Vice News: Ocupação judia de Jerusalém em detrimento de muçulmanos e cristãos
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Em 1915, o Império Otomano - chefiado pela etnia predominante no que hoje é conhecido como Turquia, país onde foi concebido - protagonizou um genocídio que em 2015 completa 100 anos. Já falei nisso há três anos (Blog 20/05/12), portanto, neste triste centenário, resolvi abordar outro ângulo armeniano, o da comunidade palestina.
Como os outros palestinos muçulmanos e cristãos, os palestinos cristãos de descendência armeniana sofrem pressão incessante e crescente dos colonos judeus imigrantes e do governo israelense em seu processo de "Judaisation of Jerusalem" - Judeinização da Jerusalém através da desapropriação residencial dos nativos e da política de "desislamizar" e "descristianizar" a cidade antiga que é dividida entres as três religiões monoteístas. Os padres estão sendo tão perseguidos quanto os imãs. Os colonos de extrema-direita andam atacando cada vez mais os armenianos residentes do bairro que lhes foi consagrado na divisão da cidade.
Em 1948, antes da auto-determinação do Estado de Israel e da consequente Naqba, havia cerca de 15.000 armenianos morando em seu bairro. Hoje, apenas 4.500. Eles foram, como os demais palestinos que ali moravam há séculos e milênios, paulatinamente desapropriados de seu patrimônio e "encorajados" a emigrar na marra. Estes palestino-armenianos são descendentes de imigrantes do Século IV, que resolveram deixar a Armênia para a Terra Santa e conviver em paz com os nativos cristãos como eles e muçulmanos.
Apesar da expansão das colônias/invasões judias em todas as partes de Jerusalém, legalmente palestina, o bairro armeniano conseguiu limitar a construção destas invasões estrangeiras destoantes. O historiador e porta-voz da Igreja armeniana em Jerusalém, Kevork Hintlian, conta: "Israel pushes the issue of the Armenian Quarter in every round of negotiations, and they are trying to get in bit by bit. The battle here is house by house. We are not the objectives of the Israelis, but we occupy a huge chunk of Jerusalem. The fact that we're here is an obstacle for them, bu we've been here for 1.600 yeras and we're not going anywhere."
Dois terços da comunidade armeniana foi forçada ao êxodo durante a Naqba. Outros foram expulsos em 1967 quando Israel ocupou a Cisjordânia. Os problemas atuais da comunidade são políticos e econômicos. Quem conhece Jerusalém sabe que os moradores da cidade antiga vivem dos sítios históricos que atraem visitantes católicos, cristãos ortodóxos e protestantes do mundo inteiro - negócio abocanhado a 80% pelas agências israelenses cujos guias ignoram o local e a importância de nosso patrimônio religioso e por isso vendem gato por lebre aos turistas ocidentais, enquanto que há agências palestinas com guias cristãos nativos que conhecem os meandros e a história da cidade aprendida na família e nas aulas de catecismo.
"I don't think in the last 1.400 years we've ever confronted problems as big as those we are facing today. The economic situation is the biggest challenge facing us today. Every family is struggling to survive on their own," disse Benny Shohmelian, dono de um hotel perto de Belém. "Many are unable to come back because of Israel's "centre of life" policy," which requires Palestinian residents of East Jerusalem to prove that the majority of their life activities take place in the city and revokes their right to live there if they do not for seven years in a row. Young Palestinians who study and take jobs abroad often find themselves in exile if they fail to return in seven years." O retorno esporádico é dificultado ao máximo pelas autoridades israelenses justamente para bani-los de sua terra sem expulsá-los claramente. Só impedindo a volta neste período e depois de formados.
A política israelense de judeinização da cidade palestina começou durante os Acordos de Oslo. A estratégia é de intimidar e desapropriar os proprietários ancestrais dos imóveis a fim de instalar judeus de outras paragens com subsídios extraordinários para os recém-chegados. O objetivo é atingir o mínimo de 70 por cento de presença judia por bairro para que os estrangeiros predominem, dominem e tornem insuportável a vida dos indomáveis nativos que teimarem em ficar em suas propriedades residenciais e comerciais. Estes "teimosos" que ficam, quando tentam construir ou reformar seus imóveis são confrontados a "insurmountable barriers" reconhecidas até pelo US State Department.
Voltando ao aniversário de 100 anos, os palestinos de orgiem armeniana, como no resto do mundo, reconhecem a importância da Turquia reconhecer o genocídio de 1915. Hintlian disse: "I don't need documents to rove my uncle was axed to death. Seventy members of my family were killed, and I know that. In a way, this cause has destroyed our lives. One hun,dred years, and we have not reached anywhere". e Shohmelian completou, "The more Turkey refuses to recognise, the more we hold onto this cause. It has become a political issue and a source of anger in our community worldwide."
Mas uma moça de sua comunidade, Annie Guluzian, ficou até ofendida quando o assunto do massacre de 1915 foi abordado: Don't ask me about the massacres that happened 100 years ago. I won't open [up about] those topics. Because if I do, I will start talking about my brother who was martyred by the Israelis in the [second] Intifada. The toll of the Israeli occupation in Palestine is what defines my life today. Not the past."
Ela tem razão. Pois além dos palestinos viverem os dramas e desmandos quotidianos da ocupação, os da diáspora vivem a tragédia de cortar o coração do exílio e de campos de refugiados como o de Yarmouk, na Síria, onde Assad e Al Bagdadi os consideram personae non gratae, e apátridas, embora tenham uma pátria ocupada que poderia acolhê-los de imediato. Se as leis internacionais fossem aplicadas.
Como os outros palestinos muçulmanos e cristãos, os palestinos cristãos de descendência armeniana sofrem pressão incessante e crescente dos colonos judeus imigrantes e do governo israelense em seu processo de "Judaisation of Jerusalem" - Judeinização da Jerusalém através da desapropriação residencial dos nativos e da política de "desislamizar" e "descristianizar" a cidade antiga que é dividida entres as três religiões monoteístas. Os padres estão sendo tão perseguidos quanto os imãs. Os colonos de extrema-direita andam atacando cada vez mais os armenianos residentes do bairro que lhes foi consagrado na divisão da cidade.
