domingo, 7 de dezembro de 2014

Intifadas vs chacais

Faithwashing the History of Palestine

Cada Intifada tem sua característica, mas todas têm o mesmo objetivo: dos palestinos se rebelarem de maneira ativa contra o ocupante com atos concretos que o atinjam e o façam sentir pelo menos um ínfimo do que eles sentem no dia a dia.
A primeira Intifada aconteceu no fim da década de 80 e foi uma rebelião cidadã, espontânea, de desobediência civil através de greves e de outros tipos, numerosos atos pacíficos e uns tantos atos agressivos. Aconteceu com o propósito de ser a única, de dar uma sacudida em Israel para que entendesse que a justiça dos dois Estados autônomos e soberanos era a única solução possível.
Israel não entrou nos trilhos, aprendeu a lição que queria, ou seja, substituiu os funcionários palestinos importando mão de obra estrangeira para assim resolver o problema de mão de obra barata não mais se reproduzisse. O fato positivo da Intifada foi o retorno de Yasser Arafat com seus companheiros da OLP à Palestina após anos e anos de exílio. O tiro que saiu pela culatra, foi o incentivo de Israel ao incipiente Hamas.
A Segunda Intifada começou  no ano 2000 e como a desobediência civil era um recurso exaurido, a revolta nessa década foi militarizada sob a tutela de Yasser Arafat e do Fatah. Foi com ela que os palestinos conseguiram os Acordos de Oslo que não vingaram por causa dos assassinatos de Yitzak Rabin e depois o de Yasser Arafat, e também porque nem Rabin, apesar do mito de seu nome, parou a expansão das colônias judias na Cisjordânia. E foi por isso que Arafat "subvencionou" por baixo do pano seus 'braços' militares durante a Intifada.
Os atentados tiraram o sono dos israelenses do lado de cá e de lá da Linha Verde e até os habitantes de Tel Aviv saíram de sua bolha. Com esta Intifada os palestinos não conseguiram nada porque uma resistência militar sem apoio político era impossível. Sem Arafat, qualquer revolta tornou-se inviável, já que seu substituto Mahmoud Abbas chegou a perseguir não apenas os resistentes do Hamas, como também os do Fatah pondo muitos na cadeia a "pedido" de Israel, através de seu porta-voz Tony Blair - o sanguessuga insasiável.
Em junho de 2014 começou uma mini Intifada de uma nova geração que emerge e diz basta! Há um tipo de 'omerta' entre os jornalistas, políticos, diplomatas, que faz com que a palavra seja murmurada, cochichada, dita off the record mas ainda pouco escrita e declarada. Como se a palavra em si intimidasse até quem a diz em voz alta. Apesar da palavra ser evitada, um fato é um fato e não há como negá-lo. Os palestinos de Jerusalém sempre viveram atormentados, mas há alguns meses os invasores judeus também andam amedrontados; saem de casa com o coração nas mãos, temendo um atendado. Os colonos para-militares continuam a atirar ao alvo das presas fáceis que são os jovens e meninos palestinos desarmados.
O que fazer quando se revolta contra a quarta potência militar do planeta privado de recurso militar?
A repressão é dura e a mini-intifada talvez sucumba. Mas reemergirá com certeza. O ideal seria traduzir-se pela desobediência civil. Mas para isso precisaria de um líder. E a Autoridade Palestina esmagou todos os mais afoitos.
As colônias judias na Cisjordânia impedem que a IDF bombardeie sem reticências como faz em Gaza. Toda operação militar é terrestre. Porém, apesar do muro da vergonha, os colonos judeus, sobretudo os que ousaram se instalar em prédios de moradores palestinos em vez das colônias fortificadas, estão à mercê dos nativos invadidos e espezinhados. Daí até a França, cujo governo atual é sionista descarado, ter decidido jogar a carta retórica do Estado palestino que Barack Obama não ousa nem mencionar.

