Antes de entrar no artigo principal, eis uma atualização da situação surreal em que a Arábia Saudita e seus cúmplices extremistas puseram o Qatar. E o custo humano dos caprichos de um principezinho venal, autoritário e medíocre.
A ligação entre Araábia Saudita é antiga e conhecida, mas agora a cumplicidade de Riad com Tel Aviv também já é explícita. Por outro lado,
Cedo a palavra aos colegas da Al Jazeera que estão no olho do furacão.
Cedo a palavra aos colegas da Al Jazeera que estão no olho do furacão.
Inside Story: What's the human cost of the Gulf row against Qatar?
Counting the material cost of the Qatar-Gulf crisis
No mês passado, o Physicians for Social Responsibility (PFR), baseada em Washington, nos EUA, divulgou um estudo importante que revela que o número de mortes diretas nos 10 anos da "guerra contra o Terror" desde os ataques das torres gêmes em NYC no dia 09 de setembro de 2001 vai de 1,3 milhões a 2 milhões.
O relatório de 97 páginas do grupo de médicos nobilizados é o primeiro a avaliar o número de vítimas civis de intervenções na "luta contra o terrorismo" liderada pelos EUA no Iraque, Afeganistão e Paquistão.
O relatório do PSR é de autoria de uma equipe interdisciplinar de especialistas da saúde pública. Mas apesar da autoridade indiscutível dos analistas, passou em branco na grande mídia.
Deve ser porque faz uma revisão crítica das estimaativas anteriores das vítimas da "guerra ao terror" e é critica abertamente a principal fonte de informação da grande mídia neste assunto, que é o Iraq Body Count (IBC). Este estima em 110.000 o número de mortos no Iraque, mas o PSR detetou 'erros' metodológicos crassos.
Por exemplo, apesar de 40.000 cadáveres terem sido enterrados em Najaf, o IBC aotou apenas 1.354 mortes na cidade no mesmo período. Esse é só um exemplinho da defasagem entre os relatórios do IBC e o número real, que é sempre imensa, como neste caso.
Essa defasagem se apresenta também nos bombardeios de EUA e aliados. O IBC registrou apenas três ataques aéreos em um período em 2005 em que estes haviam aumentado de 25 para 120.
A PSR conclui que o número mais provável de mortes civis no Iraque desde 2003 até esta data seja de 1 milhão. E adiciona pelo menos 220.000 mortos no Afeganistão e 80.000 no Paquistão, em consequência direta ou indireta da guerra liderada pelos EUA, o que nos leva a um total mínimo de 1,3 milhões e máximo, de 2 milhões.
E o PSR limita sua análise a pós-2001, enquanto que a "guerra ao terror" já se estendia a políticas intervencionistas anteriores no Iraque e no Afeganistão. Há também uma escassez de dados sobre o Afeganistão que indica uma subestimação das contas. Sem contar o fato de não mencionar nada da Líbia, da Síria e do Yemen, países em que os EUA intervêm indiretamente através da Arábia Saudita.
Ora, a guerra no Iraque não começou em 2003, mas em 1991 com a primeira guerra do Golfo e as sanções econômicas que seguiram.
Um estudo anterior do PSR determinou que as mortes no Iraque causadas pelo impato direto e indireto da guerra do Golfo se eleva a 200.000 iraquianos, a maioria civis. E a guerra no Iraque continuou em forma econômica através de sanções draconianas, sob o pretexto de Saddam Hussein negar autorização a inspeção de suas "armas de destruição em massa". Itens proibidos no Iraque incluíam produtos de vida quotidiana indispensáveis. O que eleva o número de mortos a 1.7 milhões de civis iraquianos.
No Afeganistão, a estimativa do PSR de baixas globais também é bastante acanhada. Seis meses após os atentados de 2001, o número de mortes diretas atingia cerca de 8.000 afegãos e indiretas, 50.000.
No total, o total de mortes devido ao impacto direto e indireto de intervenção estadunidense desde o início da década de noventa até agora poderia ser de 3 milhões.
Tais cifras podem ser elevadas demais, mas nunca se saberá com certeza. Os EUA e a Inglaterra silêncio total, pois se recusam a controlar o número de mortes civis de suas operações militares - são uma inconveniência irrelevante.
Devido à grave falta de dados no Iraque, quase completa inexistência de registros no Afeganistão e a indiferença dos governos ocidentais de mortes de civis que não sejam as próprias, nos atentados terroristas em seu território, é quase impossível determinar a verdadeira extensão da perda de vidas que eles causam.