Em 1948, antes da auto-determinação do Estado de Israel e da consequente Naqba, havia cerca de 15.000 armenianos morando em seu bairro. Hoje, apenas 4.500. Eles foram, como os demais palestinos que ali moravam há séculos e milênios, paulatinamente desapropriados de seu patrimônio e "encorajados" a emigrar na marra. Estes palestino-armenianos são descendentes de imigrantes do Século IV, que resolveram deixar a Armênia para a Terra Santa e conviver em paz com os nativos cristãos como eles e muçulmanos.
Apesar da expansão das colônias/invasões judias em todas as partes de Jerusalém, legalmente palestina, o bairro armeniano conseguiu limitar a construção destas invasões estrangeiras destoantes. O historiador e porta-voz da Igreja armeniana em Jerusalém, Kevork Hintlian, conta: "Israel pushes the issue of the Armenian Quarter in every round of negotiations, and they are trying to get in bit by bit. The battle here is house by house. We are not the objectives of the Israelis, but we occupy a huge chunk of Jerusalem. The fact that we're here is an obstacle for them, bu we've been here for 1.600 yeras and we're not going anywhere."
Understanging Israel's grip of Jerusalem /oubo paulatino de Jerusalém
A política israelense de judeinização da cidade palestina começou durante os Acordos de Oslo. A estratégia é de intimidar e desapropriar os proprietários ancestrais dos imóveis a fim de instalar judeus de outras paragens com subsídios extraordinários para os recém-chegados. O objetivo é atingir o mínimo de 70 por cento de presença judia por bairro para que os estrangeiros predominem, dominem e tornem insuportável a vida dos indomáveis nativos que teimarem em ficar em suas propriedades residenciais e comerciais. Estes "teimosos" que ficam, quando tentam construir ou reformar seus imóveis são confrontados a "insurmountable barriers" reconhecidas até pelo US State Department.
Voltando ao aniversário de 100 anos, os palestinos de orgiem armeniana, como no resto do mundo, reconhecem a importância da Turquia reconhecer o genocídio de 1915. Hintlian disse: "I don't need documents to rove my uncle was axed to death. Seventy members of my family were killed, and I know that. In a way, this cause has destroyed our lives. One hun,dred years, and we have not reached anywhere". e Shohmelian completou, "The more Turkey refuses to recognise, the more we hold onto this cause. It has become a political issue and a source of anger in our community worldwide."
Mas uma moça de sua comunidade, Annie Guluzian, ficou até ofendida quando o assunto do massacre de 1915 foi abordado: Don't ask me about the massacres that happened 100 years ago. I won't open [up about] those topics. Because if I do, I will start talking about my brother who was martyred by the Israelis in the [second] Intifada. The toll of the Israeli occupation in Palestine is what defines my life today. Not the past."
Yarmouk, inferno na terra
O Islamic State of Iraq and the Levant (ISIL) que tem o acrônimo árabe de DAESH invadiu o campo de refugiados palestinos na Síria no dia 01° de abril. Desde então, sua selvageria tem sido incontrolável pelos resistentes palestinos que há meses já lutavam contra o sítio do Exército de Bashar el-Assad.
O que aconteceu e está acontecendo em Yarmouk é mais um terrível golpe aos palestinoes. Durante as décadas de organização administrativa exemplar dos refugiados, Yarmouk virara um bairro comum de Damasco, com a diferença de ser autônomo, auto-suficiente, e apátrida, como as centenas de milhares de palestinos espalhados pelo mundo árabe, e por América, Europa e Ásia.
Os palestinos são um povo indomável, com raízes inarrancáveis e têm uma capacidade de resistência incomparável. É por isso que seus campos de refugiados são fora do comum, nada a ver com barracas improvisadas e sociedade governada por organismos humanitários e internacionais.
Yarmouk era a vitrine viva e dinâmica da capacidade palestina de combater a adversidade com organização e eficiência. A tal ponto que era considerado a capital dos palestinos da diáspora. A primeira coisa que os refugiados fizeram quando foram forçados ao êxodo e seu retorno lhes foi vedado, foi edificar imóveis dignos onde instalaram suas famílias, seus negócios e seus centros administrativos para criarem os filhos como gente honrada e não como indigentes desgovernados.
A organização sócio-administrativa existe em todos os campos de refugiados palestinos. Eles funcionam como um município administrado por representantes político-sociais e judiciário. Os palestinos nunca buscam caridade e sim educação e produtividade para poderem viver com dignidade e os filhos se orgulharem de suas origens arraigadas.
Afez el-Assad, o pai de Bashar, recebeu milhares de refugiados palestinos durante a Naqba e permitiu que se instalassem na Síria, como no Líbano, sem interferir em sua organização interna e sem ajuda do Estado. A tolerância e a civilidade reinavam, ao ponto de Damasco ser a base do líder do Hamas Khaled Meshaal. Assim os palestinos sobreviveram no exílio durante anos, até a guerra civil começar durante a Primavera Árabe. Khaled Meshaal tomou o partido dos rebeldes, abandonou o ex-padrinho Bashar e mudou-se para o Qatar sob as asas do Emir de lá; Doha virou sua nova base e seus compatriotas palestinos ficaram em Yarmouk e outros campos à mercê da ira de Bashar.
Vale lembrar que os Assad de pai para filho sempre defenderam a causa palestina. Bashar virou-se contra os refugiados talvez por despeito e raiva de eles terem cuspido no prato que comeram não o apoiando na hora que precisava deles. A posição dos palestinos, a de aderirem aos grupos rebeldes sírios, era compreensível, considerando sua sede de democracia. Porém, apesar da jornalista da CNN tentar forçar o responsável da ONU a dizer o contrário em um dos vídeos de hoje, o comportamento de seus soldados em Yarmouk está longe da crueldade do ISIL.