Portanto, na semana passada, foi a vez do parlamento francês aprovar um Estado da Palestina. Na Europa ocidental, foi o quarto país a fazer um gesto em favor dos palestinos. O da Suécia foi concreto com o reconhecimento do Executivo, direto (além dos 135 países da ONU que já reconhecem); na Espanha, a maioria absoluta dos deputados aprovou a demanda ao governo de formalizar o reconhecimento da Palestina como Estado; na Inglaterra o voto nas Câmaras parlamentares foi simbólico, porém extremamente crítico e claro na denúncia do culpado, Israel, e sua ocupação cruel e ilegal; e aí veio a moção simbólica aprovada no Parlamento francês no dia 02 de dezembro - 339 a favor, 151 contra - o reconhecimento do Estado da Palestina.
Moção sem ação positiva, no fundo, não representa nada para a Palestina além de um tapinha nas costas e um mea culpa velado por o presidente François Hollande ter indignado todos os franceses de boa vontade quando, durante a Operação bárbara Protective Edge em Gaza (julho/agosto) ter ligado para Binyamin Netanyahu, em pleno massacre, para dar-lhe apoio em seu "direito de defender-se" contra as centenas de mulheres e crianças que ele estava massacrando enquanto grupos de israelense se instalavam confortavelmente na fronteira com cervejas aplaudindo cada bomba. Na época, Hollande nem mencionou os gazauís, os palestinos, seu direito de defesa contra o ocupante que os bloqueia, esfomeia e "poda a grama" bombardeando.
Poir bem, o discurso do ministro das Relações Exteriores Laurent Fabius na Assembleia teve o mesmo tom protetor de Israel, mas com as nuâncias intelectuais de segundo e terceiro grau que caracterizam os franceses que falam algo para dizer o contrário. Eis o principal: " Far from being a semantic quarrel, the current motion is not en injunction but an invitation addressed by the government. So, there is no ambiguity over the issue of recognising the State of Palestine. The Parliament has the powers to decide, and it will do so, but under our Constitution, the exectuvie - and only the executive - is judge of the political expediency". E depois, "Alone or with the United States' assitance, both parties always managed to negotiate succesfully, howeever they failed to come to an agreement. particularly for domestic political reasons, the two sides failed to reach the final concessions imposed by signing a compromise. Therefore, we need to re-evaluate this method. We nedd to engage with both parties. Some suggest pressure from the international community will hel the two sides reach the indispensable final consensus and take the final step that will lead to peace."
Em seguida Fabius sugeriu uma conferência internacional (mais uma) e estabeleceu o prazo de dois anos para um ponto final. E aí deu o golpe mortal sem rodeios: "because in the absence of a time frame, how could we be sure this will not be just another process with no real prospect of success?"
On the record, Fabius não disse que a intenção do atual governo francês (sionista até a raiz dos cabelos) é facilitar o trabalho de Israel e não de ajudar a Palestina a livra-se do jugo da IDF, do Shin Bet e dos colonos judeus. Pois, se durante as tais negociações de dois anos os palestinos não concordarem em perder os quase 2/3 da Cisjordânia ocupada com as invasões judias que vão continuar aumentando, "Paris will not recognise the State of Palestine". Fabius não explicou o sentido das negociações e apenas acrescentou um prazo que permita justificar à base do partido socialista que o governo de François Hollande - que declara abertamente seu "love for Israel" em toda oportunidade e que se transformou em porta-voz da Casa Branca - que o governo tem alguma humanidade.
Não enganou ninguém, espero. Pois prazos já foram dados em todos os Acordos anteriores. No de Oslo (1993), patrocinado pela Noruega e fagocitado pelos EUA, o prazo para a Palestina ser Estado soberano nas fronteira das 1967 era de cinco anos. Este Acordo foi feito para acalmar os ânimos da Primeira Intifada que começou em 1987. O ano de 1999 chegou, passou, tudo piorou para os palestinos em vez de obterem o que fora estipulado, e aí veio a Segunda Intifada em 2000.