Falando em terrorismo de estado, três dos senadores democratas que se juntaram aos republicanos para ajudar no voto da venda de US $ 510 milhões em mísseis de precisão para a Arábia Saudita, em uma votação de estreitas 53-47, receberam dezenas de milhares de dólares em "contribuições para campanha" da indústria de armamento, que irá colherá lucros imensos com o negócio recorde de US $ 110 bilhões que Trump fez com os patrocinadores de terrorismo que governam a Arábia Saudita.
O regime Saudita deve usar estas armas para continuar massacrando os yemenitas com o apoio dos EUA. O Yêmen já perdeu dezenas de milhares de vidas nesta guerra de sentido único que criou, segundo a ONU, uma das duas maiores crises humanitárias no mundo, além da de Faixa de Gaza.
Quanto ao Yêmen, que está sendo vítima de terror do país vizinho, além das milhares de mortes de civis, a catastrófica crise humanitária causada pelos bombardeamentos indiscriminados da Arábia Saudita - com armas fornecidas pelos EUA piora de hora em hora: a epidemia de cólera já ultrapassou cem mil casos, afetando principalmente crianças e idosos. Desde 7 de junho de 2017, 101,820 casos suspeitos de cólera foram detetados, ocasionando 791 mortes. Como sempre, os mais vulneráveis são crianças abaixo dos quinze anos de idade (46 por cento dos casos) e acima de 60 (33%).
O bombardeio inclemente saudita tem tido efeito catastrófico sobre a população, com o colapso do sistema de saúde. 14,5 milhões de pessoas já não têm acesso a saneamento básico ou fontes de água limpa, saúde - faz oito meses que o governo não paga salário dos duncionários do departamento de saneamento - e suprimentos médicos não estão entrando no país no ritmo necessário a salvar vidas.
Os sintomas do cólera aparecem entre 12 horas e 5 dias depois de beber água infetada. A maioria das pessoas infetadas com o Vibrio cholerae não desenvolvem nenhum sintoma, embora possa transmiti-lo. Os que desenvolvem sintomas têm diarreia aquosa grave seguida de morte em poucas horas, se a doença não for tratada.
O pior de todas estas mortes inúteis é que o tratamento é simples e eficaz. A maioria das pessoas reage à solução de reidratação Oral (SRO), em a forma de saquinho dissolvido em um litro de água. Pacientes podem precisar até de seis litros da solução no primeiro dia. Se os pacientes estão severamente desidratados e em estado de choque, podem precisar de fluidos intravenosos (7 litros de intravenosa mais SRO para um adulto de 70 kg).
Mas seria fácil erradicar o problema, se a Arábia Saudita não bloqueasse a entrada de medicamentos e mantimentos, cometendo um crime em massa indireto.
E querem fazer o mundo acreditar que é Doha o bandido e Riad o mocinho?
Por favor!
Quanto ao Yêmen, que está sendo vítima de terror do país vizinho, além das milhares de mortes de civis, a catastrófica crise humanitária causada pelos bombardeamentos indiscriminados da Arábia Saudita - com armas fornecidas pelos EUA piora de hora em hora: a epidemia de cólera já ultrapassou cem mil casos, afetando principalmente crianças e idosos. Desde 7 de junho de 2017, 101,820 casos suspeitos de cólera foram detetados, ocasionando 791 mortes. Como sempre, os mais vulneráveis são crianças abaixo dos quinze anos de idade (46 por cento dos casos) e acima de 60 (33%).
O bombardeio inclemente saudita tem tido efeito catastrófico sobre a população, com o colapso do sistema de saúde. 14,5 milhões de pessoas já não têm acesso a saneamento básico ou fontes de água limpa, saúde - faz oito meses que o governo não paga salário dos duncionários do departamento de saneamento - e suprimentos médicos não estão entrando no país no ritmo necessário a salvar vidas.
Os sintomas do cólera aparecem entre 12 horas e 5 dias depois de beber água infetada. A maioria das pessoas infetadas com o Vibrio cholerae não desenvolvem nenhum sintoma, embora possa transmiti-lo. Os que desenvolvem sintomas têm diarreia aquosa grave seguida de morte em poucas horas, se a doença não for tratada.
O pior de todas estas mortes inúteis é que o tratamento é simples e eficaz. A maioria das pessoas reage à solução de reidratação Oral (SRO), em a forma de saquinho dissolvido em um litro de água. Pacientes podem precisar até de seis litros da solução no primeiro dia. Se os pacientes estão severamente desidratados e em estado de choque, podem precisar de fluidos intravenosos (7 litros de intravenosa mais SRO para um adulto de 70 kg).