O Daesh invadiu o campo espalhando terror e esperando ser recebido com abraços e apoio para invadir Damasco, contudo, foi recebido com balas. Pois entre todos os países árabes, os palestinos são os mais civilizados e mais bem educados. Detestam violência e a educação é prioritária em todos os lares. E educação é incompatível com instintos bárbaros de movimentos extremistas como o ISIL e o al-Qaeda. Por isso resistiram à selvageria destes extremistas com armas e estes para-militares foram esmagando tudo à sua passagem.
A situação é de arrepiar os cabelos. É como a IDF na Faixa de Gaza se os soldados israelenses pudessem dar vazão a seus instintos sanguinários sem se preocuparem com a comunidade internacional.
Yarmouk contava com 180 mil habitantes que viviam normalmente. Hoje sobraram 18 mil, muitos deles combatentes e outro morrendo de fome e sede.
Um refugiado palestino anônimo que conseguiu escapar de Yarmouk para Yalda contou: "It was a mess. They [ISIL] came in from Hajar al-Aswad area, and then not only were they barbaric, but the regime shelling of the camp intensified even more. It was more barrel bombs everywhere. "I'm depressed," he said. "I mean, even after enduring a three-year-long siege, we still remained in the camp. [Now we] have to leave after a group of barbarians entered the camp, beheading people." Um compatriota que ficou em Yarmouk disse: "I'm depressed. I mean, even after enduring a three-year-long siege, we still remained in the camp. [Now we] have to leave after a group of barbarians entered the camp, beheading people."
Assad passou quase dois anos tentando sufocar a rebeldia dos palestinos em Yarmouk por ficar pertinho de Damasco. A água corrente foi cortada, alimentos e medicamentos foram barrados pelos soldados e de semana a semana o campo que era conhecido como a capital da diáspora palestina foi passando de 180 mil habitantes aos 18 mil de hoje, que se dividem em combatentes e famílias incapacitadas de fugir e morrendo de sede e fome. O ISIL, através de sua filial síria Al-Nusra, conquistou 70 por cento do campo a bala, ferro e fogo, literalmente. Os resistentes palestinos - Aknaf Beit Al-Maqdis, próximos do Hamas - foram sendo derrubados um a um e há poucos sobreviventes.
Hoje Yarmouk vive em estado de sítio dentro de outro sítio. Como disse Salim Salamah sobre seus compatriotas que ficaram no campo "the rest of the Palestinians that stayed in Yarmouk are trapped in a siege within a siege".
Trinta por cento da Síria já caiu no controle do ISIL cujo objetivo é tomar Damasco. O grupo extremista conseguiu tal avanço do mesmo jeito que no Iraque - "buying loyalties, creating sleeper cells [and] exploiting local rivalries," segundo Hassan Hassan, especialista do ISIL e colunista do The National. Foi por isso que em Yarmouk a selvageria igualou e até suplantou a de Yazidi, porque nem os kurdos nem os palestinos têm preço porque lutam por um ideal, pela sobrevivência de sua identidade, por uma nação que naufraga. Os demais, inclusive muitos dos "rebeldes" sírios pseudo-idealistas que combatiam Assad por outros grupos nacionais, caíram na armadilha do dinheiro fácil e de promessas de uma vida 'melhor' dentro de um Estado Islâmico que está sendo conquistado em cima de um mar de sangue e lágrimas. Segundo Hassan, “Daesh wants to control the camp in order to announce a ‘state of Damascus,’” O que é pouco provável que Daesh consiga porque Damasco virou uma fortaleza. Nenhuma capital do mundo está ou esteve tão fortificada. Assad a transformou em um bunker que vai ser dificílimo de tomar. A tomada de Trípoli serviu de lição.
Muitos acusam Bashar de negligência voluntária em Yarmouk, como é o caso de Lina Khatib, diretora do Carnegie Middle East Center em um op-ed para a CNN: The regime did not stand in the way of ISIS fighters who raided the camp” but rather “calculated that ISIS’ takeover … would achieve a much bigger gain: sparking a rift within Al-Nusra." Se ela tiver razão, a estratégia de Assad pode vingar.
Rifai não culpa só Assad de Yarmouk ter ficado ao Deus dará. Culpa também a diáspora palestina por causa de suas divergências. "The Palestinian diaspora in and outside Syria has been split over the war from the beginning. The Assad regime, Lund noted, has “for decades cultivated a set of loyal Palestinian factions,” some of which were used to crack down on demonstrations in the camps and later took up arms against the rebellion. In 2012, during the early days of the conflict, a pro-Assad Palestinian faction controlled much of Yarmouk before being chased out by Free Syrian Army rebels."
Acontece que os palestinos era que qualquer que fosse o lado que tomassem, seriam prejudicados. Sobretudo seus líderes. Os últimos a abandonarem o desprovido de alimento foram os chefes da OLP - Palestinian Liberation Organization, em 2013. Desde então, não ficou nenhum líder nem do Fatah, nem do Hamas, nem de nenhum outro partido. "The PLO, therefore, is “complicit in the killing of Palestinian civilians,” reads a recent statement from local Palestinian activists. “Through their abandoning of the camp … the PLO has given it to ISIL and the regime on a golden platter.”
O problema maior dos palestinos é que enquanto cerca de 4 milhões de sírios conseguiram fugir do país , os refugiados palestinos que vivem na Síria não têm para onde ir, já que os vizinhos Jordânia, Líbano e Turquia proibiram a maioria dos refugiados de cruzar suas fronteiras porque não têm passaporte, já que na Naqba Israel não lhes roubou apenas casa e terra, roubou-lhes também nacionalidade.
