se brincassem de tiro ao alvo.
A entrada do primeiro jornalista só foi autorizada às 9 horas, sem máquina fotográfica. Ele viu a mesma cena macabra que os que seguiam seus passos: centenas de cadáveres espalhados nas ruas, muitos deles, mutilados.
Só foram autorizados a divulgar a notícia ao meio-dia.
A indignação internacional foi tal, e até em Israel, que Ariel Sharon perdeu o cargo.
Contudo, ninguém pagou pelo genocídio.

Quanto à OLP, passou a operar da Tunísia, gozando da proteção do então presidente Habib Bourguiba, chocado com os campos de refugiados palestinos que havia visitado nos países árabes.
E pela primeira vez desde sua criação, Yasser Arafat e sua cúpula gozaram de liberdade para tomar as decisões que julgassem necessárias ao avanço de sua causa.
Arafat trocava impressões com Burguiba amiúde e acabou se impregnando de sua ótica revolucionária por etapa, que o líder tunisiano usou no próprio país para libertar-se dos franceses: realismo, razão e pragmatismo.
Em abril de 1984, quatro resistentes palestinos sequestraram um ônibus israelense que ia de Tel Aviv a Ashkelon.
Os rapazes entraram no ônibus 300 em Ashdod e logo depois forçaram o motorista a desviar o trajeto para a fronteira com o Egito. O ônibus foi interceptado na Faixa de Gaza perto do campo de refugiados Deir-el-Balah. Os soldados atiraram nos pneus quando o veículo atravessou uma barreira.
Quando o ônibus parou, vários passageiros escaparam facilmente, pois os palestinos não usaram de nenhuma violência para impedi-los e ainda soltaram uma mulher grávida.
Dois deles foram mortos por snipers e os outros dois, presos intatos, foram linchados pelos soldados da IDF. Um agente do Shin Bet terminou o trabalho esmagando a cabeça dos rapazes com uma pedra.
Desta vez, não havia como inventarem estórias. Havia fotos dos dois rapazes desarmados e sem nenhum arranhão serem levados pelos soldados.
Um crime a mais cometido sob as ordens do então chefe do Shin Bet, Avraham Shalom.
Devido a pressões internacionais e das ONGs de Direitos Humanos nacionais, houve uma investigação até o Promotor Geral de Israel, Yitzhak Zamir ser forçado a demitir-se por ser "abelhudo demais" sobre a responsabilidade do Shin Bet no crime iniciado nos porões da IDF.
Logo depois quem demitiu-se foi o próprio chefe do Shin Bet. Porém, Avraham Shalom saiu do cargo com todas as honras e com total perdão presidencial por "unspecified crimes" dos quais era ou viesse a ser acusado.
Enquanto isso, a pressão de Tel Aviv crescia e o Shin Bet agia. Prendeu dezenas de ativistas palestinos e em 1985, em retaliação ao assassinato de três israelenses (que os palestinos acusaram de agentes secretos) em um iate na costa de Chipre, levou a cabo a operação militar Perna de Pau.
Bombardeou a sede da OLP em Tunis, no dia 01 de outubro, matando 56 palestinos, 15 tunisianos e ferindo cem pessoas mais que se encontravam no local e nas proximidades.
O escândalo foi grande porque na noite que precedeu o ataque, Bourguiba havia ligado para Ronald Reagan para exprimir suas suspeitas da agressão iminente, e havia sido tranquilizado.
O ataque durou seis minutos e causou tanto estrago que foi condenado pelo mundo inteiro, inclusive os EUA, que desta vez, também estavam por fora da manobra.
Mas como sempre, as reclamações não deram em nada.
Shimon Peres, então Primeiro Ministro, respondeu simplesmente que "Foi um ato de auto-defesa. Ponto."
A ONU publicou mais uma Resolução (573) condenando Israel por violar sua Carta (com abstenção dos Estados Unidos) e reconhecendo o direito da Tunísia de reclamar compensação por perdas e danos.
A Resolução, como as precedentes, foi infrutífera.
Oito dias depois, a PLF (Frente de Libertação da Palestina) dirigida por um ex-membro da OLP, Abu Abbas, preocupada com a situação de seus companheiros da OLP presos em Israel, sequestraram o transatlântico Achille Lauro para trocar os passageiros por cinquenta prisioneiros políticos. Acabaram matando um refém judeu e no fim a tripulação onseguiu controlar a situação.
Na briga diplomática entre estadunidenses e italianos, estes últimos, em cujas águas se encontrava o navio, ganharam, e deixaram Abbas livre. Como punição de Bourguiba e dos camaradas, ele foi distanciado da OLP e expulso da Tunísia.

Quem pagou o pato foi a OLP, que viveu um período difícil em Tunis, sofrendo perseguição ininterrupta do Mossad.
A liderança estava distante da mídia, de sua terra, das bases, a tal ponto que foi pega de surpresa com a revolta que estourou na Faixa de Gaza em 1987, sendo obrigada a aceitar que lideranças locais, compostas de representantes de várias facções políticas e sociais, tomassem a frente do que hoje é conhecido como a Primeira Intifada.
Como e porquê a Intifada explodiu nessa hora e não mais cedo ou mais tarde, veremos no próximo episódio desta história.

Documentário - Massaker : Sabra e Chatila por seus verdugos. De Monika Borgman, Lokman Slim, Hermann Theissen. Produzido por Zoetrope. Entrevista com seis participantes da chacina de Sabra e Chatila. De arrepiar. Em alemão, sem legenda, em 4 partes.
 II: https://youtu.be/FyZNnSHxMb0
III: https://youtu.be/19TRY6w-TJQ
IV: https://youtu.be/ZOLN0hd_yMY

Documentário : Children of Shatila, de Mai Masri. 
Dois meninos comentam a vida no campo de refugiados (árabe/inglês)

Filme animado : Valsa com Bachir
De Ari Folman
Produção francesa
O israelense Ari Folman relata sua vivência de soldado durante a invasão do Líbano e o massacre em Sabra e Chatila


Documentário em francês: Sabra e Shatila - Massacre à huit clos

"Remember the solidarity shown to Palestine here and everywhere... and remember also that there is a cause to which many people have committed themselves, difficulties and terrible obstacles notwithstanding. Why? Because it is a just cause, a noble ideal, a moral quest for equality and human rights."  Edward Said

Reservista da IDF, Forças israelenses de ocupação,
Shovrim Shtika - Breaking the Silence
 
 


Global BdS Movement: http://www.bdsmovement.net/;
Lista de produtos das colônias a serem boicotados: http://peacenow.org.il/eng/content/boycott-list-products-settlements;

Roger Waters - Pink floyd for Palestine

       

Nenhum comentário:

Postar um comentário