Mas seria fácil erradicar o problema, se a Arábia Saudita não bloqueasse a entrada de medicamentos e mantimentos, cometendo um crime em massa indireto.
E querem fazer o mundo acreditar que é Doha o bandido e Riad o mocinho?
Por favor!
Last month, the Washington DC-based Physicians for Social Responsibility (PRS) released a landmark study concluding that the death toll from 10 years of the “War on Terror” since the 9/11 attacks is at least 1.3 million, and could be as high as 2 million.
The 97-page report by the Nobel Peace Prize-winning doctors’ group is the first to tally up the total number of civilian casualties from US-led counter-terrorism interventions in Iraq, Afghanistan and Pakistan.
The PSR report is authored by an interdisciplinary team of leading public health experts, and yet it has been almost completely blacked out by the mainstream media, despite being the first effort by a world-leading public health organization to produce a scientifically robust calculation of the number of people killed by the US-UK-led “war on terror”.
The PSR report is described by Dr Hans von Sponeck, former UN assistant secretary-general, as “a significant contribution to narrowing the gap between reliable estimates of victims of war, especially civilians in Iraq, Afghanistan and Pakistan and tendentious, manipulated or even fraudulent accounts”.
The report conducts a critical review of previous death toll estimates of “war on terror” casualties. It is heavily critical of the figure most widely cited by mainstream media as authoritative, namely, the Iraq Body Count (IBC) estimate of 110,000 dead. That figure is derived from collating media reports of civilian killings, but the PSR report identifies serious gaps and methodological problems in this approach.
The report conducts a critical review of previous death toll estimates of “war on terror” casualties. It is heavily critical of the figure most widely cited by mainstream media as authoritative, namely, the Iraq Body Count (IBC) estimate of 110,000 dead. That figure is derived from collating media reports of civilian killings, but the PSR report identifies serious gaps and methodological problems in this approach.
For instance, although 40,000 corpses had been buried in Najaf since the launch of the war, IBC recorded only 1,354 deaths in Najaf for the same period. That example shows how wide the gap is between IBC’s Najaf figure and the actual death toll – in this case, by a factor of over 30.
Such gaps are replete throughout IBC’s database. In another instance, IBC recorded just three airstrikes in a period in 2005, when the number of air attacks had in fact increased from 25 to 120 that year. Again, the gap here is by a factor of 40.
And the war on Iraq did not begin in 2003, but in 1991 with the first Gulf War, which was followed by the UN sanctions regime. An early PSR study found that Iraq deaths caused by the direct and indirect impact of the first Gulf War amounted to around 200,000 Iraqis, mostly civilians.
After US-led forces pulled out, the war on Iraq continued in economic form through the US-UK imposed UN sanctions regime, on the pretext of denying Saddam Hussein the materials necessary to make weapons of mass destruction. Items banned from Iraq under this rationale included a vast number of items needed for everyday life.
After US-led forces pulled out, the war on Iraq continued in economic form through the US-UK imposed UN sanctions regime, on the pretext of denying Saddam Hussein the materials necessary to make weapons of mass destruction. Items banned from Iraq under this rationale included a vast number of items needed for everyday life.
Undisputed UN figures show that 1.7 million Iraqi civilians died due to the West’s brutal sanctions regime, half of whom were children.
In Afghanistan, PSR’s estimate of overall casualties is also very conservative. Six months after the 2001 bombing campaign, anywhere between 1,300 and 8,000 Afghans were killed directly, and as many as a further 50,000 people died avoidably as an indirect result of the war.
In Afghanistan, PSR’s estimate of overall casualties is also very conservative. Six months after the 2001 bombing campaign, anywhere between 1,300 and 8,000 Afghans were killed directly, and as many as a further 50,000 people died avoidably as an indirect result of the war.
Altogether, the total Afghan death toll due to the direct and indirect impacts of US-led intervention since the early nineties until now could be as high 3-5 million.
Such figures could well be too high, but one may never know for sure. US and UK armed forces, as a matter of policy, refuse to keep track of the civilian death toll of military operations - they are an irrelevant inconvenience.
Due to the severe lack of data in Iraq, almost complete non-existence of records in Afghanistan, and the indifference of Western governments to civilian deaths abroad, it is literally impossible to determine the true extent of loss of life, when it is not in their own territory.
ive Democratic senators joined hands with Republicans to push through the Trump administration’s sale of $510 million in precision-guided missiles to Saudi Arabia, in a narrow 53-47 vote.