Sua frustração é compreensível por causa da debandada dos líderes políticos, inclusive Khaled Meshaal, para lugares mais seguros. Porém, não adiantava nada nehum deles ficar lá porque perderiam a voz internacional como os que ficaram. Fora, puderam chamar a atenção da mídia para os horrores que seus compatriotas estavam e estão vivendo.
No dia 06 de abril, Ahmad al-Majdalani, do comitê executivo da OLP responsádel por Yarmouk disse que uma delegação palestina ia tentar encontrar uma solução; antes da invasão do Daesh, fora várias vezes à Síria, em vão.
Asaad Abdul Rahman, um membro independente da OLP e analista político palestino, disse que a OLP não tem como resolver o problema porque estaria interferindo em questões internas de país alheio. "The PLO has been helping Palestinians that fled the camp. However, as we learned from what happened in Jordan, Lebanon, and Iraq, it is detrimental when we interfere in ongoing internal Arab affairs. It is as a 'catch 22', where whatever we [the PLO] do, we can't win".
O que é um fato incontestável.
Abdul acha que o único jeito de socorrer seus compatriotas de Yarmouk é ajudá-los a instalar-se em outros lugares em sua via crucis de refugiados. "There are so many sides to this. You have ISIL at one end, and the regime at another. If we ask the regime for instance to release the Palestinian prisoners held in prisons, they will reply that we ask ISIL to release the Syrians they have captured. It's not an easy task, and we cannot interfere in their internal politics."
Na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e os palestinos da diáspora com alguma influência, não param de soar o alarme nas embaixadas estrangeiras, na ONU e na mídia internacional. A tal ponto que até a CNN e a BBC que estão controladas pelo lobby sionista foram obrigadas a abordar o assunto e ter de dizer, a contragosto e en passant, que os palestinos de Yarmouk já são refugiados. Indomáveis.
Uma coalizão de vários grupos palestinos fez inclusive uma declaração conjunta: "We are standing today, the Palestinian people and those in solidarity with the Palestinian cause all over the world united as one people in solidarity with Yarmouk, to take action to rescue whatever is left to rescue there, and to support the residents of Yarmouk in their battle right now to liberate the camp."
O ativista Abir Kopty, blogueiro baseado em Berlin, disse: "So far, we've only been hearing empty statements from the PLO. They need to engage in intensive and immediate contacts with the regime, and international human rights organisations to ensure safe passage to the Palestinian and Syrian residents of besieged Yarmouk and to ensure no one is detained by the regime if they leave the camp." Mas omitiu que o correto é que a comunidade internacional obrigasse Israel a deixá-los retornar à terra de seus ancestrais.
Diante deste desastre, da impotência da OLP e da falta de perspectiva de moradia definitiva em sua própria pátria, nosso anônimo disse com amargura: "Forgive me, but now there is nothing left to say. Pray for us."
O que aconteceu e está acontecendo em Yarmouk é mais um terrível golpe aos palestinoes. Durante as décadas de organização administrativa exemplar dos refugiados, Yarmouk virara um bairro comum de Damasco, com a diferença de ser autônomo, auto-suficiente, e apátrida, como as centenas de milhares de palestinos espalhados pelo mundo árabe, e por América, Europa e Ásia.
Os palestinos são um povo indomável, com raízes inarrancáveis e têm uma capacidade de resistência incomparável. É por isso que seus campos de refugiados são fora do comum, nada a ver com barracas improvisadas e sociedade governada por organismos humanitários e internacionais.
Yarmouk era a vitrine viva e dinâmica da capacidade palestina de combater a adversidade com organização e eficiência. A tal ponto que era considerado a capital dos palestinos da diáspora. A primeira coisa que os refugiados fizeram quando foram forçados ao êxodo e seu retorno lhes foi vedado, foi edificar imóveis dignos onde instalaram suas famílias, seus negócios e seus centros administrativos para criarem os filhos como gente honrada e não como indigentes desgovernados.
A organização sócio-administrativa existe em todos os campos de refugiados palestinos. Eles funcionam como um município administrado por representantes político-sociais e judiciário. Os palestinos nunca buscam caridade e sim educação e produtividade para poderem viver com dignidade e os filhos se orgulharem de suas origens arraigadas.
Afez el-Assad, o pai de Bashar, recebeu milhares de refugiados palestinos durante a Naqba e permitiu que se instalassem na Síria, como no Líbano, sem interferir em sua organização interna e sem ajuda do Estado. A tolerância e a civilidade reinavam, ao ponto de Damasco ser a base do líder do Hamas Khaled Meshaal. Assim os palestinos sobreviveram no exílio durante anos, até a guerra civil começar durante a Primavera Árabe. Khaled Meshaal tomou o partido dos rebeldes, abandonou o ex-padrinho Bashar e mudou-se para o Qatar sob as asas do Emir de lá; Doha virou sua nova base e seus compatriotas palestinos ficaram em Yarmouk e outros campos à mercê da ira de Bashar.
Vale lembrar que os Assad de pai para filho sempre defenderam a causa palestina. Bashar virou-se contra os refugiados talvez por despeito e raiva de eles terem cuspido no prato que comeram não o apoiando na hora que precisava deles. A posição dos palestinos, a de aderirem aos grupos rebeldes sírios, era compreensível, considerando sua sede de democracia. Porém, apesar da jornalista da CNN tentar forçar o responsável da ONU a dizer o contrário em um dos vídeos de hoje, o comportamento de seus soldados em Yarmouk está longe da crueldade do ISIL.
O Daesh invadiu o campo espalhando terror e esperando ser recebido com abraços e apoio para invadir Damasco, contudo, foi recebido com balas. Pois entre todos os países árabes, os palestinos são os mais civilizados e mais bem educados. Detestam violência e a educação é prioritária em todos os lares. E educação é incompatível com instintos bárbaros de movimentos extremistas como o ISIL e o al-Qaeda. Por isso resistiram à selvageria destes extremistas com armas e estes para-militares foram esmagando tudo à sua passagem.