A reação da "comunidade internacional" foi então de convencer Israel a sentar à mesa e negociar. Não para fazer justiça e entregar aos palestinos o que lhes é devido, não, e sim para Israel parar de sofrer atentados. Então tiraram da cartola o coelho que chamaram de Road Map em 2003, ao qual Yasser Arafat resistiu até seu assassinato.
Com a ascensão ao poder de um Mahmoud Abbas mais do que conciliante, veio a vã conferência de Annapolis em 2007 em que Bush "called for a Palestinian state by 2009". Barack Obama o substituiu  e "called for the creation of a Palestinian state by 2011". Ambos prazos passaram e a importação de judeus só aumentou, o roubo de terra palestina foi acelerado, a vida dos palestinos se deteriorou na Cisjordânia e na Faixa de Gaza eles sobrevivem de teimosia.
Aí veio 2014, a Operação Brothers' keepers na Cisjordânia em junho com centenas de palestinos presos, a Operação Protective Edge na Faixa de Gaza com centenas de palestinos mortos e milhares de feridos, a Terceira Intifada mostrou a cara e está às portas de Israel, com ou sem muro, não haverá como parar a revolta, e por isso, os aliados incondicionais de Israel, que hoje se resumem aos Estados Unidos e a seus dois cães fieis França e Canadá, vêm com a solução chamativa da promessa de Estado e o velho prazo de dois anos. No fim dos quais, esperam que os palestinos já tenham se acalmado e Israel tenha já ocupado quase toda a Cisjordânia e massacrado mais uma vez os gazauís após continuar a esfomeá-los.
Laurent Fabius deu uma de Tony Blair, o chacal mor que preda e ajuda a depredar o Oriente Médio e além mares Mediterrâneo, Morto e Vermelho. No caso de Fabius, não acho que seja pelo lucro direto como o vampiro Tony blair. Quero acreditar que Fabius não apoie Israel para aumentar sua conta bancária e sim por convicção sionista. No caso de François Hollande, idem, além de sua fraqueza crônica que o levou a vender a alma da França bem baratinho para os Estados Unidos e fazer do Palais de l'Elysée uma filial subserviente da Casa Branca. Se os franceses tivessem o orgulho que os iranianos têm, se rebelariam contra mais este faux pas de seu Presidente, mas como também se americanizam, lavam as mãos.
Poucos relevaram dentro e fora da França a omissão total no discurso do Ministro das Relações Exteriores francês da ocupação israelense ilegal, do porquê dos palestinos se revoltarem, de seu direito legal e moral de ter um Estado. E é aí que a porca torce o rabo.
Não há como falar na incapacidade das "duas partes" chegarem a um consenso quando se sabe da disparidade que reside nestas palavras. Para Laurent Fabius, não é Israel que há décadas viola as leis internacionais expandindo as colônias ilegais, acentuando a judeinização de Jerusalém ocupada, mantendo Gaza sob bloqueio. Embora a culpa seja 90% de um só lado, nas entrelinhas do discurso de Fabius, ambas partes têm a mesma responsabilidade. Tanto o ocuupante quanto o ocupado. Deve ter faltado as aulas de lógica e matemática.
A única coisa que a posição do trio francês sionista Fabius/Hollande/Valls (Primeiro Ministro) mostra é que suas bases eleitorais estão pressionando para que se coloquem em fase com o movimento crescente da sociedade para que se corrija a injustiça imposta aos palestinos por negligência e cumplicidade com os sucessivos governos expansionistas israelenses. Contudo, para representar realmente a fama francesa de defensora dos Direitos Humanos, têm de ir além da retórica, apontar para o culpado sem rodeios e impor sanções a Israel como impõem ao Irã e à Rússia a mando de Washington. Mas pedir ao cão que lata contra seu dono talvez seja pedir demais. Mesmo este o tratando como cachorro vira-lata. Ora, no fundo, não se respeita vassalo. Os Estados Unidos menos ainda. Usa e abusa conforme sua necessidade iminente e depois o descarta como roupa surrada. A França não perde por esperar. Enquanto os ventos não mudam, fazem o jogo sujo de Washington defendendo os interesses de Israel.