By the way, three of the Democrats that helped the Republicans to vote in favor of Saudi Arabia arma sale, have received tens of thousands of dollars in campaign contributions from the arms industry, which will be reaping an unprecedented windfall profit from Trump's record-breaking $110 billion weapons deal with the Saudi monarchy.
ive Democratic senators joined hands with Republicans to push through the Trump administration’s sale of $510 million in precision-guided missiles to Saudi Arabia, in a narrow 53-47 vote.
By the way, three of the Democrats that helped the Republicans to vote in favor of Saudi Arabia arma sale, have received tens of thousands of dollars in campaign contributions from the arms industry, which will be reaping an unprecedented windfall profit from Trump's record-breaking $110 billion weapons deal with the Saudi monarchy.
The Saudi regime will likely use these weapons to continue waging a brutal U.S.-backed war on Yemen, which began during the Obama administration, has led to the deaths of tens of thousands of people and created what the United Nations has repeatedly warned is the largest humanitarian crisis in the world, with the Gaza Ztrip.
Senators from both sides of the aisle proposed the bill S.J.Res.42 in late May to try to block this $510 million portion of the larger arms deal. Lawmakers voted on the legislation on June 13, and it was defeated with 47 votes for and 53 against.
As to Yemen, which is being victim of state terror, the catastrophic humanitarian crisis caused by the indiscriminate bombing by Saudi Arabian forces using weapons supplied by its Western masters has just worsened: the cholera epidemic has surpassed one hundred thousand cases, affecting mostly children and the elderly.
As of June 7 2017, there have been 101.820 suspected cases of cholera, occasioning 791 deaths, the most vulnerable being children under fifteen years of age (46 per cent of cases) and the over-60s (33%).
Saudi bombing of Yemen has had a catastrophic effect on the population, with the virtual collapse of the healthcare system. 14.5 million people no longer have regular access to basic sanitation or clean water sources, health and sanitation workers have been unpaid for eight months and medical supplies are not entering the country at a rate which meets needs.
The symptoms of cholera appear between 12 hours and 5 days after drinking infected water. The majority of people infected with Vibrio cholerae do not develop any symptoms at all although they can pass the infection on to others. Those who do develop symptoms develop severe watery diarrhea and death can follow within hours if the disease is not treated.
The worst part of all these unecessary deaths is that treatment is simple and effective and cholera is easily treatable. Most people react to an Oral Rehydration Solution (ORS), which comes in the form of a sachet dissolved in one liter of water. Patients can need up to six liters of the solution in the first day. If the patients are severely dehydrated and in shock, they may need intravenous fluids (7 liters of intravenous plus ORS for a 70 kilogram adult).
The only thing is that Saudi Arabia does not allow the entrance of the medicine. Which is indirect murder, at least.
And they want the world to believe that Doha is the vilain and Ryad is the good guy?
Please!
As to Yemen, which is being victim of state terror, the catastrophic humanitarian crisis caused by the indiscriminate bombing by Saudi Arabian forces using weapons supplied by its Western masters has just worsened: the cholera epidemic has surpassed one hundred thousand cases, affecting mostly children and the elderly.
As of June 7 2017, there have been 101.820 suspected cases of cholera, occasioning 791 deaths, the most vulnerable being children under fifteen years of age (46 per cent of cases) and the over-60s (33%).
Saudi bombing of Yemen has had a catastrophic effect on the population, with the virtual collapse of the healthcare system. 14.5 million people no longer have regular access to basic sanitation or clean water sources, health and sanitation workers have been unpaid for eight months and medical supplies are not entering the country at a rate which meets needs.
The symptoms of cholera appear between 12 hours and 5 days after drinking infected water. The majority of people infected with Vibrio cholerae do not develop any symptoms at all although they can pass the infection on to others. Those who do develop symptoms develop severe watery diarrhea and death can follow within hours if the disease is not treated.
The worst part of all these unecessary deaths is that treatment is simple and effective and cholera is easily treatable. Most people react to an Oral Rehydration Solution (ORS), which comes in the form of a sachet dissolved in one liter of water. Patients can need up to six liters of the solution in the first day. If the patients are severely dehydrated and in shock, they may need intravenous fluids (7 liters of intravenous plus ORS for a 70 kilogram adult).
The only thing is that Saudi Arabia does not allow the entrance of the medicine. Which is indirect murder, at least.
And they want the world to believe that Doha is the vilain and Ryad is the good guy?
Please!
John Pilger on World War III and Palestine (Eastern 2017)
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