A situação é de arrepiar os cabelos. É como a IDF na Faixa de Gaza se os soldados israelenses pudessem dar vazão a seus instintos sanguinários sem se preocuparem com a comunidade internacional.
Yarmouk contava com 180 mil habitantes que viviam normalmente. Hoje sobraram 18 mil, muitos deles combatentes e outro morrendo de fome e sede.
Um refugiado palestino anônimo que conseguiu escapar de Yarmouk para Yalda contou: "It was a mess. They [ISIL] came in from Hajar al-Aswad area, and then not only were they barbaric, but the regime shelling of the camp intensified even more. It was more barrel bombs everywhere. "I'm depressed," he said. "I mean, even after enduring a three-year-long siege, we still remained in the camp. [Now we] have to leave after a group of barbarians entered the camp, beheading people." Um compatriota que ficou em Yarmouk disse: "I'm depressed. I mean, even after enduring a three-year-long siege, we still remained in the camp. [Now we] have to leave after a group of barbarians entered the camp, beheading people."
Assad passou quase dois anos tentando sufocar a rebeldia dos palestinos em Yarmouk por ficar pertinho de Damasco. A água corrente foi cortada, alimentos e medicamentos foram barrados pelos soldados e de semana a semana o campo que era conhecido como a capital da diáspora palestina foi passando de 180 mil habitantes aos 18 mil de hoje, que se dividem em combatentes e famílias incapacitadas de fugir e morrendo de sede e fome. O ISIL, através de sua filial síria Al-Nusra, conquistou 70 por cento do campo a bala, ferro e fogo, literalmente. Os resistentes palestinos - Aknaf Beit Al-Maqdis, próximos do Hamas - foram sendo derrubados um a um e há poucos sobreviventes.
Hoje Yarmouk vive em estado de sítio dentro de outro sítio. Como disse Salim Salamah sobre seus compatriotas que ficaram no campo "the rest of the Palestinians that stayed in Yarmouk are trapped in a siege within a siege".
Barrel bombs on Aleppo, mas em Yarmouk também
Só com os palestinos acontece uma coisa inusitada como esta. Um dos residentes que conseguiu escapar da invasão bárbara, Farouk al-Rifai, um militante do Hamas, descreveu o caos: "pitched street battles have broken out and sniper fire from roofs has killed fighters and civilians alike. The last remaining relief workers in the camp have been forced to flee after several were killed and others were kidnapped by ISIL. Meanwhile, regime warplanes add to the chaos by dropping barrel bombs [barris-bomba, barris de aço cheios de explosivos e munições]“ all over the camp — north, south, east and west,” Salamah disse. "People are running out of food, but “they can’t leave their houses to find it because they don’t know where clashes on the ground will take place.”Trinta por cento da Síria já caiu no controle do ISIL cujo objetivo é tomar Damasco. O grupo extremista conseguiu tal avanço do mesmo jeito que no Iraque - "buying loyalties, creating sleeper cells [and] exploiting local rivalries," segundo Hassan Hassan, especialista do ISIL e colunista do The National. Foi por isso que em Yarmouk a selvageria igualou e até suplantou a de Yazidi, porque nem os kurdos nem os palestinos têm preço porque lutam por um ideal, pela sobrevivência de sua identidade, por uma nação que naufraga. Os demais, inclusive muitos dos "rebeldes" sírios pseudo-idealistas que combatiam Assad por outros grupos nacionais, caíram na armadilha do dinheiro fácil e de promessas de uma vida 'melhor' dentro de um Estado Islâmico que está sendo conquistado em cima de um mar de sangue e lágrimas. Segundo Hassan, “Daesh wants to control the camp in order to announce a ‘state of Damascus,’” O que é pouco provável que Daesh consiga porque Damasco virou uma fortaleza. Nenhuma capital do mundo está ou esteve tão fortificada. Assad a transformou em um bunker que vai ser dificílimo de tomar. A tomada de Trípoli serviu de lição.
Muitos acusam Bashar de negligência voluntária em Yarmouk, como é o caso de Lina Khatib, diretora do Carnegie Middle East Center em um op-ed para a CNN: The regime did not stand in the way of ISIS fighters who raided the camp” but rather “calculated that ISIS’ takeover … would achieve a much bigger gain: sparking a rift within Al-Nusra." Se ela tiver razão, a estratégia de Assad pode vingar.
Rifai não culpa só Assad de Yarmouk ter ficado ao Deus dará. Culpa também a diáspora palestina por causa de suas divergências. "The Palestinian diaspora in and outside Syria has been split over the war from the beginning. The Assad regime, Lund noted, has “for decades cultivated a set of loyal Palestinian factions,” some of which were used to crack down on demonstrations in the camps and later took up arms against the rebellion. In 2012, during the early days of the conflict, a pro-Assad Palestinian faction controlled much of Yarmouk before being chased out by Free Syrian Army rebels."
Acontece que os palestinos era que qualquer que fosse o lado que tomassem, seriam prejudicados. Sobretudo seus líderes. Os últimos a abandonarem o desprovido de alimento foram os chefes da OLP - Palestinian Liberation Organization, em 2013. Desde então, não ficou nenhum líder nem do Fatah, nem do Hamas, nem de nenhum outro partido. "The PLO, therefore, is “complicit in the killing of Palestinian civilians,” reads a recent statement from local Palestinian activists. “Through their abandoning of the camp … the PLO has given it to ISIL and the regime on a golden platter.”
O problema maior dos palestinos é que enquanto cerca de 4 milhões de sírios conseguiram fugir do país , os refugiados palestinos que vivem na Síria não têm para onde ir, já que os vizinhos Jordânia, Líbano e Turquia proibiram a maioria dos refugiados de cruzar suas fronteiras porque não têm passaporte, já que na Naqba Israel não lhes roubou apenas casa e terra, roubou-lhes também nacionalidade.
ISIL claims Yarmouk capture on April 6th
Tanto os palestinos que conseguiram fugir do inferno quanto os que continuam em Yarmouk estão com raiva da OLP e da comunidade internacional por não terem intervindo durante o sítio e ter permitido a invasão do DAESH.