Head to Head com Norman Finkelstein - 04/12/2014

Em seguida, Laurent Fabius, saiu em defesa de Israel indo atrás da Inglaterra e da Alemanha para convencê-los a apoiar uma Resolução de um Estado que despoje a Palestina das terras surrupiadas pelas colônias judias e de Jerusalém a fim de torpedear a Resolução que a Palestina, através dos países árabes, apresentará à ONU com a Palestina nas fronteiras de 1967 inteiras.
Eis o artigo do Haaretz que trata do assunto com fontes israelenses: Three EU powers draft Security Council resolution on Israeli-Palestinian deal

Eis como os soldados isarelenses tratam os meninos palestinos. Maneram quando veem a câmera.

Enquanto isso, Binyamin Netanyahu, encostado na parede ao ponto de demitir dois ministros importantes em seu governo, convocou eleições antecipadas. E o vampiro Orweliano Avigdor Lieberman, o único Ministro das Relações Exteriores do mundo que vive infringindo as leis internacionais, já que é um dos invasores civis de terras palestinas na Cisjordânia, já divulgou sua meta como Primeiro Ministro de Israel, caso seja eleito. Veja abaixo a entrevista que concedeu ao jornal estadunidense "especialista" no Oriente Médio Al Monitor.
Liberman outlines his regional peace plan : The way things looked on the morning of Dec. 2, Israel was headed toward early elections. Less than two years after its inception, Prime Minister Benjamin Netanyahu’s third government is falling apart — at the prime minister’s own initiative. The elections should be held in the spring and the fragmented, conflicted Israeli political system will try to reinvent itself. Contacts are being pursued to unite the center-left bloc, to unite the right bloc (Netanyahu and HaBayit HaYehudi leader Economy and Trade Minister Naftali Bennett, for instance), while the keys remain in the hands of Yisrael Beitenu leader Foreign Minister Avigdor Liberman. Will he join Netanyahu before or after the elections as he did in the past, or will he go for broke this time and take a quantum leap to become a major kingpin in the premiership contest? Interview with Al-Monitor, Foreign Minister Avigdor Liberman details his comprehensive regional proposal, including land and population swaps. Ben Caspit, posted December 2, 2014. Translators(S)Sandy Bloom.
Yvet (Liberman) is heading for the second option. On Nov. 28, he revealed his updated (peace) plan. On Dec. 3, he is scheduled to attend the Ministerial Council meeting of foreign ministers at the Organization for Security and Cooperation in Europe, where he will present his plan to anyone interested. This coming weekend, he will visit Washington, participate in the Saban Forum and meet high-level officials in the US administration. Here, too, his new diplomatic plan based on the “regional arrangement” concept will head the list of topics for discussion.    
Liberman has found for himself a new niche in the crowded Israeli political field: On the one hand, belligerence against Israel’s enemies, against terror and against some of those Israeli Arabs who identify with the Palestinians, and on the other hand, he presents a daring peace plan that includes steep concessions, the establishment of a Palestinian state, conceding neighborhoods in East Jerusalem and the territorial exchange of densely populated Israeli-Arab regions. He hopes that this way, he will become the “responsible adult” and position himself to the left of Bennett and Netanyahu, but to the right of the other center parties. This is the kind of niche that generally produces Israeli prime ministers. But Liberman still bears the heavy burden of proof. Does the Israeli public view him as a legitimate candidate, despite his Russian origin and heavy Russian accent? Will his evaporating electorate (immigrants from the former Soviet Union) be replaced by native Israelis searching for a leader? We will have the answers to these questions in a few months.   
Liberman’s peace plan leverages the advantage of a comprehensive regional agreement. Israel must negotiate with the entire Arab world, not only the Palestinians, and resolve the conflict “from the outside in.” Israel would be willing (in this context) for the establishment of a demilitarized Palestinian state on most of the area of Judea-Samaria. Then, to satisfy the Palestinian territorial demand (“for territory the size of the West Bank before 1967”), Liberman offers territorial exchange including population exchange. Israel would concede regions such as Wadi Ara and the Triangle in the north of Israel, populated by hundreds of thousands of Israeli Arabs who would become citizens of the Palestinian state. In exchange for these high-quality lands, Israel would be able to annex most of the settlement blocs.   
Liberman is willing to relinquish Jerusalem’s Palestinian “seam neighborhoods” and evacuate his own home in the far-flung Nokdim settlement in exchange for peace. He says expressly that “when debating between the unity of the people and the unity of the land, the unity of the people is more important.” Liberman adds this time an interesting twist to his original plan (first publicized in 2004): To increase the Jewish majority in Israel he is willing to encourage Israeli Arabs from mixed cities such as Jaffa and Acre to immigrate to the Palestinian state that will rise, in exchange for economic incentives.   In an interview with Al-Monitor on Dec. 1, Liberman addressed all these issues.
Al-Monitor:  How did you come up with the regional agreement idea?
Liberman:  Everything begins with the correct diagnosis. When the diagnosis is incorrect, then the doctor gives the wrong drugs and the patient doesn’t heal; on the contrary, he can get worse and even die. To this day, we related to the Israeli-Palestinian conflict as a separate conflict between two states. In my opinion, this definition is incorrect. Our dispute is not with the Palestinians but with the Arab world. The Arab world, in this context, has three dimensions: the Arab countries, the Palestinians and the Israeli Arabs. Until now, we have tried to resolve the conflict via the Palestinians. A great many good people with excellent intentions invested their best efforts in this attempt: [former President] Shimon Peres, [late Prime Minister] Ariel Sharon, [former Prime Minister] Ehud Barak, [former Prime Minister] Ehud Olmert, [late Prime Minister] Yitzhak Rabin. There were peace conventions and peace agreements and sessions, there was the discussion in Annapolis and the Taba talks and there was Camp David and Oslo. But the conflict has not been resolved, because the diagnosis was incorrect.