Os que ficaram no campo estão mais coesos do que nunca. "We only have each other. We seek shelter with each other. Everyone else failed us," disse um deles. Já fazem mais de 220 dias que Yarmouk está privado de água e comida. Um terço dos refugiados palestinos na Síria vivia em Yarmouk. Como já disse acima, apenas dez por cento da população continuam lá. Os demais foram assassinados ou forçados ao êxodo, de novo, para áreas como Yalda e Beit Sahem cuja situação também é precária. Alguns conseguiram ir para países árabes vizinhos ou para a Europa. Mas o fato é que deveriam era poder voltar para a terra deles, a Palestina, e ocupar as terras que os colonos judeus lhes tomaram.
Um pão em Yarmouk está custando US$10, quando se encontra um de contrabando. "We are waiting for death to knock on the door", disse um dos sobreviventes no meio de prédios destruídos, lojas fechadas, em um campo que até 2011 respirava vida e prosperidade.
"There is nothing. No food. No water. Bombs on our heads and silence from the international community," disse Amjad, um ativista palestino que não se preocupa em ser identificado e que pede que seus compatriotas que fugiram, voltem: "It is no longer about resistance. It's about remaining. It's our existence."
A este pedido, seu compatriota que escapou e quer ficar anônimo responde: "I will never return with ISIL in the camp. And even if they leave, the camp is gone, destroyed... All of it is gone. There is a failure on all ends: the Palestinian factions, the Palestinian Authority, opposition forces.""There is nothing. No food. No water. Bombs on our heads and silence from the international community," disse Amjad, um ativista palestino que não se preocupa em ser identificado e que pede que seus compatriotas que fugiram, voltem: "It is no longer about resistance. It's about remaining. It's our existence."
Sua frustração é compreensível por causa da debandada dos líderes políticos, inclusive Khaled Meshaal, para lugares mais seguros. Porém, não adiantava nada nehum deles ficar lá porque perderiam a voz internacional como os que ficaram. Fora, puderam chamar a atenção da mídia para os horrores que seus compatriotas estavam e estão vivendo.
No dia 06 de abril, Ahmad al-Majdalani, do comitê executivo da OLP responsádel por Yarmouk disse que uma delegação palestina ia tentar encontrar uma solução; antes da invasão do Daesh, fora várias vezes à Síria, em vão.
Asaad Abdul Rahman, um membro independente da OLP e analista político palestino, disse que a OLP não tem como resolver o problema porque estaria interferindo em questões internas de país alheio. "The PLO has been helping Palestinians that fled the camp. However, as we learned from what happened in Jordan, Lebanon, and Iraq, it is detrimental when we interfere in ongoing internal Arab affairs. It is as a 'catch 22', where whatever we [the PLO] do, we can't win".
O que é um fato incontestável.
Abdul acha que o único jeito de socorrer seus compatriotas de Yarmouk é ajudá-los a instalar-se em outros lugares em sua via crucis de refugiados. "There are so many sides to this. You have ISIL at one end, and the regime at another. If we ask the regime for instance to release the Palestinian prisoners held in prisons, they will reply that we ask ISIL to release the Syrians they have captured. It's not an easy task, and we cannot interfere in their internal politics."
Na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e os palestinos da diáspora com alguma influência, não param de soar o alarme nas embaixadas estrangeiras, na ONU e na mídia internacional. A tal ponto que até a CNN e a BBC que estão controladas pelo lobby sionista foram obrigadas a abordar o assunto e ter de dizer, a contragosto e en passant, que os palestinos de Yarmouk já são refugiados. Indomáveis.
Uma coalizão de vários grupos palestinos fez inclusive uma declaração conjunta: "We are standing today, the Palestinian people and those in solidarity with the Palestinian cause all over the world united as one people in solidarity with Yarmouk, to take action to rescue whatever is left to rescue there, and to support the residents of Yarmouk in their battle right now to liberate the camp."
Palestinos combatendo o ISIS e Exército sírio em Yarmouk
Embora a OLP esteja realmente providenciando um corredor de segurança para evacuação de seus compatriotas refugiados em Yarmouk e em outros campos da Síria, a organização palestina não tem capacidade nem possibilidade de fornecer nenhuma segurança a seus compatriotas, que querem mesmo é retornar a seu país natal, a Palestina.
Diante deste desastre, da impotência da OLP e da falta de perspectiva de moradia definitiva em sua própria pátria, nosso anônimo disse com amargura: "Forgive me, but now there is nothing left to say. Pray for us."
Além de rezar, temos de fazer tudo para que justiça seja feita usando nossa voz e boicotando os produtos israelenses e batalhar pelo respeito das leis internationais: Estado da Palestina nas fronteiras de 1967, solução justa do drama dos refugiados, e Jerusalém como capital.
Como dizia o Mahatma Ghandi, "The main challenge of power is not to get people see something is wrong. The challenge is get them to act on what they already know is wrong. What gets people to act is when they see people suffer for a just cause".
Nós vimos e vemos os palestinos sofrerem por sua causa justa. Agir em favor deles é agir em favor do humanismo puro e simples.
Pierre Krähenbühl, da UNRWA, tenta explicar a realidade de Yarmouk à âncora da CNN que quer forçá-lo a só criticar Bashar el Assad e evitar que o suíço diga o porquê dos palestinos viverem neste campo de refugiados.
Por incrível que pareça, a última fabulação de Israel para justificar a Operation Protective Edge que destruiu bairros inteiros, toda a infra-estrutura pública e matou mais de dois mil palestinos (531 crianças), e deixou mais de dez mil feridos graves (cerca de 4 mil meninos) na FAixa de Gaza em 2014, é a seguinte: "Mohammed Deif [comandante da ala militar do Hamas] dragged Israel and Hamas into the last conflict by planning a tunnel attack near Kerem Shalom in early July, then escalating after the army thwarted the attcak", ousou publicar no Haaretz o jornalista israelense Amos Harel, aderindo à hasbara de seu governo. Infelizmente, ele não é o unico a sucumbir à pressão do lobby sionista e reescrever a história imediata. Até a Anistia Internacional "viu-se obrigada" a moderar suas críticas a Israel e a atacar o Hamas. Uma vergonha. Sobretudo quando se sabe que o bloqueio israelense continua, implacável.
Don't forget Gaza! Lembre-se de Gaza!
Killing in Gaza, Saving in Nepal: Israel's international hypocrisy
Gideon Levy: "Israel doesn’t have to go all the way to Kathmandu to save lives; it would be enough to lift the siege it imposes an hour’s drive from Tel Aviv and let Gaza be rebuilt.
The uniform is the same uniform. It’s the uniform whose wearers blew up hundreds of homes and schools and clinics in Gaza last summer. It’s the uniform whose wearers periodically shoot teenagers and children throwing stones and peaceful demonstrators in the West Bank. It’s the uniform that every night invades homes and brutally pulls people out of bed, often for needless and politically motivated arrests. It’s the uniform that blocks people’s freedom of movement in their own land. It’s the uniform that’s been abusing an entire people for decades.
Now its wearers are saving lives for the cameras. The evil army in Palestine has become the salvation army in Nepal.
The Israeli rescuers in Nepal are certainly infused with good intentions. The reserve soldiers among them told of dropping everything to join the effort. They are definitely good people who enlisted to help Israelis and Nepalese. It’s very moving to see a preemie being carried to safety by an IDF soldier.
But we cannot forget that wearing that same uniform, the IDF kills babies by the dozens; a B’tselem report released last week listed 13 instances in which homes were blown up in Gaza, killing 31 babies and 39 children. He who did this to dozens of babies needs an intolerable measure of chutzpah to dare be photographed with a baby rescued from an earthquake and to boast of his humanitarianism.
Because after all, boasting is the name of the game. That’s a fact. Let’s show ourselves, and particularly the rest of the world, how wonderful we are, how the IDF is really the absolutely most moral army in the world.
“Have you seen any Iranian rescue planes?” asked a propagandist in disguise yesterday. “A model state,” “The beautiful Israel,” “The Israeli flag among the ruins,” “The pride.” “Our delegation of ministering angels represents the universal values of our people and our country,” the president said. “These are the true faces of Israel – a country prepared to assist at any distance at such moments,” the prime minister said.
Ministering angels? The country’s true face? Perhaps. But that angelic face also has a dark, satanic side, one that kills babies, not only saves them. When that’s the case, one cannot speak of “universal values.” One cannot speak of values at all. There is simply no right to do so. To see Avigdor Lieberman, the bully who preaches at every turn to bomb, shell and destroy, speak of humanitarianism?
There are countries that aren’t providing as much generous aid as Israel, but there isn’t a single country behaving with such hypocrisy – killing in Gaza, saving in Nepal, and presenting itself as Mother Teresa. There is no other country that so exploits every opportunity to propagandize and shower itself with syrupy, embarrassing self-adulation ad nauseam.
Babies die in the child warehouses at the Tel Aviv central bus station not from some force majeure, but because of a cruel immigration policy. The IDF isn’t saving those babies. There was an earthquake in Gaza during Operation Protective Edge; the rubble has not been cleared to this day, and most of those who lost their homes remain homeless. No one has visited Gaza recently without being shocked to their very core. And that earthquake was manmade; it was the work of the IDF, the same IDF that’s in Nepal.
Israel doesn’t have to go all the way to Kathmandu to save lives; it would be enough to lift the siege it imposes an hour’s drive from Tel Aviv and let Gaza be rebuilt. It would be enough to allow the 2 million people who live there a bit of freedom. It would enough to decide that during the next attack, which is inevitable, the IDF will act differently. That the same IDF now engaged in rescue will not commit more war crimes. That it will uphold international law, and perhaps even those “universal values” Israel is gloating about now. That the same IDF now hugging babies will not bomb homes with babies inside them.
But all this is of course much harder than sending a 747 to Kathmandu and setting up the largest possible, best-equipped field hospital in front of the accompanying army of reporters, and applauding the beautiful, virtuous, moral Israel." 30/04/2015
The uniform is the same uniform. It’s the uniform whose wearers blew up hundreds of homes and schools and clinics in Gaza last summer. It’s the uniform whose wearers periodically shoot teenagers and children throwing stones and peaceful demonstrators in the West Bank. It’s the uniform that every night invades homes and brutally pulls people out of bed, often for needless and politically motivated arrests. It’s the uniform that blocks people’s freedom of movement in their own land. It’s the uniform that’s been abusing an entire people for decades.
Now its wearers are saving lives for the cameras. The evil army in Palestine has become the salvation army in Nepal.
The Israeli rescuers in Nepal are certainly infused with good intentions. The reserve soldiers among them told of dropping everything to join the effort. They are definitely good people who enlisted to help Israelis and Nepalese. It’s very moving to see a preemie being carried to safety by an IDF soldier.
But we cannot forget that wearing that same uniform, the IDF kills babies by the dozens; a B’tselem report released last week listed 13 instances in which homes were blown up in Gaza, killing 31 babies and 39 children. He who did this to dozens of babies needs an intolerable measure of chutzpah to dare be photographed with a baby rescued from an earthquake and to boast of his humanitarianism.
Because after all, boasting is the name of the game. That’s a fact. Let’s show ourselves, and particularly the rest of the world, how wonderful we are, how the IDF is really the absolutely most moral army in the world.
“Have you seen any Iranian rescue planes?” asked a propagandist in disguise yesterday. “A model state,” “The beautiful Israel,” “The Israeli flag among the ruins,” “The pride.” “Our delegation of ministering angels represents the universal values of our people and our country,” the president said. “These are the true faces of Israel – a country prepared to assist at any distance at such moments,” the prime minister said.