Al-Monitor:  What do you suggest?
Liberman:  I suggest that we take the three elements of the conflict, put them on the table together and resolve the conflict in all three issues at the same time. This must take place simultaneously.
Al-Monitor:  Why, in fact? The core issue of the conflict is the problem with the Palestinians. The moment that this is resolved, everything else will become insignificant, don’t you think?
Liberman:  I don’t believe that the Palestinian problem can be resolved separately. More than 20 years have passed since 1993, when the Oslo Accord was signed. The fact is, it hasn’t succeeded. Only the wide context of the Arab world will let us think outside the box and support the possibility of a solution. The Arab world is in a deep crisis, but every crisis also presents an opportunity.
Al-Monitor:  What do you mean?
Liberman:  This is the first time that the moderate Arab world understands and internalizes the fact that its real threat is not the Jews, not Zionism and not Israel, but the Muslim Brotherhood and Jabhat al-Nusra and Hamas and the Islamic State and al-Qaeda and all the terrorist factions of the different denominations over the generations. Therefore this is the first time that we can say to all these moderate countries, “Friends, we have a common enemy, let’s join hands and cooperate in the security realm as well as the economic realm.” That will give us a tremendous diplomatic advantage because we’ll emerge from the diplomatic isolation and cease being the automatic target for condemnations and verbal attacks. We’ll stop being the punching bag of the entire world at every international forum. The security advantage means cooperation with moderate nations, exchanging intelligence, joint efforts. With regard to this facet, our partners could gain very nice inputs. And there’s also the economic sphere. I am convinced that one day, we’ll have embassies in Riyadh, in Kuwait, in the Gulf States and other places. The combination of our initiative, technology and knowledge with their tremendous financial reserves can together change the world.
Al-Monitor:  To such an extent? You are beginning to sound like Shimon Peres, but then it turns out that you invest a great deal of thought and energy in an effort to empty Israel of its Arab citizens.
Liberman:  The Israeli-Arab component is very important. We shouldn’t focus on what they give up but on what they will gain. I have no intentions of starting the negotiation through the media, but it’s clear that a good deal in which everyone gains means that each side also has to forfeit something. I think that in the situation that has been created, we have a decent chance for such a deal.
Al-Monitor:  What kind of international responses do you get? Have you discussed this proposal with your counterparts in Europe, in the United States and in the Arab world?
Liberman:  I have talked about the idea with quite a few of my colleagues in Europe and also in North America. All in all, everyone understands that this is a serious idea that can’t be dismissed just like that. It is also clear that unilateral recognition of a Palestinian state won’t lead anywhere apart from more friction and bloodshed and more tragedies. To recognize a Palestinian state and force a timetable on Israel won’t get us anywhere. It will only worsen an already bad situation.
Al-Monitor:  What indications do you get from the Arab world?
Liberman:  I assume that there, too, people understand the situation and that we have a basis for discussion.
Al-Monitor:  The opposition in Israel called your ideas for shrinking the Arab-Israeli population in Israel as “a paid transfer.” The fact that you want to concede areas in which there is a clear Arab majority and offer money to encourage the Arabs of Jaffa and Acre to leave, raises old demons.
Liberman: This criticism is irrelevant and not to the point. In our time, we asked all the Jews around the world to come here, to Israel. We told them that anyone who identifies with the ideas of Zionism and feels himself a Jew is welcome. Now what I propose is the same thing, only with regard to the Palestinians. All those who identify with Palestinian ideas and feels himself to be Palestinian is invited to move to the Palestinian country. What is so terrible about that? They fight with all their might for the establishment of this state, and don’t want to enjoy the fruits of their labors afterward? So anyone who decides to move there will get our assistance. I think that this is logical and legitimate. When we evacuated thousands of Jews in the [2005 Gaza] disengagement, we also gave them compensation. In the case of Israeli Arabs, I am talking about [economic] incentives. After all, a portion of Israeli Arabs openly and proudly declare that they are Palestinians and identify with the Palestinians and not with their own state, Israel. So please, we will help them be Palestinians and do it without coercion and in an enlightened manner.
Al-Monitor:  Are you planning on presenting your plan to the Europeans and Americans later on in the week?
Liberman:  Definitely. So far, I have not heard people condemning or disqualifying the basic idea. I also spoke to US sources, who did not disqualify the idea outright. After all, they always tell us that we only know how to say “no,” and not to propose, initiate or say “yes.” So here we have a courageous peace plan with very painful concessions. This is a constructive Israeli proposal with inner logic and chances for success, as opposed to the other utopic proposals. In Israel also, when this plan was first publicized, I didn’t hear politicians condemning it. Not [Finance Minister] Yair Lapid, not [Justice Minister] Tzipi Livni, not even [former Minister] Moshe Kahlon. I have spoken with some of them. I intend to promote this plan with all my might and if I am elected to the premiership, I will take action to implement it."
O plano de Avigdor Lieberman é uma Naqba mais sofisticada, mas não deixa de ser uma catástrofe.
Documentário de Mustapha al Nabih: Stronger than words
Apartheid Adventures
XI

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