Ministering angels? The country’s true face? Perhaps. But that angelic face also has a dark, satanic side, one that kills babies, not only saves them. When that’s the case, one cannot speak of “universal values.” One cannot speak of values at all. There is simply no right to do so. To see Avigdor Lieberman, the bully who preaches at every turn to bomb, shell and destroy, speak of humanitarianism?
There are countries that aren’t providing as much generous aid as Israel, but there isn’t a single country behaving with such hypocrisy – killing in Gaza, saving in Nepal, and presenting itself as Mother Teresa. There is no other country that so exploits every opportunity to propagandize and shower itself with syrupy, embarrassing self-adulation ad nauseam.
Babies die in the child warehouses at the Tel Aviv central bus station not from some force majeure, but because of a cruel immigration policy. The IDF isn’t saving those babies. There was an earthquake in Gaza during Operation Protective Edge; the rubble has not been cleared to this day, and most of those who lost their homes remain homeless. No one has visited Gaza recently without being shocked to their very core. And that earthquake was manmade; it was the work of the IDF, the same IDF that’s in Nepal.
Israel doesn’t have to go all the way to Kathmandu to save lives; it would be enough to lift the siege it imposes an hour’s drive from Tel Aviv and let Gaza be rebuilt. It would be enough to allow the 2 million people who live there a bit of freedom. It would enough to decide that during the next attack, which is inevitable, the IDF will act differently. That the same IDF now engaged in rescue will not commit more war crimes. That it will uphold international law, and perhaps even those “universal values” Israel is gloating about now. That the same IDF now hugging babies will not bomb homes with babies inside them.
But all this is of course much harder than sending a 747 to Kathmandu and setting up the largest possible, best-equipped field hospital in front of the accompanying army of reporters, and applauding the beautiful, virtuous, moral Israel." 30/04/2015
Gaza facing worse fuel crisis / Sem energia não há vida (2015)
Israel wants Gaza's offshore gas fields / Israel quer roubar o petróleo de Gaza (2014)
Shovrim Shtika-Breaking the Silence 05/05/2008
Reservista das forças de ocupação israelense revela ter recebido ordens de matar civis em Gaza durante a Operation Protective Edge em 2014. The Independent, 05/05/2015.
'Any person you see – shoot to kill': The IDF doctrine which causes the death of innocent Palestinians. "As a former sniper with the Israeli army, I am calling for for an investigation of the events that took place in Gaza last year", says Ron Zaidel read more ›
Operation Protective Edge in Gaza: Prólogo do massacre
Abby Martin e Max Blumenthal (04/06/2014)
Relatório do Breaking de Silence comentado na Press TV
Relatório do Breaking de Silence comentado no TYT
Abby Martin e Max Blumenthal (04/06/2014)
Breaking the Silence
Relatório mostra como os soldados israelenses assassinaram civis em Gaza durante a Operation Protective Edge em 2014. The Washington Post, 05/05/2015.
New report details how Israeli soldiers killed civilians in Gaza: “There were no rules”.
The organization of Israeli soldiers known as “Breaking the Silence” released a report containing testimonies from more than 60 officers and soldiers from the Israel Defense Forces who served during the 50-day war against Hamas militants last summer...read more ›
The organization of Israeli soldiers known as “Breaking the Silence” released a report containing testimonies from more than 60 officers and soldiers from the Israel Defense Forces who served during the 50-day war against Hamas militants last summer...read more ›
Relatório do Breaking de Silence comentado na Press TV
Breaking the Silence
Relatório mostra como os soldados israelenses assassinaram civis em Gaza durante a Operation Protective Edge em 2014. The Telegraph, 05/05/2015.
Soldiers who took part in last year's Gaza conflict tell Breaking the Silence, the NGO run by former Israeli soldiers, that they were told "If you shoot someone in Gaza, it's cool, no big deal" . read more ›
Relatório do Breaking de Silence comentado na CNN
Breaking the Silence
Relatório mostra como os soldados israelenses assassinaram civis em Gaza durante a Operation Protective Edge em 2014. The Guardian, 05/05/2015. Israeli soldiers cast doubt on legality of Gaza military tactics. Testimonies of Israeli combatants about last year’s war show apparent disregard for safety of civilians, read more
Relatório do Breaking de Silence comentado no TYT
Breaking the Silence
Relatório mostra como os soldados israelenses assassinaram civis em Gaza durante a Operation Protective Edge em 2014. The Telegraph, 05/05/2015.
Israeli soldiers describe 'losing their sense of morality' during the Gaza conflict. Soldiers who took part in last year's Gaza conflict tell Breaking the Silence, the NGO run by former Israeli soldiers, that they were told "If you shoot someone in Gaza, it's cool, no big deal" . read more ›
Israeli soldiers describe 'losing their sense of morality' during the Gaza conflict. Soldiers who took part in last year's Gaza conflict tell Breaking the Silence, the NGO run by former Israeli soldiers, that they were told "If you shoot someone in Gaza, it's cool, no big deal" . read more ›
Operation Protective Edge in Gaza : The Real Story, by Chris Hedges
Breaking the Silence, The Report na íntegra
Avner Gvaryahu, reservista da IDF e um dos criadores de Breaking the Silence,
explica o Relatório e os depoimentos dos colegas em detalhes
Democracy Now (25')
Democracy Now: After Palestine overcomes US-Israeli pressure
and joins de ICC, will Gaza get justice? 13')
Avner Gvaryahu, reservista da IDF e um dos criadores de Breaking the Silence,
explica o Relatório e os depoimentos dos colegas em detalhes
Democracy Now (25')
Democracy Now: After Palestine overcomes US-Israeli pressure
and joins de ICC, will Gaza get justice? 13')
and joins de ICC, will Gaza get justice? 13')
Current Realities of the Israeli-Palestinian Conflict - 23/04/2015
Coluna de Uri Avnery: A Day and Night-mare
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